- Você não deveria ter vindo...

- Sou eu quem estou grávida e é você quem reclama? Dá um tempo e me ajuda aqui.

Hodgins ri, afastando um ganho de árvore da frente de Angela para ela passar e finalmente chegarem ao Tree Lake Park. De longe não era como se lembrava. Sete meses se passaram e aquele lugar estava ainda mais abandonado. Os brinquedos estavam com suas madeiras apodrecidas, e apesar da situação que estaria prestes a presenciar, se preocupou em acha um local para sua esposa sentar.

Angela se inclinou um pouco para trás, buscando equilíbrio entre ela e as das crianças de quase sete meses em seu ventre. Hodgins a levou até um balanço para que ela sentasse. Ficou em pé ao lado da esposa, olhando para os lados em busca de Booth e Brennan.

Algo se mexeu atrás do casal, e puderam saber disso pelos barulhos dos galhos sendo afastados. Em poucos instantes estavam Booth e Brennan na frente de seus olhos.

Booth sorriu mais contente do achava que estaria. Brennan deu uma corrida rápida até Angela, que levantou e abraçou a amiga meio sem jeito, por conta da barriga.

- Angela! Olha só como estão grandes seus filhos! Deve ser horrível urinar, não?

- Oh Deus, você mudou nada! – Angela segurou o rosto de Brennan nas mãos, com lágrimas nos olhos – Você não pode desaparecer mais!

- Tínhamos que ir...

Brennan olhou para Booth, que ao lado de Hodgins, observavam as duas amigas. Angela se sentou e Booth olhou para os lados, buscando algo onde pudessem sentar. Avistou um banco cerca de 20 metros do local. Andou até lá e o trouxe, pondo na frente do balanço. Brennan sentou-se e convidou Hodgins para fazer o mesmo.

- Cara, isso é concreto! – Hodgins bateu com os nós dos dedos no banco antes de se sentar – Como fez isso?

- Ah, longa história.

- Estamos aqui para ouvi-los – Disse Angela olhando mais para Hodgins do que para o casal.

- Angela, é um pouco complicado... – Começou Brennan.

- Complicado é fazer xixi grávida de gêmeos.

Booth juntou as mãos sobre as pernas estranhando o comportamento de Angela. Brennan se inclinou para ele e cochichou que era devido ao excesso de hormônios. Hodgins, que estava do outro lado de Booth, se inclinou para ele também, pedindo desculpas. Brennan suspirou.

- Sabemos que encontrou algo diferente no nosso sangue Hodgins.

- Sim, alguma toxina que não possui nenhum registro e mata tudo ao entrar em contato. Não tem como vocês sobreviverem. Simplesmente não tem.

- Estamos vivos. Não posso te explicar como e não sei quem pode ou se alguém pode – Começou Booth – Há pouco mais de sete meses fomos atacados...

- Somos vampiros.

Angela pôs as duas mãos na sua barriga a tentou respirar normalmente. Sua amiga estava ficando louca. Tinha que ajudá-la de algum modo. Olhou para Hodgins, que estava buscando alguma coisa em seu relatório. Booth brigava em voz baixa com Brennan, por ela ser não ‘insensível’. Angela teve que rir com isso, e isso a acalmou.

- Vocês não mudaram mesmo.

Os três olharam para ela.

- Que foi? – Perguntou Angela rindo novamente.

- Isso explicaria algumas coisas. – Falou seu esposo.

Hodgins entregou o relatório para Booth, com uma página marcada. Ele deu uma olhada e passou para Brennan, sem compreender.

- Ele absorve sangue? – Perguntou Brennan, olhando para Hodgins.

- Mas pensei que estava junto com sangue. – Comentou Angela parando de rir.

- Exatamente! Como o sangue dos dois, nada acontece. É como se o outro sangue o fortalecesse, ou algo assim.

- Ora, é por isso que tomamos sangue. – Falou Booth sem perceber. – Er... Desculpe.

- Tomar... Sangue? Oh Deus, isso explica muita coisa. Vocês mataram Sully não? Por sangue?

- Como sabe?

- Sweets comentou algo e fiz a relação, Booth.

- Esperta como sempre, Angela Montenegro.

- Hodgins. – Corrigiu Hodgins.

- Angela... er... Hodgins.

- Obrigada, Agente Booth.

- Só Booth.

- Booth.

- Terminaram? – Brenna perguntou, passando algumas páginas do relatório.

- Que está achando, Drª Brennan?

- Seu trabalho está excepcional, como sempre.

- Será útil?

Brennan abaixou o relatório, fechando-o. Olhou de Hodgins para Angela e por fim para Booth. Seu companheiro assentiu como sinal para que perseguisse. Repassou seu plano simples em mente para que tivesse certeza do que queria.

- Hodgins, - Começou – tenho certeza que consegues isola a toxina, certo?

- Depende, eu não consigo separá-lo do sangue.

- Sim, mas sabe, seu eu quisesse isolar alguma parte do meu copo, você conseguiria? – Brennan resolver perguntar, apesar de saber da resposta.

- Em você sim. Depende de muita coisa. Depende de qual parte e por quanto tempo.

- Hodgins, eu sei que dá. Eu sabia antes vir aqui. Agora lendo seu relatório tenho a confirmação.

- Onde queres chegar?

- Acreditamos que como Booth sente-se humano quando está com Parker, a nossa combinação de Genes traria nosso porto seguro.

- Desculpe Drª Brennan, mas creio que Booth não tem...

- Cara, ta tudo certo comigo okay? – Falou Booth – E eu fiz uma doação de espermas quando a Bones queria ter um filho, lembram?

- Mas Brennan mataria a criança! – Interveio Angela.

- Não, pois sou quase humana. A única coisa que me difere de vocês é que necessito de sangue. Mas não tenho instintos de caça ou qualquer coisa que faça ficar matando as pessoas que nem uma louca. Se eu ficasse sobre os cuidados de Hodgins, sei que dará tudo certo!

- Isso é muito perigoso, Drª Brennan.

- Confiamos em você Hodgins. Se não confiássemos, não teríamos vindo.

- Vai deixar ela fazer isso, Booth?

- Ah Angela, eu tentei, mas se este for o único modo de podermos ficar juntos em Washington com todos, eu tenho que aceitar. – Falou Booth com sinceridade – E eu nunca gostei da Suíça.

- Como não?! – Brennan pareceu chocada – Pensei que adorava!

- Muito frio...

- Mentiroso, você nem sente frio!

- Mas você sente. E eu fico agoniado vendo você passar frio.

Os dois continuaram a discutir, como se o casal Hodgins não estivessem ali. Angela suspirou. Estava feliz, apesar de tudo. Hodgins sorriu para ela pedindo apoio. Ela estendeu a mão e ele pegou. Precisaria de todo apoio para fazer o que Brennan pedira, mas não deixa de fazer.