Brennan olhava seriamente para Booth, pondo vagarosamente sua bolsa no chão.

- Bones... - Ele sussurrou.

Booth encarou o olhar ansioso de Brennan. Soltou a respiração e deu alguns passos até ela.

- Tem certeza? – Perguntou.

Ela apenas sorriu. Ele envolveu sua cintura com um braço e com o outro afastou a franja dos olhos dela. Ela os fechou ao toque de Booth, aumentando seu sorriso. Ela abriu a boca para falar alguma coisa, mas ele pressionou seu polegar contra seus lábios, a impedindo.

- Não fale.

Ela abriu os olhos e foi a vez dele sorrir. Ela o acompanhou, agora sentindo a respiração de Booth lhe acariciar a face. Ele pôs sua mão na nuca de Brennan e a trouxe para si, para um beijo.

***

Brennan abriu os olhos sorrindo. Mas o sorriso desapareceu no momento seguinte. Não estava nos braços de Booth. Não estava finalmente beijando-o. Estava deitada na sua cama em sua casa. Levou os dedos aos lábios e os sentiu frios. Mais uma noite para ser confundida?

Estava tudo perfeitamente normal, como qualquer manhã. Brennan sentou-se na cama e buscou seu celular para olhar a data.

Era segunda feira. Arrumou a franja rapidamente e discou o número de Booth.

- Booth... – Ele pareceu sonolento.

- Booth! Aconteceu de novo!

- Quê? Bones? O que...? Hannah?

- Que aconteceu? – Brennan conseguiu ouvir Hannah falar.

- Err, espere aí Hannah. – Pausa – Bones? Espere também.

- Okay.

Houve barulho de passos seguidos por algumas portas batendo.

- Meu Deus, Bones, o que foi isso?

- É segunda feira! O que aconteceu?

- A segunda feira que perdemos?

- Acho que sim.

- Pelo menos sabemos como isso vai acabar...

- Não Booth. Temos que descobrir o que aconteceu. Isso não é normal.

- Hannah está na minha cama! Você não imagina o quão estranho é isso quando a última lembrança que tenho é de ter lhe beijado.

- Booth, eu estava pensando...

- Ah não, nem comece.

- Mas...

- Olha, eu tenho que te contar uma coisa.

- Fale.

- Parker me falou que desejou que ficássemos juntos, por uma única noite, no aniversário.

- E...?

- Não foi isso que aconteceu?

- Ah, quer que eu acredite que isso é verdade?

- Tens explicação melhor?

- Se fosse verdade, então meus sentimentos e os seus são falsos, e nosso relacionamento seria uma mentira.

- Okay, se é assim, eu não acredito em Parker.

- E Hannah? O que vai fazer com ela?

- Ah, não sei. Não quero que ela vá pra casa de Angela novamente.

- Booth?

- O quê?

- E se for verdade?

- O quê? – Ele repetiu.

- O pedido de Parker... E se eu não te amar? Nem sei o que é amor!

- Você é quem tem que saber disso, não? – Booth olhou para trás, ouvindo o barulho da porta se abrindo – Tenho que desligar!

- O que é amor para você?!

- Bones! Tenho que desligar! – Booth.

- O que está acontecendo? – Hannah.

- Booth! – Brennan.

E ele desliga.

- Booth?

- Problemas, Hannah. Tenho que sair.

- Assassinato?

- Não. – Booth parou, pensando no que tinha escutado sobre o assassinato daquela segunda feira misteriosa – Mas algo me diz que teremos um.

- Sempre tem. – Ela sorriu jogando seus cachos para as costas. – Boa sorte.

- Obrigado.

Brennan olhou confusa para o celular. Tudo tinha voltado a ser como era antes. Pensou por um instante no que faria com essa oportunidade de concertar seus erros. Entre sua lista estava evitar a separação de Booth e Hannah. Estava tudo bem assim, ela não deveria atribuir discórdia àquela relação só porque o amava. Apesar, agora ele amava Hannah, não fazia sentido forçar algo que não pode existir.

Pensou que se tivesse essa oportunidade de reviver um dia de sua vida, em qual voltaria. Pensou no dia que conheceu Booth. No dia que Zack explodiu as mãos. Não teve como evitar lembrar o dia em que descobriram o tumor cerebral de Booth. Mas ficou pensando no dia em que ele se declarara para ela. Tinha passado, não havia como voltar.

Porém, sua prioridade agora era evitar o assassinato de um professor de Matemática chamado Mark Shoulder.