Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 43
42 Você sabe?




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 Afastei minhas pálpebras e me espreguicei lentamente. Notei que a janela estava praticamente fechada, mas os raios entraram despercebidos pelas fissuras da madeira, eles me alcançaram. Raios de sol surgiam entre as nuvens claras, alcançando minha face de um jeito pulcro. Dezenas de orifícios de claridade me satisfaziam.

Ergui-me de um jeito preguiçoso, caminhei até a janela e afastei a madeira de uma vez por todas. O sol estava altivo, então deduzi que já passava do meio dia.

O céu estava escancarado de um azul exato. Sorri e me arremessei outra vez no consolo da minha cama. Meu corpo estava esgotado, meus músculos doíam, e minha mente estava em quietude total. As roupas que eu adornava ainda eram as mesmas de ontem à noite.

Ontem à noite, o que aconteceu depois do telefonema de Tony?

Doce lar. Lar. Eu estava em casa, mas quem trouxe?

Ainda olhando para as sombras da parede adjacente a minha cama. Tentando organizar cada pensamento relacionado á noite passada. Lembrei de ter desligado o telefone e ter esbarrado com Brianna, lentamente a imagem dela me conduzindo até a pista de dança me consumiu. Flashes. Dança. Música Alta. Corpos suados. Bebidas.

Será que eu bebi alguma coisa que afetou a minha memória?

Eu havia bebido álcool? Um porre? Meu primeiro porre?

Bobagem — Na certa ela me conduziu até em casa. E aqui estou eu. Não houve nada demais.

Não mesmo.

Então sem ansiar, minha concentração foi invadida por um pensamento. Eu passei o resto da noite me esquivando de Lucas. Eu não sabia se ainda era seguro ficar perto dele. Talvez ele tivesse muita bagagem. Uma bagagem indigesta e obscura demais para mim.

Depois de içar meu corpo e vencer a lassidão de tomar um banho, desci para almoçar. Mamãe me deu um beijo e um abraço carinhoso antes que eu me sentasse á mesa. Papai passou do meu lado e me cumprimentou.

Minha mãe fez meu prato. Parou e com um estranho olhar de hesitação em seu rosto disse:

– Chegou após a meia noite ontem?

Uma risada sapeca rolou de algum lugar em meus lábios. De algum modo eu estava orgulhosa de mim mesma.

– Ahram – concordei.

– E como foi o festejo?

– Eu não me lembro ao certo, mas acho que foi bom.

– O que você comeu? – Minha mãe e a velha preocupação com a minha alimentação.

– Ah mãe, tinha churrasco e refrigerante gelado.

– Fico feliz que você esteja se divertindo um pouco. Faz bem.

– Por mim, eu não parava mais em casa. — Mamãe me deu um olhar repressor. Mas tudo bem, é o que as mães tem que fazer.

– Não vamos exagerar! – disse sorrindo.

Olhei para papai que ainda mastigava a comida. Nenhum comentário.

Ele não era do tipo que se envolvia com assuntos familiares. Então, tudo bem.

– Tony já ligou aqui umas trezentas vezes – queixou-se.

– Tudo bem, irei ligar pra ele assim que acabar aqui.

– Faça isso. Antes que ele enlouqueça todo mundo aqui, com mais uma ligação.

Depois do almoço, liguei para ele. Ele parecia “normal”, perguntou se poderia vir até minha casa. Lógico que eu nunca diria não. Subi até meu quarto e fiquei esperando Tony. Uma hora depois, ele chegou para preencher a solidão que eu já conhecia. Atrasado como sempre. Resolvi fazer vista grossa.

Escutei minha mãe abrir o portão, mas fiquei esperando por ele no meu quarto mesmo, sei lá porque fiz isso, mas fiz.

TOC – TOC – TOC


Eu dei alguns passos para abrir a porta. E o vi, estaguinado em minha porta. Fixei meu olhar nele e vice-versa. Ele escorregou para dentro em um passo, me apertando de um jeito perspicaz. Seus braços em volta da minha pessoa. Eu quase fiquei sem ar. Era apertado e quente, eram os braços que eu sempre quis pertencer. Mas eu tinha pulmões fracos. Na verdade tive que abrolhar tabefes no seu dorso para que ele me largasse, eu precisei respirar.

Com as mãos nas costas, ele encostou a porta. Na minha casa as leis eram claras quanto a fechar totalmente a porta. Não importava a ocasião, estar acompanhada significava deixar uma fissura, algo que mostrasse que não estávamos fazendo nenhuma asneira que fosse me deixar gávida. Algo seguro aos olhos de mamãe.

***


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Notas finais do capítulo

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