Strong Heart escrita por kristenbadass


Capítulo 24
Epilogo


Notas iniciais do capítulo

Oiiii gente.Bom primeiramente eu queria agradecer a Fernanda (oiii siis :D)por ter me dado a ideia do Erick! Valeeu mesmo amr!E hoje é a despedida oficial da fic *chora* Espero de verdade que vocês gostem do cap!Despedidas lá no final! Não deixem de ler por favor! Até daqui a pouco! :DDD'



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Liz’s POV

Nem eu, nem Erick aguentávamos mais a mamãe chorando. O motivo? A sua bebezinha, no caso eu, estava indo para Califórnia mais precisamente para Stanford cursar medicina. Meu sonho, desde que eu era criança, era ser médica igual ao meu pai. A diferença é que eu iria me especializar em pediatria.

Apesar de ter ficado extremamente feliz por mim, ela estava triste porque eu estava saindo de casa. Nem preciso dizer que meu pai ficou todo orgulhoso.

Quando a carta de Stanford chegou, nós nos sentamos os três para abrir, minha ansiedade não permitia esperar Erick chegar da escola para fazer isso. Meu pai que abriu a carta, eu não tive coragem. Nunca mais esqueço aquele dia.

Flashback On

Eu olhava para o meu pai, ele estava com o rosto sereno, nem parecia que a carta que decidiria a minha vida estava nas mãos dele. Só percebi que tremia, quando mamãe pegou na minha mão e me pediu calma.

— E então, papai? – A calma dele estava me deixando mais nervosa. Ele terminou de ler, colocou a carta sobre a mesa, olhou para mim e disse:

— Parabéns, futura Dra. Liz Cullen, você foi aceita em Stanford. – O sorriso mais lindo do mundo iluminava o rosto do meu pai.

Minha mãe não estava preparada para o grito que eu soltei, ela quase caiu da cadeira. Sai toda desajeitada da cadeira e ainda gritando e agora chorando e pulei abraçando os dois.

Eu não conseguia acreditar, Stanford caracteriza-se por ser bastante seletiva na hora de aceitar alunos. Isso quer dizer que dos 19 mil estudantes que solicitam sua inscrição anualmente, somente 12,7% são admitidos. E eu estava entre os 12,7%.

Aquele dia, esperamos Erick chegar da escola e saímos para comemorar, meu pai me levou no meu restaurante preferido. Apesar de tudo, a ficha ainda não tinha caído, meu sonho se transformando em realidade.

Flashback off

Eu só tinha que agradecer a família que eu tinha. Falando em família, ela tinha aumentado, não só a nossa, mas como a da dinda Alice e o dindo Jasper, a da Tia Rose e o Tio Emmett e até a Tia Leah e o Tio Jake.

Um pouco depois do meu aniversário de um ano, a tia Rose descobriu que estava grávida de Lynda, mais uma menina para o nosso time. Tio Emmett sofreu, meu pai e o dindo retribuíram todas as piadinhas, ele agora iria ser pai de uma garota também. Quando eu estava com cinco anos, a dinda e o dindo, depois de quase desistirem finalmente conseguiram adotar Ashley, na época com quatro anos. Desde pequeninha ela parecia uma boneca e desde o começo eramos melhores amigas.

Lynda, eu e Ashley éramos muito apegadas, principalmente pela idade próxima e por estudarmos a vida inteira no mesmo colégio. Eu iria sentir muita falta delas enquanto estivesse em Stanford.

Tio Jacob e Tia Leah, tiveram gêmeos, o Embry e a Sophia, eles estavam com oito anos e eram lindos. Meus pais eram padrinhos de Sophia.

Isso, sem contar Brian, que eu já sentia muito a falta, eu o considerava meu irmão mais velho, meu melhor amigo. Eu quase quis morrer quando ele começou a namorar Mari, uma coleguinha de escola que ele reencontrou em Harvard, apesar de estarmos longe, nós nos falávamos por telefone sempre. Quando ele me ligou para contar que estava namorando fiquei chocada, tive que arranjar uma desculpa qualquer e desligar o telefone, comecei a chorar assim que coloquei o celular na escrivaninha. Minha mãe, que passava pelo meu quarto viu que eu estava chorando e veio me perguntar o que estava acontecendo.

Flashback On

Eu tinha acabado de desligar o celular e estava chorando. Como assim o Brian namorando? Eu nem conhecia essa tal de Mari e já odiava ela.

Minha mãe, que estava passando pelo meu quarto me viu chorando e veio me perguntar o que tinha acontecido.

— Liz, o que aconteceu? Você está com dor filha? – Minha mãe como sempre estava desesperada.

— Oh, oh Brian tá na-na-namorando – respondi aos soluços.

— Ah meu amor, sinto muito. – Mas então ela parou como se tivesse levado um choque. – Liz, olha para mim – obedeci imediatamente. – Querida, você está apaixonada pelo Brian? – Olhei para a minha mãe incrédula. E o que era choro se transformou em uma gargalhada.

— Claro que não mamãe, eca que nojo, ele é como meu irmão mais velho. URGH – mas logo a tristeza me atingiu de novo. – Eu tenho medo de que ele me esqueça, que eu não seja mais a pirralha melhor amiga dele. – Às vezes eu ficava nervosa por ter que dividir a atenção dele com Ashley e Lynda e agora mais uma e pior ainda a namorada. – E se a namorada dele for chata e ciumenta e não querer que ele continue sendo meu amigo? - Perguntei desesperada.

— Ei se acalma, filha. – Minha mãe disse afagando meus cabelos. – Querida ele te ama, acima de qualquer coisa, como você mesma disse, você e ele são praticamente irmãos. Ele não vai te esquecer ou te colocar de lado, claro que ele vai dar mais atenção para a namorada, mas ainda assim ele vai arranjar um tempo para a pirralha dele, pode ter certeza. – Minha mãe disse rindo do apelido que ele tinha me dado. – Eu conheço o meu afilhado e sei do amor que ele tem por você, não precisa se preocupar.

— Obrigado mamãe. – A abracei bem forte, minha mãe tinha o dom de me acalmar sempre, mesmo nas piores situações.

Flashback Off

E ela estava certa, apesar da namorada, Brian não mudou em nada comigo, nossa amizade só se fortaleceu. Eu até cheguei a contar para ele do meu surto e o bobo riu da minha cara e disse que isso era impossível de acontecer. E que eu nunca deixaria de ser a pirralha dele.

Agora ele e Mari estavam noivos, até que ela não era chata e Brian me fez prometer que eu iria ser a madrinha do seu casamento.

Mas sem dúvida nenhuma, o que realmente mudou nossas vidas foi à chegada de Erick.

Quando tudo aconteceu, eu estava com 10 anos.

Flashback On

Meu pai estava há mais de duas semanas estranho, ele mal conversava comigo e com a mamãe, estava chegando todo dia tarde do hospital e quando chegava ia direto tomar um banho e dormir. Toda vez que isso acontecia mamãe me olhava como se me pedisse desculpas, eu até cheguei a dividir a minha cama com ela algumas noites.

Nós não estávamos entendo nada do que estava acontecendo com ele, sempre que a minha mãe ia perguntar o que estava errado, papai mudava de assunto rapidamente ou eles acabavam na maior briga.

Mas tudo mudou quando mamãe chegou em casa chorando, eu fiquei super assustada, ela nem me cumprimentou, foi direto para o seu quarto e se trancou lá, não demorou muito e papai chegou também, ele passou direto pela sala onde eu estava e se trancou no quarto com a mamãe.

Eu fiquei desesperada e sem saber o que fazer, também fui para o meu quarto e comecei a chorar, um milhão de coisas estavam passando pela minha cabeça. A pior das hipóteses era meus pais quererem se separar.

Eles já tinham enfrentado tantas coisas juntos, desde Anthony até mamãe descobrir que depois de mim ela não poderia ter mais filhos.

Meus pais sempre falavam que eu era bem madura para a minha idade, então desde pequena, quando eu realmente comecei a entender as coisas eles me contaram sobre Anthony, eu queria muito ter conhecido ele, tenho até umas fotos que a mamãe me deu dele que ficam grudadas no meu mural de fotos, ela sempre falava pra eu rezar a noite para ele e que ela tinha certeza que Anthony era o meu anjinho da guarda.

Então teve uma época, que eu comecei a perguntar para os meus pais, porque eu não tinha mais irmãos, na época eu deveria ter uns oito, nove anos e então mais uma vez meus pais sentaram para conversar comigo e me contaram sobre o problema de saúde da mamãe e que quando ela ficou grávida de mim, era de risco e que ela quase tinha me perdido também, que eu era o pequeno milagre deles. E logo depois minha mãe descobriu que não poderia ter mais filhos.

Eu não conseguia entender, depois de mais de dezoito anos juntos e tantos desafios vencidos eles definitivamente não podiam se separar e se isso fosse realmente acontecer eu faria tudo para impedir.

Já tinha se passado mais de duas horas, desde quando eles tinham chegado, quando meu pai entrou no meu quarto, os olhos dele também estavam vermelhos denunciando o choro, a situação era pior do que eu imaginava.

— Princesa, o que foi? – Ele veio até mim e me abraçou, chorei mais ainda, eu não suportaria ver meus pais separados.

Resolvi ser direta. Depois de finalmente conseguir controlar meu choro, eu falei.

— Papai, não minta para mim. Você e a mamãe vão se separar? – Perguntei com a voz embargada pelo choro.

— Liz, da onde você tirou esse absurdo? – Ele me perguntou incrédulo.

— Você e a mamãe estão brigando direto e hoje ela chegou em casa chorando, você também estava chorando. – Eu disse com a cabeça baixa, não tinha coragem de olhar para ele.

— Ei princesa, olha para mim – eu olhei e meu pai tinha o sorriso mais lindo do mundo estampado no rosto. – Você entendeu tudo errado. É justamente o contrário. – Olhei confusa para o meu pai. - Confesso que eu acabei exagerando e eu e sua mãe brigamos, mas eu nunca irei me separar dela. – Senti um alívio enorme quando ele terminou de falar.

— Então, o que está acontecendo? O que aconteceu com a mamãe? – Perguntei aflita.

— Ela chegou daquele jeito hoje, porque eu a levei no hospital para explicar e mostrar o que de fato estava acontecendo.

— O que, papai? – Ele me colocou em seu colo.

— Bom eu vou contar a história desde o começo. Eu estava de plantão quando chegou uma paciente em estado grave, ela e o marido tinham sofrido um acidente de carro, o marido infelizmente morreu na hora, para piorar a situação a moça estava grávida de oito meses e com uma hemorragia muito forte. Nós tivemos que fazer um parto de emergência.

— A tia Vic, que fez o parto papai?

— Sim, meu amor, tia Vic que fez o parto, mas assim que o bebê nasceu à hemorragia aumentou e a mãe do bebê não resistiu. - Tremi no colo do meu pai, foi parecido com que aconteceu com a minha mãe quando eu nasci, eu não sei o que seria de mim se eu não tivesse a minha mãe. – Por conta do parto prematuro e o trauma da batida, o bebê também estava em estado grave e foi levado direto para a U.T.I.

“E então começou a procura por parentes do bebê, depois de dois dias a assistente social finalmente tinha encontrado. Era a avó paterna do garoto, mas o que aconteceu a seguir nem eu nem ninguém da equipe esperava.

Assim que a pediatra responsável acabou de informar o estado em que o bebê se encontrava, a senhora riu sem humor e disse que ela nunca tinha aceitado o casamento do filho com aquela mulher e não seria agora que ela aceitaria a criança e que se ele sobrevivesse, ela o colocaria para a adoção, sem dó nenhuma. Nem eu, nem ninguém ali, conseguíamos acreditar nas palavras daquela mulher, era muita crueldade. Acabei perdendo o controle e comecei a berrar com ela, a princípio ninguém me impediu, só fui tirado da sala pelo seu avô, quando falei para ela que eu esperava do fundo da minha alma que ela sofresse muito e morresse sozinha, sem ninguém ao seu lado. Não me orgulho disso, mas na hora fiquei tão nervoso que fiquei fora de mim.”

— Mas papai o bebê não tinha mais ninguém? Nenhum tio, os outros avós? Sei lá. – Perguntei interrompendo meu pai, eu não conseguia acreditar como alguém podia ser tão ruim a ponto de abandonar um bebê na U.T.I. Agora eu conseguia entender o porquê meu pai estava tão nervoso há uns dias. Era algo desumano o que aquela mulher tinha feito.

— Infelizmente não, a assistente social foi atrás e descobriu que a mãe do bebê era filha única e os pais tinham morrido muito tempo atrás. Já o pai do bebê só tinha a mãe. O que nos fez deduzir que por esse motivo ela odiava a mãe do bebê. A mulher era um monstro.

— Filha, eu queria te pedir desculpas. – Meu pai disse me abraçando mais forte contra o seu peito.

— Pelo o que, papai? – Perguntei sem entender o seu pedido de desculpas.

— Por essas semanas que eu não dei atenção nem para você nem para a sua mãe. Eu de certa forma me senti responsável pelo bebê, eu não conseguia imaginar ele lá sozinho e sem ninguém, apesar dos enfermeiros e médicos não é a mesma coisa, bebês no estado dele precisam de atenção, amor, carinho. Eu me lembrei do seu irmão também. E fiquei com medo ou sei lá o que de contar para a sua mãe. Eu já estava mal, imagine ela e eu acabei trazendo os problemas do hospital para casa e deu no que deu. Por isso meu anjo, eu queria me desculpar.

— Pai, você não precisa se desculpar, como diria a vovó foi por uma causa nobre. – Meu pai riu e beijou a ponta do meu nariz. – E como o bebê está agora?

— Apesar de todas as complicações ele é forte e está lutando, mas seu estado ainda não é bom.

— Mas e depois papai? Quando ele estiver curado, como vai ser? Ele vai para um orfanato? – Perguntei meio chorosa, apesar de só ouvir falar dele, eu já sentia um enorme carinho por aquele neném.

— Era exatamente onde eu queria chegar, meu anjo. – Meu pai disse mais sério agora. Eu levei a sua mãe para conhecer o bebê hoje. – Ele disse calmo, mas ao mesmo tempo estudando meu rosto.

— Então foi por isso que ela chegou daquele jeito hoje? – As peças do quebra cabeça começaram a se encaixar na minha cabeça.

— Exatamente, ela de certa forma voltou no tempo, foi como se ela estivesse vendo seu irmão, ali – meu pai disse meio triste.

— Mas ela vai ficar bem, né papai? – Perguntei preocupada, eu nunca tinha visto a minha mãe naquele estado.

— Vai sim Liz, eu e ela conversamos bastante e tomamos uma decisão que vai mudar as nossas vidas.

— Papai, não me diga que vocês... – eu estava meio desesperada meu pai nem me deixou terminar de falar. Eu já tinha lágrimas nos olhos.

— Filha, calma vamos conver... – o cortei antes de ele tirar conclusões precipitadas, pelo jeito, ele tinha entendido que eu não queria aquilo.

— EU VOU TER UM IRMÃOZINHO? – Eu virei e passei as pernas pelo quadril dele e abraçando o mais apertado que eu conseguia.

— Eu acho que sim, meu amor. – Agora nós dois chorávamos, mas não eram lágrimas de tristeza e sim alegria. Mas como um estalo eu soltei meu pai e perguntei meio preocupada.

— Mas papai e se demorar? Igual aconteceu com a dinda? – A dinda e o dindo tinham passado por um monte de burocracia, principalmente depois que eles encontraram Ashley e sabiam que era ela. Mas no final, depois de muito tempo deu tudo certo.

— Bom, quando a ideia da adoção passou pela minha cabeça eu pensei a mesma coisa, mas eu fui falar com o seu tio Emmett e ele me deixou mais tranquilo. Ele disse que pelo bebê ter sido abandonado e estar em condições críticas no hospital, um orfanato não teria condições de bancar o tratamento e todas as outras despesas, assim a adoção seria mais rápida, por enquanto pelo menos a guarda provisória dele a gente consegue.

E foi exatamente isso que aconteceu.

Dois meses depois, meus pais tinham a guarda provisória de Erick e depois de mais três meses nós estávamos finalmente levando ele para casa. Nós que escolhemos o nome, juntos. Assim como eu, meus pais estavam radiantes com toda aquela novidade.

A nossa família também estava super animada com a chegada de Erick, mas todos acharam que eu iria sentir ciúmes dele, afinal foram dez anos sendo filha única e extremamente mimada por todos. Mas foi muito pelo contrário, eu sabia que no momento Erick merecia bem mais atenção do que eu, tanto fisicamente, já que apesar de ter tido alta do hospital, a saúde dele era bem frágil ainda, tanto emocionalmente e se dependesse de mim eu mimaria ele até não poder mais.

E sem contar que desde que meus pais tinham adotado Erick, eles não mudaram a forma de me tratar, ou melhor, até mudaram, eles estavam muitos mais carinhosos se é que isso era possível.

E apesar de tudo, meus pais nunca esconderam de Erick que ele era adotado, mesmo porque ele não parecia em nada com nenhum de nós. Minha mãe sempre falava que ele podia não ter nascido da barriga dela, mas o amor que ela sentiu assim que o viu pela primeira vez era indescritível. E que tanto ela como o meu pai amavam ele na mesma intensidade que me amavam.

E Erick realmente nunca ligou de ser adotado, ele sempre brincava, dizendo que ele nasceu Cullen que só demoraram um pouquinho para descobrir. Ele sempre arrancava boas gargalhadas de nós. E eu amava mais que tudo meu irmão.

Flashback Off

Só percebi que chorava quando Erick entrou no meu quarto.

— Ei Liz, por que você está chorando? – Ele perguntou todo preocupado. Nossa relação era assim, um sempre preocupado com o outro. Raramente a gente brigava, mas quando isso acontecia, nós ficávamos no máximo duas horas sem se falar, logo a gente fazia as pazes de novo e tudo voltava ao normal.

— Sei lá, é que eu vou sentir muita falta de vocês.

— Eu também vou sentir muito a sua falta! – Ele veio até mim e me abraçou.

— E a mamãe, se acalmou? – Hoje iria ser o dia mais difícil, minha mãe estava chorando desde manhã.

— Papai conseguiu acalmar ela, mas pode ter certeza de que assim que você subir naquele avião ela vai desabar de novo. E se prepara porque com certeza, nos primeiros meses ela vai te ligar de dez em dez minutos. – Ele disse rindo.

— Erick, me promete uma coisa? – Perguntei mais séria agora.

— O que você quiser.

— Promete, que você e o papai vão cuidar bem da mamãe? – Ele me abraçou mais uma vez.

— Prometo, promessa de dedinho. – Disse entrelaçando nossos dedos.

— E que vocês não vão deixá-la louca? Afinal agora é você é o papai. Ela vai estar em desvantagem. – Eu disse rindo.

— Tá bom, mas essa segunda parte do acordo eu só irei cumprir se você me prometer que não vai demorar para voltar.

— Mas eu nem fui ainda? – Malditas lágrimas já transbordavam pelos meus olhos.

— Mas eu sei que assim que você entrar naquele avião eu vou sentir muito a sua falta. A casa não vai ser mais a mesma sem você! – Eu abracei Erick bem apertado e não consegui mais segurar o choro. Eu sabia que estava indo realizar o meu sonho e que eu voltaria, mas ainda assim a dor que eu sentia por estar deixando minha família e mesmo sendo por um tempo era muito grande.

— Prometo. – Eu ainda estava abraçada com Erick quando meu pai entrou no meu quarto.

— Tudo bem por aqui? – Ele perguntou cauteloso.

— Tudo sim, pai. – Eu disse respirando fundo e enxugando minhas lágrimas.

— Suas coisas já estão todas prontas, princesa? A gente não pode demorar ou você vai perder o voo.

— Estão sim, papai. – Eu disse apontado para as malas no canto do quarto.

— Erick, vai ver se sua mãe já está pronta, por favor? – Meu pai disse entrando no quarto.

— Ok! – Ele me deu um beijo estalado na bochecha e saiu do quarto.

— Está tudo bem, mesmo? – Meu pai foi se aproximando de mim.

— Eu acho que sim, é só que eu vou sentir muita falta de vocês. – Abracei meu pai.

— Nossa, desse jeito até parece que você está indo para a guerra e não para a faculdade. Ainda está em tempo de você desistir. – Ele disse divertido. – Filha, são cinco anos e a gente não vai ficar todo esse tempo sem se ver Liz. Sempre que der a gente pode ir até você ou você vir até a gente, sem contar os feriados prolongados e as férias. Não precisa se preocupar. Você está se mudando de estado, não de país! 

— Sério, papai? - Minha voz estava embargada pelo choro. Outros adolescentes na mesma situação que eu, estariam adorando sair de casa, morar longe dos pais. Mas comigo era diferente, eu nunca tive problemas com eles, muito pelo contrário e os amava demais, por isso o choro.

— Seríssimo, princesa. – Ele disse me apertando mais no seu abraço. Ainda ficamos um tempo assim, até a minha mãe aparecer no quarto, ela tentava a todo custo manter a calma, mas eu podia ver que era tudo fachada. Sem contar que como eu, ela estava toda inchada de tanto chorar. - Acho que vocês duas precisam de um tempinho a sós. - Mamãe olhou para ele e assentiu. 

Ela sentou de frente para mim e segurou minha mão.

— Eu estou tão orgulhosa de você, filha. Eu sei que eu acabei fazendo um pouco de drama. - Ela riu e eu também. - Mas não quero que você fiquei com a impressão de que eu não estou feliz por você estar indo, muito pelo contrário, seu sonho é o meu também. Desde o inicio, eu sabia que você conseguiria essa vaga, você sempre foi uma lutadora, desde a minha barriga! - Nos abraçamos.

— Muito obrigada mamãe, eu te amo tanto! Tenho tanta sorte, de vocês serem os meus pais! - Aquelas palavras não poderiam ser mais verdadeiras. 

— Você e seu irmão sempre foram e sempre serão nosso orgulho, Liz! - Desabei a chorar, dessa vez de alívio. - E eu vou querer saber de tudo hein, mocinha! - Minha mãe disse divertida.

— Prometo, mamãe. Promessa de dedinho! - Voltamos a nos abraçar, dessa vez rindo.

...

O dia passou tão rápido que quando vi já estávamos no caminho do aeroporto. Erick foi na frente e eu e mamãe atrás abraçadas.

Quando nós chegamos lá, toda a minha família me esperava. Abracei cada um e a essa altura eu não conseguia mais parar de chorar.

Depois de conversar e me despedir de cada um, fiquei abraçada com meus pais e Erick até anunciarem meu voo.

A pior parte foi me despedir deles, todos choravam sem exceção. Quando a última chamada foi feita eu tive que ir de vez, abracei minha família mais uma vez.

Entrei no avião chorando ainda, de felicidade e de saudade. A partir daqui eu seguiria a minha vida com os meus próprios pés.


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Notas finais do capítulo

Acabou *chora* Bom eu queria começar agradecendo Mariana Rago, Fernanda Araujo e Amanda Alvarez, sem elas eu não teria postando a fic aqui. A todas as minhas leitoras que estão comigo desde o começo mandando reveiew's e me apoiando, e todas aquelas que mesmo nao mandando review acompanharam a fic! MUITO OBRIGADO MESMO! Bem é isso! Mais uma vez muito obrigado a todas vocês e me digam o que acharam! Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeijos no core de cada uma!