Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 62
61 Posei Don


Notas iniciais do capítulo

Capitulo promete *-*



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Quando a lanterna da motocicleta de Locke surgiu e clareou a escuridão da minha rua – Eu já permanecia esperando no portão. Acenei a cabeça e ele fez o mesmo. Eu subi na garupa da sua moto e desaparecemos no isolamento da noite.

Diferente das outras noites, não estava frio. E o vento que tocava nossas faces era tépido. Só uma noite de verão poderia ser mais perfeita.

Locke nos norteiava para um lugar que eu não fazia a miníma idéia. Ainda eram as mesmas alamedas, ainda eram as mesmas casas, fábricas e bares. A velocidade em que estávamos era alta. Superior e quase aérea. Era como se pudéssemos correr velozmente até alcançar vôo. E quanto mais ele acelerava, mais eu sentia que não tinha nada melhor que aquilo, nada além da adrenalina. Eu não tinha nada a perder.

Eu fechei os olhos e apenas me deixei sentir aquele momento.

Quando voltei a abrir os olhos, nós estávamos entrando em uma rua íngreme e ladrilhada.

Nós paramos em frente a um bar – Eu nunca tinha ido lá, mas o conhecia de longe, qualquer um o conhecia. Ele era famoso na cidade. Famoso e quase proibido. Era Posei don, Um bar da pesada, onde a maioria dos freqüentadores assíduos era de motoqueiros. Caras grandes, tatuados, fortes, barbudos e com jaquetas de couro velho. Homens que repercutiam terem saído da idade média. Um estereotipo marcante.

Em frente ao estabelecimento, existiam várias motocicletas. Algumas eram cheias de incrementos – Caveiras – Bonecas – Correntes e várias parafernálias e trecos indecifráveis ao menos para mim. E cada uma ali, tinha uma história, um brilho de mistério. Aposto que tinha. Era um universo atrativo,igualmente como o perigo. Era uma coisa que me atraía. Ininterruptamente me seduziu. Mas eu não sabia se estava pronta para entrar lá, se deveria me arriscar na companhia de Locke.

Descemos. Eu lhe disseminei um olhar de “O que estamos fazendo neste lugar?”

Ele me lançou um sorriso oblíquo e pareceu acertar meus pensamentos.

— Desculpe-me, possivelmente esse lugar não lhe é comum. Entretanto, qualquer tempo, é tempo de conhecer coisas – ele ponderou – inusitadas.

— Eu não acho que este seja o lugar... Bem, ideal para uma conversa particular.

— Humm —ele murmurou, enfiando as mãos na jaqueta de couro que vestia — Não se preocupe, o pessoal daqui não dá a mínima para fofocas ou escutas alheias. Dê uma chance.

— Está bem — disse meio contrariada.

Entramos.

Eu aspirei e tossi imediatamente. Locke me olhou de esguelha e pareceu achar certa graça. O aroma do local me inundou as narinas – couro, madeira, cigarro e bebida – Era um cheiro preciso. Lá dentro, notei certa similaridade com um galpão, ou, com um grande armazém. As cores do local eram escuras, variando apenas entre o marrom carregado e o marrom intenso. Couro e madeira eram tudo. Absolutamente tudo era feito dessas duas matérias primas – Era fantástico. Notei também, alguns barris de cervejas espalhados em cantos ardilosos. O clima rústico me lembrou uma taberna. Meus olhos curiosos se aprofundaram em cada cantinho de lá. Desde o teto até o chão.

Havia uma música ateando ao fundo. Estridentemente alta e vibrante. Minhas costelas tremeram. Locke e eu caminhamos ao som de:You shook me all night long – ACDC. Meu esqueleto sacudiu como se aquilo fosse dentro de mim.

E em todo canto, de pé ou sentados na mesa forrada com couro, havia homens. Bebendo, conversando ou fumando. A maioria me lembrou capitães de navios. Homens com caras de maus. Alguns olharam de soslaio quando eu e Locke entramos, bom, claro que eles olharam para minha direção. Locke parecia ser freqüentador assíduo. Eu era a peça solta e sem nexo lá.

Eu encolhi meus ombros, totalmente sem jeito. Chegamos ao balcão. Locke foi logo se acomodando em um banco redondo e alto, eu fiz o mesmo e escorei meus cotovelos no balcão. Atrás do balcão havia uma moça. Parecia jovem, mas ao mesmo tempo a maquilagem pesada parecia lhe acrescentar alguns anos.

Seu rosto iluminou-se quando viu Locke, ela se aproximou de nós com um pano de prato nas mãos. Seu decote era exageradamente escomunal, e eu não pude deixar de observar a rosa que ela tinha tatuado no seio esquerdo.

— Chegou cedo, Locke– ela disse sorrindo.
— Sim — ele também sorriu.

Ela me lançou um olhar examinatório.

— Mmm...vejo que trouxe com você uma moça.
— Sim — disse ele.
— Ela não é um pouco nova para você? — disse ela como se eu não estivesse presente.

— Não estamos juntos — Eu devolvi.
— Sei — disse ela como se duvidasse — O que vai querer?
— Pra mim o de sempre — Ele olhou pra mim — Refrigerante?
— Cerveja — disse eu com tom de ofendida.
— Que seja — disse ela caminhando para longe.

— Ela tem uma queda por você! — sussurrei eu.
— Ela ganha gorjetas — disse na defensiva.

Ela trouxe nossas bebidas e aproveitou para lançar uma piscandela para Locke. A bebida de Locke era vermelha e tinha um cheiro forte de ferrugem.
Eca — Ele deveria ter um estômago de aço. Pois aquela coisa me dava náuseas só de olhar e sentir aquele cheiro forte.

— Que raios você está bebendo?

Ele sorriu timidamente.

— Eu a chamo de Cherry Blood
— Claro.

Eu olhei de soslaio para aquele cara forasteiro que tragava uma bebida rubra de uma só bolada. E qualquer coisa ascendeu dentro de mim. Meu coração disparou sem aviso prévio. Havia algum resquício de camaradagem pairando sobre nossas cabeças, eu podia sentir isto berrando em meu inconsciente. Eu não sabia explicar de onde eu o conhecia, e nem como isso seria possível, tudo que eu sabia era alguma coisa nele era minha ao mesmo tempo. Confesso que era um pouco estranho e deveras incompreensível.

Ele pos o copo vazio no balcão e me fitou. Eu desci meu olhar na altura do meu copo ainda quase cheio – Eu não quis que ele percebesse que eu estive o assistindo. Respirei fundo e cuspi.

— Anthony ficou machucado.
— Eu não vou me desculpar.
— Isso é mau — o reaprendi
— Não pode ser tão mau como você fala — disse ele com um riso desleal.

— Isto parece divertido pra você?
— Bom, eu apreciei bastante. Mas não cheguei nem perto de me divertir.
— Pare com isto! Não quero mais que você se aproxime dele, entendeu? — de repente minha voz tinha se alterado.

Ele riu e depois sua boca era exclusivamente uma linha reta.

— Ele me pareceu tão valente . Acha mesmo que ele precisa mesmo que você venha aqui e o defenda?

— Eu sou a mais velha, praticamente dois anos — retruquei bebericando minha cerveja, me sentindo muito amadurecida por dizer aquilo.

Ele achou certa graça. Mas depois voltou a ficar controlado.

— Então, termine com ele. Honre as coisas.

***


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Notas finais do capítulo

Comentários *-*



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