Bella’s POV

2 meses depois...

Aquele definitivamente não era o meu quarto.
Olhei mais atentamente. Meu coração disparou, eu estava numa sala de emergência, o que tinha acontecido? Eu não conseguia me lembrar. A cena começou a ficar mais nítida, comecei a procurar por Edward, mas ele não estava lá, o desespero tomando conta de mim. Então uma médica entrou na sala, senti um arrepio na espinha. Até que ela disse:
— Isabella, está na hora.
— Na hora de quê? Não, não está – eu chorava desesperadamente – Edward... – Eu tentei gritar mais minha voz não saia direito. Meu bebê se mexia descontroladamente dentro de mim.
— Desculpe querida, mas ele não esta aqui – ela disse de um jeito frio, irônico. Foi aqui que eu reconheci a médica – NÃO, NÃO POR FAVOR, ME TIREM DAQUI.
— Tarde demais – ela tinha um sorriso diabólico no rosto que fez meu estômago virar.
Ela segurava um bisturi. De repente, senti uma pressão na minha barriga e em seguida o choro fraco do meu bebê.
— Me de meu bebê – eu disse fraca, minha voz não sai mais que um sussurro. Senti as lágrimas descendo pelo meu rosto. Não era a hora ainda, eu não podia estar ali, meu bebê não podia nascer agora. Onde estava Edward?
Então Tânia entrou na sala e pegou meu filho ou filha, nem isso eu sabia, e disse:
—Nunca! Será que você não entendeu ainda? Você NUNCA será mãe. Principalmente, mãe de um filho do Edward. – E então ela saiu da sala levando meu filho nos braços.
— Não, pelo amor de Deus, meu filho... – Eu tentava gritar desesperadamente,  mas eu estava fraca demais...

Senti mãos me chacoalhando. Senti minha mão batendo em algo. 

— Edward??????
— Bella, amor, por favor, acorde. - A voz falava um tanto quanto desesperada.
Tudo tinha mudado, eu estava sentada na minha cama, tremendo e chorando. Edward estava sentado do meu lado com cara de assustado. Me agarrei a ele com a máximo de força que eu tinha. Eu já tinha ouvido falar que, grávidas tinham sonhos muito coloridos, mas aquilo tinha sido uma pesadelo que parecia muito real, eu estava verdadeiramente assustada. 
— Por favor, não me solte – eu pedi em meio aos soluços e a tremedeira. 
— Calma, foi só um pesadelo amor, agora está tudo bem – ele fazia carinho nos meus cabelos. Eu estava muito nervosa, só conseguia chorar, meu coração parecendo que ia sair pela boca. 
— Bella, amor, por favor, tenta se acalmar você não pode ficar assim. – Eu estava completamente agarrada a ele, como se minha vida dependesse disso, eu não queria voltar para aquele lugar de jeito nenhum.
— Ed- waard – os soluços não me deixavam falar.
— Calma, meu anjo... já passou.
Senti meu bebê se mexer, eu ficava agitada, ele ficava também. Me lembrei do dia em que ele se mexeu pela primeira vez e fui tentando me acalmar com aquelas lembranças.

Flashback On

Eu estava no meu escritório revisando alguns documentos, eu não ia até a editora, então tudo o que era necessário, Ângela me mandava por e-mail e as reuniões eu participava via skipe. Estava tão concentrada que quando senti uma pontada na barriga tomei um susto! Apoiei minhas duas mãos na minha barriguinha de quatro meses. Eu estava maravilhada, logo meus olhos se encheram de lágrimas. 
Ouvi a porta abrindo e Edward entrou trazendo um copo de suco. 
— Amor, você tá bem?! – Ele, como sempre, estava todo preocupado e alerta, colocou o suco na mesa e se ajoelhou do meu lado. 
— Sente isso – eu disse baixinho com medo do bebê parar de mexer. Peguei a mão dele e coloquei na minha barriga.
— Ele tá mexendo. – assim como eu, os olhos dele também se encheram de lágrimas. – Uau, que incrível, eu tinha me esquecido de como era essa sensação. – Eu e Edward estávamos rindo e chorando ao mesmo tempo. Meu bebê se mexer tornava tudo mais real ainda. 

— Agora as conversas com o papai não vão mais ser monólogos. - Eu disse divertida.  

E eu estava com razão, era só o Edward falar um "a" e o neném se revirava na minha barriga. 
Ficamos ali mais algum tempo, curtindo o momento mais feliz que eu já tinha tido nos últimos meses.

Flashback Off

Consegui pelo menos parar de chorar, mas eu estava muito assustada ainda.
— Parecia tão real. - Minhas mãos ainda estavam tremendo. 
— Calma Bella, eu to aqui, nada pode te fazer mal, só foi um pesadelo, já passou. - Ele continuava fazendo carinho nos meus cabelos. 

Aos poucos fui me acalmando, mas aquela imagem de Tânia saindo com meu filho não saia da minha cabeça. Fazia muito tempo que eu não tinha pesadelos como esse.
— Amor, eu vou na cozinha pegar um copo de água com açúcar para você. - As minhas mãos ainda tremiam. 
— NÃO, por favor, não me deixa sozinha. – Edward se assustou, já que gritei um pouco alto demais.
— Calma, tudo bem, não vou sair daqui amor.
E assim passei o resto da madrugada, agarrada com Edward, eu não tinha coragem de fechar os olhos, tinha medo de que todas aquelas imagens voltassem.
Eu fiquei ali, agarrada a ele, até o dia amanhecer. Não aguentava mais ficar naquela cama, resolvi levantar.

No meio da noite Edward voltou a dormir, tentei levantar sem acordá-lo, mas ele estava com o sono leve demais ultimamente. 
— Me desculpe amor, você não conseguiu dormir direito essa noite, volta a dormir, eu vou levantar, tudo bem?
— Que isso Bella, nem acredito que você está me pedindo desculpa, vou levantar também – ele veio e me abraçou – vem vamos tomar um banho. – Mesmo eu não querendo admitir, não queria ficar sozinha. Só ele mesmo pra me fazer sentir melhor.
Terminamos nosso banho e fomos tomar café na Starbucks perto do nosso prédio, estava muito cedo ainda, mas o dia prometia ser quente, então resolvemos voltar para casa.

Decidimos aproveitar o vento bom que estava na varanda, Edward ajeitou a rede e deitamos. 
— Bella, coloca um sorriso nesse rosto, não aguento ver você assim, meu anjo. Não quer me contar seu sonho? Talvez você melhore, sei lá... Qualquer coisa pra ver você sorrir de novo. - Ele ajeitou meu cabelo e meu olhou sério. 
— Eu sonhei que nosso bebê nascia, àquela médica que fazia o parto e antes mesmo que eu pudesse vê-lo, Tânia o levava embora, dizendo que eu nunca seria mãe - as lágrimas desciam descontroladamente pelo meu rosto. Edward se ajeitou e me abraçou mais apertado.

— Ei amor, olha pra mim – olhei para ele – eu não vou deixar nada nem ninguém machucar vocês, ok? A Tânia é passado, meu amor, ela nunca mais vai aparecer, aquilo aconteceu há tanto tempo – ele disse limpando minhas lágrimas - você sabe, seu eu pudesse voltar no tempo, teria feito tudo diferente naquele dia. 

Eu concordei, não querendo entrar naquele assunto. Acho que um dos motivos de eu estar assim é que logo Edward iria voltar a trabalhar e eu estava mais que acostumada com a sua presença constante. – Agora, por favor, se acalma e coloca um sorriso nesse rosto, já passou, vocês estão bem, nada mais importa, foi só um pesadelo idiota - não tinha como negar a um pedido desses sorri pra ele.
— Bem melhor assim – ele me deu um selinho e abriu o sorriso mais lindo, que só ele tinha.

Logo ele resolveu mudar de assunto, uma distração mais que bem vinda.
— Amor, nós temos que comprar um presente para o Brian, o aniversário dele é semana que vem já. 
— E você realmente achou que eu iria esquecer o aniversário dele? – Levantei uma sobrancelha.
— Claro que não – ele ria descaradamente. Edward estava fazendo com que eu me sentisse bem melhor.
— Bom, então à gente pode almoçar no shopping hoje e já comprar o presente dele, o que você acha?
— Ótima ideia, amor – beijei seus lábios.
O celular de Edward começou a tocar.
— Oi, Anna? – Anna era a secretária da Dra. Victoria, eles ficaram conversando por menos de 5 minutos. Estranhei a ligação. 
— O que a Anna queria? – Eu perguntei assim que ele desligou.
— Bella, você não está esquecendo nada não? – Ele levantou uma sobrancelha.
Eu realmente não me lembrava.
— Não – mordi os lábios
— Amor, você tem uma consulta com a Vic hoje. A Anna ligou para confirmar. Ela disse que tentou te ligar, mas só deu caixa postal, então me ligou. É daqui duas horas sua consulta. 
Bati minha mão na testa, como eu esqueci a consulta de hoje, eu nunca esqueço. Maldito pesadelo. Meu celular deveria estar por algum lugar do apartamento sem bateria. 
— Como eu fui me esquecer? - Ele gargalhou.
— E depois você fala que não está esquecida... – Edward disse zombando da minha cara, dei um tapa no seu braço e ele gargalhou.

— Vem vamos no arrumar – levantei da rede e puxei Edward junto.
...

Depois de uma hora já estávamos no SCH, minhas consultas estavam marcadas a cada vinte dias, minha gravidez era de risco e precisava ser acompanhada de perto. 
Não demorou muito e já fomos chamados.
— Oi, Bella e Edward – como sempre ela estava muito simpática.
— Oi, Vic – a abracei, nos conhecíamos a tanto tempo que as formalidades já tinham sido deixadas de lado, sem contar que ela e o marido trabalhavam com Edward.
Ela e Edward também se cumprimentaram.
— Bom, vamos à consulta.
Como de praxe entrei no banheiro e coloquei aquele avental horrível e me deitei na maca.
Victoria, começou a me examinar e não gostei muito da cara que ela fez.
— Bella, você passou por algum estresse, pegou peso? – Mordi os lábios e olhei para Edward.
— Vocês não andou aprontando né, Isabella? – Ela olhava sério para gente.
— Não, eu que tive um pesadelo essa noite e acordei muito assustada, me tremendo muito. 
— Algum problema, Vic? – Edward disse já preocupado.
— Vocês sabem, Bella não pode passar por certas situações, ela está com uma pequena fissura no útero. Mas isso não é preocupante agora. Ela só não pode passar por nenhum tipo de aborrecimento mais sério, nem fazer força, pegar peso... Vocês sabem das orientações.
— Mas Vic, eu não senti dor nenhuma.
— Eu sei Bella, a fissura é realmente muito pequena, por isso você não sentiu nada, mas dadas as condições do seu útero, o melhor é se prevenir. Ainda bem que você veio hoje. Vou te passar os remédios e você vai ter que continuar nesse repouso.
— Não vou voltar mais pra cá. Só volto a trabalhar quando o bebê nascer e olhe lá. – Edward agora estava do meu lado.
— Amor, não tem necessidade disso.
— Como não, Bella? – Ele estava um tanto quanto nervoso.
— Edward, eu tenho as meninas posso passar um tempo com elas.
— Mas... – eu o cortei.
— Edward, por favor, não vou discutir com você na frente da Victoria. – Ela nos olhava com um olhar de reprovação.
— Eu falei com uma parede agora? – Ela estava brava.
— Desculpe... – Edward disse, eu queria rir da cena mais me contive.
— Bom que isso não se repita nos próximos 5 meses, ok? – Ela ergueu uma sobrancelha.
— Ok, Doutora Victoria. - Ele respondeu rindo. Parecíamos três doidos.

 
— Agora vamos ao ultrassom, só espero que esse bebezinho esteja de pernas abertas agora, para finalmente sabermos o sexo, né? – Ela nem parecia a Vic de 2 segundos atrás. Ela sabia o quanto esse momento era especial para nós. 
— Não vejo a hora de saber. – Eu estava muito ansiosa.
Edward agora segurava minha mão, os olhos cheios de expetativas, fixos no ultrassom. Vic espalhou o gel gelado, que eu já estava acostumada e começou o exame.

Depois de nós ouvirmos o coraçãozinho do neném bater, Victoria finalmente se pronunciou:

— E aí, preparados para saber o sexo? – Meu coração parecia que ia explodir. Olhei para Edward e a ansiedade estava estampada nos seus olhos. Eu não podia acreditar eu finalmente iria saber o sexo do meu bebê....

...
Continua...