Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 70
69 Fez-se errado


Notas iniciais do capítulo

Queridas leitoras me perdoem os erros se acaso tiver. Sim terá, aposto! Enfim, escrevi na raça. Tentando unir trechos soltos da minha mente. Espero que leiam esse capitulo com o coração aberto e uma canção triste do lado, pois será mais impactante.
Desejo uma boa leitura, muitos comentários e que a leitura nunca seja saciada!



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— Lucas, você está me escutando? Anda precisamos ir embora — Ele continuou compenetrado.

Lucas olhou para um lado e para o outro da rua vazia que ele havia parado. Depois ele deu um longo suspiro e esfregou seus cabelos acinzentados de um jeito demente. Desta vez uma resposta fraca, respondeu-me:

— Sim, eu ouvi você. — disse sem me encarar. Ainda relutante. Ele franziu a testa. Pareceu-me perturbado.


— Não vou te levar até ele. — Eu senti o corte me atingir. Eu precisava do meu melhor amigo, mas onde ele estava? Claro, ele estava ocupado demais, sofrendo sua horrível dor de cotovelo. Porra.

— Está bem, eu me viro sem você. Não preciso de você mesmo, aliás, eu não preciso de nenhuma pessoa — Disse pegando minha mochila, abrindo a porta do carro ferozmente.

— Ótimo. Faça o que quiser, Annie. Você sempre faz mesmo. — Foi a ultima coisa que escutei antes de bater aquela porta com uma força descomunal.


Eu encaixei a alça da minha mochila jeans escura no meu ombro, e curvando os ombros eu comecei a marchar. Perdi o fôlego antes de chegar aos dez passos, pois a pressa e a urgência por respostas me corroíam. Eu quis chorar, aliás, eu realmente quis chorar, mas eu carecia ser forte agora, precisava esmagar Tony em uma parede, precisava de réplicas sobre uma maldita e desconhecida garota ruiva. Passei por algumas ruas estreitas. Ao relembrar aquela cena meu coração pareceu entrar em queima.

Eu passei em frente à farmácia, depois atravessei a estação de ônibus municipais, até por fim alcançar a rua que subia de esquina para a casa de Tony. Andei mais um pouco – E o caminho nunca soou tão ausente, tão queimante e tão cruel.


Eu finalmente cheguei a casa. Um sobrado bem cuidado e requintado. Um sobrado azul. Meu dedo afundou na campainha. Busquei todas as minhas forças para transformar minha expressão de garota traída, em algo que inexpressivo. Acho que consegui algum êxito.

April veio abrir o portão de lanças para mim, ela sorriu indiferente. Eu a cumprimentei e rapidamente emendei a pergunta sobre seu irmão. Ela disse que ele estava no quarto, e que eu podia subir. Eu fiz o que ela sugeriu, sei que não deveria, que ela depois iria falar sobre minha má postura com a mãe dela, mas eu precisava tirar o fato a limpo. Eu precisava saber quem era aquela fulana, eu estava possessa.



Subi a escada em quase formato de caracol, forrada com um carpete que afundava a cada passo dado, aliás, grande parte da casa dele era assim, totalmente preparada para invernos austeros. Passei pelos quadros e portas retratos na parede e enfim, alcancei a porta fechada. Havia uma placa em letras gigantes, que noticiava de um jeito púbere perigoso: “Mantenha distância, e bata na porra da porta, se não quiser me deixar furioso!” Eu teria sorrido ao rever aquela pressa, mas eu não poderia sorrir nem se minha vida dependesse disso. Fiz um nó dos meus dedos e bati freneticamente na porta de madeira.

— Entra, pode entrar. — Ele protestou atrás do cômodo. Eu entrei e fechei a porta atrás de mim.

Ele estava sentando em sua cama, submerso em alguns livros, fazendo o dever. Parecia realmente inocente. Parecia. Mas isso não ia ajudá-lo agora, não mesmo. Ele não tinha um álibi. Eu mesma o presenciei falando com a ruiva.

— Olá amor, o que você está fazendo aqui? — Ele perguntou com amor e espanto. Levantou para me dar um beijo. Eu o impeli e ele desde cedo notou que eu estava furiosa.

— O que aconteceu? — Ele franziu o cenho.

— Eu vi você falando com aquela garota estúpida na rua. — Minha voz baixa e totalmente crítica.

— Hãn? — Ele disse parecendo não saber do que se tratava.

— Eu disse que vi você falando com uma garota ruiva, quem é ela?

Ele ficou quieto por um segundo, cruzou os braços e depois caiu na gargalhada.

— Há. Acho que estou entendendo. — estalou os dedos como se tivesse achado a resposta para uma charada. — Você está desconfiando de alguma coisa?

— Eu precisaria? — Devolvi.

— Nada aconteceu. Ela é só uma moça que me perguntou um endereço, eu estava explicando para ela. Nada demais. — Eu o conhecia muito bem, para saber que mentir não era com ele. Ele me pareceu bem sincero, mas lógico que minhas defesas femininas não iam me deixar engolir aquilo.


— Você está falando a verdade? – indaguei como uma agente da lei. Lembrando-me do detalhe de sua mão ter apontando em uma determinada direção.

— Estou decepcionado com você. – Anunciou ele. — Você sabe que já passamos por muita coisa, mais trair você? De onde você tirou isso? – Seus olhos pareciam completamente pesados sobre meu dorso.

Era uma veridicidade. Eu realmente deixei meus ciúmes idiotas me dominarem.

— Mas você estava sorrindo, e você... — Meus argumentos pararam por aí.

Ele então caminhou até a janela, onde a vista da cidade se estendia até a torre da igreja.

— Tony... Eu... Eu te amo, e detesto te ver próximo a outra pessoa — Detestei admitir aquilo para ele. Mas parte de mim estava em festança, afinal de contas, eu não tinha sido corna. Eu era apenas neurótica.

— O que a fez pensar que eu a trairia? — Ele disse de costas para mim. Não pude ver sua expressão.

— Bem, — disse dando alguns passos e ficando atrás dele — Nunca estou em primeiro lugar em nada. Não gosto de obedecer a ordens. Sou meio mal-humorada, depressiva, e perturbada. Não tenho peitos e nem muita bunda, não sou a mais bonita da escola, nem a mais popular. E acho que não faço nada direito. — Eu expus defeitos meus.

Ele se virou e sorriu de um modo aberto. Sua zanga comigo já tinha se dissipado, assim como a minha com ele.

— Oh meu Deus, como você pode ser tão bobinha? — Ele falou comigo como se eu fosse uma criança.

— Oh meu Deus, como você pode ser tão idiota? — Era a minha forma carinhosa de pedir desculpas. Mas ele ficou sério outra vez.

— Já que está aqui, precisamos conversar. — Ele disse, me puxando para sentar na sua cama.

— Sobre o quê? – Perguntei com um riso sem graça.

— Primeiro você está errada, em achar que eu iria trair você, porque eu não faria isso. Mas entendo que nosso namoro não está indo muito bem das pernas. Crescer juntos não está sendo fácil para nós.

— Não foi fácil para Romeu e Julieta — Eu disse temendo aquele rumo da conversa.


— Você acredita que vamos superar? — Não. Eu não acreditava. Ao menos parte de mim, não acredita. Mas eu queria a esperança correndo nas minhas veias.

— Sim nós vamos superar — tentando reconstruir meu castelo. — Eu sou a garota da sua vida? Não sou?

— Eu te amo — Foi à resposta.

— Não foi isso que eu perguntei. — Senti o nó na minha garganta.

— Você era, mas agora eu estou confuso sobre ter um futuro com você...— Não ouvi mais nada depois disso. O punhal entrou no meu coração, e Anthony o torceu por várias vezes. Senti meu ar escapando.

— Você acha que eu sou de feita de aço? — Eu cuspi na sua cara.

— Eu não era perfeita para você? — Eu podia sentir minha voz tremula e o choro despencar — Eu não era sua princesa? Eu não era a mulher da sua vida? Não tínhamos planos, não íamos nos casar? Que porra aconteceu com todas as suas promessas? Tudo isso foi em vão? Você mentiu para mim?

Ele tentou me abraçar e conter minha amigdalite de sentimentos jorrados. Eu o empurrei.

— Eu ainda te amo, presta atenção, me escuta. — Ele disse como uma trovoada. Ele tentou conter minhas lágrimas. Mas era tarde.

— Eu sou a garota certa para você? – disse secando minhas lágrimas com violência. Dispensando sua ajuda.

— Eu não posso saber, nós somos jovens, e há tanta coisa, para mim e para você. — Outra facada. Em quantas partes um coração podia ser esmagado, triturado e picotado e ainda continuar mantendo uma garota viva? Eu não sabia. Anthony parecia querer testar os limites do meu coração.

As lágrimas inundaram meus olhos outra vez. Mesmo assim eu disse hesitante.

— Não finja que não me conhece. Você era o cara que eu sempre quis. O cara que se me pedisse em casamento aos dezesseis anos, eu aceitaria na lata. Eu andaria até a china com você, eu jogaria toda a minha vida fora só para ficar com você. Você era o que eu queria o que eu jamais pensei ser imutável. Você era o amor da minha vida, e o que você fez com esse lance? Você jogou tudo fora.

— Você está fora da realidade. Está presa no tempo. Estamos com quase dezoito agora, temos que planejar as coisas, as coisas mudaram. — Ele era um cretino.


— Eu estava cega... Você não era quem eu pensei. Era você e eu contra o mundo, mas agora vejo que eu estou sozinha. E obrigada por estragar minha vida, Anthony. Obrigada por estragar a oportunidade de qualquer outro relacionamento na minha vida. Obrigada por quebrar meu coração e destruir meus sonhos. Seu cretino idiota. Uh---h seu grande filho da mãe! Espero que a cada dia que eu morrer, você morra ao mesmo tempo. — Joguei minha praga.

Eu fui embora como um tijolo jogado fora. Como uma banana podre. Como a pior garota da face da terra. Agora eu não tinha mais ensejos para viver. Sem pretextos. Eu desejei a morte, talvez ela fosse menos dolorosa. Eu literalmente me sentia quebrada.

Assim que desci a Rua de Anthony, eu tive uma visão ainda pior. Meu ex-melhor amigo, me observava parado do outro lado da rua de paralelepípedo. Eu continuei andando em linha reta, mesmo tendo-o visto. A ultima coisa que eu queria ver na minha frente era um garoto. Ele pescou meus pensamentos e atravessou à rua, como se tivesse rodas nos pés ele me alcançou.

— Sabia que unir as biografias erradas, sempre traz golpes com um final sangrento — ele tripudiou em cima de mim.

— Sinto muito, mas o fato dele não me querer mais — As palavras arranhavam minha goela. — Não muda nada. Eu ficarei com qualquer um, menos com você Lucas. – Lancei um olhar frio para ele.

— Que tipos de sentimentos são esses? – Ele pareceu compreender que meu desprezo ditava o caminho.

— Sede de sangue, suponho.


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Notas finais do capítulo

Comentários.



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