Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 66
65 A dama e o vagabundo


Notas iniciais do capítulo

Sorry queridas por estar postando pouco, mas quem sabe com um recomendação eu não fique mais animadinha :) hahaha e mesmo ocupada poste capítulos maiores? Hãn Hãn hahaha
Aqui vai mais um!
Espero que gostem e que comentem bastante!



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O sol estava encoberto pelas obscuridades de algumas teimosas nuvens, mas ainda assim revelava-se firme. Eu olhei para Anthony e meu coração estendeu sem hesitações, triplicando suas batidas. Alguns raios solares atingiam seu rosto de uma forma corajosa e tenaz. Eu sorri ao ver aquele quadro perfeito. Seus olhos tornaram-se cor de mel, em vez daquele castanho bruno — Aquilo despertava em mim a minha prestigiosa dose de alegria. Uma alegria extinta dentro das minhas entranhas.

Tony ainda mantinha seus olhos na sombra de Lucas, que agora estava distante, quase imperceptível. Quando realmente me aproximei, ficando cara-a-cara, pude perceber que seus músculos estavam intransigentes, tensos e completamente inundados de ciúmes. Contudo, assim que o abracei em um mero impulso repentino e carinhoso, ele declinou seu corpo sobre o meu e relaxou. Era tão bom senti-lo tão próximo, como se nada mais no mundo pudesse arrancá-lo de mim. Seus braços envoltos em meu corpo frágil apertavam-me com a intensidade necessária, da mesma forma que os meus. Mas a tensão ainda planava sobre sua cabeça. Depois que ambos nos largamos, eu ainda nutria um riso boboca e inevitável nos meus lábios, ele não fazia o mesmo. Os braços de Tony, antes tão protetores, agora tinham se transformado em travas, ele os cruzou.

— Esse cara anda te perturbando? Se quiser posso dar um jeito nele.

— Não, tudo bem. — Eu não disse nada mais. Sabia que não queria
complicar as coisas para Lucas, tão pouco, queria arrastar aquela cólera devastadora contida de Tony em minha direção.


Olhei para a escada e ele sugeriu que sentássemos. Agora estávamos praticamente solitários no andar de cima. Os outros estudantes se encontravam em grande maioria no pátio. As conversas longínquas.


— Está tudo bem? — Seus olhos já perfeitamente relaxados, olhando os meus.

— Está sim. — Mentira.


Ele me fitou com olhos sondáveis. Temi que ele pudesse saber meus últimos pensamentos, tive medo de que de alguma forma eu pudesse me denunciar em um infeliz gesto. Eu ri ao constatar que ele não era um leitor de mentes.Ele riu também, suponho que não rimos do mesmo motivo, mas foi válido. Eraapenas um namorado enciumado e uma namorada neurótica.


— Tony... — minha voz rouca quase sumindo no espaço.

— Sim?

— Não quero ser feliz com mais ninguém, você sabe disso, não sabe? — Ele aquiesceu com a cabeça e sorriu condescendente.


Logo após isso, passou seu braço envolto do meu pescoço. E eu me aninhei nele. Como se não existisse lugar mais aconchegante no planeta. Lugar mais tranquilizador, eu fiz daquele espaço meu tesouro. Secretamente ele começou a sussurrar na minha orelha, uma canção de ninar. Minha canção de ninar. Eu fechei meus olhos, quase que para captar cada som,cada nota, cada palavra que fluía daquela voz tão familiar. A canção foi ficando bem longe, longe... Cada vez mais remota. Fechei meus olhos. É incrível como as pessoas não sabem o que tem até perder. Até perder.


 Passamos a maior parte do nosso tempo na quietude, preso em nós mesmos e no fio de amor que ainda nos unia. Perguntamo-nos se nossa vida tinha terminado ou, começado? Eu não tinha a resposta, eu era apenas uma criança assustado, perdendo seu melhor amigo, o melhor amigo de todos os tempos.

O sinal vibrou nos lembrando da volta, nos fazendo olvidar o que gostaríamos muito de esquecer, ao menos eu. Creio que ele também quisesse o mesmo naquele instante – queríamos permanecer juntos, longe de tudo, longe de todos. Uma viagem para dentro de nossas cabeças, de nosso espaço. Talvez pelo resquício de adeus que estivesse sempre nos rodeando de maneira perturbadora.

...


Quando retornei a sala de aula, Lucas já estava lá. Quase fiquei surpresa com a cena que agora eu presenciava. Mas de algum modo Lucas não me apanhou desprotegida. Lá estava ele, assentado na minha carteira. Totalmente negligente. Anabela estava rindo ao seu lado, o mesmo ele fazia, dando um riso discreto e falsamente apaixonado, além do adendo que ele proporcionava a ela, as mãos dele acariciando os fios negros da cabeça dela. Contudo, eu era experiente demais para saber que aquilo não era amor, não era não. Poderia ser paixão fugaz, sentimento de poder, competição, ou o diabo! Todavia, eles não se amavam, não poderiam se amar, quando se ama alguém você não berra para que os refletores de luz reflitam desesperados em cima da sua cachola, você simplesmente não se importa que ninguém note o seu objeto de amor. Você o quer guardar e proteger do mundo inteiro se possível. Eles deveriam estar brincando. Um com o outro – certamente. Mas eu não tinha mais paciência para isso. Era ridículo! Então, suspirei e caminhei até lá, pronta para resolver a situação a meu modo.


— Vamos...Levante-se da minha carteira e pare de enganar ela. Aliás, parem os dois com toda essa merda!


— Espere aí! — Anabela ergueu-se já querendo briga. Sim ela tinha grandes tendências a ser barraqueira — Com quem você acha que está falando?

— Não sei, com a dama e o vagabundo? – Houve alguns risos ao meu redor. Havia outros alunos ao redor.


      As orbitas dela pareciam que iam expulsar seus olhos de lá. Ela grunhiu alguma coisa e partiu para cima de mim como um cão raivoso, além de me xingar de uma porção de nomes alarmantes em menos de meio segundo. Nomes que uma garota jamais deveria aprender, diga-se de passagem. Porém, antes que seus dedos pudessem tocar em um
só fio de cabelo meu, Lucas a prendeu com força. Segurou suas mãos como se eu não pudesse, ou não soubesse me defender sozinha. Okay, isso não me deixava menos irritada com ele.


— Qual o seu problema, garota? Por que não deixa meu namorado em paz? Por que não para de ser uma biscate e correr atrás dele? Um homem não é o suficiente para você? — Aquilo eram os insultos mais tortos e mais injustos que eu já aguentara.


— Seu o que...? Lucas não é seu namorado! E não inverta os papéis aqui, a promíscua aqui é você querida!


— Se ele não é meu namorado, muito menos seu! — rebateu ela totalmente obstinada, como se aquele fosse o ponto em questão. — Lucas ainda se mantinha próximo a ela totalmente atento, mas eu estava zangada demais para ver sua expressão facial.


— Diz pra ela nos deixar em paz... Meu amor! — disse ela se agarrando ao pescoço dele e se pendurando totalmente.

— Anabela... — Era engraçado ver Lucas em uma sinuca de bico, ele não poderia ficar do lado dela, pois isso me afastaria, e não queria declarar meu lado para ela, pois isso certamente tiraria seu brinquedinho. Aquilo estava ficando interessante.



....




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