Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 2
1 Mergulhando no Azul




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Lucas e eu apresentávamos um ponto em comum, ainda que fosse
apenas um. Apenas um quesito nos unindo. Este único ponto de luz na nebulosa espiral adolescente era mais que suficiente para mim. E talvez
para ele também.

Éramos ousados e desiguais – não combinávamos com aquele lugar e
muito menos com aquelas faces tão alegres e distantes que nos
cercavam. Era perfeitamente visível que nada ali nos chamava atenção.
Nada nos atraia. Nada mesmo. Neste sentido ele era ainda pior do que eu.

Lucas Oliver ou puramente (o garoto da família Adams – seu apelido malicioso)
mudou-se no mês de Abril ( Veio com a família, embora sempre estivesse só em todos os pontos da cidade. Quando qualquer conhecido esbarrava com ele. )

Quatro meses já tinham se passado, desde o primeiro dia em que ele colocou os pés na instituição Nebrasca. E mesmo completando quatro meses... Treze dias e algumas horas. Ele não abria a boca para absolutamente nada. Nada mesmo. Até mesmo na hora da chamada – sua presença era dada por um simples gesto. Ele erguia a mão de forma inteiramente desinteressada, uma obrigação e nada mais. Deste modo se dava todas as presenças físicas do garoto Adams. – Sempre tive a impressão de que sua alma estava a quilômetros de distância, pedindo carona em alguma rodovia, para qualquer lugar... lugar algum.


Antes da chegada de Lucas, meus colegas de classe me tachavam de estranha e Anti-social, isto ocorreu até a chegada de Lucas Oliver. Desde então, meu reinado foi entregue a ele como uma dádiva. Ele era o exótico em questão agora. As canetas marca-textos só davam enfâse ao nome dele. Ele ocupava o lugar das esquisitices do corpo estudantil, eu era só a substituta.

Lá estava ele. Rabiscando alguma coisa em seu caderno de CAPA PRETA.

Eu traguei a secura em minha boca. Olhares como flechas venenosas dos Apaches do Oeste. Fomos ao encontro um do outro, aproximadamente cerca de um segundo, talvez menos que isto. E naquele instante eu notei qualquer coisa incomum – Algo ficou subliminar entre nós. Algo que ecoou como vagas ondas cerebrais entre Lucas Oliver e eu.

Os olhos profundos de Lucas pareciam pouco a pouco alastrar-se no meu espaço anatômico, indo além do meu corpo até encontrar meu espectro. Meus olhos estavam vidrados – atônicos. Durou pouco mas, era como explorar terras-desconhecidas. Havia algo de muito curioso não só com Lucas, mas comigo também. Aquela troca-de-olhar....Eu podia sentir isto... Bem abaixo de minha pele. Meu corpo arrepiou-se por inteiro. O medo me vestia.

Meu estado de transe foi interrompido por um nada sutil cutucão. Acompanhado de uma voz melosa que eu conhecia bem.

— Olá ! Existe alguém habitando este corpo?

— Hãn? — Eu estava sendo puxada de uma piscina azul, tão profunda.
— O que você falou Anabel?
— Você estava flertando com o Lucas! Hum...Deixa só meu cunhado saber deste lance!

Anabel ria o seu sorriso mais mal-intencionado. Parecia se divertir com o "lance". Eu a encarava com um risinho torcido. Seu “cunhado” – como ela mesma o apelidou para tornar-se cada vez mais intima do casal, era meu namorado Anthony.


Eu não me incomodava com suas charadas de mau gosto – Anthony sabia que eu era leal a ele, sem contar o esforço que ele se propunha a improvisar para aturar minha colega de classe Anabel, ou facilmente a "Bitch". – como ele mesmo afeiçoou-se a chamá-la quando ela não permanecia presente. Eu o reprimia várias vezes por apelidá-la deste modo tão cru, entretanto era a mais pura verdade.

O sinal tocou de uma maneira ensurdecedora. Porém, pela primeira vez eu gostei do modo como ele me livrou de uma saia justa. Ao menos foi util.

Salva pelo gongo, pensei. Eu suspirei com um sorriso interno esbravejado. Eu comecei a coletar meu material da maneira mais veloz e desengonçada possível. Eu o enfiei na minha mochila, nunca fui uma mocinha muito delicada, pelo menos era o que todos diziam, além do que, eu não tinham tempo a perder, ainda tinha duas provas para estudar, e mais que isto, estava louca para almoçar . Meu estômago borbulhava a espera do que devorar. Eu poderia dizer sem sombras de dúvida: A hora da saída era meu horário predileto – fora meu horário escolar predileto, desde a pré-escola e isto me acompanharia até o periodo acadêmico.


Eu levantei da minha carteira e olhei em volta, todos já tinham ido embora, apenas o silêncio estava dominava cada milímetro daquele recinto, todos já tinham desaparecido... Menos ele. Lucas que continuava a rabiscar no seu MISTERIOSO CADERNO - sem ao menos olhar para os lados.


Qual era o problema dele? Ele não tinha escutado o sinal do colégio gritar como um louco? O que ainda fazia ali? O que ainda anotava?



Caminhei sem pressa até sua escrivaninha, que ficava a suas séries distantes da minha. Eu queria saber se ele me notaria antes que eu
pudesse atravessar todas elas, mas ele não notou, ou não quis notar. Continuava concentrado a rabiscar, pensei se não era melhor dar meia
volta e sair de fininho. Mas era necessário, eu precisava descobrir que mistérios o rondavam, esquivando-se atrás de suas aborrecidas olheiras. Finalmente cheguei à carteira dele. Entretanto ele mostrou-se apático e não disse uma só palavra. Nem ao menos movimentou a cabeça, então eu fingi amarrar meus cadarços. Apoiei meu pé na cadeira de trás e me inclinei – amarrando e desamarrando. Talvez eu parecesse menos cômica, no entanto, era vão, tarde demais, a gafe já tinha sido feita. Voltei-me a marchar para a porta. Desta vez eu iria ser ligeira.

Algo deu errado. Minha mochila acabou ateando uma caneta que pairava em cima da mesa de Lucas Oliver e a derrubando.

(PLAFT)


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Notas finais do capítulo

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