A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 64
Capítulo 15. Uma carta à Papai Noel


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, sorry, era para eu ter postado ontem, mas não deu tempo... Bem, vamos ao capítulo. O começo está dramático, mas é um drama necessário. Quero mostrar que tudo o que aconteceu com o Ed teve conseqüências e o fato dele voltar não pode deixar as coisas bem de uma hora para a outra. As coisas melhorarão aos poucos, até que eles superem os acontecimentos antigos para que novos acontecimentos aconteçam xD Espero que curtam o capítulo ;)



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Capítulo 15. Uma carta à Papai Noel

POV Bella

Revirei meus olhos e suspirei sentando novamente no banco de madeira em que estava.

- E o ciúme toma conta do vampiro.

Bruna gargalhou sentando ao meu lado.

- Tia Rose vai ficar tão chateada por não ter visto isso! – eu ri de seu comentário concordando.

- Jazz e Emm perderam um grande momento para fazer suas apostas. – completei.

- Por acaso devemos procurar um novo treinador? – perguntou Denis de olhos arregalado para nós duas.

- Com certeza! – afirmou minha sobrinha entre uma gargalhada.

- Bruna! – repreendi de cara fechada e depois voltei um olhar suave para os garotos que sentavam a nossa volta. – Não se preocupem, Edward não vai fazer nada de mal com Jacob, apenas um susto. Ele sabe que se machucar Jake, Nessie ficará infeliz.

Dei de ombros mostrando despreocupação.

- Porque ele está tão bravo? – perguntou Bernardo com as sobrancelhas unidas.

- Na verdade ele está mais bravo por não poder fazer nada contra do que pela questão em si. Jacob teve um imprinting com Nessie. É uma coisa de lobo. É quase como um amor a primeira vista. – os olhos arregalaram em minha direção. – Calma! Talvez eu não tenha usado as palavras certas... Não é exatamente isso que vocês estão pensando. É mais como gravidade. Quando o lobo vê a pessoa por quem sofre o imprinting tudo em seu mundo muda, de repente não é mais a gravidade do planeta que te puxa para o chão, e sim aquela pessoa que te puxa para ela. Jacob é e sempre será para Nessie aquilo que ela mais precisar em cada época de sua vida. Um amigo, um irmão, um protetor, um parceiro, um... babá. – Bruna riu da ultima colocação.

- Isso quer dizer que quando ela for adulta o treinador será seu... Namorado? – perguntou Nick com uma careta.

Os outros também tinham feições que demonstravam claramente do quanto achavam estranha aquela situação.

- Não exatamente. – respondeu Bruna por mim. – A possibilidade é grande, mas pode ser também que ele nunca olhe para ela desta maneira e vise versa.

- Ainda não sabemos ao certo... O outro lobo que teve um imprinting por uma criança foi Quil. Claire deve ter seus 12/13 anos... Pelo que Seth me contou ela o vê como o irmão mais velho que não a deixa fazer nada e que a mantém longe dos garotos da idade. E Quil a vê como sua irmãzinha que precisa ser protegida dos... Lobos do colégio. Pode ser que daqui uns 5 anos eles comecem a se ver de maneira diferente, como pode ser que mesmo com ela adulta eles continuem se vendo como irmãos. Ela pode se casar, ter filhos, etc... Porém Quil estará sempre por perto para o que ela precisar. – expliquei, mas suas feições apesar de mais suaves ainda demonstravam estranheza.

Fiz uma careta para eles.

- Eu sei. É estranho pra caramba. Demora um tempo para se acostumar com a idéia.

- Por isso que brigou com ele quando chegou no colégio. – concluiu Maggie.

Soltei um riso envergonhado.

- Exatamente. E teria batido nele de verdade se aquilo não fosse prejudicar minha identidade.

Logo mudamos para um assunto mais leve. Nessie andou até nós tomando cuidado para não derrubar seu pratinho de sorvete.

- Papai vai brigar com o Jakezinho? – perguntou com a boca toda lambuzada de sorvete de chocolate em quanto fazia um biquinho.

Puxei-a sentando-a em meu colo.

- Não, não meu amor. Papai está brincando de pega-pega com Jake. – disse sorrindo.

Minha filha piscou os olhinhos de maneira confusa e então colocou sua mãozinha em meu rosto mostrando a imagem de Rose furiosa correndo atrás de um Emmett que acabara de fazer besteira.

Gargalhei alto com sua colocação.

- Exatamente Nessie, como tio Emm e tia Rose.

Ela se tranqüilizou com a minha afirmação e então voltou a tomar seu sorvete. Estava se esbanjando de tanto doce, mas só por que estamos no final de semana. Nessie precisa a aprender a comer o que precisa e não só o que quer.

POV Edward

Com a minha garotinha?! A minha pequenina?! Há! Sem chance! Como esse cachorro ousa?!

- Pare de correr cachorro! Eu quero quebrar seu focinho! – esbravejei aumentando a velocidade e ficando a apenas 2 metros de Jacob.

Ele fez um movimento rápido e virou para a esquerda parando de correr. Parei também o cercando.

“Se me machucar, machucará Nessie também!” – apelou desesperado e eu rosnei.

- Você se cura rápido! – rebati dando o bote e o chutando em uma árvore.

Ele soltou um ganido e se levantou com uma das patas machucadas.

“Se me matar ela ficará triste!” – parei.

Argh! O pior era que ele estava certo.

“Olhe a minha mente! Pelo amor de Deus! Você é o mais inteligente, sabe que eu não a vejo desta maneira! Por Deus o que acha que eu sou?! Algum tipo de maníaco?” – rosnou com seu próprio pensamento. – “Está sendo irracional!”

Rosnei perante o impasse, me virei socando a árvore mais próxima deixando um imenso buraco em seu tronco. Para ajudar Jacob cachorro Black ficava passando memórias em sua mente do quanto Nessie se divertia com ele e o tamanho do carinho que minha menina tinha.

- Pare! Eu já entendi! – rosnei sem fitá-lo.

Jacob soltou um suspiro aliviado e tentou manter seus pensamentos vazios em quanto eu me acalmava.

- Vá! – disse entre dentes sentando-me ao chão e colocando minha cabeça entre os joelhos.

Eu me sentia da maneira mais frustrada possível. Obviamente eu estava com ciúmes, algo completamente irracional e agora que eu estou pensando com mais clareza não consigo ver motivo para matar o quadrúpede.

E ainda ele deve ser mais confiável que eu. Nunca colocaria Nessie em perigo como eu quase a pus juntamente com minha esposa por causa de minha atitude completamente egoísta de aceitar as condições de Victória. Minha família estaria em grandes problemas se a vampira não tivesse mudado de idéia. E eu simplesmente me odeio por isso.

POV Bella

Já estávamos no final da tarde e eu estava começando a me preocupar quando Jacob voltou da floresta com um sorriso vitorioso nos lábios. Olhei atrás dele e não achei Edward. Antes que eu pudesse terminar Jake respondeu a imagem que Nessie acabara de mostrar para ele.

- Seu pai está marcando algumas árvores, já vem. – disse divertido.

Os garotos também se sentiram aliviados ao notarem o seu treinador de volta.

Meus olhos se fixaram na floresta esperando o retorno de meu marido. Alguns minutos se passaram, estava começando a me sentir angustiada. Uma memória não muito antiga começando a querer voltar. Levantei-me para ir atrás dele, mas suspirei vendo-o finalmente sair da floresta.

Sua feição era frustrada e linda. Sorri levemente quando ele se aproximou de mim.

- Eu sabia que não faria nada que se arrependesse depois. – murmurei beijando sua bochecha, mas sua expressão ainda era séria.

- Como pode ter tanta certeza? – perguntou secamente.

Afastei-me sem entender aquela atitude. Edward não fitava meus olhos, parecia não estar enxergando nada. Perdido de mais em seus pensamentos.

- Ed? – chamei preocupada e disse de maneira intensa. – Tenho certeza, pois confio em você. Cegamente.  Sei que nunca faria nada que prejudicaria a nossa filha.

Finalmente ele me olhou nos olhos, porém de uma maneira da qual ele nunca fez antes. De um jeito cortante e disse com a voz baixa e rouca.

- Não confie em mim.

Senti meu coração se apertar em meu peito e meus olhos enchendo d’água. Engoli o choro e então murmurei.

- Me desculpe se não disse nada antes sobre Jacob, ele pediu para guardarmos segredo até que ele mesmo pudesse falar pessoalmente com você. Não sabia que ficaria tão magoado comigo. – a ultima parte saiu quase como um sussurro e eu abaixei o olhar.

A atmosfera ao meu redor de repente mudou e eu senti o leve toque gélido dos dedos de Edward em meu queixo fazendo pressão para que eu erguesse a cabeça e o fitasse. Sua expressão mudou completamente. Meu vampiro me olhava de maneira torturada e então beijou as lágrimas que só agora notei que escorriam.

- Me perdoe. – murmurou ele com a voz rouca e dolorida em quanto me puxava em um abraço e escondia seu rosto entre meus cabelos.

Ele não estava pedindo desculpas pelo que disse agora e sim por algo muito mais significativo. Algo que aconteceu quando ele estava preso. Algo que ele tem medo de contar.

- O que há de errado meu amor? – perguntei em um sussurro enlaçando seu pescoço e roçando meus dedos em seus cabelos.

Edward afastou-se rapidamente e sorriu tentando transparecer despreocupação, mas seus olhos não conseguiam mentir para mim.

- Vamos para casa? – perguntou de maneira animada, mas sua tentativa de tirar a preocupação de meu rosto não deu certo.

Apenas assenti e peguei sua mão dando um leve aperto. Tentando mostrar com aquele simples gesto que ele tinha o meu apoio para qualquer coisa que lhe incomodava.

- Nessie, Bruna! Vamos! – chamei.

Ao que parece ninguém havia notado nossa pequena conversa. As meninas se despediram rapidamente assim como Jake. Eu e Edward demos um aceno para eles. Meu vampiro sorriu daquela maneira que só ele conseguia fazer: como um perfeito mentiroso. Enganou a todos... Menos a mim.

Assim que chegamos em casa nos deparamos com uma grande zorra. Alice, Jasper, Rose e Emmett haviam voltado de sua viagem e Esme tentava colocar todos em baixo de seus braços. Ri levemente do seu drama. Seus filhos passaram apenas uma semana fora de casa. Acho que minha sogra estava um tanto traumatizada, ela viu Edward um dia antes de tudo acontecer e só foi revê-lo cinco anos depois. Provavelmente ela tinha medo que isso acontecesse com os outros também. Eu não posso julgá-la, já que tive o mesmo aperto no peito quando Edward se afastou de mim por apenas alguns minutos.

Dan e Nati também estavam em casa e se juntaram a nós para escutar tudo o que eles descobriram sobre suas famílias. O único que não estava em casa hoje era Charlie, pois ficara de plantão no hospital já que hoje Carlisle veio para casa. Eles estavam se revezando em seus plantões para poderem estar com suas amadas.

Joseph era tão quieto que muitas vezes mal notava sua presença. Edward contou que ele era bastante observador, queria aprender com os vampiros o controle para que pudesse voltar finalmente a cuidar de seu filho.

A sala estava cheia e estaria completamente silenciosa se não fosse a narração de Alice que contava tudo o que havia encontrado. A noite já estava chegando e percebi Nessie caindo de sono no colo de Jacob.

Sem querer atrapalhar Alice, levantei em silêncio e estiquei meus braços para minha filha que fez biquinho querendo continuar aconchegada do peito de Jake. Sorri suavemente em quanto ela vinha para os meus braços.

Dei um banho em Nessie que praticamente dormia totalmente solta em meus braços. A vesti com seu pijama de morcegos e então a coloquei na cama.

Desci as escadas e fui novamente para a sala. Todos gargalhavam com as histórias de Emmett que relembrava suas travessuras de quando era humano. Ele realmente não havia mudado muito quando se transformou em vampiro.

Sentei ao lado de Edward me aconchegando em seu braço, mas ele não retribuiu. Olhei para seu rosto sem entender toda aquela frieza de espírito. Fiquei o analisando, tentando descobrir o que tanto o incomodava. Meu vampiro sentiu meu olhar, mas não se virou para me olhar. Continuou olhando para meu irmão que já iniciara outro assunto.

Aquela indiferença estava me matando, mas, além disso, estava me irritando. Por isso não me surpreendi quando um som parecido com um turbilhão de abelhas ressoava dentro do meu peito e meus caninos cresciam em minha boca.

- Ok! Já chega! – rosnei me levantando e encarando Edward.

Todos pularam de susto com a minha explosão, exceto Jasper que sentira minha mudança de humor. Até mesmo Alice não previu meu ataque. Bem... Não foi algo que eu estava planejando, muito menos foi uma decisão pensada. Eu só não agüentava mais aquela expressão de meu marido de quem era o pior ser do universo. Droga! Depois de todas as suas palavras de consolo para os meus sentimentos, depois de todo aquele papo de não mais segredos ele age desta forma!

Edward me fitou com os olhos arregalados, mas então logo virou pura angustia e dor. Sua expressão fez com que minha raiva desaparecesse e minha voz não passou de um sussurro quando eu perguntei.

- O que há de errado com você?

- Nada. – sua voz saiu esganiçada e ele fez uma careta demonstrando que os pensamentos estavam lhe incomodando.

Passei meu escudo ao seu redor para que ele não tivesse a interferência dos pensamentos de nossa família que apesar de não se atrever a abrir a boca provavelmente estavam com seus pensamentos em pandemônio.

Suspirei e abri minha mente a Edward mostrando a ele suas próprias palavras há algumas semanas atrás.

“Nós nunca guardamos segredos um para o outro, as coisas não podem ter mudado tanto em cinco anos para você não confiar mais em mim.” – sua expressão ficou ainda mais torturada com minhas lembranças. – “Chega de segredos Edward, não importa o que tenha acontecido eu não vou te julgar”

- Sinto muito. – murmurou repousando seus cotovelos em suas cochas e a cabeça em suas mãos.

“Desculpe ter explodido na frente de todos, podemos sair para conversarmos.” – opinei me sentindo mal conforme eu clareava minha mente e percebia que não deveria tratar desse assunto na frente de todos, esse era um problema nosso.

- Não, eles têm o direito de saber. – discordou meu marido fazendo com que eu me preocupasse ainda mais com o que ele estava prestes a contar.

Ninguém ousou dizer uma palavra, aguardamos pacientemente que ele estivesse pronto a se abrir. Sentei-me na mesa de centro de frente para meu marido. Edward suspirou, levantou sua cabeça e então quando começou a falar. Sua voz soava triste, torturada e repleta de culpa. Seus olhos estavam perdidos em lembranças de um tempo de escuridões.

- Quando eu estava preso Victória ia todos os dias me fazer uma proposta e eu sempre recusava. Ela tinha aquele sorriso arrogante de quem sabe que em algum momento eu iria ceder. Torturava-me ora fisicamente ora oralmente. Suas visitas se tornaram mais espaçadas, eu já não tinha muita noção de tempo. Então não sei se passaram horas, dias ou meses dês da ultima visita.

“Eu comecei a ver Bella, não sabia se eu estava alucinando ou se ela realmente estava lá. Assim como eu não sabia como Bella aparecia para mim eu também comecei a aparecer por aqui. Perto de vocês. Mas foi o que me deu forças para continuar recusando toda vez que Victória aparecia. Fiquei extasiado quando Bella e Nessie conseguiram me ver e falar comigo, eu estava sentindo tanta falta delas e de vocês que o fato de estar junto, mesmo sem conseguir tocá-los me deixava maravilhado. Mas conforme foi passando o tempo eu comecei a ficar desesperado. Eu via o quanto todos estavam sofrendo, o quanto todos estavam lutando para seguir em frente, para alegrar Nessie e Bella.”

“Foi em um momento desses que Victória apareceu mais uma vez. Ela começou a ficar impaciente com as minhas recusas. Acho que até chegou a pensar que eu realmente não cederia. Minha garganta estava queimando como nunca e eu estava desesperado para ter forças e voltar para vocês. Então sem pensar nem nada eu simplesmente aceitei. A imagem de Bella chorando apareceu novamente como se fosse um fantasma atrás de Victória. Eu me senti péssimo, mas eu não agüentava mais. A vampira estava me deixando com cede para me forçar a tomar o sangue envenenado de Line que enganava Victória dando a falsa sensação de controle dos outros. Mas se eu tomasse o sangue de Line eu seria controlado por ela e não por Victória. Line tinha outro objetivo para mim o qual nós nunca saberemos realmente.”

Edward parou sua narração escondendo novamente seu rosto em suas mãos. A expressão de todos era surpresa e ao mesmo tempo demonstrava compaixão.

- Oh! Agora eu entendo a visão que tive quando estávamos caçando Jazz! – exclamou Alice chamando a atenção de todos. – No momento em que Edward tomou uma decisão eu pude vê-lo. Cheguei a pensar que meu irmão tinha virado algum vampiro selvagem, pois na visão ele estava com as roupas todas sujas e rasgadas. Os olhos famintos, sem consciência, como estivesse completamente descontrolado. Agora entendo o porquê de ele estar com os olhos vermelhos. Eu Jazz decidimos não contar a ninguém, pois não sabíamos o que significava. Eu estava esperando outra visão para entender melhor e poder falar para vocês.

- Por causa dessa visão que você passou a acreditar em mim. – sorri para Alice que fez uma careta.

- Eu queria acreditar antes Bella, mas minha visão me enganou. – assenti e suspirei voltando meu olhar apara meu marido.

O corpo de Edward tremia com um choro abafado.

- Ed... – murmurei pousando minha mão em seu joelho.

Ele finalmente ergueu a cabeça e me olhou desesperado.

- Eu não agüento o seu olhar Bella! Olha-me com compaixão, amor! E pior ainda me olha com sua confiança completamente estruturada, sem arranhões, sem abalos! Mesmo eu dando todos os motivos do mundo para me olhar com decepção, horror, raiva! Você não olha! – se ele não estivesse tão abalado suas palavras teriam saído quase gritadas.

- Desculpe decepcioná-lo, mas não enxergo “todos esses motivos do mundo”. – disse com um leve sorriso.

Edward me olhava incrédulo.

- Não entende?! Se Victória naquele momento que aceitei não tivesse mudado de humor tão rapidamente e seguido com seus planos originais eu estaria sob controle de Line hoje! Estaria atacando minha família sem nenhuma compaixão! Seria um selvagem como Alice me viu! Eu iria matar você e Nessie! – dizia desesperado e principalmente horrorizado. – E sabe por que ela desistiu? Por sua causa! Victória havia mandado seu novo parceiro Riley para pegar Nessie, ela usaria nossa filha como um incentivo para que eu cedesse mais rápido, mas você o impediu o destruindo. Então ela decidiu me matar de cede. Você não entende Bella?! Em quanto eu desistia de minha própria vida e condenava a de vocês, vocês ainda lutavam! Continuavam sem desistir!

- Não vamos te olhar com decepção Edward. – que falou foi Carlisle que tinha a voz amorosa e firme como um bom pai. – Qualquer um aqui entende sua decisão filho, nós nunca te julgaríamos ou lhe acusaríamos de traição se é isso que tanto lhe incomoda. Por Deus filhos! Você estava sob tortura!

O olhar de todos concordava com as palavras de meu sogro. Ninguém ali estava acusando Edward ou o julgando e principalmente ninguém diria “Eu faria diferente” ou “Eu agüentaria por mais tempo”. Mas a verdade é que Edward estava decepcionado com si mesmo.

- Bella agüentou as torturas de James. – rebateu meu marido ainda insistindo com a auto depreciação.

- Pelo amor de Deus Edward! Você está comparando uma formiga com um elefante! Eu fiquei nas mãos de James por pouco mais de um dia, você ficou nas mãos de Victória por 5 ANOS! – bradei batendo minhas mãos em minhas próprias coxas indignada com todas aquelas palavras.

- O velho Edward auto depreciativo de sempre. – disse Emmett com um tom risonho.

Vários sorrisos apareceram pela sala. Edward balançou sua cabeça em quanto bagunçava seus cabelos sem conseguir compreender o porquê de tanta compreensão. Desfiz meu escudo para que ele escutasse os pensamentos de todos. Aos poucos seus ombros foram se encolhendo até finalmente entender que nada do que ele dissesse faria com que o acusássemos de algo.

- O que aconteceria seu eu aparecesse em sua porta de repente com os olhos vermelhos e querendo acabar com todos? Sem nenhum controle. Como aqueles fantoches. O que você faria? – perguntou com a voz rouca olhando diretamente em meus olhos.

Sorri como uma mãe que tenta explicar pela vigésima vez algo simples ao seu filho. Ajoelhei-me em sua frente e disse sem hesitação.

- Eu destruiria seu corpo.

- Conseguiria? Sem hesitar?

- Se está preocupado em saber se eu seria capaz de destruí-lo antes que você pudesse fazer mal a qualquer um que amamos, principalmente Nessie, a resposta é sim, eu seria capaz. Pois eu saberia que o que estaria em minha frente seria apenas um fantoche e o vampiro que eu amo estaria morto. Eu sentiria isso assim como eu senti que estava vivo, assim como senti quando você tomou uma decisão, assim como eu sentia quando você estava sendo torturado, assim como eu sentia sua presença. – sorri me levantando e sentando ao seu lado e dizendo de maneira prepotente. – Se acha que esse seu corpinho definido, bonito e sedutor faz alguma diferença para mim está muito enganado.

Mandei-lhe uma piscadela em quanto ele me olhava confuso. Nossa família riu deixando o clima mais leve e entrando em um assunto mais tranqüilo como o aniversário de Bruna daqui a três meses.

Sorri me aconchegando ao lado de meu vampiro e desta vez ele retribuiu o carinho me puxando para mais perto em um abraço de lado. Olhei-o analisando sua expressão mais leve. Seus olhos ainda estavam profundamente verdes e me fitavam com um misto de paixão, agradecimento e admiração.

“Eu amo sua alma Edward, não a casca. Se você morresse eu te esperaria voltar, pois eu tenho certeza que voltaria, assim como voltou da primeira vez.” – disse com toda a sinceridade que eu conseguia transmitir e então sorri matreira. – “Mas se voltar com uma barriguinha igual a essa ajuda bastante”

Enlacei meus braços em sua cintura roçando minhas mãos em seu tanquinho. Edward me mandou um sorriso malicioso e então mordeu o lóbulo da minha orelha.

- Ow! Por favor! Posso não pegar mais no pé de vocês, mas isso não quer dizer que podem ficar se agarrando! – reclamou meu irmão. – Olha lá a mão boba na minha irmã!

Eu me meu marido gargalhamos revirando os olhos. E só de raiva eu estiquei minhas pernas sobre a de Edward que repousou uma de suas mãos em minha cintura e a outra em minha coxa.

- Argh! Eu não tenho mais nenhuma moral nessa casa! – reclamou jogando seus braços para cima nos fazendo rir ainda mais.

[...]

POV Charlie

Retirei meu jaleco e o guardei em meu armário do hospital. Despedi-me rapidamente de meus colegas que ali estavam e dei um tchauzinho para a recepcionista do hospital seguindo para o meu carro.

Foi muito estranho quando eu comecei a trabalhar aqui. Pensei que muitos ficariam hesitantes com a minha presença, ou sei lá, desistiriam de trabalhar por aqui. Mas pelo contrário, eles me receberam de braços abertos. Grande maioria dos médicos, enfermeiros e os outros funcionários estavam felizes com a presença de dois vampiros médicos. Eles são muito éticos e entendem perfeitamente que é de grande ajuda sentidos mais aguçados.

Obviamente muitos pacientes tinham medo de se tratar comigo ou com Carlisle, então eles eram mandados para se tratarem com médicos humanos. Desta forma havia um equilíbrio para todos os médicos.

Acelerei para a casa de Lara. Sempre que pegava o turno da madrugada eu ia de manhã cedinho até sua casa para levá-la para seu trabalho e depois ia buscá-la para ficarmos um tempo juntos.

Não demorou muito para chegar a sua humilde casa. Bati a campainha eram seis horas da manhã. Lara demorou a vir atender, escutei seus passos se arrastando pelo corredor até ela abrir a porta completamente descabela e com cara de sono.

- Desculpe, te acordei. – disse culpado e divertido quando ela começou a piscar rapidamente a passar as mãos pelos cabelos tentando ajeitá-los.

Ri entrando na casa e pegando-a no colo. Lara deu um gritinho assustado.

- O que está fazendo? – perguntou com seus braços enlaçados em meu pescoço.

Sorri fechando a porta com meus pés e seguindo para seu quarto.

- Te levando novamente para cama, você tem mais uma hora de sono antes de ir se ajeitar para o trabalho.

- Ow! Não! Espera um pouquinho, não estou mais com sono, mas preciso dar uma passadinha no banheiro. – ela piscou para mim descendo do meu colo.

Ri do seu jeito e a deixei ir ter seus momentos humanos.

Sentei-me no sofá da sala e deixei minha mente vagar. Eu estava muito feliz com Lara, ela conseguia me fazer sorrir como ninguém. Ela é completamente natural e verdadeira, são pouquíssimas as vezes que eu a pego em uma mentira. Geralmente são aquelas mentiras que falamos para não fazer a outra pessoa se sentir mal.

- Agora sim eu estou descente! – disse ela de maneira animada ao aparecer na sala com seus cabelos devidamente penteados, o rosto lavado, os dentes escovados e vestida com uma calça jeans escura, uma blusa branca e um casaco preto combinando com suas botas de cano longo.

O dia estava bem mais frio que ontem. Abri meus braços e ela praticamente se jogou em meu colo me beijando.

Nossas bocas dançaram em sincronia antes de eu me afastar para que ela respirasse. Lara suspirou e encostou sua cabeça em meu ombro.

- Eu me sinto uma adolescente quando estou com você. – murmurou.

Acariciei sua bochecha sorrindo ao escutar seu coração perder uma batida.

- E eu me sinto humano.

Ficamos por um tempo em um silêncio confortável. A respiração de Lara estava tão calma que eu cheguei a imaginar que ela tivesse voltado a dormir. Estiquei meu pescoço para espiá-la encostada em meu peito. Os olhos os quais eu era completamente apaixonado estavam perdidos criando em mim uma imensa curiosidade.

- O que tanto pensa? – perguntei em um sussurro não querendo assustá-la de seus devaneios.

- Nada de especial. – respondeu encolhendo seus ombros e desviando o olhar.

Eu não precisava dessa droga de radar que apitava em minha cabeça para saber que ela estava mentindo. Ergui uma sobrancelha e acusei de maneira divertida.

- Mentirosa.

- Eu realmente odeio o seu poder. – murmurou emburrada.

Ri levemente a aconchegando melhor em meus braços, dando a opção para ela de me responder ou não. De repente sua expressão ficou hesitante em quanto ela dizia como se fosse algo relativamente sem importância.

- Existe alguma possibilidade de nós... – ela mordeu os lábios insegura em continuar sua pergunta. – De nós termos... Filhos?

Meu corpo enrijeceu com suas palavras e por alguns instantes eu não conseguir pensar em nada. Então uma assombrosa culpa me compeliu. Não posso dizer que nunca havia pensado em suas vontades humanas e maternas. Mas como ela nunca tocou no assunto eu não quis estragar. Confesso que eu estava sendo egoísta, antes de começar esse relacionamento eu deveria ter deixado bem claro tudo o que ela se privaria.

- Não vou fazer isso com você. – respondi engolindo em seco.

Lara se animou levantando do meu colo e me olhando com seus olhos brilhantes.

- Então existe essa possibilidade? – perguntou novamente.

- Não para nós. – disse em um tom que encerrava o assunto, mas acho que ela não percebeu.

- Por que não? – inquiriu um tanto magoada.

Senti-me mal por tê-la magoado, mas eu não queria esse futuro para ela. Eu a amava o suficiente para deixá-la ir quando ela quisesse coisas que eu nunca poderia dar.

Seus olhos ainda estavam magoados em quanto esperavam uma resposta. Não encontrei uma maneira sutil de lhe explicar.

- Por que a criança sugaria sua vida por dois meses e então quando estivesse na hora de nascer, ela te mataria. – minha voz saiu como um sussurro horrorizado.

Foi impossível não imaginar a cena em minha mente e tenho certeza que ela também, pois seu corpo estremeceu sob meus braços. Sua boca estava aberta em um perfeito “o” em quanto seus olhos se tornavam tristes.

- Nunca nenhuma humana sobreviveu? – perguntou em um sussurro.

Mexi-me desconfortável com o assunto. Lara não iria desistir tão fácil, então eu teria que respondê-la de qualquer maneira.

- É muito difícil vampiros se apaixonarem por humanas, geralmente são arrogantes de mais para encararem essa possibilidade. Porém sempre existem as exceções. Há um bom tempo atrás tinha um vampiro completamente sádico que engravidava as mulheres para a criação de uma nova espécie que segundo ele era superdotada. Ele não ligava para as humanas, apenas se importava com sua nova criação. – não consegui esconder o nojo em minha voz.

- Nenhuma história feliz? – perguntou-me baixinho enquanto se encolhia em meus braços.

Suspirei me obrigando a contar.

- Lembro-me de um caso em que a mulher ficou grávida de um mestiço... O pai estava desesperado, pois ele sabia o que aconteceria quando a criança não tivesse mais espaço. Mas a moça se recusou a tirar a criança, ela já a amava incondicionalmente e não se importava em trocar sua vida pela dela. Então quando o garotinho nasceu ele mordeu sua mãe a transformando em uma vampira... Isso é o mais próximo de feliz. – murmurei azedo.

Arrependi-me de contar essa história quando seus olhos brilharam em uma pergunta silenciosa para mim.

- Não, não, não... Nem pense nisso. – disse irritado tirando-a do meu colo e me levantando.

- Por que não? Eu não vou morrer.

- Eu não vou te condenar a essa maldição! – grunhi exaltado.

Lara se encolheu no sofá e bufou.

- O que afinal você pretende? O que você vai fazer quando eu morrer de velhice? Nunca cogitou a possibilidade de me transformar? Que droga Charlie! Não percebe que eu quero ficar com você, não importa as condições?

- Me peça qualquer coisa, menos isso! – implorei sentando-me na poltrona, apoiando meus cotovelos em minhas coxas e minha cabeça em minhas mãos.

Escutei os passos hesitantes de Lara vindo em minha direção. Um movimento diferente em minha frente e então senti suas pequenas e quentes mãos em meus joelhos.

- Charlie? – sussurrou – Por favor, olha para mim.

Sem conseguir negar esse pedido ergui minha cabeça lentamente. Algo em minha expressão a assustou, pois Lara arregalou os olhos e então seu rosto se contorceu em dor.

- Sei que o seu passado ainda dói muito em você e acredite quando digo que dói em mim por você ter passado pelo que passou quando foi transformado. Mas eu quero ficar com você... Para sempre. Eu não me importo que me transforme. – dizia calmamente, mas eu a cortei.

- Você não sabe o que está dizendo!

Lara suspirou.

- Não estou pedindo para me transformar agora ou amanhã ou daqui a alguns dias. Estou pedindo para que pense no assunto.

- Eu sabia que essa hora iria chegar... Você cobiça coisas que eu nunca poderei te dar Lara. E não lhe culpo por isso, você está certa em querer construir uma família, mas infelizmente eu não sou a pessoa certa para lhe dar isso.

Levantei e fui em direção a porta. Sentia-me um lixo, mas eu nunca daria a imortalidade a Lara. Nunca faria com que ela sentisse a dor que todos nós sentimos ao ficarmos perto de humanos.

- Não! – quase gritou puxando minha blusa.

Suspirei parando de andar e sentindo Lara enlaçar minha cintura com seus braços e esconder seu rosto em minhas costas.

- Eu não quero! – meu coração quebrou ao ouvir sua voz rouca de choro. – Essas coisas humanas como você diz, só são importantes para mim se forem com você. Se eu desejo casar, quero casar com você! Se desejo ter filhos, quero ter filhos com você! Se quero construir uma família, quero construir com você! Nada disso importa se não for com você!

A verdade em sua voz era cortante. E ao mesmo tempo que eu me senti triste por estar privando Lara de uma vida humana normal eu me sentia o homem mais sortudo do mundo por ter uma mulher que me amasse tanto quanto ela.

Me virei dentro de seus braços e segurei seu rosto entre minhas mãos. Limpei suas lágrimas e suspirei. Odiava ver aqueles lindos olhos acinzentados tão tristes.

- Se você não quer que eu fique para sempre ao seu lado eu entendo. – murmurava tristemente em quanto às teimosas lágrimas molhavam seu rosto. – Só queria que você pensasse a respeito.

- Tudo o que mais quero é passar a eternidade ao seu lado, mas entenda que o que está me pedindo é algo que não tem volta. – disse suavemente. – Sinto muito, mas eu não consigo aceitar isso.

Lara se livrou de minhas mãos e então enterrou seu rosto em meu peito abraçando-me o mais forte que conseguia.

- Só me prometa que pensará a respeito.

Um riso sem humor escapou de meus lábios em quanto eu a apertava contra mim.

- Será difícil não pensar.

- Vai pensar mesmo?

- Prometo que pensarei. – disse resignado, pude sentir seu sorriso contra meu peito.

Eu sabia que essa hora chegaria, só não esperava que fosse tão cedo.

[...]

POV Bella

O tempo andava cada vez mais frio e a neve estava prevista para os próximos dias. Alice estava radiante depois de ter a visão de um Natal com neve, não que o contrário fosse a impedir de comprar caminhões com neve artificial para enfeitar a casa...

Edward foi levar Nessie na escola após vencer a discussão mais infantil do mundo com Jacob. Os dois pareciam crianças por esses dias. Obviamente meu vampiro estava morrendo de ciúmes de nossa filha com Jake. Então virou rotina para a família pegar os dois com alguma infantilidade para disputar a atenção de Nessie.

Jacob voltou a trabalhar hoje, ele estava sentindo que o diretor iria aprontar alguma para ele por causa da sua ausência no ultimo mês. Meu amigo poderia muito bem levar Nessie para a aula, porém Edward afirmava que esse era um dever do pai dela. E ele fez questão de enfatizar o pai. Depois de quase a me levarem a loucura eu mandei que os dois desaparecessem da minha frente antes que eu mesma levasse Nessie.

Minha vontade era de pegar os dois e amarrá-los abraçados até que eles percebessem o quão ridículo eram suas brigas.

Suspirei em quanto lia meus e-mails. Minha caixa estava cheia com mensagens de meus amigos brasileiros e de Forks. Também alguns de um pessoal da faculdade. Muitos eram de pura bajulação após descobrirem quem eu realmente era.

Meu telefone celular tocou ao meu lado e eu atendi antes da terceira chamada.

- Alô?

- Isa?

Franzi minhas sobrancelhas. Os únicos que me chamavam de Isa eram os brasileiros...

- Sim? Quem é? – perguntei em português.

- Uau, ainda fala nossa língua! – brincou o homem do outro lado da ligação. – Aqui quem fala é o Rick.

Sorri surpresa ao saber que era meu velho amigo Ricardo Santos, Rick Santos como era conhecido. A última vez que eu o vi ele estava no jogo de futebol dos garotos e depois rolou toda aquela baderna quando Victória e Line apareceram.

- Hey! É lógico que ainda falo! Como você está?

- Estou bem... E você? – sua pergunta pareceu hesitante.

- Estou bem também. – respondi franzindo a testa, mas minha resposta fez com que ele se animasse.

- Liguei para te fazer um convite!

- Hum... Manda.

- Bem... Na verdade era para eu ter te convidado no dia daquele jogo fui especialmente para isso. Mas como rolou tudo aquilo... Bem, eu resolvi dar um tempo pára as coisas se acalmarem para o seu lado. Já se acalmaram né?

Eu ri levemente de toda a sua empolgação.

- Já sim, mas pare de se enrolar, por favor!

- Ok! Então aí vai... Você dançaria comigo em um festival que acontecerá no dia 3 de janeiro?

Confesso que essa pergunta me surpreendeu completamente.

- Eu... Não sei Rick, não sei mesmo. – murmurei. – Acho melhor...

Antes que eu dissesse não Alice estava em minha frente me olhando com cara feia.

- É só uma dança! Vai ser legal! O festival dura dois dias e nós dançaríamos na abertura. É a minha despedida do mundo da dança, pelo menos como dançarino. Já estou velho para dançar e gostaria que minha carreira terminasse justamente com a pessoa com quem começou. Por favor, Isa! – implorava do outro lado da linha.

Fiquei muda sem saber o que responder. Eu realmente sempre amei dançar, algo que me fazia esquecer os problemas e apenas sentir a música. Mas não sei se é um bom momento. As coisas em minha vida ainda estavam uma bagunça, obviamente eu estava radiante por Edward estar novamente ao meu lado. Mas não posso ignorar o fato de que estamos nos adaptando novamente, adaptando aquilo que mudamos longe um do outro. As coisas não podem simplesmente voltar ao que eram de uma hora para a outra. E sabíamos disso. Por isso estávamos indo com calma, para que em nossa ansiedade as coisas pudessem mudar.

- Rick eu não sei se é uma boa idéia o momento é meio... – parei de falar, pois Alice arrancou o telefone de minhas mãos. – Alice!

- Pode deixar que ela vai sim, daqui a pouco Bella te liga para marcar os detalhes dos ensaios. – disse ela para meu velho amigo que riu do outro lado da linha dizendo um simples “ok”.

- Alice! – reclamei de olhos arregalados para o que ela acabara de fazer.

A baixinha sorriu triunfante.

- Você ia aceitar. – concluiu, mas eu não acreditei em suas palavras.

Fechei a cara para aquela que eu considerava minha melhor amiga.

- Ah Bella! Não fique brava comigo! Você está errada em pensar que esse não é o momento certo. Você e Edward passaram por muitas dificuldades há pouco tempo, precisam relaxar um pouco. Refrescar a mente depois de toda essa loucura. E você ama dançar e ficará radiante por rever seus amigos. Além do mais ao vê-la feliz Edward ficará feliz também. Sem dizer que vocês se divertirão horrores em Los Angeles. – tagarelou sem me dar a chance de falar.

Percebi que Esme e Rose estavam na sala também e concordavam com as palavras de Alice.

- Eu não posso simplesmente dizer sim sem conversar com Edward antes. Se pelo o que você está dizendo este festival é em LA, nós teremos que viajar logo depois do Natal e passar o ano novo por lá. Ficaremos longe de vocês e...

- Pare de arranjar desculpas! – cortou-me Rose jogando os cabelos para trás e então me olhou seriamente. – Vocês precisam de intimidade Bella. Essa casa anda cheia de mais e tenho certeza que dês da volta do meu irmão vocês ainda não tiverem um momento completamente sozinhos!

Fiz uma careta, afinal ela estava certa. Mas eu não poderia viajar e deixar Nessie sozinha, por mais boa vontade que nossa família tenha em cuidar dela. Não era essa a questão. Eu só não agüentaria ficar tantos dias longe de minha baixinha.

- Não vou deixar Nessie.

- Não estamos dizendo para não levar... Afinal ela é dorminhoca. – Rose me mandou uma piscadela.

Senti minhas bochechas corando. As vampiras riram de mim. Suspirei com uma careta.

- Isso não vai dar certo, eu conheço Rick... E Edward vai acabar o matando.

- Nada melhor do que uma pitada de ciúmes para apimentar uma relação. – minha boca caiu quando eu percebi que quem havia dito isso fora Esme.

Alice e Rose riram da minha cara.

- Estamos indo para a cidade vizinha fazer as compras de natal. Voltamos só à noite. Emmett e Jasper estão com Joseph na cidade, eles se ofereceram a ajudá-lo para que até o natal ele tenha controle suficiente para passar com a sua família. Dan e Nati estão fora da cidade e voltam amanhã... Edward chega daqui a pouco o tempo suficiente para você ligar para seu amigo e combinar os últimos detalhes. Tchau! – tagarelou a fadinha abanando as mãos e seguindo para a porta.

Esme e Rose acenaram antes de seguir o caminho. E então eu estava sozinha em casa.

Meus ombros caíram e eu deixei que um bufo mal-humorado saísse de meus lábios enquanto eu levava o celular a orelha.

POV Edward

O cachorro foi para a sala do diretor para cuidar de seu emprego e Bruna correu até suas amigas lideres de torcida. Enquanto eu ia com o meu anjinho de mãos dadas até o parquinho.

Nessie ora saltitava ora sorria para mim. Era impossível não retribuir. Assim que a larguei ela correu até os coleguinhas para se juntar na brincadeira. Estava prestes a sair quando sua professora me chamou.

- Senhor Cullen?

Sua mente era pura piedade conforme ela pensava em uma carta.

- Sim?

Ela se aproximou e seu coração tamborilou em seu peito, sua imaginação correu solta antes dela balançar a cabeça tentando apagar o que ocorreu.

- Er... Eu queria falar sobre Renèesme. – eu assenti a incentivando a falar. – Sexta passada fizemos uma atividades com os pequenos para cartas ao Papai Noel.

Sorri, lembro-me dos Natais em que vestimos o Emm de papai Noel... Er, sempre dava merda.

- Bem... As crianças fizeram desenhos com o que desejavam, mas Nessie escreveu. – continuou ela, sua mente demonstrava a surpresa ao ver a letra tortinha de minha filha.

- Eu a ensinei a escrever quando ela tinha 4 anos, Bella deve tê-la ajudado nesses outros 5 anos. – expliquei, mas vendo a confusão em sua mente contei sobre o problema de crescimento de Nessie. - ... Carlisle acredita que seja psicológico, mas ainda não temos certeza.

Ela assentiu com compaixão.

- Espero que esse problema se resolva logo, ela é uma menininha muito amorosa. – sorri orgulhoso de minha filha e concordando com suas palavras. – Mas agora que o senhor explicou melhor eu acredito que o Dr. Cullen esteja certo.

Entregou-me então um pedaço de papel que pela sua mente era a carta de Nessie para papai Noel. Ela deu um leve sorriso e se retirou indo até o parquinho cuidar das crianças.

Segui meu caminho abrindo a carta em minhas mãos. Meu rosto se contorceu quando eu senti um aperto no peito com as palavras tão inocentes e amorosas de minha filha.

Querido Papai Noel,

Esse ano não vou pedir nada para o senhor. Porque eu já ganhei muita coisa esse ano. Ganhei meus titios e titias de volta, ganhei minha vovó e meu vovô, ganhei também vários amiguinhos no meu novo colégio, ganhei uma professora muito legal, ganhei uma amiga que cozinha muito bem e um amigo que sempre me dá sorvete de chocolate (ele é bem parecido com o papai), e ganhei o meu Jakezinho.

Obrigada por realizar meus pedidos dos anos passados. Entendo que o senhor demorou por que eles não eram tão fáceis né?

Então obrigada por trazer meu papai para casa, eu estava com muita saudade dele e também por trazer o verdadeiro sorriso de minha mamãe.

Por isso eu não quero nada. Eu já tenho tudo o que eu quero.

Se eu ainda fosse humano meus olhos estariam repletos de água. Atrás das letras o desenho de todas as pessoas que citou. Nessie não era muito boa em desenhos, eles se comparavam com desenhos de crianças de sua idade, mas nem por isso deixava de ser bonito para meus olhos.

Corri para casa, eu tinha que mostrar isso a Bella.

Assim que cheguei escutei uma música calma tocar. Segui o som percebendo que a casa estava vazia. Curioso escutei o calmo batimento cardíaco de minha princesa vindo do salão de dança.

Essa sala provavelmente era a menos usada da casa. Bella a amava por ser repleta de espelhos, barras e ter um chão perfeito para a dança. Porém pouquíssimas vezes ela vinha para cá. Percebi que minha esposa sentia-se nostálgica e triste. Dançar sempre foi seu maior prazer e maior sonho. Mas ela evitava por não poder continuar.

Agora mais do que nunca estou curioso para saber o que ela está fazendo por lá.

Apoiei-me no umbral da porta enquanto a observava e não conseguia segurar meu sorriso.

Fiquei em silêncio observando Bella sentado no chão com uma de suas pernas dobrada e a outra esticada. Seu corpo inclinado na direção da perna esticada e suas mãos ao lado de seu pé em ponta de bailarina.

Ela usava uma calça preta bem solta e uma regata branca justa ao corpo moldando suas curvas. Seus cabelos estavam presos em um coque alto. Em seus pés suas velhas sapatilhas da sorte.

Meu sorriso dançava em minha boca. Bella respirava calmamente e tinha os olhos fechados enquanto se alongava. Percebi ela sorrir levemente.

- Apreciando a vista? – perguntou divertida sem me olhar ou se mexer.

- Você não tem idéia do quanto. – respondi finalmente entrando na grande sala.

Bella riu finalmente ficando ereta e me lançando um olhar brincalhão ficando de pernas de índio.

- Vem cá. – chamou dando batidinhas no chão ao seu lado. 

Sorri e me sentei aonde ela indicou. Bella suspirou e se apoiou em meu ombro.

- O que é esse papel em sua mão?

- Uma carta para o papai Noel. – respondi e minha princesa riu.

- Emmett Noel? – perguntou gargalhando e eu a acompanhei.

Quando Nessie tinha três anos nós fizemos Emmett se vestir de papai Noel. Foi um grande desastre já que Nessie reconheceu seu cheiro e então Emm começou a inventar um monte de histórias dizendo que ele era parente muito distante de Emmett, mas que tinha o mesmo cheiro. Contou que Emmett era seu duende ajudante por isso ele não estava presente. Ou seja, ele se enrolou completamente até que sem mais paciência Nessie puxou a barba falsa e disse com um bico imenso: “Tio Emm... Se você continuar a fingir ser o papai Noel vai entrar para a lista negra dele e vai ganhar carvão em vez de presentes.”.

Assim que controlamos os risos eu entreguei a Bella a cartinha de Nessie.

Minha esposa não sabia se sorria ou se chorava, até que decidiu chorar. Soluçou alto contra meu peito enquanto eu lhe fazia carinho nas costas tentando acalmá-la. Ela fungou se afastando e olhou no fundo de meus olhos. Aquilo doeu, pois eu via a tristeza estampada.

- Nós sempre tentamos ao máximo fazer com que ela não soubesse ao certo tudo o que estava acontecendo e no fim não conseguimos esconder nada.

- Não fique assim meu anjo. – murmurei limpando suas lágrimas com meus dedos e sorrindo levemente. – Crianças são perceptivas e Nessie é ainda mais. Ela é especial.

- Sim ela é. – fungou.

Ficamos alguns minutos ali, apenas escutando a calma música que tocava. Apreciando a companhia um do outro. Até que levantei sorrindo puxando minha esposa junto comigo.

- Continue de onde parou antes de eu chegar, vou guardar a cartinha de Nessie. – Bella sorriu e eu me aproximei para selar seus lábios.

Subi as escadas como um foguete e guardei a carta a papai Noel dentro de minha gaveta do criado mudo. Voltei ao salão de dança, mas desta vez não entrei, pois o que vi ali me paralisou completamente.

Nunca fui muito fã de balé. Sempre achei meio entediante, mas ver minha princesa dançando daquela maneira mudou completamente minha opinião.

http://www.youtube.com/watch?v=SPVz1UsvUVA [Lifehouse – Storm]

A música que tocava nada tinha a ver com balé, mas era calma e possuía uma letra maravilhosa. Bella dançava com seus olhos fechados, em determinados momentos parecia estar flutuando pelo salão.

Seus pés não faziam barulho ao chão, mesmo ela andando completamente nas pontas. Seus braços movimentavam de maneira delicada de acordo com a música e seus giros eram perfeitos e tranqüilos.

Não consegui achar outra comparação do que um anjo dançando sobre nuvens.

Quando a música acabou Bella estava virada em minha direção e abriu os olhos lentamente. Ela sorriu.

- Bella isso foi... Incrível. – sussurrei ainda com os olhos arregalados e admirados.

Meu anjo sorriu envergonhada e então piscou com um olho só.

- Isso por que você não me viu dançar Britney Spears.

Ri levemente lembrando algumas músicas e já imaginei que a definição não seria de anjo em nuvens e sim de diaba em chamas.

- Rick me ligou hoje. – disse ela mordendo os lábios em hesitação me tirando de minhas fantasias.

Franzi o cenho tentando lembra quem era esse.

- Seu amigo dançarino que se deu bem na Europa?

- Esse mesmo. Ele me convidou para dançar com ele em um festival em Los Angeles. Será sua despedia da carreira de dançarino. Ele já está com 30 anos e infelizmente com essa idade já se é considerado velho para apresentações e completamente suscetível a contusões.  – explicou.

- Então?

- Então o que?

- Vai dançar com ele? – perguntei e ela bufou.

- Eu queria conversar com você primeiro a respeito disso, mas minha queridíssima cunhada fez questão de roubar meu telefone e confirmar minha presença. – respondeu emburrada.

Gargalhei.

- Isso é a cara de Alice.

- Pois é! – fez careta me fazendo rir ainda mais.

- Não quer dançar com ele? – perguntei achando estranho que a resposta fosse não.

Bella ama dançar e tenho certeza que ela não se importa com quem esteja dançando desde que esteja dançando.

- Não é essa a questão, é que não acho que esse seja um bom momento...

- Você é tão absurda. – sorri me aproximando e enlaçando sua cintura. – Você ama dançar meu anjo, o jeito que você fica quando está dentro de suas sapatilhas é simplesmente perfeito. Você emociona com passos de dança, tem noção de quantas pessoas conseguem fazer isso? Pouquíssimos profissionais conseguem, é preciso ter dom. E garanto que você tem. – beijei a ponta de seu nariz. – Não existe momento certo para se usar seu dom. – então sussurrei perto de sua boca – Todo o momento é o certo.

Seus dedos entraram entre meus cabelos e me empurraram lentamente até estar perto suficiente para que ela beijasse meus lábios.

POV Bella

Beijar Edward era sempre diferente e ao mesmo tempo sempre igual. A dança de nossos lábios sempre é perfeita, os sentimentos empregados são sempre os mesmos, as reações do meu corpo são automáticas. Mas sempre que eu estava prestes a beijá-lo era como se eu estivesse a ponto de dar o meu primeiro beijo. Às vezes sentia tanto desejo que simplesmente eu o agarrava e lutava contra sua boca. Em algumas ocasiões sentia medo e o beijava como se aquele fosse nosso ultimo encostar de lábios. Outras vezes eu me sentia tão feliz que o beijava com entusiasmo. E em toda às vezes doía no fundo de meu peito ter que me distanciar para buscar ar.

Mas Edward fazia aquela dor passar rápido quando não descolava sua boca da minha pele e descia beijando minha bochecha e então minha mandíbula para voltar ao meu queixo e mordê-lo levemente. Minha respiração completamente irregular. Suas mãos ora passeavam pelo meu corpo ora me grudavam ainda mais apertado a ele ora fazia os dois. Enquanto isso seus lábios e língua me levavam a loucura conforme ele ia marcando o meu pescoço.

Um suspiro misturado com gemido saiu de minha boca e senti meu vampiro sorrir contra o meu pescoço. Mas nesta brincadeira, brincam dois.

Mordi levemente sua orelha com o cuidado de não tocar meus lábios para só então sugar seu lóbulo. Edward soltou a respiração em minha pele eriçando todos os pelos do meu corpo. Deixei minhas presas crescerem e as raspei em seu pescoço fazendo-o gemer em meu ouvido e insanamente me levantar e me colocar sentada sobre a barra de apoio para bailarinos e encostando minhas costas no gelado espelho.

Edward atacou minha boca sem dó. Usou sua velocidade me deixando ainda mais insana. Sua mão firme em meu pescoço me pressionando contra seus lábios. Sua língua curiosamente explorando minha boca e adorando particularmente minhas presas expostas.

Essa loucura estava boa de mais, mas eu precisava respirar. Mordi seu lábio inferior e enrosquei meus dedos entre seus cabelos o puxando levemente. Meu vampiro entendeu o recado e se afastou ofegante. Mesmo que não precisasse respirar ele se empolgava e esquecia esse detalhe.

Ele afastou o rosto para olhar meus olhos. Tenho certeza que encontrou em mim o mesmo que eu encontrei nele. O brilho de pura luxuria e paixão.

Edward fez um bico contrariado enquanto olhava para minha cabeça e então olhando em meus olhos ele puxou o laço que prendia meus cabelos em um coque.

- Eu prefiro solto. – disse com a voz rouca e altamente sexy.

Meu corpo inteiro arrepiou e minhas pernas amoleceram enquanto ele me fitava daquela maneira ao ver meus cabelos caírem como uma cascata em minhas costas. Eu iria cair de cima da barra se não fosse a mão de Edward em meu quadril me segurando firmemente e equilibrada.

A mão livre de Edward não demorou a se embolar em meus cabelos me puxando para sua sede de beijos.

Minhas mãos que antes estavam segurando os cabelos de meu vampiro desceram até a gola de sua camisa e começaram a desabotoar os botões. Rosnei em sua boca quando não encontrei o segundo botão. Edward riu ainda me beijando.

Sem paciência escorreguei meus dedos pela abertura da camisa e desci rapidamente estourando todos os botões. Edward se afastou surpreso.

Sorri satisfeita enquanto analisava seu tanquinho.

- A partir de hoje você só usa camisas de botão! – ordenei enlaçando minhas pernas em sua cintura e o puxando para mim.

- Como ordenar majestade. – sorriu malicioso atacando minha boca novamente.

Quando o ar já faltava para mim eu não tentei parar o beijo, não queria parar com aquilo. Mas Edward não era da mesma opinião e afastou seus lábios dos meus. Tirei minhas mãos de sua barriga e enlacei seu pescoço o trazendo novamente para mim.

- Desesperada. – repreendeu-me de maneira divertida tirando a mão de meu quadril e prendendo meus pulsos contra o espelho após tirar meus braços de seu redor.

Ele riu de meu bico antes de voltar a beijar meu pescoço.

Edward começou a descer os beijos e eu estava praticamente alucinando. Edward tirou a boca de minha pele e me olhou malicioso em frente aos meus seios. Ainda sorrindo ele desceu mais com a cabeça até estar na barra de minha regata. Sua mão esquerda ainda prendia meus pulsos. E sua mão direita me segurava para não cair.

Meu vampiro então prendeu a barra da blusa entre seus dentes e começou a subir expondo minha barriga. Como se o simples movimento já não me fizesse pirar em antecipação. Edward fez questão de roçar sua barba pela minha pele.

- Você vai me enlouquecer! – minha voz estava irreconhecível, completamente encoberta pelo desejo.

Edward soltou minha blusa deixando-a parada no começo do meu sutiã. Voltou seu olhar para mim e sorriu perigosamente se aproximando novamente de minha boca e apertando firmemente minha coxa antes de sussurrar.

- Essa é a minha intenção.

Antes que eu pudesse soltar qualquer som eu já estava sendo imprensada novamente e sua língua vasculhava a minha boca.

POV Bruna

Jake estava indignado com o diretor e confesso que nós também. Não pelo mesmo motivo, é claro.

O fato é que o diretor mandou Jacob ensinar aos alunos do ensino médio a dançar valsa, pois os alunos, ou seja, nós, teremos que dançar valsa na formatura do terceiro ano. Agora me diz que adolescente hoje em dia gosta de danças velhas como a valsa? Pelo amor né? Ninguém sabia essa merda. Muito menos Jake que ficou durante toda aula de Educação Física olhando para a nossa cara sem saber o que fazer.

Ele pediu ajuda para as meninas lideres de torcida, mas nós só entendíamos de dança moderna.

E agora estávamos nós quatro indo para minha casa pedir para a tia Bella nos ajudar. Jake estava mais a frente com Nessie em quanto eu, Bernardo, Maggie e Denis estávamos mais para trás.

- Ei Ber, eu me esqueci de perguntar... Como foi a conversa com o tio Ed?

- Verdade, vocês pareciam estar se dando bem. – comentou minha amiga.

Bernardo encolheu seus ombros.

- Ele parece ser legal, conversamos um pouco sobre meu avô. Ele disse que não queria tirar o carinho que eu sentia por ele e muito menos substituí-lo. Mas queria um lugar em minha vida... Ser um amigo, um irmão.

A voz de meu amigo foi diminuindo conforme as palavras saíam de sua boca. Mas eu percebia que apesar da hesitação em sua voz, seus olhos brilhavam com um novo sentimento, algo parecido com alegria e medo.

- Relaxa primo, vocês vão se dar bem. Você vai ver! – brinquei batendo meu ombro contra o seu levemente.

Ele riu cambaleando um pouco.

- Além do mais Ber... Você e a Brubs são primos distantes... E primos... – começou Denis e então Bernardo completou sua frase.

- Não são parentes.

Os dois sorriram largamente de maneira maliciosa. Eu e Maggie trocamos um olhar e então reviramos os olhos entediadas. Esse comentário me faria corar a alguns meses atrás, mas depois de tanta convivência você acostuma com as besteiras dos garotos.

Sim eu amava Bernardo. Assim como eu amava Maggie, Denis e Nick. Eles eram meus amigos do colégio. Gostávamos da companhia uns dos outros. Apesar de que muitas vez eu ache que Maggie e Nick estão tendo algum rolo. Ela nega de pés juntos, mas eu reconheço o olhar de Nick para ela. O olhar que estou tão acostumada a ver nos olhos dos tantos casais a minha volta.

Ber me contou que Nick realmente é louco por ela e eles já tiveram um rolo no passado. Mas ela gosta de um outro garoto que não vale nada. Maggie tem até vergonha de admitir esse fato. Parece que é o garoto que quase fez os times no dia do jogo se engalfinharem. Concordo com meu amigo em dizer que o garoto não valia nada. Minha amiga merece alguém que realmente goste dela e a ame. Assim como Nick.

A situação mais engraçada era entre eu e Denis. Depois que ele me beijou se distanciou o máximo de mim, só fisicamente, pois ele continua brincando e falando besteira da mesma forma que antes. Mas ele morria de medo de que meus seguranças vissem algo e achasse que era o que não era e correriam contar ao meu pai. Mesmo eu falando incansavelmente que meu pai não faria nada contra ele. Papai realmente o assustou.

Falando em meus seguranças... Eles devem estar a alguns metros de distância. Talvez com a volta de Jacob, papai me libere desse castigo. Por que ninguém merece quatro olhos em cima de você praticamente o dia inteiro!

Quando estávamos quase chegando em casa encontramos tio Jazz e tio Emm no caminho, eles estavam discutindo besteiras só para variar.

- Vocês não deveriam estar com o Joseph? – perguntou Jake.

- Estávamos com ele... Fomos caçar e depois fomos até sua casa. Ele queria ver o filho. – respondeu Emm dando de ombros.

Meus olhos arregalaram.

- Já é seguro ele ficar sozinho com o Guto? – perguntei quase que como um grito.

- Não se preocupe pequena, Joseph é bem mais controlado do que nós éramos quando começamos. Ele está se saindo realmente bem. E uma hora ou outra teríamos que arriscar. – explicou tio Jazz me tranqüilizando com seu dom.

Assenti concordando.

Começamos a conversar amenidades até chegarmos em casa, mas ficamos em um silencio mortal assim que chegamos ao portão.

- O que está rolando lá dentro? – perguntei franzindo a testa tentando identificar os sons.

- Alice, Esme e Rose estão fazendo compras de Natal... Carlisle no hospital, Charlie com Lara... Dan e Nati em outra cidade... Isso quer dizer que... – divagou Jake.

A conclusão foi obvia e eu fiz uma careta ao entender os barulhos.

- Oh, por favor, vamos pra cidade e depois voltamos. – disse aos meus amigos que me olhavam curiosamente.

- Nem fodendo! Essa eu não perco. – gargalhou tio Emm.

- Olha a boca perto da Nessie seu animal! – repreendeu tio Jaz dando um tapa na nuca do tio Emm.

Nessie parecia alheia a tudo em quanto brincava com os cabelos de Jacob. Ela estava em sua garupa.

- O que está acontecendo? – perguntou Ber curiosamente com aquele papo sem pé nem cabeça.

- Seu avô está se pegando com a sua professora de Física. – respondeu tio Emm e eu tive que rir com a colocação.

Meus amigos arregalaram os olhos e então começaram a rir.

Decidimos ficar na sala, não queríamos interromper. Ao contrário de tio Emm que não resistiu e subiu as escadas em direção ao som.

Só não entendo como tio Ed e tia Bella ainda não escutaram todo o barulho aqui em baixo. Mas não demorou muito para escutarmos a reclamação, pensei que seria do tio Ed, mas a voz que soou foi feminina.

- PUTA QUE PARIU EMMETT! É A QUINTA VEZ NESSA SEMANA!

Nós gargalhamos no andar de baixo. Tia Bella surtou completamente.

POV Bella

Edward conseguiu arrastar minha calça até praticamente minha virilha com sua mão boba em minha perna esquerda.

Eu tentava inutilmente soltar meus pulsos para corresponder as suas caricias, mas meu vampiro era muito mais forte que eu.

Estávamos tão entretidos um no outro que nós nos assustamos com um pigarrear tão próximo.

Edward se afastou tão rápido que sem mais seu apoio e de pernas completamente moles depois da seção de amassos grátis feita exclusivamente pelo meu marido somente para mim. Eu assim que encostei meus pés no chão meus joelhos dobraram e eu me vi no chão.

A risada vinda da porta fez meus dentes trincarem. Fechei minhas mãos em punho e apertei meus olhos. Ali, de quatro no chão, sem um pingo de dignidade eu gritei puta da cara.

- PUTA QUE PARIU EMMETT! É A QUINTA VEZ NESSA SEMANA!

Por que sim, Emmett é o maior empata de todos os tempos. Hoje não era a primeira vez que eu e meu marido ficávamos sozinhos em casa. E sempre quando as coisas estavam começando a esquentar meu querido cunhado aparecia para atrapalhar.

- Vaza Emmett! – gralhou Edward não tão puto quanto eu.

O vampiro resolveu escutar as palavras de Edward e saiu dali entre gargalhadas.

- Você está machucada? – murmurou Ed se ajoelhando a minha frente.

- Apenas minha dignidade. – respondi emburrada me sentando sob meus joelhos.

Assim que ergui meu olhar eu bufei. Edward apertava os lábios para não cair em uma imensa gargalhada.

- Não é engraçado! – disse pausadamente, mas foi inútil já que ele acabou rindo também.

Bufei levantando e marchando em direção ao meu quarto, tomar um banho... Frio de preferência.

POV Bruna

A gargalhada era imensa na sala e foi ainda maior quando tio Ed desceu as escadas completamente descabelado e com a camisa aberta.

- Oi papai! – disse Nessie assim que o viu e saiu correndo em sua direção.

Tio Ed a pegou no colo com um sorriso amoroso.

- Como foi a aula meu anjinho? – Nessie respondeu colocando sua mãozinha no rosto do pai que apenas sorriu.

- Onde está Bella? – provocou tio Jazz.

Tio Ed revirou os olhos fazendo-nos rir. Então ele falou para tio Emm.

- Acho melhor você calar a sua boca, Bella está puta da cara contigo... E eu também. – fechou a cara para o irmão e então olhou para todos ali na sala e cumprimentou. – Como vão garotos?

Não ouve muito tempo para conversarmos. Tia Bella desceu as escadas e assim que notamos sua presença ela tingiu seu rosto de vermelho. Seguramos ao máximo o riso, mas foi praticamente impossível.

Ela gemeu e escondeu-se atrás de tio Ed que riu acariciando as mãos de sua esposa que enlaçavam sua cintura.

- O que vocês querem? – perguntou com a voz abafada pelas costas do marido.

Nós rimos mais uma vez e antes que Jake pudesse responder Emmett fez o comentário.

- Caramba cunhadinha... Aquilo lá em cima foi selvagem!

Já não era possível segurar o riso e eu já previa minha tia voando no pescoço do tio Emm.

Fim do Capítulo 15.


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Notas finais do capítulo

humm... Então curtiram? ^^ Espero que sim ;)



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