Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 80
79 E se ele não for o mocinho?




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Era sábado

Acordei de supetão, transpirando. Senti-me suavizada por aquilo não passar de conjunturas da minha inconsciência. Meu coração batia tanto que minhas costelas doíam, eu permaneci completamente atordoada, tonta e impressionada. Preocupada que meu pesadelo criasse pernas e corresse para fora da minha mente, tomando forma nos braços da realidade, tomando proporções que assim como nos sonhos ruins, era quase impossível conter.


Sentada na minha cama, eu olhei em volta. Meu quarto encontrava-se no mais absoluto silêncio se não fosse pelo som da minha respiração aritmada. Procurei me acalmar. Afinal, seria um longo dia, eu carecia manter a calma. Respirei fundo, muito, muitíssimo fundo. Alcei.
Fui até o banheiro. Fiz uso humano dele, tomei banho, e vesti-me. Naquele dia, meus nervos não me permitiram escolher algo, honestamente peguei as primeiras peças de roupa que meus dedos foram capazes de tatear no meu roupeiro, ainda no escuro, pois não me dei o trabalho de abrir a janela, para que a luz do sol penetrasse, iluminando meu quarto. Ao terminar o banho, só então notei que tomava calças jeans claras com dois rasgões nos joelhos e uma camiseta preta, coloquei meus tênis.

Rapidamente desci as escadas em direção a cozinha, tomei meu café e disse a minha mãe que precisava sair, pois tinha combinado de estudar na casa de uma amiga. Assim que ela concordou, peguei minha mochila para dar crédito a minha história e sai rua a fora. Com meus punhos rígidos e cheios de pulseiras de plástico, fui tentar resolver a situação.

Decidi que tentar convencer Anthony a ceder era besteira, ele não apenas não desistiria dessa briga, como diria que eu estava agindo em defesa de outro, agiria como um bobo ciumento. Anthony era um tremendo cabeça-dura, talvez a pessoa mais teimosa da cidade inteira, resumindo, eu não ganharia nada tentando fazê-lo mudar de opinião. Então nesse caso, achei melhor tentar falar diretamente com Lucas, talvez alguma parte dele respondesse a minha solicitação, já que foi tudo culpa dele mesmo, talvez ele ainda tivesse um bom coração embora eu duvidasse que isso fosse possível. Ele tinha desafiado Anthony, só por não suportar a idéia de que eu pertenceria a outro, não importa o quão legal ele fosse comigo, Anthony tinha meu coração entre suas mãos, isso não era uma questão de escolha, era meu destino. Ele não suportou a fantasia de me perder, ainda que jamais tivesse me tido.

Fui até o Recanto-Verde. Chegando lá, sentei-me perto do playground, em um banco cinza de concreto. Peguei meu celular e disquei o numero de Lucas, em passo acelerado troquei lacônicas palavras com ele, marquei nosso encontro. Ele me garantiu que chegaria sem demora. Então me pus a esperar. Provavelmente demoraram uns quinze minutos até a chegada de Lucas.

Eu deitei de costas no banco, minha cabeça apoiada no concreto duro. Eu quis apenas deixar que a luz do sol me inundasse, cada parte do meu corpo sentia o calor, minha pele era acariciada pelos raios solares, era plácido e de certa forma reconfortante. Foi quando percebi o calor desaparecer, pouco a pouco, havia uma sombra acima de mim, era o corpo de Lucas que tapava o sol.

Ergui-me num passo assustada, ficando sentada outra vez. Lucas Oliver jazia sorriu, e o azul anil dos olhos dele parecera faiscar. Ele sentou ao meu lado, calado e com um riso fino entre os lábios. Em suas mãos um maço de rosas roxas e pretas misturadas era um buquê lindo, mórbido, mas ainda assim belo.


--- Lucas? --- Disse com uma voz trêmula, sobre efeito do pesadelo daquela manhã, e não do fato dele estar ali. Parado ao meu lado.

Ele respirou fundo e me entregou as rosas, eu peguei e as cheirei ainda meio hesitante. Ele fora gentil, bizarro como o habitual, mas ainda assim bem formoso. Sorri sem graça e acenei em agradecimento.

--- Ok, Annie, desculpe. Sinto muito por todo o mal estar que causei. Eu ia dizer alguma coisa quando ele continuou seu raciocínio. Mas eu precisei. Porque você está me deixando louco. Estou cansado de brigar com você, queria fazer as pazes, estender uma droga de bandeira branca. Está me dando dor de cabeça ficar te vendo de longe, não quero que vá embora da minha vida assim, você torna ela mais acessa. E se você quiser, ainda podemos brigar, contudo preciso ter você por perto. --- Disse ele com o tom de voz mais impulsivo e carinhoso do mundo.

Era como se ele tivesse urgência em despejar aquilo em cima de mim.
Droga, ele sucessivamente tinha que fazer algo repentino que me desconcertava completamente, sem ar para respirar e sem chão? Eu balbuciei alguma coisa que eu mesma não pude ouvir, eu estava estática com o cretino buque doentio entre minhas mãos, uma enorme vontade de me jogar em seus braços e dar um abraço de urso, um abraço carinhoso e dizer que eu também sentia falta, falta até de nossos momentos calados, emburrados e zangados, bem, eu sentia falta. Um nó na garganta começou a se formar naquele instante, um enorme medo de gostar dele com sagacidade, de dizer que aquilo era um descanso para mim, que saber que ele era meu fiel maluco perseguidor era bom, bom demais, era tranquilizante, contudo não era suficiente. Eu queria dizer para ele que estava começando a gostar dele de um jeito diferente, de um jeito mais que amigo, entretanto que aquilo não era amor para determinar ambos como um casal, ainda era difícil admitir para mim mesma que eu apreciava a companhia dele. Pois de certa forma, amar o garoto bizarro que sempre aparecia nas horas mais inconvenientes e fazia uma coisa legal mim não era complicado, não era angustiante, não era desafiador, e o principal não era exaustivo. Apesar disso, eu não podia fazer. Não podia. Não mesmo. A porra do amor prometido não me permitia. Indaguei-me se era possível amar dois caras ao mesmo tempo, e não gostei da resposta que foi soprada na minha mente. Ah, inferno.


--- Lucas, eu te chamei aqui por uma razão. --- Minha boca estava seca.


Eu olho dentro dos seus penetrantes olhos azuis, que ficam mais escuros quando ele está chateado, ou quando tenta não sentir nada, quando finge não ligar. Ele me encara, suas sobrancelhas estreitas sob seus olhos, ele parece confuso, mas sei que não está. Ele não parece saber a verdade, parece não saber, mas estou suando frio e sei que ele sabe. Ele esboça um risinho, e suas mãos tocam meus cabelos, empurrando um chumaço de cabelo para detrás da minha orelha, um gesto de carinho, um gesto que me faz recuar. Ele me assusta, mas ao mesmo tempo existe algo pontudo e frio nele que me faz confiar, algo que me diz que somos parte da mesma coisa, da mesma essência.

--- O que te trouxe aqui? --- Diz ele com um riso aumentado em seus lábios fino.



Preparo minha voz para que ela saia doce e sedutora, o que é bem complicado para mim, pois não sou nenhum dos dois.



--- Desista da briga de hoje por mim. --- Ele me olha torto e balança a cabeça negativamente, depois mira o horizonte verde.



--- Ele pediu para que você viesse advogá-lo?


--- Lógico que não, ele jamais faria isso. Ele ficou quieto, então achei que deveria investir mais.



Bem, eu achei que gostasse de mim a ponto de fazer isso. Acho que a historia aqui é outra. Pareceu mal-humorado Talvez eu seja um cara legal, afim de uma garota cruel com uma tremenda cara de sonsa. Tentando manipular meus sentimentos, Annie? Não é um comportamento muito louvável da sua parte.



--- Lucas, ele pode ter sido um pouco injusto comigo, mas ele ainda é um bom garoto, não quero que nada o atinja.

--- Bem, você gosta realmente dele, Annie. Encorajou de brincadeira. Rindo do outro lado.

--- Já tentou falar com ele?

--- Já, mas ele não vai desistir, então... Cruzei meus braços.

--- O que a faz pensar que EU daria para trás?

--- Bem, eu... Eu não sei. Houve um longo tempo. Ele parecia cogitar minha possibilidade.

--- Eu troco minha desistência por um beijo seu. Ele disse sério. Como ele podia? --- Eu sabia, esquece! Virei à cara.

--- Annie, relaxa. Estou brincando. Eu titubeei Por você, claro que eu desisto. Não me importo com minha fama escolar, faço minha cama em outro lugar.

--- Promete?

--- Absolutamente, como disse minha lealdade está ao seu dispor. E tem mais, não quero que ser nem de longe seu pior pesadelo Ele riu e pareceu cruel. Detestei ouvir isso, pois soava sombrio demais. Gelei. Senti meus músculos tornarem-se rígidos, como ele sabia? Bobagem, ele não poderia saber.

--- Poderia? Bem...Você pode guardar segredo sobre...Bem, eu ter te pedido isso?

--- Claro. Será mais um segredo para a minha coleção. Também detestei ouvir aquela frase, ele parecia que iria usar as coisas contra mim no momento certo, ele confirmou minhas suspeitas quando esboçou um riso torto. Era um riso mau, disso não havia dúvidas.


x-x


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Notas finais do capítulo

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