Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 7
6 Ufa




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O automóvel estacionou e o vidro escuro desceu totalmente. Mostrando um garoto lívido, ossudo e de olhar opaco. Lucas me observava pálido. Vestia o uniforme do colégio de maneira imaculável.

( Desde quando ele dirigia?)

Notei suas mãos apertando o votante e olhos vidrados no meu rosto. Por um lado eu respirei aliviada por não ser nenhum cara desconhecido, mas por outro lado, senti um estranho e familiar pavor me tomando. Era como ser novamente imergida em um grande lago frio e tenebroso. Um lago que eu conhecia, um lago perigoso e familiar. Desta vez eu desviei meus olhos dos dele. Piscando com força para me livrar do transe. Rompendo o contato visual. Era mais seguro desta forma, ao menos eu me sentia mais segura.

– Lucas!? – perguntei de maneira perturbadora.
– Bom dia Anne – disse ele sorrindo com os lábios finos.
– Meu nome não é... – disse, mas antes que eu pudesse dar fim a frase ele murmurou.


– Sei seu nome. Porém, gosto de abreviações.

(Ele é incrivelmente esquisito. Muito esquisito)

– Que raios você pensa que estava fazendo? – disse o afrontando, procurando não o olhar diretamente.

– Perdoe-me – disse voltando seu corpo para frente. – Percebo que assustei você. Sinto muito.

Eu não respondi. A garoa ainda caia fria pingando suaves barulhinhos em meu guarda-chuva amarelado. E respingando no cabelo loiro cinza de Lucas.

– Está chovendo muito. Entre aqui – pela primeira vez ele expressava a naturalidade que um garoto de 17 anos deveria ter.


– Você não respondeu minha pergunta!
– Eu moro por aqui – disse.
– Nunca o vi por aqui.
– Moro perto do cemitério. Há vários caminhos até o Nebraska. Hoje resolvi mudar o percurso.
– Sei – murmurei desconfiada – E por que raios ficou me perseguindo em vez de se anunciar logo?


– Não pude te reconhecer a primeira vista – Notei que ele mirou e fez um bico para o meu imenso guada-chuva – Gostei do objeto, mas confesso que nunca esperei te encontrar com algo tão radiante. Por isto esperei para ter absoluta certeza de que era você mesma. Não queria cometer uma gafe daquelas! Sinto que isto tenha te alarmado.


– Okay então.

Eu segui andando em frente, deixando ele para trás. Passos longos, desta vez de cólera e vergonha. Diferente do esperado, Lucas desceu do carro, batendo a porta com violência. E me acompanhou. Quando mesmo deste modo eu o ignorei carrancuda. Foi mais rápido e brecou-se entre mim e a calçada. Andando de costas para o logradouro e de frente para mim, logo após disse com um risinho:

– Qual é? Não pode agir deste jeito. Eu só queria ter certeza de que era você.
– Eu já entendi! Mas não pode se comportar como um maluco perseguidor Lucas... Eu poderia ter te agredido feio – Menti.

– De que modo? – pareceu curioso.
– Sei golpes excelentes de Karatê. Meu namorado me ensinou.

Ele parou e por consequência eu também. Pareceu surpreso, eu acho.

A garoa escorria pelo rosto perfeitamente lívido de Lucas Oliver. Os cabelos acinzentados esvoaçavam com o vento que acompanhava o choviscar. As olheiras estavam fortemente rabiscadas nesta manhã. Expressões de extrema preocupação. Os meus olhos vidrados na garoa que o tocava. Era um cena bonita.

— Quem é?– disse ele. Voltando a manifestação austera.
— Meu namorado? – perguntei confusa.
— Quem é este cara? – Insistia ele.
— Não acho que vocês dois se conheçam. – continuei – Mas por que a preocupação?
— Não acho que você deva estar imersa em um relacionamento sério. Talvez alguém tenha um plano pra você. Um plano melhor.
— Er...Plano? Não existe plano algum – Novamente a resposta tinha se esvaecido – Não creio que isto seja da sua conta.
— Qual é o nível de envolvimento de vocês? – perguntou sério demais.
— Bem... Já estamos a alguns anos juntos – Eu juraria que vi uma bomba sendo jogada na cabeça de Lucas. Seu mundo parecia ter pegado fogo. Linhas de inquietação surgiram.


— Bom... Vai aceitar a minha carona?
— Tudo bem – disse pensando em tudo que eu ainda ia ter que marchar.
— Vamos.

Ele marchou rápido. Postura incrivelmente reta. Seus tênis juvenis pareciam se ajudar ao enigma de cada passo que ele dava. Lucas deslizava sob o asfalto com tanta facilidade que parecia ter rodinhas nos pés.


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Notas finais do capítulo

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