Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 38
37 Brianna Oliver




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Ele descruzou os braços e olhou por cima do meu ombro, em direção a janela. Com um olhar calculista e um risinho fino, depois Locke voltou seu olhar antes tão longe, para mim. Ele parecia estar tão fora do seu território quanto eu.

— Pois é, também não esperava te ver aqui.

Para um dia de sol – Locke estava contra as normas. Vestido com um moletom preto e largo, sem contar o gorro protegendo a cabeça.

— Você está com frio? – perguntei.

— Ah. Eu tenho um tipo raro de anormalidade. — Disse como se essa explicação, tapasse qualquer buraco.


— Ah, isso deve ser terrível – murmurei tentando concluir.

Ele sorriu comprazente.


Eu sorri acanhada. Ele era tão familiar e tão arrepiante. Ele verdadeiramente tinha algo pessoal – Mas de que local eu o julgava conhecer, era certo que aquele era nosso segundo encontro. Entretanto, aquela aparência – os traços da face – o olhar - aquele ar de antepassado - demonstrações e o jeito acanhado. Ele era semelhante a alguém que eu conhecia, mas exatamente quem?

Eu o encarei por alguns segundos, e examinei cada fibra da sua face, ele desviou o olhar. Como se quisesse dissimular algo que eu estava prestes a tomar pra mim. Bobagem – talvez estivesse um pouco encabulado e só. Seja lá o que ele esteja tentando esconder de mim, ele não é como Lucas. Ele mente mal. Uma hora ou outra eu ia findar descobrindo. Eu estava decidida a permanecer ali, conversar mais com ele e descobrir algo. Mas fomos interrompidos.

Alguém entrou na cozinha.

- Loo, meu amigo! – Berrou e andou na ponta dos pés para abraçá-lo.

A cozinha se encheu de um cheiro suave e arejado. Era o cheiro dela. Locke sorriu de lado, ele tentava demonstrar mais ânimo, entretanto alguma força sobrenatural parecia impedi-lo de demonstrar emoções. Ele era um cara contido. Realmente comprimido e sombrio.


Mas isso não pareceu impedir ela de agarrá-lo em um abraço amigo. Na verdade ela pareceu feliz pelos dois. Ela parecia tão humana e extraordinariamente afetuosa. Parecia o tipo de garota que saberia qual a cor predileta de todas as pessoas a sua volta.


— Brianna – disse ele abraçando-a.


— Eu mesma, em carne, osso e desembaraço! – disse exibindo os dentes mais brancos que eu já tinha visto em toda a minha vida.


UAU!  — Eu não podia acreditar que aquela moça era Brianna Oliver – A irmã de Lucas.

Seu rosto era tão pálido quanto o de Lucas, mas de um modo diferente: Brianna tinha um traço de sangue. Eram as bochechas coradas. Seu rosto tinha certa tonalidade terna. Seus cabelos também tinham uma semelhança absurda: Loiro acinzentado. Usava o cabelo preso, em um arranjo rabo de cavalo. Qualquer um poderia duvidar que houvesse laços sanguíneos ali, mas quando a visão dela tocou os meus olhos, não houve mais hesitar na minha mente. Nada que me distraísse daquela linha desigual. O azul. O azul hipnotizante e vivo? Era mais um ponto desigual entre os dois, o olhar dela era tão acalorado e tão vivo. O azul dela era como o mar, como um dia de sol, eu podia visualizar as ondas brancas e todas as gaivotas. O azul dos olhos de Lucas Ver mais respostas populares Popular tinha algo pouco vivo, ou talvez morto mesmo? Era como estar presa em uma piscina funda e perigosa, era como um turbilhão, uma tempestade devastadora, não era o mesmo azul.

Brianna também era magrinha, mas nada descomunal! E se movia como se desde seu nascimento houvesse praticado algum exercício, talvez aeróbica ou balé clássico.

Ela vestia um jeans escuro, e salto alto, além de uma blusinha com babados. Parecia o tipo de menina relaxada e simpática. Eu não sei, esta foi minha primeira impressão.

Ela me dedicou um sorriso de querubim, mesmo sem me conhecer. Tive a impressão de que seriamos amigas. Eu nunca tinha tido uma amiga.



— Oh, vá. Não fique ai parado. Apresente-me a sua amiga! – exigiu em tom descontraído.


— Eu sou a Roc. Amiga do seu irmão – disse por mim mesma.
— Olá Roc, me chamo Brianna – disse estendendo a mão para que eu apertasse – Você está à vontade?


— Estou sim – menti – A festa está ótima.


— Espere só para ver a noite! — anunciou empolgada — Já preparei as musicas, vamos ter uma balada das boas. Você gosta de dançar? – disse enquanto abria a porta da geladeira.


— Eu não sei ao certo. — disse perdida.

— Ah, isso não soa meio confuso? – Brianna disse, olhando para meu rosto e pegando uma lata de maltzbier.

— Ah, na verdade eu não acho que tenha jeito para dançar — Mentira era fobia social mesmo.

— Não esquenta, hoje nós duas vamos arrasar na pista de dança — disse piscando para mim.

— Ah, é? — disse sem escolhas.

Logo após empurrou a porta da geladeira com a mão esquerda, e olhou de volta pra mim.

— Você está nervosa sobre alguma coisa? – Seus olhos não continham o tom de caça do irmão. Era apenas uma pergunta franca. Foi difícil para mim lidar com tanta normalidade.

— Com licença. Vou deixar vocês conversarem a vontade. – disse Locke, nos abandonando.

Ele seguiu sorrindo, nós retribuímos com um riso. Entretanto o meu era só um riso simbólico – Brianna estava quase encostando os lábios na orelha de tanta simpatia. Ela era apaixonada por ele?

— Depois falo com você Loo, desta vez você não me escapa. E pelo amor de Jeová! Tire esta touca, vista uma sunga sexy e caia na piscina.

Ela não sabia da anomalia que ele tinha? Ou ele tinha me enganado, talvez tivesse apenas um complexo com o próprio corpo, muitos garotos tinham.

— Eba cheiro de churrasco! Vamos comer? – Brianna convidou.

Peguei a minha bebida e acompanhei a minha anfitriã.

Ela era a pessoa mais amigável e falante que alguém poderia conhecer. Digo amigável, pois ela sabia os limites, ela não era abusada e nem dissimulada, ela era só ela mesma. Brianna Oliver – parecia ser o oposto de Lucas Oliver. E aqui estava ela, andando direto para a churrasqueira. Onde alguns meninos beliscavam a carne. Ela pegou alguns pedaços de carne e os colocou delicadamente em cima de um pratinho transparente de plástico. Em seguida apanhou duas cadeiras de praia para nos acomodarmos. Eu me sentei ao lado direito dela.

A vista que tínhamos era da piscina retangular e anil. Vários rostos desconhecidos se arriscavam em um jogo de poll. Outros tomavam sol e outros apenas encontravam-se lá. Procurei por Lucas e Anabel, e pude vê-los do lado que o sol não mais brilhava, na sombra. Anabel bebia direto do gargalo de uma garrafa, sentada no colo de Lucas, e o mesmo ainda parecia sem jeito.

Achei que era o momento certo, para começar a especular a respeito da família.



***






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Notas finais do capítulo

Comenta :)
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