Eu ainda estava estática com aquele papel em minhas mãos . Eu não acreditava que aquilo poderia estar acontecendo comigo . Justamente comigo . Eu ainda não acreditava que iria morrer . Meu Deus por que ? Eu nunca fiz mal a ninguém , sempre ajudei a minha mãe depois da morte do meu pai e ainda quando vivo . Sempre ajudei minha irma com as minhas sobrinhas logo após a morte de Laurent . E agora iria morrer? Isso não era justo . A vida não era justa .

Não conseguia mais ouvir o que o doutor Cullen estava dizendo . Só conseguia pensar que iria morrer . A minha voz não saia mais . Nem tinha mais certeza se eu estava respirando . Agora eu conseguia ver o quanto eu fui burra . Eu iria morrer e nem tinha uma família alem da minha irma e minha mãe . Não construi nada na minha vida . O que adiantava ser vice presidente de uma empresa se não tinha família ? Então , por que eu estava triste , se quando eu morresse , não perderia nada ?

Nem eu sei . Eu ainda não me movia e nem falava nada . Percebi que Carlisle já havia parado de falar e me olhava preocupado .

- Isabella ? – perguntou já alarmado por causa do meu estado estático  - Você esta bem ?

Como ainda não conseguia falar , apenas assenti com a cabeça .

- Bem senhorita Swan , com os exames que fizeram , a doença já esta bastante avançada , mas com tratamento ,eu acho que –

- Quanto tempo eu ainda tenho de vida ? – perguntei sussurrando em um fio de voz

- Olhe , Isabella , eu acho melhor você não se –

- Será que da pra você me falar logo , o quanto tempo eu ainda tenho nessa merda de vida ? – perguntei já me alterando . Eu sei que o doutor Cullen não tinha culpa mas eu tinha que descontar em alguém a minha raiva .

- Bem , de acordo com seus exames e o diagnostico de alguns outros médicos , você não ira passar do mês de abril .  Sinto muito senhorita Swan – disse como se lamentando .  Até Abril eu sobreviveria , nada mais que seis meses de vida

Apenas acenei com a cabeça e sai do seu consultório sem dizer uma palavra . Eu somente queria sair dali.  Meus olhos já estavam bem embaçados por causa do choro , mas eu ainda consegui achar o elevador . Algumas pessoas acenavam para mim e me cumprimentavam , mas eu as ignorava pois eu ainda não conseguia falar nada , eu estava estática .

Assim que sai do elevador , quis ir para o meu lugar favorito da minha cidade natal : o Central Park . Comecei a andar em direção ao parque, estremeci um pouco por causa do frio, pois estarmos no fim de novembro.

Sentei em um banco e fiquei olhando tudo ao meu redor. Crianças brincando e correndo e suas mães logo atrás chamando por eles se fingindo de bravas, pois escondiam um sorriso alegre de ver seus filhos felizes e saudáveis. Nesse momento derramei mais uma lagrima pois eu nunca teria a chance de ser mae ; a chance de sentir um ser crescer dentro de mim ; a chance de ouvir aquele chorinho depois de muita dor no parto ; a chance de ser chamada de mamãe ; de ver seu filho crescer . Nenhuma dessas chances eu teria mais na vida .  Olhei mais adiante e vi um casal de velhinhos abraçados no banco trocando selinhos inocentes . Derramei mais uma lagrima . Não teria mais a chance de me casar , de ter um marido amoroso e feliz ao meu lado . Eu nunca seria aquela velhinha sentado no banco com o meu marido . Nunca .

Comecei a chorar mais forte dessa vez e olhei para o céu perguntando o por que disso estar acontecendo comigo . Nesse momento o céu começou a ficar preto e surgiu um trovão no céu . Sabia que logo começaria a garoar e me molharia toda , mas eu não conseguia sair dali .

Por sorte minha , só ficaram os trovoes mas não caiu uma gota de água em mim . Fiquei pensando por muito tempo ali sentada e decidi o que eu iria fazer . Me levantei, peguei um taxi e me dirigi até uma agencia de viagens .

Depois de muita conversa e negociação la dentro , eu fiz e planejei o resto dos meus dias . Iria viajar para a Itália ainda nessa semana , e iria ficar por lá até abril . Eu finalmente iria me divertir e me libertar . Iria aprender a viver , nem eu isso fosse a ultima coisa que fizesse .