Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 3
2 Pareça Natural


Notas iniciais do capítulo

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(PLAFT)


Uma caneta prateada. Pesada demais para um colegial. Eu a peguei em sigilo. Lucas desta vez me olhava como da outra vez. Olhar extremamente penetrante e azul. A mesma tonalidade no olhar, a impressão de estar entorpecida me inundou temporariamente.

O chão poderia se acender em brasas, eu nem sequer notaria nada.

Obrigado. – Desdobrava sua mão para mim. Aguardando a devolução da caneta. Embora a mão permanecesse esperando pelo objeto, os olhos continuavam fixados em mim.
— Claro. Desculpe a sua caneta. está aqui. — Ele pegou e eu senti, suas mãos estavam congeladas, também pudera com um tempo daqueles. Difícil era não achar um difundo vivo na multidão.
— Escute Lucas... — eu hesitei. — Você não tem que ir embora?
— Aram — murmurou — Eu já estou de partida. Mas antes preciso de mais algum tempo.

Raramente eu escutava a voz dele. E pela primeira vez o garoto franzino articulava as palavras naquela sala. Pela primeira vez, a voz era viva e plausível.

— Quer companhia? — a pergunta escapou.
— Você é estranha. — disse ele com um riso nos lábios finos.
— Ok. Bastava dizer que não. — Eu senti minhas bochechas colorarem-se.
— Você não compreendeu. Eu percebi que você não fala com ninguém daqui. Então por que motivo veio até mim?
— Eu não vim até você – respondi um pouco aborrecida. — Foi você quem falou comigo.
— Podemos delegar isto ao fato de você ter derrubado minha caneta?
— Isto não explica o fato de você ter falado comigo. Você nunca falou. Alguns aqui pensam que você é mudo, sabia?

Ele não mudou sua expressão, continuava seria como um ataque cardíaco.

— Não sou mudo.
— Percebi.


— Pelo que então? — Eu ainda não acreditava que estava realmente falando com Lucas Oliver.

— Eu fui com a sua cara desde o princípio. Mas me afeiçoei ainda mais, quando percebi o distanciamento que você tinha dos outros. Uma espécie de forasteira da sala de aula. O fato de você não ser tão saliente quanto Anabel e as outras ou tão prepotente quanto o resto dos alunos. Isto influenciou muito na minha
decisão. Satisfeita com a minha resposta?

Oh paraí. Pensei.

— Você é o garoto mais hipócrita que eu já conheci. — Eu havia ficado enfezada – Desde quando alguém precisa "merecer" pra obter uma palavra sua? Como pode falar em prepotência? Quando você mesmo é a personificação dela!

Ele não parecia zangado, mas voltou a escrever em seu caderno. Ignorando-me mais uma vez. Parecia seu passatempo predileto.


— Posso te perguntar uma coisa? — disse eu.
— Pode. — sua voz era séria. Cada vez mais.

— De onde você veio? Quero dizer de que Instituição?

— Você não conhece. — disse pausadamente — É um lugar muito longe ao Sul.

— Uhm – murmurei – Claro. Então o que tanto você rabisca no seu caderno negro? Poções mágicas ou informações alienígenas?

— Não – Disse me encarando com os olhos fuscos — Eu anoto tudo que o mestre explica, e algumas outras coisas respeitáveis.

— Por acaso você não trabalha para o FBI. Trabalha? — Uma piada péssima.
— Oh! — murmurou erguendo as mãos para o alto — Não sou eu que faço as perguntas aqui. Sou?
— É tem razão, eu preciso ir agora. Até... Foi bom saber que você não era realmente mudo. Apostei 20 pratas com Anabel.

Ele quis rir. Mas não o fez.

— Espere. Há quanto tempo mora na aqui nesta cidade?
— Já faz um bom tempo. Por quê? — ergui uma sobrancelha.
— Você poderia me falar mais sobre a cidade?
— Como o quê? Não sei se você percebeu mas não há nada de fantástico aqui, sem livrarias, shoppings ou grandes estacionamentos. — Acho que eu pareci mais rude do que o necessário.

Fiquei apreensiva. Entretanto respirei aliviada quando ele fingiu não perceber minha estupidez.

— Er... – balbuciou. — Não é sobre isto que eu estava falando.
Refiro-me ao clima local. Aos moradores. Ao índice de mortalidade. Coisas deste tipo.

Meus músculos ficaram visivelmente contraídos quando ele proferiu: Índice de mortalidade. Afinal que raios de perguntas eram aquelas ? Eu maneei minha cabeça, aventurando-se a parecer natural.

— Acho que vai levar certo tempo, pra que eu possa responder tantas perguntas. Pode ser amanhã?

Eu estava perturbada e com receio, Lucas era ainda mais bizarro de perto, que espécie de curiosidades eram aquelas meu Deus?


— Quer sair comigo?


Eu estava atônica com o apelo. Minhas mãos grudadas e suadas na alça da mochila jeans, minha boca seca e meu coração incrivelmente batia forte incomodando minhas costelas. Eu sempre ficava assim em situações não planejadas.

— É meio complicado... – eu tentava pensar — Eu tenho algumas coisas pra fazer, muitas coisas. Entende?

— Compreendo. Entretanto mesmo assim eu insisto. Seria de extrema importância que você me acompanhasse. Prometo que será um lugar público, não sairemos do centro da cidade. E se você preferir você pode escolher o local.

— Okay. Nos vemos amanhã. Verei o que posso fazer pra te ajudar.

Ele ergueu-se.

— Serei eternamente agradecido. — Falou-me curvando-se como os cavaleiros medievais.

Mais uma surpreesa.

Sai de lá às pressas, desci correndo as escadas principais do colégio. Notei que não havia quase nenhum aluno do periodo diurno. Eu já estava muito mais que atrasada para o almoço. E já estava deveras arrependida de ter ido falar com o Lucas. Eu teria problemas para me explicar para Anthony. Muito em breve.



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Notas finais do capítulo

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