A Cumparsita escrita por Angel_Nessa
Sem dizer nada Naruto seguiu Sasuke por entre as pessoas.
Jiraya pensou em repreendê-lo, mas não o fez estando Orochimaru a sua frente.
- Meu protegido é uma grande promessa para a Argentina – gabou-se Orochimaru.
- Sempre pondo outras pessoas a sua frente. Pois assim quando vier a guilhotina, seu pescoço estará a salvo – disse Jiraya encarando o velho amigo.
Orochimaru sorriu com malicia.
- Essa é a nossa função, por outros a nossa frente – alfinetou Orochimaru.
Jiraya não gostou da comparação que Orochimaru fizera entre a relação dele e Naruto com a de Orochimaru e Sasuke, afinal ele não usava Naruto como escudo para obter ascensão social.
- Oras, meus amigos. Vamos até a sala falar com Perón – disse o homem mais alto que já previa uma tempestade entre Orochimaru e Jiraya.
O jardim da mansão era tão lindo quanto a própria mansão: com árvores e flores diversas e uma fonte no centro iluminada com luzes azuis, o lugar parecia ter saído de uma das pinturas de Monet.
Sasuke estava próximo a fonte e olhava o céu estrelado daquela noite, ainda que seu corpo estivesse na terra seus pensamentos estavam muito longe dali.
- O que disse a ela? – disse Naruto num tom de voz alto.
Não havia mais ninguém no jardim, todos estavam no interior da mansão conversando sobre o futuro da Argentina, no entanto, os dois jovens estavam mais preocupados com seus próprios futuros.
- Não se meta – disse Sasuke de maneira fria.
- Não vou permitir que a faça sofrer novamente. Teve sua chance e a perdeu.
Sasuke estava farto dos sermões que Naruto sempre lhe passava. Não queria escutar mais aquele que um dia fora considerado seu amigo.
- Naruto, eu estou cansado de sua interferência na minha vida.
- E eu estou cansado de seu jeito arrogante sempre se achando superior a todos.
- Dessa vez eu não vou perder o que me é querido, e a Sakura é uma delas.
Os dois se encaravam e nenhum deles ousava desviar o olhar um do outro nem sequer por uma fração de segundos.
Naruto o olhava com desprezo, não podia esquecer as atitudes passadas de Sasuke.
- Se depender de mim, nunca vai tê-la... Você não a merece.
- Eu vou mostrar que a mereço.
- Naquela época quando você foi para a Europa, ela me pediu em prantos que o trouxesse de volta. No entanto, quando fui procurá-lo você não ligou para as minhas palavras.
- Sakura pediu que fosse atrás de mim? – questionou surpreso.
- Ela queria que você voltasse, e confesso que tive inveja do amor dela por você. Mas tudo mudou, e agora eu estou ao lado dela.
Sasuke se sentia acuado em meios as palavras de Naruto.
- Eu não podia levá-la comigo a uma Europa em guerra.
- E tampouco podia explicar o que estava acontecendo? Você não podia confiar nos seus amigos?
- Isso era algo que eu tinha que fazer sozinho. Sempre fala sobre caminhos a serem seguidos, pois esse é o meu caminho.
Naruto estava irritado com a maneira de Sasuke falar, nem sequer em algum momento da conversa ele mostrara arrependimento por seus feitos passados e isso deixava Naruto com ódio do amigo por ele ser tão insensível.
- Se quer seguir seu caminho que o siga bem longe da Sakura. Sasuke, eu juro que por ela sou capaz de qualquer coisa! Então não volte a machucar os sentimentos dela.
Sasuke olhou Naruto de maneira altiva, ainda que em seu interior estivesse surpreso pela maneira como Naruto falara com ele.
Naruto lhe deu as costas e voltou para o interior da mansão.
Sasuke ficou mais um tempo no jardim olhando as estrelas. Em seus pensamentos a certeza daquilo que ele há muito tempo era de seu conhecimento.
“Naruto, eu sempre soube que a amava... Só não imaginava que seu amor por ela era tão grande. Mesmo assim eu não vou deixá-la para você, vou reparar meu erro com a Sakura custe o que custar”
Sasuke estava disposto a lutar por Sakura, e não lhe importava contra quem seria esse luta. Ele havia feito muita coisa da qual se arrependera e agora que estava de volta não cometeria mais erros, apenas tentaria reparar os erros já cometidos. 05/08/2008 delete Angel_Nessa
Ao entrar novamente na mansão Naruto encontrou Jiraya que o aguardava próximo a porta que dava acesso ao jardim.
- Agora está satisfeito? – disse o homem num tom de voz que mostrava impaciência – Já disse tudo o que queria àquele garoto?
- Não vou permitir que o Sasuke fique com a Sakura! – retrucou Naruto confiante.
- E se ela assim o quiser?
- Como disse?
- Se essa mulher o ama, não há nada que possa fazer para impedi-los de ficarem juntos.
- Ele só a faz sofrer.
Jiraya balançou a cabeça.
- Não se pode mandar no coração de uma mulher. Ainda mais no coração de uma concubina – ele olhou para o lado e ao ver que os demais estavam afastados continuou – Um dia eu também amei uma concubina. E Deus sabe como ainda a amo.
- Está falando da madama da milonga? Como ela chama mesmo? Ah lembrei, Tsunade.
- Hey como sabe que é ela? – Jiraya estava sem jeito diante do pupilo.
- A maneira como você olha para ela e também isso não é nenhum segredo dentro da milonga.
- Não se pode mais ter vida pessoal em segredo nessa cidade – reclamou Jiraya consigo mesmo.
Naruto nem prestou atenção a conversa de Jiraya.
- Não me interessa se ama ou amou. Eu sei que eu amo a Sakura e não vou deixar o Sasuke a magoar novamente.
- Naruto, eis uma lição que lhe deixo: não se pode controlar o coração indomado de uma mulher.
Naruto pareceu não se importar com o conselho do tutor, ele olhava através do vidro da porta o jardim e via ao longe Sasuke parado próximo a fonte.
- “Não vou deixar que a magoe mais uma vez, a Sakura não merece isso”.
Se por um lado Sasuke estava disposta a reconquistar Sakura, por outro Naruto não estava disposto a perdê-la para o amigo. O jogo começava ali.
- Vamos Naruto – chamou-o Jiraya – Nos juntaremos aos demais.
- Não gosto da conversa desses bacanas (gente de dinheiro). Só por tem alguns mangos (dinheiro) se acham superiores a qualquer um.
Jiraya deteve seu caminhar ao escutar o pupilo falando daquela maneira.
- Naruto, já lhe disse para não usar esse tipo de palavra em ambientes sociais.
- Que palavras? – perguntou fingindo inocência.
- “Bacanas”, “mangos”... Isso são palavras usadas por ladrões, querem que pensem que você se mistura com esse tipo de gente baixa?
- Mas você também usa esse tipo de linguagem – rebateu Naruto.
- Sim, mas quando estamos fora de ambientes sociais. Não pode deixar transparecer que você anda freqüentando casa de mulheres. Não fica bem para a sua imagem.
- Como se eu fosse o único a ir em quecos (prostíbulos)!
- Já disse para parar de usar esses “lunfardos”. Será que não se lembra que o Ministro da Educação mandou retirar da rádio as músicas que contivessem letras com esse tipo de linguagem, e muitos repórteres foram tirados da prensa por usarem esse tipo de palavreado baixo?
- Quanto moralismo! – reclamou Naruto – Se não é para usar, eu não uso.
- Muito bem, agora vamos que o jantar logo será servido.
- Finalmente vamos morfar (comer) – Naruto apontou para uma mulher que estava próxima a mesa - Olha só, aquela percanta não é a mulher do coronel?
Jiraya balançou a cabeça e encolheu os ombros, parece que seu sermão sobre não valer-se de lunfardismos enquanto estivessem na mansão não havia resultado em nada.
O velho tutor segurou no braço do pupilo.
- Naruto, é verdade que te aborrecem as conversas dessas pessoas, não é mesmo?
- Sim – respondeu o garoto.
- Pois bem, fique calado então.
Naruto olhou para o tutor sem conseguir entender o porquê ele lhe dissera para não abrir a boca.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
nota da autora:
a rivalidade entre Sasuke e Naruto pelo amor de Sakura foi declarada oficial, e os dois estão dispostos a ir até o fim para conquistar o coração da garota, e quanto aos sentimentos da Sakura?
AGUARDO REVIEWS!!!