Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 65
64 Opções




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/106151/chapter/65

Passei as três primeiras aulas encarando Lucas de modo
discreto e pude sentir que ele também fazia o mesmo — Embora fosse mais perspicaz na arte da espionagem que eu. Quis saber profundamente o que ele estava pensando naquele momento, decodificar cada pedaço do seu encéfalo, roubar tudo para meu conhecimento. No entanto, ele ininterruptamente estaria sempre a um passo na minha frente. Era um fato ultrajante.

Pensei nele de muitos modos e formatos. No fundo eu não queria pensar, mas ele insistia em ficar crepitando na minha cabeça. Senti-me
muita estranha a respeito do fato. Mas de modo teimoso e intenso, eu o remontava um trilhão de vezes, tentando achar a minha melhor alucinação a seu respeito,muita coisa apareceu, muita coisa desapareceu. Talvez eu fosse muito jovem, mas gostar de alguém outra vez não estaria nos meus planos, ao menos não agora. Amar era impossível, pois eu era daquelas garotas que só acreditava que o amor só nos tocava uma única vez na vida, eu já tinha sido atingida, não era mais uma escolha. Contudo, por que raios eu estava pensando tanto em Lucas de outro modo? Por que eu me esforçava para pensar nele de outros modos? Tentando encaixá-lo, tentando perceber que tipo de cara ele seria para mim.

Refleti sobre Anabela e Lucas, no fato dos dois
supostamente pegarem fogo em menos de duas semanas. Eu não era esse tipo de garota, eu me recusaria a ser, será que se em uma hipótese reprimida ele saberia disso? Saberia nos diferenciar? Será que ele tinha intenções de cometer o mesmo comigo, será que ele também só estaria interessado em me usar? Bobagem — ou, não.

Afinal, como eu me sentia em relação a Lucas?

Eu me importava com Lucas? O que há de errado comigo?


            Uma terrível incógnita brotou na minha mente. Um ponto de
interrogação vermelho, piscante e totalmente desmesurado.


Durante as aulas de química, física e matemática também refleti sobre Locke. Configurei seu rosto, seus olhos em parte verdes, outros tantas vezes quase negros, dependendo exclusivamente da claridade. Seu jeito de andar. Seu olhar marcante de bad-boy,aquela expressão era difícil de desmaterializar. Ele era sempre o mesmo cara carregado de segredos e sombras, perfeitamente como uma noite com poucasbestrelas. Imersos em fantasmas e relações flutuantes. Suas pegadas não deixavam
rastros. Aquilo era fascinante, a qualquer garota, era inegável, e a mim também não era diferente. Locke era fascinante de um jeito desconexo. Entretanto, se envolver com ele era como ir para campo aberto no meio da tempestade, aparentemente divertido, mas totalmente arriscado - Essa era sempre a imagem. Refleti profundamente sobre nossa estranha relação, minhas emoções a propósito dele, como eu me sentia na sua presença. Havia alguma coisa entre nós, eu só não conseguia distinguir de que natureza era nossa “familiaridade”. Talvez fosse só obsessão,
essa intrigante percepção, por conhecê-lo em minha mente, em minhas veias, no meu íntimo, eu não sei. E pensar naquilo me deixava parcialmente nervosa, realmente apreensiva.


Fui interrompida por um estridente sinal sonoro. Era intervalo.



Icei-me e caminhei até a porta,
já abarrotada de estudantes falantes. Mal percebi a presença de Lucas ao meu lado. Olhamos por uns segundo totalmente sérios. Continuamos a caminhar, Anthony me esperava próximo ao bebedouro, no corredor. Lucas não pareceu se tocar que sua presença não era mais necessária, na verdade estava se tornando censurável. Notei que Anthony já o encarava com uma expressão que remetia a confusão — Lucas não parecia querer fugir da briga, mesmo sendo mais fraco fisicamente,
ele parecia não dar a mínima. Antes que a coisa ficasse pior, lancei um olhar para Lucas que queria dizer sem sombra de duvida: “Afaste-se de mim”. Senti-me culpada por lhe dizer isso, mas tudo bem.

Antes de partir para o outro lado do corredor, ele balançou negativamente a cabeça, desaprovando totalmente a minha atitude, e imediatamente disse:


— A faísca é sua. Eu só trago ela a tona, mas você sabe que não quer estar ao lado dele. Eu posso te dar mais do que míseros minutos do intervalo. — Finalizou com uma piscandela. Ele encolheu os
ombros e saiu sem olhar mais para mim.   

...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Clan Of Vampires - The Letter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.