Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 48
47 Sentindo falta de Lucas


Notas iniciais do capítulo

Dedico especialmente a minha leitora que está aniversariando hoje. Meus parabéns *-*
Gabi.



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Sentei lá e cruzei os braços contrariada, envergonhada como um cão. Sentei ao lado de Lucas — A essa altura eu me sentia estranhamente culpada e ele totalmente disperso. Pelo quê eu tinha me culpado mesmo? Por ter feito alguém brigar por minha causa? Por ter danificado a noite de alguma pessoa, além da minha própria noite? Por Lucas fitar o outro lado invariavelmente, me ignorando. Revirei meus olhos, cansada de tudo sempre sair dos trilhos. Brianna foi atrás do Locke, tentar acalmá-lo? Tirar satisfações, por ele defender outra garota? Por ele me defender? Por ele comprar uma briga que certamente não era da sua ossada? Eu não tinha um conceito formado sobre isso. Eu estava me sentindo péssima.

De modo repentino Lucas pareceu despertar e notar que havia outro corpo ali.

— Então, você está bem? — Eu balancei negativamente minha cachola.

Deslizei um olhar para ele, enquanto ele bebia alguma coisa cristalina.

— Acha que ele vai ficar legal?

— Não fique impressionada. Loo sempre arranja encrenca por onde passa. Ele sempre tropeça em alguém e já começa uma briga. Você não foi à culpada, se é o que está pensando — Ele pareceu ler meus pensamentos.

— Devo me sentir melhor, agora?

— Essa é sua oportunidade. — Ele esboçou um ar de riso.

— Parece que é. — disse com um ar jururu.

Olhamos de volta para os adolescentes bêbados da festa, dançando de maneira frenética e enlouquecedora. As garotas com roupas pequenas e os rapazes com mãos velozes, aquilo era o que eles chamavam de “curtir a vida”, aquilo era o que minha vó chamaria de “perdição”, e eu... Bem, eu prefiro não me explicar.

— Por que você é tão Santinha? — Lucas me surpreendeu com aquela questão.

— O que me faz ser uma Santa? — quis saber. Eu sabia que aquilo era um pensamento que a escola inteira compartilhava sobre mim. Uma fofoca idiota. Claro, acompanhado do dito popular: As quietinhas são as piores. Mas eu discordava, as Vadias eram as piores, não era meio obvio, que elas eram as piores?

— Bem, você já esteve disposta a ir para cama com um garoto? — Ele disse como se aquilo fosse “Vamos à feira comprar maça?”

Eu corei. Eu sorri com o olhar de choque total no seu rosto. Ele ainda parecia sério.

— Não acho que seja adequado você abordar esse tipo de assunto comigo, não somos íntimos.

A expressão dele foi categórica de novo.

— Sim, você é uma puritana. — Uma chacota?

— E você que é um magrelo com olheiras arroxeadas. Seu nome deveria ser Panda Oliver. — Eu revirei meus olhos e mostrei a língua. Devolvi. Ele riu, mas não por muito tempo.

Ele ainda parecia preocupado. Realmente preocupado.

Lucas ficou em silêncio por uns segundos a mais.

***

Segunda-feira

Whoo-oot Whoo-oot – o radio relógio temperamental e ruidoso.

Eu pulei da cama, então empurrei o cobertor para longe do meu corpo, procurei minhas havaianas enquanto afundava meu indicador no acionador do rádio prateado. Desligando. Eu já tinha acordado com uma cólera absurda, quis tacá-lo na parede. Pensei no grande dia em que o despertador ia ser só um adendo na minha vida miserável, mas aquilo não me deixou mais feliz.

Era o primeiro dia oficial da semana. E dentre os sete dias da semana, não havia um que me aborrecia mais do que segunda-feira.

Vesti meu uniforme de cores opacas - apanhei minha jaqueta e minha mochila jeans . Engoli minha tigela de cereais e escovei meus dentes. Passei o pente com violência por meus cabelos – dei um beijo em minha mãe. Calcei meu All Star escuro de cano médio. E finalmente, me retirei para o lugar mais aporrinhador da face da terra: A escola.

Enquanto pisava no asfalto eu não pensei em nada. Eu não queria pensar. Pensar me aborrecia. Eu ainda estava com uma terrível sonolência. Era um daqueles dias horríveis que você só tem vontade de se encolher em um buraco e esperar por dias melhores – talvez no mês de Setembro. Eu gostava do mês de Setembro – Gostava do cheiro das flores e do modo como o vento era bem-comportado naquele período.

Meu celular tocou. Mas eu nem sequer tirei do bolso.

Eu não queria conversar com nenhuma pessoa. Sem exceções.

Sentei na minha carteira ao fundo. Minha mochila afundou na banca ao lado da minha. Estava inteiramente desocupada. Eu olhei para baixo – Enquanto me sentia desabitada também. De modo repentino, meu desejo momentâneo de ficar isolada e muda derreteu como granizo. Claro, óbvio que eu ainda ansiava manter as portas reclusas para o resto do mundo – exceto para uma pessoa, Lucas Oliver. Eu o queria ali.

Mas pela primeira vez desde que se transferiu para a escola Nebraska – ele ousou faltar. Justo quando eu mais carecia da companhia dele – da companhia de um amigo.

As pessoas da sala costumavam ver Lucas de dois jeitos, um deles era como o garoto do cabelo cinza, magro, ossos pontudos e das enormes olheiras; o outro aspecto era o mesmo garoto que mesmo depois de meses ainda era um silencioso – pálido e que tinha um sex-appeal de um jeito bem atípico. Entretanto, para mim ele não era nem de longe isto, não apenas isto. Ele era o estranho mais próximo – aquele que não tinha medo de me desafiar, me contestar, de me jogar contra a parede e de rir bem na minha cara. Um “quase” amigo – já que esta questão não tinha ficado suficientemente clara para mim. Ele parecia um cara legal e perigoso, surpreendentemente estranho, com hábitos estranhos, gestos estranhos. Enfim, totalmente imprevisível. Mas eu tinha me convencido que não gostava de pessoas normais, eu tinha uma grande inclinação para andar com gente bizarra.

Pensando em gente bizarra, novamente Locke jorrou na minha cabeça – Ele era uma versão piorada de Lucas. Bem pior. Lembrei de seus bíceps e tríceps socando a cara daquele menino na festa sem o mínimo ponto de misericórdia. Lembrei da expressão cortante que ele me lançou momentos depois, e da expressão preocupada de Lucas. Será que sua ausência tinha alguma conexão com ontem à noite?

Olhei instintivamente para o meu lado esquerdo, sentindo a compressão de olhos sobre mim. Era Anabel – com um olhar mais aceso da face da terra. Seus olhos castanhos comprimindo tudo a minha volta – querendo me tirar o oxigênio – Por um momento achei que ela fosse capaz. Sorri tentando ser cordial.

— Olá Anabel — mostrei meus dentes — Como vai?

— Vou bem. Aliás, ótima. Roc – disse como se estivesse me analisando Humm...Vejo que Lucas faltou, o que houve?

Eu abri minha boca para responder algo e ela disparou.

— Espere! Não estou interessada. Ele é um completo idiota. Não é meu tipo.

— Vocês terminaram? – Eu queria soltar fogos de artifício.

— Sim – disse inteiramente sem graça.

— Quer conversar? – disse.

Apesar de todas as diferenças entre nós, eu estava sendo franca. Eu sabia que Anabel estava me odiando por algum motivo, e eu não queria que isto ganhasse proporções gigantescas. Eu também sabia que ela tampouco era tipo de garota que sabia guardar as coisas para si. Ela queria desabafar e eu queria escutar. Pronto. Esclarecer seja lá o que a estivesse aborrecendo.

Eu sabia como era ter o coração estilhaçado por um namorado caluniador.

Embora – Não conseguisse visualizar Lucas como o tipo de cara que diz versos afetuosos para conseguir o que quer, honestamente pelo pouco que eu conhecia dele, ele poderia ser o garoto sem princípios, mas faria isto de um jeito objetivo. Ele não era “falso”. Ele era bruto – sarcástico e reto demais para isto. Aproveitador talvez, mas nada sentimental.

                                         ***


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Notas finais do capítulo

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Qualquer coisa? *-* HAHHA



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