Bloody Bones escrita por Bea


Capítulo 7
Capítulo 7




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A insegurança de Booth o dominava quando abriu a porta. Olhou para a câmera e imaginou alguém os vendo do outro lado. Foi obrigado a seguir em frente quando Brennan o empurrou com uma maca. Ele a deixou passar e fechou a porta.

- Tens certeza, Brennan? – Ele perguntou apontando para a câmera repetidas vezes.

- Absoluta. Esse lado nunca foi o mais protegido do Jeffersonian, Sweets dará conta de nos deixar aqui por uns... dez minutos. – Olhou para o relógio de parede e assentiu – Não vai ser o suficiente, mas nos vai dar tempo para por ele ali e sairmos. Ajude-me aqui.

- Foi mal, Sully.. –Sussurrou Booth para o cadáver na maca.

Dois guardas do bloco F estavam olhando fixamente para uma câmera junto à Sweets. Na câmera, estava um casal conversando. Não havia áudio, e por isso, tentavam adivinhar o que falavam.

- Acho que ele que pegar ela – Disse o primeiro apontando para o cara.

- Ele é casado, maluco. Ta vendo a aliança? – O segundo apontou também.

- Não dá para ver... Você andou olhando ele mais de perto? Que nojo Luke.

- Os dois são casados – Esclareceu Sweets rindo e aproximando o rosto da tela – Hodgins e Angela são casados, mas ela parece estar revendo isso.

- Como sabe?

- Olhe os ombros dela. Rígidos e levemente inclinados na direção dele: Indecisão. – Sweets tentou passar segurança enquanto mentia.

- Isso me parece interesse...

- Quem é o psicólogo aqui?

- Eu fiz dois semestres de Psicologia! – Disse o segundo orgulhoso – E eu entendo bastante desses gestos do corpo e concordo com o doutor.

- Obrigado.

- Eu poderia tentar descrever o que eles provavelmente estão fazendo e o doutor diz se está certo?

Sweets assentiu. A brincadeira de adivinhar o que Hodgins e Angela estavam fazendo manteria os dois guardas o mais longe o possível da câmera da sala onde Booth e Brennan estavam por tempo suficiente. Era o que ele desejava, pelo menos.

Brennan convenceu Booth que pôr Sully no aparelho de limpar os ossos do Jeffersonian era a melhor alternativa. Rápida e prática. O agente demorou a aceitar, apenas o fez quando estavam prestes a perder Zack de ‘vista’.

Agora sem roupas, Sully parecia ser feito de cera. As pontas de seus cabelos foram a primeira parte a começar a desaparecer.

O casal não tinha tempo, tinham que descobrir um modo de viver o mais normal possível. E Zack Addy sabia como.

Zack estava sentado em um banco abandonada em uma praça igualmente abandonada. O vendo batia nas árvores, trazendo o cheiro de sangue dos humanos das casas próximas. Ele definitivamente não suportava mais essa condição. Tinha apenas duas opções. A primeira incluía a morte, e fora descartada de imediatamente. A segunda envolvia Brennan, e consequentemente Booth. Não gostava de envolver quem um dia lhe deu apoio e amizade acima de tudo, mas era o único modo de se ver livre dessa ‘vida’. E iria até o fim.

Espreguiçou-se trancando a respiração e fechando os olhos. Brennan o localizaria facilmente. E ela o faria. Zack riu por um segundo da história que contara para o casal. As Exceções...

Do estacionamento Brennan conseguia perceber a agitação das pessoas pelo bloco F do Jeffersonian. Ela e Booth entraram rápido no carro e saíram em disparada. Em pouco tempo, estavam distante o bastante do local e já poderiam seguir seu objetivo. Brennan fechou os olhos e algo lhe disse onde Zack estava. Não conseguia explicar, apenas sabia a localização dele.

- Sei onde ele está.

- Está nos esperando?

- Eu apenas sei onde ele está. – Brennan o fitou impaciente – Acha que ele vai pedir algo em troca pela informação?

- Não sei, só sei que temos que descobrir o que é...

- O que você acha que é?

- Não sei. – Booth prendeu a respiração por um segundo – Me fale onde ele está e iremos descobrir.

- Tree Lake Park.

- Que gosto ruim, senhor...

Jogado no banco de trás do carro, o celular de Booth vibrava sem parar. Brennan conseguia saber a localização de Zack, mas não conseguia ouvir barulho que o celular fazia. Booth, concentrado de mais em ir o mais rápido possível, porém sem infringir nenhuma lei de trânsito, e chegar ao Tree Lake Park para no mínimo acertar seu amigo de espécie com sua direita.

Sweets deixou cair o celular no chão ao ouvir mais uma batida contra a porta. O visor trincou e a bateria escorregou para baixo de um armário.

- Não moveu em nada!

Gritou ele para os dois guardas que estavam do lado de fora tentando abrir a porta. Ao sinal do alarme, disparado pela passagem de Brennan e Booth pelo local onde deixaram o corpo de Sully, os dois guardas saíram correndo, sob influência de Sweets. Uma vez os dois fora da sala, o psicólogo trancou a porta e empurrou um armário para trancar a passagem, alegando depois que a posta estava emperrada.

Em um momento de pânico, queria saber onde o casal estava para saber se todo esse trabalho estaria sendo em vão ou não.

Agora, sem celular, não sabia o que fazer. Sua lógica dizia que deveria dar um fim nas fitas de gravação de segurança. Porém, sem fitas mais se era usada, provavelmente era feito um backup automático em algum lugar. Sweets sabia quem procurar, mas se usasse o sistema telefônico da sala, poderia ser obvio de mais.

Sentou-se na cadeira e pôs a cabeça nas mãos, amaldiçoando o primogênito dos vampiros.

Os pneus foram nada silenciosos ao estacionar a Hilux de Booth próximo ao Tree Lake Park. Ambos desceram ao mesmo tempo, buscando um norte. Brennan apontou para uma direção.

- Teremos que ir andando.

- Tudo bem – Brennan respirou fundo uma vez – Não estamos muito longe.

- Bren... Só uma coisa...

- Que foi? – Ela estreitou os olhos para Booth por um segundo, porém sua expressão mudou totalmente no seguinte – Espere. Você não me chama de Bren.. Digo, você não me chamou de Bones.

- Claro que não! Eu sempre te chamo de Bones.

- Eu tenho certeza!

- V’ambora BO-NES.

- Espera! Se algo acontecer lá... – Brennan pôs uma mão sobre o ombro de Booth e ele parou – Se algo acontecer lá... Bem, que queria saber antes o que aconteceu para você não me chamar mais de Bones.

- Olha só. – Começou Booth com calma chegando perto dela – Se eu não estou te chamando de Bones, não é porque eu queira. Acho que é porque e tudo mudou, a vida mudou, nós mudamos. Mas não importa, por favor Bones, preste atenção: Eu te amo e não vou deixar que nada nos aconteça.

- Do que você...?

- Eu sei o que está pensando. Acha que estou mudando e talvez Zack também tenha mudado. Isso pode ser nossa salvação e nossa armadilha. Te chamei de Brennan não por querer e talvez o nosso squint queira fazer mal para nós sem perceber também. Não é isso?

Brennan não tinha muito tempo para pensar. Na realidade, o tempo foi curto, mas sua mente trabalhou muito, pensou muito. Ele estava certo, novamente. Se fosse uma armadilha, o perderia. Tinha demorado tanto tempo para perceber o quando ela a compreendia, o quanto ele a complementava...

- Não quero ir.

- Quê? Bones, eu juro que vou te chamar de Bones sempre.

- Não quero ir. Não tenho motivos para ir.

- Tem, é claro que você tem! Nós! Nós somos o motivo!

- Nós somos o motivo para não irmos. Não quero que dê errado.

- Quando alguma coisa que fizemos deu errado? Diga! No final tudo sempre dá certo!

- Você parece Maquiavel ao falar isso, como se os fins justificam os meios.

- Não estou dizendo que os fins justificam os meios, mas que o fim sempre é bom, pois nós somos o meio.

- Então vamos embora. – Brennan deu um passo e segurou uma mão de Booth – Não precisamos saber o que Zack vai falar. Somos melhor que isso. Eu tenho uma mente altamente avançada e você um emocional incomparável. Não precisamos saber de nada. Sem riscos.

- Sem risco?

- Sim, apenas eu e você. E essa sede, mas isso é um detalhe... Nós somos o resultado da equação.

Ele ia aceitar. Prendia a respiração por alguns segundos antes de fugir. Zack não poderia deixar isso acontecer. Correu o mais rápido que pode, e isso era realmente muito rápido. Parou logo atrás de Booth, pondo uma mão sobre seu ombro.

- Agente Booth. Drª Brennan.

- Zack. – Disse o casal ao mesmo tempo.

- Já estavam indo?

- Sim. – Brennan.

- Não. – Booth.

- Ainda bem que ficaram. Nós poderíamos ir ao parque caminhando. Eu já poderia contar um pouco do que vocês vêm procurando.

- Você sabia que viríamos?

- Sim, Drª. Brennan. Eu sabia...

- E isso é uma armadilha.

- Depende do ponto de vista. Eu quero que todos saiam com vantagem, Drª Brennan.

- Contando que você seja o mais beneficiado.

- Isso foi grosseiro, Agente Booth.

- Estou apenas retribuindo. E vamos conversar aqui. O que você sabe? Sobre a Brennan-Bones?

- Ela é diferente de nós.

- Não estou brincando! – Booth pegou Zack pela gola da camiseta agressivamente – POR QUE ela é diferente?

- Ela tomou o sangue do seu criador, e o matou. – Zack falou rápido e apreensivo – Se ela seguir a linhagem, acho que mais uns dois ou três, o feitiço será desfeito. Há uma mudança a cada morte de um antecessor.

- No que isso te ajuda? – Booth o soltou e se pôs ao lado de Brennan.

- Comprovação. Vocês juntos têm mais chance de continuar com o processo. E Brennan se salvaria. Com Brennan salva, você também se salva, Agente Booth.

- Acredita nele, Brennan?

- Bones. - Ela corrigiu.

- Acredita nele, Bones?

- Não sei... Como iremos descobrir quem foi que o transformou? Nem sabemos quem ele é.

- Uma vez éramos a melhor equipe forense dos Estados Unidos. – Lembrou Zack – Com ou sem mim, vocês podem descobrir tudo isso só através do corpo.

-Sweets? Que diabos está fazendo aí?

Sweets levantou a cabeça sem acreditar no que ouvia. Angela Montenegro. Ela saberia o que fazer. Devagar afastou o que impedia de que a porta abrisse. Pegou a bateria do celular. Agora não importava mais impedir que eles entrem ou não, Angela estava ali e isso era o que ele precisava.

Abriram a porta e Sweets saiu antes que qualquer um fizesse qualquer coisa.

- Angela, precisamos ajudar Brennan e Booth.


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