O Esquecido escrita por NinaDeane


Capítulo 9
Revoltados




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          Eu e minha irmã ficamos na praia por mais algum tempo, até que ouvimos o sinal do almoço. Eram duas horas da tarde e os campistas estavam esperando que voltássemos de nossa missão para almoçarem. Relutantemente, eu e Megan fomos para nossa mesa e almoçamos. Ficamos quietos e eu pude perceber traços de preocupação e  cansaço no rosto de minha irmãzinha. Não estava sendo um bom dia.

         ̶ Percy, não estou me sentindo muito bem. Vou para o chalé dormir um pouco, está bem? ̶ perguntou ela, parecendo um pouco tonta.

        ̶ Está bem. Te acordo se algo importante acontecer ̶ eu esbocei um sorriso cansado.

         Megan se levantou e saiu andando na direção dos chalés, me deixando sozinho. Coloquei a cabeça nas mãos e fechei os olhos, mas alguém chamou meu nome.

           ̶ Percy?

           ̶ Oi, Jenna ̶ eu levantei a cabeça e sorri.

           ̶ Está tudo bem? ̶ perguntou a filha de Atena em um tom preocupado.

           ̶ Hã... Sim, só estou um pouco cansado da missão.

           ̶ Está cansado demais para treinar esgrima? ̶ sorriu Jenna.

           ̶ Nem um pouco ̶ eu disse, de repente me sentindo mais forte.

          Eu me levantei e fomos para a arena. Jenna lutava muito bem, mas eu não iria deixar que ela ganhasse. Lutamos ferozmente por trinta minutos, até que consegui tirar a espada de sua mão.

           ̶ Nada mal, Percy ̶ ela sorriu ̶ Quer ir tomar alguma coisa e ir treinar arco e flecha?

         ̶ Pode ser ̶ eu sorri de volta. Enquanto estava com Jenna, me sentia melhor e um pouco mais forte. Parecia que sua voz doce fizesse meu cansaço desaparecer. Quando ela me olhava com aqueles olhos cinza penetrantes, eu me sentia feliz. Ao ver ela se movendo graciosamente enquanto lutávamos, eu me sentia excitado, como se meu coração estivesse, de repente, batendo mais forte.

           Caminhamos até o refeitório e tomamos duas limonadas. Depois fomos para a floresta, treinar um pouco de arco e flecha. Chegamos até uma clareira cercada de árvores muito altas, perfeitas para servirem de alvo. Estava um dia lindo. Os raios de sol penetravam no escuro da floresta, projetando sombras verdes. O céu estava completamente limpo, não havia uma nuvem sequer. A temperatura estava agradável e uma pequena brisa soprava. O sol iluminava os cabelos de Jenna de um modo que pareciam fios de ouro. Se não fosse pela missão, aquele teria sido um dia perfeito. Cada um pegou um arco e começamos a marcar alvos nas árvores. Eu não sou muito bom em arco e flecha, afinal, não sou um filho de Apolo. Mas a filha de Atena era. Ela acertava cada alvo marcado, enquanto minhas flechas atingiam o chão ou a árvore ao lado.

             ̶ Percy, tente levantar mais o braço e alinhar a mão e o ombro ̶ riu ela ̶ Assim você vai parar de acertar o que não deve.

             ̶ Estou cansado ̶ eu disse, sentando na grama ̶ Podemos parar por hoje?

             ̶ Sim. Mas lembre-se, senhor Percy Jackson, que amanhã vamos treinar esgrima de novo ̶ respondeu ela, sorrindo.

             ̶ Está bem, senhorita Jenna Brooks ̶ eu disse, me levantando e me afastando na direção dos chalés ̶ Te vejo amanhã!

             Então decidi ver como Megan estava se sentindo. A caminho do chalé, avistei Nico, e ele não estava sozinho. Sua acompanhante era uma menina de cabelos longos e negros, roupas pretas e olhos castanho-escuros. Eu já havia a visto em algum lugar. Me escondi para que não me vissem e continuei a andar. Ao chagar no chalé, encontrei minha irmã sentada na cama, com um olhar preocupado e assustado, segurando um envelope azul marinho.

                  ̶ Percy, leia isto ̶ ela disse soluçando, me entregando o envelope.

                 Dentro dele estava um papel azul claro, e nele estava escrito:

             Queridos Percy e Megan,

Se desobedecerem minhas ordens, como disseram em nosso último breve encontro sofrerão as consequências. E aviso de antemão que não serão boas. Sou rígido e deixei claro que não deveriam falar com Annabeth. Darei-lhes apenas uma chance de desistir de tal irrelevante revolta, e não perdoarei seus atos. Não queiram despertar minha ira. Foi por demando de Atena que eu impus tal decreto. A garota não mais atrapalhará suas vidas e confundirá seus sentimentos. Ela já causou estragos demais e não a aceitarei de volta. Portanto, decidam-se e mandem uma carta informando-me de tal decisão.

   Severamente,

               Poseidon.

                     ̶ Acho que deveríamos mandar a carta logo. Afinal, já tomei minha decisão e não irei parar de falar com Annabeth ̶ disse minha irmã.

                     ̶ Eu tomei a mesma decisão e sugiro que comecemos a escrever a carta agora ̶ eu disse, sério ̶ O quanto antes mandarmos melhor.

                    Megan concordou com a cabeça e pegou uma folha de papel branca. Começamos a debater sobre o que iríamos escrever e depois de uma longa hora a carta estava pronta. Tentamos fazê-la a mais formal possível, mas não conseguimos um resultado muito bom. A carta dizia:

     Poseidon,

            Avisamos que ainda não mudamos de ideia. O decreto de senhora Atena não nos incomoda, portanto não nos importamos com qualquer castigo que seja aplicado sobre nós. Que venham as ondas e os ventos, mas ninguém, nem mesmo o decreto dos deuses, nos impedirá de conversar e conviver com Annabeth Chase. Pai, a injustiça presente em tal proibição é grande e objetamos em seguir suas instruções. Annabeth, além de salvar minha vida, salvou a de Megan também. Ela é uma grande amiga, e sem sua companhia não ficaríamos nem um pouco felizes.

                 Atenciosamente,

                                          Perseu Jackson e Megan Jones.

                             ̶ Pronto ̶ eu disse, ao colocar a carta em uma garrafa de vidro vazia ̶ agora só precisamos de um transporte para levar a carta.

                            Fomos até a praia e paramos na beira do mar. Eu me concentrei e logo um golfinho apareceu no mar.

                             ̶ Entregue isto a Poseidon ̶ eu disse, entregando a garrafa ao golfinho.

                            O animal deu uma espécie de guincho e saiu nadando com a garrafa na boca. Eu e Megan começamos a andar na direção dos chalés, até que minha irmã viu alguém ao longe e saiu correndo, e a eu segui até que a vi abraçando uma menina de camisa preta e jaqueta prateada. Era Thalia, que, para a minha surpresa, sorriu a abraçou minha irmã com força.


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Notas finais do capítulo

Reviews?*--*



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