Bloody Bones escrita por Bea


Capítulo 14
Capítulo 14




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/105767/chapter/14

O ar parecia ter pesado de propósito. Booth subiu as escadas correndo e abriu a porta do laboratório com brutalidade. Hodgins não olhou para Booth, mas sabia que era ele.
- SAIA DAQUI SE QUER BRENNAN VIVA!
- ANGELA VAI TER O BEBÊ! - Booth gritou de volta. - FICA COM BRENNAN...
- PARA DE GRITAR, CARAMBA!
- Fica com Bones! - Booth tentou não gritar - Eu vou com Angela.
- São os meus filhos! - Hodgins virou-se rapidamente para trás, enquanto pegava um instrumento - Não posso perder isso.
- Mas você não vai perder seus filhos se eu for! E se for, eu vou perder Brennan!
- HODGINS! - Angela apareceu na porta, mas não passou dali. - Escuta o que o Booth está falando...
- Angela...
- Cuida da Brennan. - Ela disse com a voz fraca. - Booth?
- Vamos.
Ele jogou as duas bolsas das crianças no ombro e ajudou Angela descer as escadas e depois ir para o carro. Angela tinha as duas mãos sobre a barriga. Se tinha contrassões, não dava para perceber, estava aboslutamente concetrada em fazer tudo o mais certo o possível. Booth estava preocupado com o fato de ter que ir ao hospital, muito sangue, muita gente viva, teria que se concentrar ao máximo em Angela.
Ela não demorou para ser atendida. Logo Angela estava numa maca, pronta para fazer a cesariana. Booth estava parado ao lado dela, ainda com as bolsas nos ombros.
- Vai dar tudo certo. - Booth falou apertando a mão de Angela - Fique calma.
- E estou calma - Ela deu uma risadinha - Você é quem está nervoso. Brennan vai ficar bem. Todos nós.
- Obrigado.
- Pelo menos sabe como vai ser na hora que Brennan for ter a criança.
Ele sorriu e apertou novamente a mão dela. Era hora de ela ir. Ele soltou sua mão e observou eles a levaram para a cirurgia.
Hodgins sentou-se na cadeira, ponto a tesoura com a qual acabara de fazer os pontos na barriga de Brennan. Tinha feito mais do que possível, estava surpreso e um tanto orgulhoso de si mesmo. Mas sabia que agora estava feito um estrago enorme e a vida do feto estava por poucos fios e esses fios acabariam em pouco tempo. Não tinha certeza sobre Brennan, mas sabia que sua saúde não estava das mais imaculáveis.
Olhou para suas luvas cobertas de sangue e sentiu-se cupado por tudo. Levantou a cabeça e pensou em Angela, sozinha. Resolveu almentar a dose do remédio de Brennan e ir ao hospital, não poderia fazer mais nada no laboratório.
Booth entregou as bolsas para uma enfermeira que vestiria as crianças após o parto. Porém, ficou com um pequeno ursinho, um elefante roxo, que comprara para a pequena Temperance. Tinha muita história atrás daquele urso. Segurou firme nas mãos e aproximou de seu nariz, onde inspirou seu cheiro, tentando afastar toda aquela dose de sangue de seus pensamentos. O veneno ardia de modo delicioso em sua garganta. Já perdera a conta das vezes que amaldiçoou o que era.
Hodgins pôs a mão em seu ombro e Booth deu um pulo. Depois abraçou o amigo.
- Desculpe cara. - Falou Hodgins batendo duas vezes no ombro de Booth.
- Tudo bem. - Separaram do abraço e sentaram-se - Angela já está na sala cirúrgica. E Brennan?
- Está bem por enquanto. Fiz o melhor que pude, cara, mas não vou mentir para você; estão os dois em perigo.
Booth sabia que Hodgins nunca deixaria Brennan sozinha se ainda pudesse fazer alguma coisa, mas não pode evitar uma pontada de raiva.
- O que aconteceu?
- O que eu utilizava para "isolar" o útero machucou o próprio útero.
- Como se tivesse infectado a criança?
- Não. Ainda não.
- Quanto tempo?
- Três semanas, um mês talvez. Temos que observar agora.
- E esperar ela ser envenenada? Não quero que seja assim.
- Booth. - Ele chegou mais perto falando ainda mais baixo - Se o veneno tomar completamente o feto, ele não vai sobreviver.
Booth apertou ainda mais o elefante nas mãos e depois pressionou contra seu rosto.
- E Brennan?
- Não posso dizer nada sobre ela, por enquanto, desculpe.
- Tudo bem, cara. - Booth estava tentando ser tranquilizador mais consigo do que com Hodgins. - Tem nada que possa fazer?
- Tenho. Mas é arriscado.
- Mais do que esperar?
- Provavelmente. É algo pra começar a extrair o veneno de vocês, como se fosse um tratamento.
- Quanto tempo?
- Cinco dias em você. Dois ou três em Brennan.
- Não dá pra fazer o teste em mim?
- Eu não correria o risco, assim como não posso dar para Brennan sem a certeza.
- Tem como simular?
- Já fiz, mas precisamos dos testes.
- Faça em mim, confio em você.
- Não, você só quer salvar Brennan, e se você quiser, vai ter que achar um outro de vocês que queira tentar ser curado.
Zachary e Temperance não demoraram muito para vir ao mundo. Foram os dois para a encubadora, principalmente por terem nascido apenas com oito meses e uma semana. Angela foi para um quanto particular, onde ficaria por alguns dias. Hodgins foi para o quarto ver sua esposa e Booth mandou lembranças, mas foi para a casa para ver Brennan.
Ela estava deitada, dopada, mas parecia estar simplesmente dormindo. Booth arrastou uma cadeira para perto dela. Levantou a blusa de Brennan e seguiu com os dedos um tubo que saia de uma máquina e entrava próximo no ventre dela. Passou os dedos pelos pontos tentando ser o mais delicado o possível, apesar de saber que ela não sentiria a dor.
Pensou na criança que estava se desenvolvendo ali. Brennan não queria saber o sexo, e Booth respeitava esta posição. Tinha que proteger aquele pequeno ser. Sabia que o tratamento que Hodgins elaborou era a única chance. Algo lhe dizia que seria algo dolorido de mais, mas nada seria comparado a perder Brennan e vagar pelo mundo sozinho

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!