Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst
Anabel partiu para a outra mesa como um foguete, da mesma maneira incoerente que tinha se aproximado de nós. Ótimo, pensei. Quem sabe algum menino interessante a fizesse olvidar o que tinha se passado aqui. Porém, eu a conhecia suficientemente bem, para me iludir e achar que sua lembrança fofoqueira era assim tão volátil, porque não era. Eu já tinha a visto agir antes, e não seria diferente agora. Soltei um imenso suspiro de “estou ferrada”.
— Ela é bonita – comentou Lucas, enquanto beliscava a comida que tinha acabado de chegar.
Anabel era gorducha e cheia de curvas. Cara de menina levada. Cabelos castanho-escuros na autura da cintura, entre o encaracolado e o liso. Pele morena clara sem espinha alguma e um narriz aquilino e pontudo. Por mais que ela tentasse fazer um sucesso imenso com os garotos. Este era o primeiro comentário bom a seu respeito. Ela não era feia nem bonita era apenas simpática, claro a primeira vista.
— O que eu perdi, Luquinhas? – chacoteei, enquanto bebia meu refresco.
— Ela parece se enturmar fácil. E é mesmo tão volúvel quanto dizem.
— É – consenti, a verdade é que eu queria dizer algo contrário. Mas, estaria mentindo.
— Sei. E qual é o lance do garoto que está com ela? – disse erguendo as sobrancelhas.
— Eu tenho mesmo que falar? – sussurrei enfiando uma babata frita na boca.
— É uma alternativa...Às vezes alivia dores emocionais — eu revirei meus olhos.
— É serio Annie. Eu percebi o olhar dele pra cima de você.
Resolvi falar.
— Bom, outro dia ela exigiu que eu teclasse com ele no MSN. Sabe, ela tem um jeito mandão de ser e isto me deixa louca...É quase impossivel alguma pessoa dizer NAO pra ela – Lucas estreitou os olhos. — Então eu a ajudei.
— De que forma? — parecia divertir-se.
— Elogiá-la para ele, falar como ela era bonita, inteligente, um máximo. E o quanto ele estaria perdendo se não desse uma chance a ela.
— Estou tendo a nítida impressão de que ele não queria este encontro, correto? - consenti.
— Então, o que ele queria?
— Eu não sei – disse dando um trago na bebida.
Ele deu uma olhava furtiva para Anabel e o companheiro. E depois voltou a me encarar.
— O desinteresse dele por Anabel é tão evidente – disse com certa dó.
— Pena que isto não corresponde aos sentimentos dele por você. Aliás – ele se debruçou na mesa para cochichar – Ele não para de olhá-la. É de dar pena.
Eu corei e emudeci.
— Tudo bem. Não irei fazê-la falar, sobre o quanto ele pediu uma oportunidade a você.
— Ótimo.
Ele manejou a cabeça como se ainda procurasse um rosto e voltou a beber o refrigerante.
— Então como é o clima nessa cidade? – eu engoli.
— Uau! Vamos esclarecer as questões bizarras de Lucas Oliver.
Ele não respondeu. Eu continuei.
— Eu diria que.... De agosto até o último mês do ano, é inverno, esfria mesmo. Realmente assombroso, garoa o tempo inteiro, é úmido, como você pode ver. Parece que estamos respirando de baixo d'água.– ele abriu sua mochila e pegou o CADERNO PRETO, folheou as páginas com urgência.
Eu cessei, mas ele me mandou prosseguir.
— Mas depois que chega dezembro as coisas começam a acender. As cores voltam. No verão é tão quente que dá pra queimar um ovo no asfalto.
Ele começou a anotar alguma coisa. Não deu pra ver o que era.
Ele escrevia com presteza e rapidez.
— OKay .Quer dizer, que você definiria que o clima local, tem uma ótima distinção entre, tempo frio e verão?
— Urum... — murmurei.
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