Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 51
50 Devaneios


Notas iniciais do capítulo

Um dos meus capítulos prediletos *-*
Lucas Oliver ressurgi :)



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As três ultimas aulas foram um tremendo porre. Quando o sinal atroou, eu fui a primeira a pegar minha mochila e voar sobre os degraus que me dariam à liberdade almejada. Desejei que Lucas já estivesse lá fora – Por favor esteja lá, por favor. Estava tão apressada que nem notei a sombra próxima aos portões da escola. Colidi. Uma batida brusca e violenta. Ergui meus olhos e encontrei o azul tenebroso. Lucas.

― Boa pegada ― disse com um riso torto.
― Sabia que você não resistiria aos meus braços, não importa o que aconteça, você sempre volta para mim – disse presunçosamente.

― Prometo agüentar todas as suas asneiras, mas me um imenso favor, me tira daqui.

― Como todo prazer ― disse.

Quando tínhamos acabado de adentrar no Crossfox, eu vi o rosto de Anthony e imediatamente me abaixei no carro. Esquivando-me a todo preço. Lucas percebendo a cena começou a gargalhar.

― Acelera logo. ― disse ainda agachada.
― Qual é a pressa, afinal? – divertia-se.
― Acelera logo, por favor – pedi.
― Por que se esconder agora? Acho que seu cão farejador está a sua procura. Não seria prudente darmos um Olá?

― Droga, Lucas! ― Ele finalmente deu partida e desaparecemos na avenida principal.

Lucas me observava enquanto eu arrumava meus cabelos no espelho, franzi a testa com tantos fios querendo exercitar o friz .

— Onde você estava? – perguntei.
— Eu estava ocupado, resolvendo negócios.
— Que negócios? Quem é você um gangster ? – Ele riu.
— E quem é você minha mulher?
— Oh, muito engraçado — Eu fiz uma careta.
— E você, por que estava se escondendo do Sr. Farejador?
— Não é da sua conta – discorri.
— Eu sou parte do plano — Ergui minhas sobrancelhas – É verdade, sabe. Eu sou sua carona oficial. Precisa me manter informado.
— Você tem seus segredos e eu tenho os meus — retrocedi.

Lucas assentiu.

— É justo.
— Para onde estamos indo? – indaguei.
— Vamos para qualquer lugar que você queira – Eu lhe lancei um olhar de condenação – Annie, temos uma auto-estrada e somos jovens. Podemos comprar umas bebidas e...

— Vamos para o Retiro Verde — disse o interrompendo.

— Certo, senhorita. Compreendi, lugar verde e amplo. Parece que alguém está se sentindo sufocada.

Eu emudeci, enquanto Lucas ousava ler a latente dos meus anseios. Eu estava sendo tão evidente, ou ele era bom com charadas?

Ficamos calados por um tempo, enquanto a estrada parecia correr sob os pneus do brilhante Crossfox. E enquanto eu olhava as faixas amarelas, algo explodiu dentro de mim. Uma imensa vontade de chorar, eu estava me sentindo péssima. Algo verdadeiramente estava me afligindo. Golpe certeiro. Algo como magoa brilhou em meus olhos.

— Lucas quais são seus planos? Quer dizer, o que pretende fazer depois do fim escola?

Ele respirou profundamente e pareceu ponderar a idéia.

— Desculpe, nunca pensei a respeito. – Eu sorri um pouco mais abrandada por não ser a única cabeça nas nuvens — Qual o problema, Annie?

— Anthony... – Eu não estava confiante em falar disto com ele. Mas não havia outra pessoa – Ele disse que eu tenho que planejar meu futuro desde agora. E eu não pensei em nada muito natural para os padrões juvenis.

Ele bufou.

— Defina natural? — pediu ele interessadíssimo.

— Cursar uma faculdade e arranjar um emprego.

— E o que você quer dizer, com eu não pensei em nada natural para os padrões? – Meu olhar caiu para minhas mãos pálidas e geladas, eu estava completamente envergonhada. Eu não queria ver meus sonhos chacoteados pela segunda vez. Eu já estava bastante aborrecida.

— Deixa pra lá – disse me virando para a janela.

Lucas deu um pequeno sorriso fino, seus lábios roxos pareceram mais agradáveis.

— Na minha opinião, tudo é valido – disse me trazendo outra vez uma onda de consolação.

Eu sorri de volta.

***

Finalmente tínhamos chegado à divisa da cidade, ao Retiro Verde. Lucas estacionou o carro na sombra de um esplêndido carvalho. Eu saltei do carro e peguei minha mochila, joguei por cima de um ombro só; imediatamente comecei a andar para os portões de madeira – A entrada. Lucas caminhou alguns passos atrás, e logo se uniu ao meu encalço.


O ar mudou – Não era mais um ar poluído e tenso. Era um ar aéreo e adequado aos meus pulmões. Enchi meu peito com uma lufada pujante, como se desejasse me afogar naquele ar, me esbaldar até não querer mais, até não poder mais. Encostei as pálpebras e senti o vento me abordar - Era uma atmosfera que trazia consigo a frialdade do outono, mas ainda assim era deleitoso.

Do lado esquerdo poderíamos avistar um monte de crianças correndo em volta do playground – Algumas deslizavam no escorregador, outros garotos volviam e berravam como cabritos birutas no gira-gira. Além dos curumins que se dependuravam como macacos nos obstáculos com pneus – Notei que qualquer rosto do playground parecia bem-aventurado e confortável em meio aquela algazarra. Eu poderia ter sentido carência da minha infância ao ver tanta felicidade junta, em uma sensação nostálgica e profunda, mas nem cheguei perto. Eu não tinha boas memórias quanto à meninice.

Lucas e eu continuamos andando devagar, acompanhando a trilha de pedras arredondadas no chão, antes tivemos que contornar uma pequena fonte que jorrava água cristalina.

As árvores eram gigantescas e majestosas, alvitravam estar lá durante anos ou talvez séculos. Suas folhas se tornado douradas e avermelhadas com a chegada do outono, também era invadidas com as luzes brancas do sol, a claridade entrava por gretas das copas das árvores e atingiam os visitantes, os cumprimentando.

Eventualmente, depois de marchar por a trilha tortuosa por algum tempo, nos encontrávamos sentados em uma mesa retangular de madeira – entre tantas outras – verde, coberta por algum tipo limo e gelada.

Sentamos em cima da mesa e apoiamos nossos pés no banco desgastado. Lucas batucava no seu colo de forma risonha e eu olhava quieta para todo aquele verde a minha volta. Depois de alguns minutos quietos, Lucas rompeu a calma.

— Algo a preocupa? – disse sem me afrontar.
— Na verdade eu deveria estar em casa, são quase 2h da tarde e minha deve estar enlouquecendo neste momento.

— Não se preocupe Annie. Eu cuidei disto — Lhe lancei um olhar duvidoso — Antes de te pegar na saída da escola, eu avisei sua mãe que iríamos para a biblioteca estudar.

Eu quis esconder um riso torto que estava escorregando por entre meus lábios.

— Eu sei, não precisa agradecer.

Aproveitando que tínhamos iniciado algum dialogar, resolvi abordar outro assunto, talvez fosse atrevimento meu, ou, talvez eu só precisasse saber. Tomei fôlego e disse:

— Lucas, com o que você anda sonhando? – Minha voz saiu um pouco trêmula.

***


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Notas finais do capítulo

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