Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 13
12 Ferrada


Notas iniciais do capítulo

Comentem e deixem uma autora mega feliz :)



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Lucas sentou-se a minha frente. A mesma postura alinhada que jamais se inclinava, ou saia da pose por qualquer motivo. Os cabelos cinzentos em perfeita harmonia. O uniforme ainda impecável e uma expressão controlada, extremamente séria para alguém de míseros dezessete anos.

Olhei o cardápio por um minuto e em seguida me voltei para ele, Lucas parecia examinar os cantos do Memórias, alternadamente. Buscava alguém? Parecia procurar por um semblante. Notei também suas mãos, eram ainda mais pálidas a pequena distância. Olhei sem pensar para as minhas também — eram tão alvas quanto às de Lucas. No entanto, ele ainda embolsava o troféu disparadamente: Sr. Mãos transparentes.


— Você já resolveu o que vai solicitar? — Ele olhou diretamente pra mim.
— Batata frita e refrigerante.
— Ótimo. Vou te acompanhar. Coca-cola?
— Hum...Ahram... — disse sentindo mais uma pontada no estômago.

— Você me deve desculpas! — exigi.

Ele não respondeu. Ignorar as pessoas era sua metodologia.
Um passa tempo ordinário. Eu suspirei cansada demais para reagir.

Lucas chamou a garçonete e fez a solicitação da comida. Resolvi manter minha expressão tão opaca quanto à de meu companheiro, afinal para mim não era nenhum trabalho duro. Esperamos a comida em sossego absoluto – contudo, eu não me importei com a boca fechada dele. Era deleitoso estar em silêncio com Lucas Oliver – tão ameno como apreciar algo incompreensível. De minuto em minuto, olhávamos de soslaio um para o outro.

A intensidade da minha curiosidade a seu respeito, era a mesma dele por mim, talvez até mais. O olhar azul anil era tão especulador, que sucessivamente que os olhares se topavam, eu desviava rapidamente – sabia quase por instinto, que era muito mais garantido ficar longe da visão profunda dele. Pois eu não sabia nadar.

Algum tempo depois, escutei uma voz claríssima e viva chamar por mim. Bem atrás das minhas costas. Olhei desconfiada por cima dos ombros, e comprovei o que eu não queria. Anabel estava caminhando em minha direção, com um sorriso aberto, espontâneo e nada cordato, analisei também seu olhar malicioso a respeito do meu companheiro. Era meu fim. Dei um tchau em resposta e voltei meu corpo para frente.

— Droga — arfei

Encarei Lucas e o mesmo soou bem pouco incomodado com a presença dela, pois outro sentimento pairava em seu semblante de defunto animado. Estava vencedor, cheio de si, ele sabia que Anabel era fogo na roupa, ela estragaria tudo. Calculei mentalmente quanto tempo ela seguraria sua língua venenosa longe dos ouvidos de Tony. E novamente a resposta gritou dentro de mim, péssima. Talvez eu conseguisse alguns minutos se ela estivesse em um dia BOM, não mais que isso.

— Deixe-me adivinhar – disse Lucas com um riso oblíquo — Anabel vai contar pro seu namorado que nos viu juntos?

— Oh, você é bom! – murmurei – Como você é esperto!

— Espere! Aí vem a melhor parte – disse ele se deliciando com a minha aflição — Você está com uma cara péssima Annie, obviamente não contou nada ao Tony?

Mantive-me quieta.

— É claro que Anabel, não é do tipo justa. Sabe, do tipo que apenas narra o que realmente testemunhou – ele ponderou. – ...vai aumentar o que viu, e esticar ainda mais os fatos até não poder mais.

— Vai tripudiar em cima de mim? – disse entredentes.

— Oh. Que tipo de homem você acha que eu sou?

— O pior tipo — respondi na lata.

— Que idéia horrível tem de mim... — Sua boca retorceu, seu sorriso se alargou por uma fração — ...ainda não, mas um dia eu chego lá.

Eu o espingardeei.

— O fogo que queima nos seus olhos agora, é tão exitante — divertiu-se.

***


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