Sedução Indireta escrita por Dorien


Capítulo 12
Uma Conversa Com Scorpius




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Eu não fazia a menor ideia do que fazer, então a única coisa que veio na minha cabeça foi fugir dali, e bem rápido. Levantei e sai andando (lê-se: quase tropeçando nos próprios pés pela velocidade dos passos) do Salão Principal, indo direto para a Sala Comunal.  

O que deu em Hugo? Eu tinha que me lembrar de cortar a cabeça dele da próxima vez que o encontrasse. Tudo bem que ele foi excluído desse assunto por um bom tempo, mas ele não precisava gritar pra toda Hogwarts! Até os professores devem saber disso agora!

Mesmo não sendo nem nove horas, eu deitei na minha cama e tentei dormir. Apenas tentei, eu disse.

Quando percebi que não ia conseguir, fiquei pensando. Por mais destruído que meu orgulho fosse ficar, na verdade, eu estava pensando em uma maneira de me desculpar com Scorpius. Era o mínimo que ele merecia, eu acho.

Acabei dormindo enquanto pensava.

Talvez por eu ter dormido mais cedo que todo o castelo, eu também estava acordada mais cedo. Tentei me vestir sem fazer nenhum barulho, não queria acordar minhas colegas de quarto.

Peguei minhas coisas e desci para o Salão Comunal. Ainda estava meio escuro e a lareira estava apagada; apenas uma luz fraca, que vinha do sol nascendo, iluminava mal aquela parte do castelo.

Eu tinha que me desculpar com Scorpius. Eu precisava. Hoje.

Fiquei observando as pessoas descendo aos poucos para ir tomar café da manhã. A maioria das meninas apontava descaradamente pra mim e comentava alguma coisa com as outras; eu estava até acostumada com cochichos, mas era claro que o motivo de tanto, antes, era minha relação com Scorpius, agora devia ser de como eu enrolei ele.

Afundei no sofá e desejei sumir, mais uma vez. E mais uma vez, não fui atendida.

Continuei parada no sofá até que a pessoa que eu queria desceu.

- Lily! – chamei.

Ela me olhou e veio se sentar do meu lado.

- Oi, Rose. – ela corou.

Por que raios ela estava corada? Eu fiquei um minuto em silêncio só olhando pra ela... Eu não sabia porque eu tinha que falar com ela, talvez apenas quisesse apoio ou consolo. Talvez ajuda.

- O que foi? – ela perguntou.

- Não sei. – admiti – Não sei o que fazer, não tenho nem coragem de sair do Salão Comunal.

Ela revirou os olhos.

- Quer saber, - começou – você se meteu nessa! Não, não, não me venha com esse olhar! Você podia ter desistido dessa aposta. Podia, mas não fez. Seu orgulho falou muito alto, agora levante daí e vá fazer o que você sabe que tem que fazer!

Depois de ser enxotada, fui tomar café da manhã. Entrei no Salão Principal com os olhos no chão, não estava com vontade de encarar ninguém. Tomei café sem desviar os olhos do prato, apenas arrisquei uma pequena olhada pra Hugo. Ele também só encarava seu prato. Pelo menos sabe a besteira que fez e em que me meteu.

Levantei e fui para minha aula. Não sabia como ia encarar Slughorn, não sabia como ia encarar alguém, agora.

Sabe, eu nunca me considerei alguém com sorte. Mas também nunca azarada; eu era meio que normal. Só que nesses últimos dias, eu estava azarada demais. Quando eu estava fazendo a curva pra descer a escada em direção às masmorras, trombei com alguém. E com mil pessoas naquele castelo, era óbvio que tinha que ser ele.

Ele me parecia normal e não me parecia irritado, desapontado ou qualquer outra coisa... Ele parecia o Scorpius de sempre, o que implica e conversa comigo na biblioteca.

- O-oi – falei sem saber muito bem pra onde olhar.

- Bom dia. – ele deu um sorrisinho e voltou a andar.

Eu não podia deixar ele passar assim! Antes que ele andasse muito peguei o braço dele e ele me olhou por cima do ombro.

- E-espera. – eu tenho que parar de gaguejar. E rápido. – Tenho que te falar uma coisa.

- Se quer saber, eu ouvi o que seu irmão disse ontem. – ele falou.

Agora ele tinha se virado pra mim e estávamos frente a frente. Assim eu me sentia bem mais intimidada. Em um fôlego só, comecei:

- Desculpa! – falei olhando para o chão – Eu gostava da sua companhia. Por mais que no início estivesse contrariada, você me provou que não é ruim. Me provou que eu estava errada a seu respeito e que você é divertido e educado, quando quer. Eu não deveria ter feito aquilo... E, se você não quiser mais olhar na minha cara, eu vou entender. Mas se você ainda não me odiar ou coisa parecida, eu... Eu gostaria que voltássemos a ser o que éramos.

Levantei minha cabeça devagar e ele me encarava sorrindo.

- E o que nós éramos exatamente, Rose?

Vacilei um momento.

- N-não sei. – falei meio sem graça e sorri – Mas era ótimo.

- Você sabe que eu gosto de você, não é? – ele perguntou normalmente.

Fiquei feliz que ele estivesse falando no presente e não no passado, mas, mesmo assim, mais uma vez vacilei em responder. Ele estava me deixando envergonhada!

- B-bem... Agora não tem como não saber. – dei de ombros.

Ele sorriu pra mim e eu entendi que ele queria que eu dissesse o que eu sentia.

- Desde o início dessa aposta eu estava meio que com medo. – comecei devagar – Porque alguns filmes trouxas têm esse tema de apostas e no final... No final os dois sempre acabam apaixonados...

- Então você está apaixonada? – ele sorriu.

- Não. – falei a verdade, por mais estranho que parecesse – Eu não estou apaixonada por você. Mas eu gosto de você. Gosto de quando ficamos juntos e... Não sei. – admiti – Acho que gostar de você, da maneira que eu gosto já é um grande avanço. E eu gosto de gostar de você desse jeito.

Só agora eu tinha percebido que eu tinha me aproximado um pouco dele. O sorriso dele era imenso e o meu também devia ser. Antes que pudesse me conter eu beijei ele. Eu beijei Scorpius Malfoy! Fiquei na ponta dos pés e me segurei no ombro dele, para não cair. As mãos dele foram para as minhas costas, também para me dar apoio.

Foi algo meio lento, meio selvagem. Era algo entre o gostar e o amor. Foi completo e foi estranho, não estava acostumada com isso.

Quando me dei conta de que estávamos no meio do corredor me afastei. Não precisava de um espelho ou coisa parecia pra saber que meu rosto devia estar totalmente corado.

- Eu falei que você era quem ia me beijar. – ele falou sorrindo.

Ótimo, devia estar roxa agora.

- Você não está chateado? – perguntei querendo mudar de assunto.

- Não. – ele sorriu – Digamos que eu suspeitava. Eu vi o título daquela lista, mas no início pensei que eu estava errado. Depois daquela declaração pública de afeto. – eu entendi que ele estava falando sobre “marcar o território” – eu fui te procurar na biblioteca pra saber se Albus tinha mesmo feito algum tipo de aposta, chantagem ou qualquer outra coisa do tipo com você. Mas você mentiu.

- Eu não menti! Não foi Albus quem fez a aposta comigo... Na verdade, a aposta não foi diretamente comigo. James e Lily Luna apostaram isso e... – parei de falar.

Nos entre olhamos. Agora estava tudo muito claro e eu tinha contas pra acertar com esses três. James, Albus e Lily que me esperem.


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Notas finais do capítulo

Ok, não juntei os dois porque vocês vão absorver as coisas devagar x3
Não quero ninguém me olhando como se eu fosse louca, igual minhas amigas fizeram quando expliquei a coisa de uma vez!
Se tudo der certo, só mais dois capítulos e a fic acaba x3
;*