Tokio In Dancing escrita por lena_lee


Capítulo 9
Sazy... e um uchiha gentil?


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora. Espero atualizar as fics o mais rápido possivel.



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Sazy... e um uchiha gentil?

Sakura continuava a limpar todos os quadros de todas as salas de toda aquela enorme escola. E ela pensou que chegava a ser impossível limpar todos eles até a manha seguinte. O seu pulso estava doendo de tanto usar aquele apagador miserável. Será que nenhum daqueles professores poderiam se dar ao trabalho de apagar a droga das suas anotações? Será que era muito esforço?

Sakura estava frustrada, não só por estar fazendo aquele serviço desgastante, mais também por não conseguir achar um plano bom o suficiente para acabar com aquele Uchiha. Tudo o que ela pensava consistia em dor e sangue. Mas ela tinha que ser mais esperta com isso. Talvez Hinata até a ajudasse com isso. O pior era que tinha esquecido de falar com ela sobre o que o Sasuke tinha feito. Talvez fosse melhor assim, a amiga já estava cheia de problemas para ela acabar colocando mais um na vida dela.

A rosada suspirou forte. Estava exausta e amanhã tinha que acordar bem cedo, tinha trabalho na lanchonete e um monte de riquinho metido para aturar. Queria estar na sua cama quentinha e confortável e também queria um copo de leite bem quentinho, talvez até um bom livro de romance onde a mocinha e o mocinho ficavam juntos para toda a eternidade. Ela achava realmente pura falta de tempo uma pessoa escrever algo tão fora de rumo. E pior ainda era as pessoas acabarem acreditando nesses contos de fadas estúpidos. A única coisa que esses autores escreviam e que eram pura verdade era que os homens eram uns cafajestes que só faziam besteiras e que as mulheres podiam ser burras o suficiente para perdoar cada erro que eles cometiam.

Os devaneios de Sakura pararam quando ela ouviu os relâmpagos do lado de fora da sala que ela estava. E naquele instante ela percebeu que nem a Anko faria ela ficara até aquela hora limpando quadros, tá certo que não eram nem oito e meia mais o dia tinha sido puxado para ela hoje. A lanchonete ocupava metade de toda a disposição que ela tinha de manhã a escola puxava todo o seu entusiasmo mental e as suas clandestinas aulas de dança aumentavam o seu cansaço o suficiente para chegar em casa e se jogar na cama como uma morta viva. E o pior era que nem tinha carona para ir para casa, teria que pegar o ônibus e ir para bem próximo do fim do mundo. Sinceramente não entendia como ela foi morar em um lugar tão longe.

Certo que sua casa não era nada convencional. Na verdade não era nem uma casa, era um trailer, quase no meio do nada. Sua mãe insistia em morar naquele lugar, e olha que ele ficava praticamente no meio do mato. Sinceramente ninguém da sua família tinha um pingo de noção. Seu pai era um cara totalmente Zen, não se importava com nada, deixava a mamãe decidir tudo o que dizia respeito a casa e a mim. A mamãe era uma maluca desvairada, sabe quando você tem certeza que uma pessoa bateu a cabeça quando era bebê, pois é multiplica isso por cem e você consegue achar o tamanho desmedido da loucura dela e depois tem a minha irmã, ela era muito, muito mesmo, atrapalhada, meu Deus, ela não sabia andar nem no meio da rua sem conseguir pisar no pé de alguém. Como eu disse a única normal daquela família sou eu!

O apagador foi parar no chão. E logo Sakura pegou novamente colocando ele no pequeno suporte que tinha do lado do quadro. Depois pegou sua mochila e colocou sobre o ombro. Anko com certeza já devia ter dado no pé o que possibilitava uma fuga mais fácil da rosada que se esgueirava pelos corredores, olhando de um lado para o outro.

Sakura saiu da escola rapidamente, passando pelo porteiro com bastante facilidade já que ele estava vidrado na televisão. Abriu os grandes portões e passou, sentiu o ar de liberdade invadir seus poros e se deixou levar. Deu um giro rápido com um dos pés e deixou as mãos acompanharem o corpo, depois arrastou o pé para o lado e deu um pequeno salto. Acompanhou o som das gostas de chuvas que caiam no cão e no telhado da escola e continuou a dançar. Continuou indo em frente, primeiro um passo, depois quadris pro lado e pro outro, levanta as mãos para o alto colocando pulso com pulso e gira o corpo de novo.

Sakura continuou seguindo levemente o ritmo da música na sua cabeça. Ela deu dois passos, como se estivesse desfilando, depois em um gesto repentino colocou um dos braços na frente depois o outro, mexeu o bumbum pro lado e pro outro dando uma pequena rebolada. Os seus pés agora não tinham controle, simplesmente faziam o que queriam, deixando seu corpo ser guiado somente pelos passos que vinham rapidamente na sua cabeça. A rosada deu mais dois passos pela frente e colocou sua mão na cabeça mexendo um pouco nos cabelos grudados na testa por causa da chuva que caia sem pudor sobre ela, depois foi descendo a mão pelo seu pescoço até parar em cima do seu coração, que batia acelerado por causa da adrenalina.

Jogou as duas mãos para o lado e deu um terceiro giro, parando na primeira rodada, juntou as suas duas mãos, tocando palma com palma, separou um pouco as pernas e deu um pequeno salto, quando parou no chão colocou a mão na cintura e fez o seu corpo ondular, de um lado para o outro. Depois deu um passo para a esquerda e se irou de lado, colocou o seu rosto para frente e moveu os ombros levemente para trás, trazendo, logo após o seu corpo para junto do ombro.

A chuva aumentou, quando parou de se movimentar. E mal se conseguia enxergar as luzes dos postes que deveriam iluminar a rua pela qual ela passava. O seu corpo estava encharcado, assim como sua bolsa e com certeza seu caderno. Droga! Tinha se esquecido dos seus materiais na bolsa agora além de um belo resfriado, também teria que passar toda a matéria a limpo de Hinata, logo depois, claro de explicar a sua loucura para ela. Sakura continuou andando até chegar à solitária parada de ônibus. O seu relógio marcava agora quase nove horas e ela tinha que tirar aquela roupa molhada antes que o seu frio aumentasse.

Isso era o que dava ficar brincando no meio da rua. Sakura se lembrou de um dia que sua irmã mais velha havia ensinado ela a seguir o ritmo da chuva. Para ela a verdadeira música era a natureza, o som dos pássaros, o do vento e naquele dia o som da chuva. Toda vez, sua irmã Sazy, se sentava na varandinha do trailer e via a chuva cair no meio da lona de plástico que protegia sua cabeça até o chão, mesmo que o dia estivesse realmente frio. Um dia Sakura resolveu acompanhar uma das aventuras de Sazy, o que não foi sua surpresa quando acordou com um belo resfriado no dia seguinte. Mas acabou realmente valendo à pena.

“- Da pra parar de bater o pé? – perguntou Sakura assim que se sentou no chão da varanda.

- Não tem com Sakura – disse ela com um sorriso imenso no rosto. – O ritmo me contagia.

- Que ritmo? – perguntou com um olhar desconfiado. – Não tem som nenhum, por aqui! Eu disse que algum dia você ainda ficaria maluca igual a mamãe.

- Sakura, - Sazy olhava para Sakura com um olhar de sabedoria absoluta, o típico olhar que ela recebia quando a irmã mais velha a considerava boba e ingênua. – tudo tem ritmo, tudo tem som, tudo, absolutamente tudo, tem música! Ela esta em todos os locais, e principalmente, esta na paz. No silêncio e na natureza.

Sakura a olhou com um ar de maturidade que fez Sazy sorrir da rosada o que a irritou mais ainda. Nunca entendeu como Sazy conseguia passar subitamente da maluca e destrambelha para uma tão madura que transpassava sabedoria pelo olhar. Sakura sempre sentiu um pequeno ressentimento de ser diferente da irmã, de não conseguir ter a força que ela tinha. Será que aí tava o segredo? No ritmo que ela não conseguia sentir?

- Me ensina, então, como eu sinto esse ritmo. – Sazy esbugalhou os olhos, mas depois sorriu de forma doce para a rosada que parecia mais que disposta a entender o que ela tinha a ensinar.

- Isso não é algo que se aprende Saky... é algo que já se tem.

- Então por que eu não consigo sentir.

- Fecha os olhos, querida. – Sakura prontamente obedeceu. – Agora respire fundo. O que você ouve?

- A sua voz?

- Sem ser a minha voz.

- A chuva batendo na lona, o vento forte, o som abafado da água batendo nas folhas das árvores. A minha respiração.

- Esse é o ritmo!

- Isso não tem ritmo. – falou Sakura irritada, abrindo os olhos.

- Tem sim, - Sazy desceu a pequena escadinha e foi para a chuva, sob o olhar assustado da irmã mais nova – é só você se mover.

Sazy se moveu em um ritmo suave e calmo, mas que ao mesmo tempo parecia uma explosão de entusiasmo. Depois de um tempo começou a girar e a girar, abrindo os braços e os expondo ao vento. Sakura olhava isso abismada, mas mesmo assim, tirou os sapatos que usava e acompanhou a irmã. Abrindo os braços da mesma forma e girando junto com a sua irmã.

Sentiu o vento bater nos seus braços e fechou os olhos, conseguiu ouvir seu coração que estava tão acelerado quanto os rápidos giros que ela dava ao redor do seu próprio corpo. Sentiu seu corpo leve e sua alma livre, era como se nada existisse a não ser ela e o som que somente aparecia na sua cabeça, nos seus pensamentos. Parecia uma conversa com anjos que lhe sussurravam e lhe ditavam o ritmo, criavam passos na sua cabeça e faziam malabarismos com o seu espírito. Naquele momento nada a parava e por alguns instantes pensou que queria ficar assim para sempre. ”

Sakura voltou a si. Sua irmã a ensinou a gostar do que ela mais ama. Ela a ensinou a ouvir o que seu coração dizia e que lá estava a verdadeira música. Por isso nunca estaria sozinha. Sorriu com a lembrança e se lembrou que tinha que compra os bolinhos de Moti.

Saindo da parada de ônibus ela andou até uma pequena vendinha que tinha a duas quadras dali. Entrou na lojinha e pediu meia dúzia dos bolinhos que a irmã amava. Uma senhora de idade avançada a atendeu com um grande sorriso no rosto que a Haruno prontamente retribuiu. Logo depois saiu apressada da loja e seguiu pela mesma rua, onde mais a frente ficava uma parada de ônibus.

A chuva já havia cessado o que permitiu que Sakura ouvisse os passos que vinha pisando o chão molhado. Sentiu seu corpo arrepiar e um pânico entrar no seu corpo. Até sentir um conhecido cheiro de cigarro, e que tinha um agradável cheiro de hortelã. Decidiu olhar sobre os ombros e o qual não foi sua surpresa ao olhar Uchiha Sasuke logo atrás dela, com a típica expressão de tédio, as mãos enfiadas num casaco preto e por baixo uma camisa social branca com os três primeiros botões desabotoados o deixando com um ar tão irresistível quanto sexy.

- Roupinha bonita para entrar em um beco. – falou para ele com o habitual sarcasmo na voz, o qual ele reagiu com frieza.

- Garota bonita para andar em um beco, a essa hora, sozinha. – replicou da mesma forma, e o som que saiu da sua boca a fez se sentir quente, principalmente quando ele disse bonita, o que a fez engolir em seco.

- Nossa eu estou surpresa, mais de três palavras em uma única frase, tá progredindo Uchiha.

- Hn. – Ela revirou os olhos com a nova resposta, ela não conseguia entender como ele sempre a ignorava.

- O que faz aqui? – perguntou ela dessa vez parando e virando para ele. Mas ele nem parou. Continuou andando e ela quase correu para conseguir acompanhá-lo. – Hei, Sasuke? – ele suspirou. – O que tá fazendo aqui?

- Desde quando devo satisfações da minha vida para você?

- Desde quando você começou a me seguir.

- Hn – ele revirou os olhos e apertou o paço. Mas ela continuou o seguindo. – Você é irritante.

- Você fica falando esses Hn’s e eu sou irritante? – perguntou ela segurando a manga do casaco dele que parou fazendo com que ela batesse no braço dele. – Porque você é tão idiota?

- Vai para casa! – ele disse com calma olhando firmemente para os olhos verdes dela.

O ônix que ele a lançou era inexpressivo, mas por mais que lhe transpusesse frieza, ela não queria que ele parasse de olhá-la. Ele a fazia parecer frágil sobre o olhar atento que ele lhe lançava, ela percebia como seus olhos se movimentavam, primeiro para a boca, depois para seu pescoço. E ela sentiu uma incrível necessidade de que ele pusesse as mãos nela e tocasse nos lugares onde agora ele só olhava. Aquilo era diferente, a forma como ele a via era mais intenso do que qualquer toque de qualquer outro garoto. Ele se aproximou e ela sentiu que seus olhos se fechavam pouco a pouco, enquanto seu pulmão puxava forte o aroma de cigarro e hortelã misturados com um cheiro de loção pós barba. O seu estomago estava estranho e algo remexia insistentemente nele. E ela esperou que os lábios dele tocassem seus lábios, mas o que tanta ansiava não veio. Sua boca foi para perto do seu ouvido.

- Vá menina! – Sua voz estava rouca e Sakura sentiu que seu coração ia sair pela boca. Droga eles nem se tocavam e parecia até que os dois estavam se agarrando loucamente num dos banheiros da escola. O nariz frio dele tocou levemente seu pescoço e ela sentiu uma pequena carícia, todo o seu corpo entrou em choque e um prazer incrível a inundou. Mas tão rápido quanto começou, terminou. Ele saiu de perto dela e saiu. Enquanto deixava uma Sakura com pernas bambas e um coração que não parava de bater tão forte.

Recuperado o choque ela se virou e quando ia abrir a boca ele já não estava lá e mais incrível ainda ela estava na frente da parada de ônibus. Sakura tentou raciocinar algo, mas ela não conseguia parar de sentir o nariz gelado de Sasuke na pele alva do seu pescoço. E o pior era que além de totalmente frustrada ela estava confusa. Porque ou Sasuke a tinha levado na parada por pura gentileza ou ela simplesmente tinha imaginado os últimos acontecimentos. Céus, ela realmente estava ficando louca!

O Sasuke não é gentil, ele é um idiota. Ela com certeza tinha imaginado os dois últimos minutos. O problema era que a sensação que ele ainda estava por perto estava impregnada nela.

Sakura pegou o ônibus e foi embora com uma dúvida imensa na sua cabeça. Ela precisava falar com Hinata o mais rápido possível. 


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor!
eu espero ansiosa para saber o que vcs acharam!
bjs...
Lena_lee.