Bloody Bones escrita por Bea


Capítulo 16
Capítulo 16




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- Booth! Booth! – Brennan parou por um segundo tentando recuperar as forças – Booth me ajuda! Estamos morrendo!

E Booth corria. A voz de Brennan ecoava na sua mente e ele a via no final da rua.

- BONES! – Ele respondeu com desespero – ESTOU INDO!

- Booth! É tarde de mais!

Booth finalmente chegou e ergueu alguns segundos uma Brennan caída. Lágrimas caíam sem vergonha do rosto do ex-agente. Brennan abriu os olhos e ergueu uma mão, que estava suja de sangue.

- Booth, eu matei nossa criança...

- Não! Não! Vai ficar tudo bem, okay? – Ele apertou a mão de Brennan contra seu rosto - Eu voltei, estou com você.

- Não adianta Booth, estamos mortos...

- Não! Vocês não estão! Estou com vocês!

- Eu matei nossa criança... Brennan piscou rapidamente seus grandes olhos claros e lágrimas correram. Faltou ar à antropóloga, e então depois a vida.

Booth apertou Brennan contra seu corpo, sem acreditar no que estava acontecendo.

- Vocês não podem lutar contra isso. – Booth se virou para ver quem tinha falado.

- Zack?

- Não tinham a mínima chance. Amor não compensa os fatos...

- Vocês... Você está morto!

- Sou uma parte de você agora. A parte de você que busca um vampiro para ser cobaia de um experimento. Não lhe parece familiar?

- Não estou fazendo o mesmo que você.

- Está sim. – Zack sorri, meio maligno, e depois olha para o lado. – Não acha Hodgins?

- Perdi o nascimento dos meus filhos por sua causa.

- Hodgins, falávamos da vida de Brennan!

- Sim, eu a salvei e agora você a perdeu. Do que tudo isso valeu a pena?

Booth não conseguia falar, então o silêncio reinou. Hodgins virou-se para Zack.

- Que tal matá-lo?

- O prazer é todo meu.

Booth acordou e estava encharcado de suor. Tivera outro pesadelo com a morte de Brennan. Ele estava deitado em uma cama enxuta de um albergue em alguma cidade de Tennessee. Não sabia quais estradas tinha pegado até chegar lá e tinha uma leve impressão de quanto tempo estava fora. O único momento em que se ligava ao mundo era quando ligava para a casa dos Hodgins.

Booth tremia sutilmente enquanto ouvia os toques e aguardava alguém atender o telefone.

- Casa dos Hodgins, aqui é Joannie.

- Hey, queria falar com Jack.

- Quem gostaria?

- Seeley.

Foi estranho pedir para falar com alguém que acabara de tentar matá-lo em sonho. Todo seu passado como sniper hoje fez de Booth um homem mais controlado.

- Booth! E aí cara?

- Como estão todos? Brennan?

- Booth! – Era Angela – Hey, meus filhos estão mandando oi.

Booth apenas deu uma risadinha.

- Quer falar com Brennan, né?

Novamente Booth optou pelo silêncio. Houve passos e barulho de portas. Em seguida a voz de Brennan.

- Booth!

- Hey, Bones? Como estão.

- Vivos... O que não significa diretamente que estamos bem, certo?

- Temos quanto tempo?

- Pouco, Booth. Você está há um mês fora e não encontrou ninguém que valesse a pena.

- Bones, acho que vou voltar...

- E nosso filho?

- Não posso fazer isso. Estou matando vocês dois.

- Mas se vier, não poderá fazer nada.

- Podem testar em mim.

- Booth. – Brennan foi severa em sua voz. – Sonhos são só sonhos.

- Do que você...?

- Você sonhou novamente com minha morte.

Booth calou-se.

Brennan desligou o telefone e pôs ao lado da cama.

- Como ele está? – Perguntou Angela.

- Bem. Vivo.

- Drª Brennan, – Sweets, que agora passava um tempo considerável na casa dos Hodgins, levantou-se e sentou na beirada da cama. – Booth está muito perturbado?

- Um pouco, não sei. Existem pessoas perturbadas que simplesmente não aparentam estar, você me entende?

- Angela, pode nos dar licença?

Angela analisou Sweets por alguns segundos e depois saiu.

- Temperance. – Ele usou o primeiro nome da antropóloga e isso soou estranho pra os dois. – Booth quer achar uma solução, mas ele não vai fazer.

- Eu tenho que escolher entre a minha vida e a do Booth. É um absurdo, mas eu não vou escolher ficar viva sem que esta criança também esteja.

- E vai morrer sem ao menos ver Booth?

- Eu não vou morrer, Booth vai encontrar...

- Sim, você vai. – Sweets a interrompeu – Não tente se enganar, isso nunca foi do seu perfil. São os fatos. Vocês têm poucos dias. Olhe para você, seu rosto magro e pálido, seus cabelos caindo... Hodgins não é médico e já fez um milagre por você. Ele precisa viver sua vida agora. Ele e Angela têm dois filhos agora.

- Eu estou tentando proteger o meu!

- Você não está. Se tivesse, deixaria que testassem em Booth.

- Ah! Agora tenho que escolher entre Booth e minha criança! Isso é injusto!

- Injusto pois sabe que Booth abriria mão de si. – Sweets fez uma pausa quanto ela absorvia a verdade - Eu quero ajudar vocês.

- Ajudando com a 'psicologia da verdade'? Jogar a verdade na cara?

- Acalme-se.

O psicólogo tinha treina o diálogo na frente do espelho por no mínimo dez vezes. Não fora uma decisão fácil. Mas nessa história, todas as decisões são difíceis, não há espaço para descontos. Seu relacionamento com Daisy estava desmoronando. Era como se os dois não estivessem mais juntos. Uma vontade grande de fazer a diferença nasceu de Lance e ele sabia que podia. Ele sabia. E Hodgins tinha concordado.

- Eu sou o lado o lado negativo de vocês. Vocês não querem meu sangue.

- Não queremos o sangue de Angela ou Hodgins também. É assim com todos que são próximos a nós.

- Mesmo quando você não era assim, lembra? Quando era Angela, Hodgins ou Cam que você queria, você lembra? Eu não. Eu sou o zero.

- Sentimos repulsa ao seu sangue. Você sabe disso.

- Por isso sou o melhor candidato para...

E o telefone toca. Brennan ficou encarando por alguns segundos Sweets antes de atender.

- Casa dos Hodgins.

- Brennan?

- Hey, Booth.

- O que o telefone está fazendo com você?

- Não levaram ainda... O que aconteceu?

- Achei alguém. Chegamos de hoje de madrugada.

O rosto de Brennan se iluminou e Sweets soube exatamente o que tinha acontecido. Ao mesmo tempo em que ficou aliviado por livrar seu pescoço (literalmente), ficou meio decepcionado por ter perdido sua chance de fazer a diferença.

Deixando os dois conversando sozinhos, Sweets saiu da sala.


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Notas finais do capítulo

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