A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 62
Capítulo 13 -Pesadelo?Não.É a mais cruel realidade


Notas iniciais do capítulo

Muuuuito obrigada pelo carinho *o* Vocês são demais!
Sem delongas, vamos ao cap ;)



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Capítulo 13 – Pesadelo? Não. É a mais cruel realidade

POV Daniel

Fui até a frente de casa com minha esposa ao meu lado. Assim que a imprensa nos viu direcionou todas as suas câmeras para nós e as perguntas eram tantas e ao mesmo tempo que foi impossível entender algo com nexo.

- Se acalmem! – disse Nati impaciente erguendo suas mãos. – Iremos responder todas as perguntas, mas propomos algo mais organizado...

Eles ficaram em silêncio, porém os microfones travavam batalhas com seus concorrentes para chegar mais perto. Minha esposa continuou.

- Bem, nós pedimos permissão para nosso cunhado para usar sua casa, que seria essa aqui atrás de nós, e ele concedeu... Nossa idéia é assim, escolham entre todos vocês um ou dois repórteres e um câmera, dêem a eles todas as suas perguntas e nós as responderemos. Todas, sem exceção. Leve o tempo que levar... Mas lá dentro. O desgaste será menor para todos nós.

Os jornalistas se entre olharam e logo concordaram com a idéia, o fato de um furo dentro da casa da princesa parecia mais vantajoso do que se manter longe de uma casa cheia de vampiros.

O que realmente demorou foi eles se decidirem, pois as perguntas já estavam escritas em notas. Eles tiveram bastante tempo para organizar suas questões dês do ocorrido.

Ágata Montenegro e Joshua Powell foram os jornalistas escolhidos e Logan Barttlett como câmera. Os três eram de emissoras diferentes.

Cumprimentei-os rapidamente e então os levei para dentro dos portões, isso por volta das 18h00min. Não consegui evitar rir com as expressões dos três humanos. Eles estavam visivelmente deslumbrados com a beleza dos jardins e como a casa fora construída com uma arquitetura de dar inveja. Esme simplesmente fizera um ótimo trabalho.

- Uau! Esta casa é fabulosa! – exclamou a única mulher do grupo, Nati entrara depois de cansar de esperar.

- Esta casa foi arquitetada inteiramente pela sogra da minha irmã e dada de presente de casamento para ela e o marido. – comentei.

- Hun! Minha sogra em compensação me deu uma dúzia de panelas para cozinhar para seu filhinho queridinho. – eu ri levemente, humanos e sua guerra eterna entre noras, genros, sogras e sogros.

- Esme com a transformação em vampira teve suas maiores qualidades acentuadas, vocês perceberam que quando a virem e a escutarem será impossível não se sentirem as pessoas mais amadas do planeta. Ela é um verdadeiro amor de vampira.

Eles não acreditaram muito em minhas palavras, mas logo morderiam a língua de seus pensamentos.

Segui pela entrada principal e assim que abri a porta um cheiro de café sendo feito invadiu minhas narinas.

- Cheiro bom. – sussurrou para ele mesmo Logan, ele nem imagina o gosto.

Eles olhavam curiosos para tudo na sala de estar, dês da mobília até os portas retratos com fotos da família.

- As fotos são tão comuns... Exceto pelo fato daquela com asas ou aquela com objetos flutuando e ainda o fato de todos parecerem modelos, é claro. – observou Ágata.

- Ainda tenho fé de que um dia vocês parem de pensar que só por que somos um pouco diferentes possuímos hábitos diferentes dos humanos. Acreditem quando digo que gostamos de contar piadas, gostamos de ir à praia, gostamos de dançar, gostamos de assistir bons filmes, escutar boas músicas, cantar. – divaguei em quanto os conduzia para a copa.

A copa ficava ao lado da sala de televisão e a porta entre os dois ambientes era grande e sempre mantida aberta para que a sensação de espaço fosse maior.

Na sala de televisão estavam Rose, Emm, Edward e Nessie. O casal assistia a um filme qualquer em quanto meu cunhado lia um livro para minha sobrinha que estava prestes a entrar no mundo dos sonhos.

- E Lúcia correu na direção do distante raio de luz. E logo, em vez de ramos ásperos, passou a sentir os casacos e, em vez da neve desfazendo-se debaixo de seus pés, encontrou o chão de madeira. Depois, deu um salto para fora do guarda-roupa e se viu na mesma sala vazia do inicio de toda aquela aventura. Fechou bem a porta em redor, toda ofegante. Chovia ainda, e ela ouviu as vozes dos outros no corredor... [N/a: Trecho retirado de: As crônicas de Nárnia]– o vampiro parou de ler, sorriu para sua filha aconchegada em seu peito e então cumprimentou os recém chegados.

- Boa tarde. – disse ele com o tom de voz baixo.

Os humanos cumprimentaram meio hesitantes, seus corações batiam em disparada. Rosálie e Emmett também cumprimentaram com um simples oi.

- A baixinha dormiu cedo hoje. – comentei com Edward.

Ele deu um sorriso torto.

- Acordou muito cedo. – eu ri coçando minha cabeça.

- Acho que fui eu que acordei muito tarde. – ele ergueu uma sobrancelha como quem diz “Você acha isso mesmo?”.

Apontei para a porta da copa e os humanos entraram rapidamente se sentando a mesa. Nati já estava sentada e brincava com uma mexa de cabelo distraidamente. Coloquei-me ao seu lado e então pedi que iniciassem.

As perguntas pareciam não acabar. Mas acho que assim suas dúvidas acabariam. Contei toda a história de minha família, contei como chegamos a Terra, contei tudo o que minha irmã passou. Obviamente sem muitos detalhes, contava o suficiente para satisfazer suas curiosidades.

Questionaram-me também sobre os Cullen e também sobre os Volturi.

- Quem são aqueles de túnica vermelha?

- Vampiros... Não vou dizer que são bons, muito menos que são maus. Não interessa a vocês o meu julgamento quanto a isso. Mas posso afirmar que são perigosos. Eles foram os responsáveis por manter o anonimato dos vampiros por tantos milênios. Não se sabe ao certo quando surgiram, mas desde então é o que fazem.

- Mas como fazem isso?

- Eles são o que mais chegam perto de uma realeza, um grande poder. Aqueles que não cumprem a lei são punidos com a morte, sem direito a segunda chance.

- Quais são essas leis?

- Existe apenas uma lei para eles. É proibido que exponham a raça, então qualquer coisa que leve a este risco é contra a lei. Por exemplo, um vampiro mostrar seu rosto ao mundo dizendo que é um vampiro, se expondo ao sol... Ah também os casos de guerras entre clãs, quando há muita morte eles interferem acabando com tudo. E ainda há os casos de crianças imortais.

- Crianças imortais? – perguntaram arregalando os olhos.

- Há muitos anos atrás houve um caso grave... Como já disse, as vampiras não podem gerar filho já que seu corpo é paralisado, então uma teve a idéia absurda de transformar um bebe em vampiro. A criança tornou-se o monstro mais lindo existente. Não era culpa dele, mas os Volturi tiveram que intervir, pois o bebê não era o que se pode de dizer discreto, devastou vilas e mais vilas se alimentando dos humanos, matando-os. O fato é que a criança foi paralisada justamente antes de saber a diferença entre certo e errado e seguia puramente seus extintos.

Três pares de olhos me olhavam, assustados. Esperei que eles absorvessem a história, mas então Ágata fez uma pergunta crucial.

- E se eles estiverem enganados? Quero dizer, se algum vampiro for acusado de um crime e esse crime não fora cometido pelo mesmo?

- Se os Volturi estiverem certos de que o vampiro em questão fez algo errado eles o matarão. Não há chance para se provar se está certo e errado, eles agem rápido.

- Não gosta deles. – afirmou Joshua.

Dei um sorriso duro.

- Não mesmo, minha opinião é clara. Para mim eles governam os vampiros com uma ditadura... Porém eu não tenho nada haver com isso e infelizmente não posso me meter. Nós temos nossas leis, vocês têm as leis de vocês e eles têm as deles. Se qualquer uma das espécies se meter nos assuntos de outra o resultado é guerra e isso é algo que eu realmente quero evitar.

- Entendo o seu ponto, porém sua irmã casou-se com um vampiro e ainda tem uma filha, essa não seria uma união perigosa?

- Extremamente perigosa. O clã Cullen já é um clã que é visto como perigoso, os vampiros são muito unidos e em grande número com mais da metade possuindo dons a mais. Além de terem uma dieta peculiar e admirada por muitos vampiros. Não é qualquer vampiro que consegue conter sua sede por sangue humano. É normal que os Volturi se sentissem ameaçados por eles, mesmo que eles não tenham mostrado intenção de fazer algo contra eles. Por isso sempre tomaram muito cuidado com qualquer ação ou acusação. Os Cullen são os únicos que teriam poder suficiente para lutar contra os Volturi e ter uma chance de vitória, obviamente eles preferem cuidar de suas felicidades a lutar descabidamente por poder.

Pausei dando mais um gole em meu café. Esme viera mais cedo trazendo uma bandeja com xícaras e um bule com o café que acabara de fazer.

- Com a união de minha irmã com Edward as coisas ficaram mais perigosas ainda, pois eles sabem que se os acusarem sem prova concreta nós interferiremos, pois o clã Cullen é minha família e qualquer ameaça a eles é uma ameaça a mim também.

- O senhor quer dizer que estão a ponto de uma guerra a qualquer momento? – perguntou Joshua de maneira alarmada.

Sorri o tranqüilizando.

- Não se preocupem, apesar do clima tenso e da minha louca vontade de dar uma boa surra neles eu nunca irei dar o primeiro passo, não botarei em risco meu povo por conta de algo pessoal. Foi-se os tempos em que reis mandavam suas tropas para ganho de si mesmo. O que eu quero para o meu povo é felicidade e paz.

A conversa continuou até Esme nos interromper e dizer para que fizéssemos uma pausa.

- Eu escuto muitos estômagos roncando, então tratem de se alimentar ou não conseguirão raciocinar direito. – disse ela ignorando os apelos de não é necessário.

Não demorou pára que a mesa ficasse cheia com pães, bolos, sucos, frutas.

- Ah! Eu senti falta de casa! – disse atacando a mesa.

Eu estava morto de fome e minhas cordas vocais estavam gastas de tanto que eu falei. Nati também ajudava em boa parte, mas ela estava mais cansada do que eu.

No início os humanos ficaram “tímidos”, porém se renderam ao cheiro maravilhoso da comida da vampira e se deliciaram com os quitutes de Esme.

- Isso está realmente bom!

POV Edward

A “entrevista” com Daniel e Nati estava mais tranqüila do que eu pensava que seria. Distraí-me com os sonhos de Nessie. Minha filha sonhava comigo e sua mãe, estávamos caminhando pela cidade, íamos até uma praça e lá encontrávamos Bernardo que trazia em suas mãos uma grande taça de sorvete e dava a minha pequena.

De acordo com a felicidade do anjinho em meus braços eu acredito que ela e Bernardo se dão muito bem, é possível sentir um carinho muito grande que um tem pelo outro.

Bem, toda a minha família o conhece, se dão bem, já o amam. Só falta eu... Mas creio que será difícil me aproximar, os pensamentos dele surtaram completamente somente com a minha presença, agora imaginem quando eu for conversar com ele.

Meus devaneios foram interrompidos pelos pensamentos alarmados de Alice.

Ela apareceu como um raio em minha frente.

- Edward, é melhor você ir ficar com a Bella. – disse-me mostrando em sua mente o que acabara de prever. – Jazz foi tentar acalmá-la, mas ele não vai... – sua frase morreu quando começamos a escutar um martelar de coração.

Levantei rapidamente com Nessie no colo.

- Rose, fica com Nessie, por favor? – pedi e ela revirou os olhos com a pergunta.

Assim que minha filha estava no colo de Rose Bella gritou alto.

Minhas pernas se movimentaram automaticamente e não demorou para que eu estivesse ao lado de minha esposa a abraçando.

Bella chorava de uma maneira que eu não a via chorar há muito tempo. Um tempo que eu não quero recordar.

Puxei suas pernas as colocando sobre meu colo e a embalei tentando acalmá-la.

- Shhi calma meu anjo, estou aqui. – murmurava em seu ouvido e a cada palavra que saía de minha boca ela me abraçava mais forte, com mais desespero.

Afastei-a para fitar seu rosto e reparei que seus olhos estavam azuis. Limpando suas lágrimas perguntei com cautela.

- Teve uma previsão?

Ela fez negativo com a cabeça e fungando disse.

- Não, mas foi tão real...

- Foi só um sonho Bella.

- Não tenho tanta certeza. – sussurrou ela com os olhos acuados.

- O que quer dizer? – perguntei, mas ela apenas se encolheu abaixando o olhar. – Quer me mostrar? – ela negou voltando a chorar.

Suspirei voltando a abraçá-la. Eu sentia muito a falta de Bella, tê-la aconchegada em meus braços me trazia uma sensação de preenchimento, algo que eu pensei que nunca mais teria depois de todos esses anos.

Aos poucos minha esposa foi se acalmando, não demorou para ela aproveitar tanto quanto eu a sensação de estar junto.

Não precisávamos estar nos agarrando para demonstrar o quanto estávamos felizes, apenas o fato de sentir o bater de coração contra a sua pele e sua respiração calma me deixava nas nuvens.

- Eu senti sua falta. – murmurou encostando sua testa a minha.

- Eu também minha princesa, eu também...

Senti que a temperatura de seu corpo estava aumentando. Bella ainda não estava completamente bem. Ela descansou por pouco tempo, tão pouco que seus mais profundos ferimentos ainda não haviam curado.

- Você está febril. – disse preocupado.

Ela me fitou com seus olhos brilhantes de febre e suspirou cansada.

- Tome um banho para refrescar, quando você sair eu trago uma bandeja com um lanche para você. – disse em quanto a carregava até o banheiro, a colocava em pé perto do Box e esticava o braço para ligar o chuveiro.

De repente Bella jogou seus braços em torno do meu pescoço e me puxou com roupa e tudo para baixo da água. Minha expressão assustada mudou logo para divertida assim que escutei o riso brincalhão de minha esposa.

Puxei-a contra mim e beijei seus lábios molhados pela água. Ela enroscou em meus cabelos me puxando para mais perto. Nossas bocas dançavam a nossa dança preferida, o quente e o gelado se misturando e demonstrando o quanto sentiram falta dessa sensação.

Não demorou muito para que minha camisa estivesse no chão e minha esposa estivesse quase completamente despida, mas quando a puxei pelos pulsos e ela gemeu de dor eu parei.

- Você não se recuperou ainda amor... – sussurrei me contendo, minha voz rouca de desejo.

- Não importa. – disse ela me puxando novamente.

- Não Bella. Importa sim, você está fraca e eu não quero te machucar. – disse de maneira séria em quanto a parava.

Minha esposa fez bico em quanto me olhava de maneira indignada.

- Nós temos muito tempo para matar as saudades. – disse sorrindo de maneira calma e então me aproximei de seu ouvido e sussurrei. – Somente a eternidade.

- Ed, você não está ajudando. – disse emburrada me fazendo rir.

- Ok, te espero aqui no quarto, vou buscar uma bandeja...

- Não precisa, eu posso muito bem descer.

Suas palavras soaram suplicantes. Seus olhos me diziam que ela não queria ficar sozinha e muito menos ficar na cama como se fosse uma doente.

Porém temos repórteres na copa... Expliquei a situação em quanto ela terminava seu banho. Fiquei do lado de fora do Box me enxugando. Ela não ligou para a câmera, afinal já estava na mídia mesmo, não tinha mais porque se esconder.

Contei o que ela havia perdido em quanto dormia. Dês das descobertas feitas pela imprensa até as perguntas que os dois jornalistas fizeram a Daniel.

POV Bruna

Em menos de 5 minutos estávamos em casa, ou melhor, nos portões de casa. Só que havia um pequeno problema, esquecemos completamente que tinha uma pequena multidão de jornalistas acampando na calçada e na rua.

- Vamos ter que pular o muro antes que eles venham fazer perguntas. – disse Ângelo.

- Hum... O que é aquela mesa cheia de comida perto do portão – perguntei ao perceber meu estômago roncar.

- Provavelmente Esme deixou para os humanos... E provavelmente eles ficaram com medo de aceitar. – ponderou vovô.

- Bem... Eu não tenho medo. – disse sorrindo.

- Bruna! – repreendeu vovô, mas eu já corria para a mesa e pegava alguns quitutes.

Antes que os jornalistas conseguissem reagir a minha aparição e pequeno roubo de comida eu pulei o portão em um salto.

Lambi meus dedos sorrindo de maneira sapeca para o vampiro que pulava o portão só agora sendo seguido do Chefe Jackson, Peter já estava ao meu lado.

- Você nunca toma jeito! – reclamou vovô revirando os olhos eu ri lhe mandando uma piscadela e entrando em casa.

Assim que entrei na sala senti um clima preocupado.

- O que aconteceu? – perguntei para tio Jazz que estava sentado ao lado de tia Ali que tinha os olhos desfocados com alguma visão.

Quem me respondeu foi tia Rose que tinha Nessie dormindo em seus braços.

- Bella teve um pesadelo e acordou berrando, Edward está com ela agora.

Apurei meus sentidos e escutei uns barulhos estranhos junto com o som do chuveiro.

- Eles estão é se agarrando. – disse tio Emm gargalhando e logo em seguida sendo repreendido por Esme pelo seu escândalo em quanto Nessie dormia.

Fiz uma careta e aumentei um pouco o som da TV. Eles riram de mim.

- Que flor é essa em suas mãos? – perguntou Carlisle curiosamente.

- Peter me deu... Oh! Já estava me esquecendo! – disse e saí correndo até o meu atelier.

POV Charlie

O garoto tomou um tom de vermelho em quanto desviava o olhar encabulado e gaguejava.

- A princesa queria saber qual era o meu poder... Essa foi a maneira mais simples que imaginei. – explicou encolhendo seus ombros.

- Claro! E por que pensaríamos outra coisa? – perguntou retoricamente Ângelo dando um leve tapinha nas costas de Peter.

O pobre ficou ainda mais sem graça em quanto Jasper o fitava com uma sobrancelha erguida.

Ângelo me contara que Peter tinha apenas 19 anos, seus pais morreram ao recusar entrar no exercito de James e desde então está sendo criado pelos tios humanos. Apesar da idade é muito responsável e parece até ter nascido em outra época tamanho é o seu cavalheirismo e respeito por todos. Um ótimo garoto, porém apenas um garoto. Muito jovem para entrar na guarda.

Meu amigo tentava convencê-lo a fazer uma faculdade, trabalhar em algo que ele gostasse, porém Peter é decidido e não desiste da idéia.

Esme chamou Ângelo e Peter até a cozinha para comerem alguma coisa e não demorou muito para Bruninha passar por nós e ir jantar.

- Bem, agradeço pelos esclarecimentos e pode deixar que vamos tirar todos da entrada de sua casa. – disse a repórter saindo da copa sendo seguida dos seus colegas, Dan e Nati.

O rei riu.

- Olha que eu cobro hein? – brincou e a mulher sorriu.

Os humanos estavam bem relaxados para quem estava em uma casa cheia de vampiros. Antes que saíssem da sala Bella e Edward apareceram de mãos dadas e cabelos molhados. A princesa usava um short jeans e uma regata branca justa. O tempo não estava tão quente, mas acredito que ela esteja sentindo muito calor por causa da febre.

- Olá! – cumprimentou minha filha sorrindo como há muito tempo não sorria.

- Por que o cabelo molhado Ed? – perguntou Alice com o ar risonho.

- Calada tampinha. – cortou ele sem graça fazendo a vidente rir.

Vários pontos brancos foram aparecendo pela sala. Até mesmo eu pude sentir a felicidade geral.

- Como se sente maninha?

- Como alguém que acabara de acordar após uma luta que vencera. – respondeu sorrindo largo ao ver o irmão revirar os olhos. – Relaxe Dan, já estou boa o suficiente para te dar uma surra.

- E dar uns amassos em baixo do chuveiro. – completou Emmett gargalhando.

A pele de Bella que já estava vermelha por causa da febre ficou ainda mais ruborizada com as palavras do cunhado. A gargalhada ecoou pela sala.

- As próximas casas em que formos viver terão os quartos a prova de som. – decretou Edward sem conseguir evitar o riso com a esposa emburrada.

- Como se existisse privacidade em uma casa cheia vampiros e lunares.

- Vou buscar alguma coisa para você comer. – disse Edward beijando o topo da cabeça de Bella e correndo para a copa.

A princesa se jogou no sofá e bocejou.

- Você não descansou suficiente. – observei.

Ela apenas deu de ombros, mas era notável que ela estava exausta. As olheiras em baixo de seus olhos eram enormes e Bella parecia mais magra. Tinha um ar doente.

- Seu pulso... – murmurou o câmera assustado.

Bella olhou para o braço e deu de ombros.

- Em poucos dias desaparece. – disse ela sorrindo levemente.

O fato era que o pulso de Bella estava realmente feio. A ferida não estava aberta, porém em torno da casca várias ranhuras arroxeadas saiam como se fossem veias. E as marcas dos dedos de Edward apareciam claramente.

POV Bella

Acho que demorará mais do que o normal, já que estamos em lua nova e não poderei me energizar.

Ergui meu olhar para a passagem da salsa para a copa. Edward vinha com uma bandeja e expressão torturada.

- Se tem uma coisa que eu não senti falta foi esse seu complexo de culpa. – disse divertida para ele.

- Não brinque com isso, eu poderia ter te matado. – repreendeu-me sentando ao meu lado com a bandeja em seu colo.

- Mas não matou. – disse séria e depois olhei descrente para ele. – Que tamanho você acha que tem o meu estômago?

Meu marido revirou os olhos.

- Você está muito magra... E quem gosta de osso é cachorro. – disse ele com um sorriso vitorioso.

Fiz uma careta.

- Se eu comer tudo isso vou explodir.

- Não enrola Bella e trate de comer. Está pior que criança.

Bufei e comecei a comer com seu olhar fiscalizando cada mordida.

- Onde está Joseph? – perguntou Rose.

- Está no lago, ficou com medo de não se controlar quando os humanos entrassem em casa. – explicou Carlisle.

- Que bobagem! Como se nós não fossemos segurá-lo. – disse Emm revirando os olhos.

A nossa conversa continuou, mas os jornalistas tiveram que ir. Despediram-se rapidamente e se foram.

Alguns minutos depois percebi que Edward relaxou ao meu lado. Olhei-o curiosamente, meu marido apenas deu de ombros me aconchegando melhor em seus braços.

A bandeja já estava na mesinha de centro e a conversa continuava como se fosse dia claro. Porém passavam das 2 da manha. Rose colocara Nessie em seu quarto e depois voltou à sala. Joseph também voltara do lago e agora estava em seu quarto pensando em como seria seu encontro com seu filho. Dan mandou Bruna para cama já que amanhã ela terá aula, quanto a mim ainda não sabia se continuaria trabalhando na escola.

Charlie vai amanhã para a escola pedir sua demissão já que foi chamado para trabalhar no mesmo hospital que Carlisle e lá seria mais útil. Além do mais ele trabalhava como enfermeiro apenas com medo de me deixar sozinha.

Dan estava apoiado no encosto do sofá com os braços cruzados e feições sérias em quanto pensava na situação de Peter.

- Não estou julgando sua competência nem nada, mas acho que você é novo demais para entrar na guarda. – disse meu irmão.

- Sei que é de grande responsabilidade entrar na guarda, mas sempre o quis. Desde criança. Não tenho medo de enfrentar qualquer coisa que esteja por vir senhor. – argumentou o garoto.

Não posso negar que ele é de uma educação tangível.

- Tem os pensamentos muito nobres. – comentou Edward. – Mas e quanto aos seus tios? O que acham da sua decisão?

Peter pareceu hesitar. Meu marido sorriu e disse a meu irmão.

- Acho que ele deve ser aceito.

Estreitei meus olhos para Edward que sorriu beijando a ponta de meu nariz.

- Majestade, se me permite uma sugestão. – interferiu Ângelo.

- Claro!

- Bem... Colocaremos Peter em faze de teste e treinamento...

- Acho que entendi o ponto em que quer chegar. – sorriu Charlie. – Vai treiná-lo e testá-lo em várias áreas, caso ele não desista da idéia entrará na guarda.

- Exatamente... Pretendo mostrar os extremos...

Meu irmão suspirou pensativo e então sorriu dando de ombros.

- Ok. Ele ficará sob sua responsabilidade, pode treiná-lo da maneira que preferir... Mas não pegue muito pesado. – disse Dan divertido a Ângelo que sorriu e então direcionou seu olhar a Peter. – Chefe Jackson deve gostar muito de você rapaz... Não é qualquer um que ele assume o treinamento.

Peter sorriu radiante e fez uma leve reverencia.

- Obrigado majestade. – e então sorriu para Ângelo que bagunçou seu cabelo.

- Acho que devemos ir então... Precisa de mais alguma coisa meu rei?

- Você tem algo importante a fazer agora Ângelo?

- Nada urgente.

- Então fiquem essa noite aqui e amanhã tomem o rumo que quiserem, já é tarde. Descansem. – ofereceu Esme.

Antes que eles pudessem recusar minha sogra olhou feio e então sorriu quando eles agradeceram a hospitalidade.

Esme adorava a casa cheia e amava os afazeres domésticos.

- Venham comigo, vou mostrar seus quartos. – disse ela alegre e os dois a seguiram subindo as escadas.

- Nós vamos para cama também. – comunicou Emm sorrindo malicioso em quanto puxava Rose pela mão.

- Não sejam escandalosos, por favor! – reclamou Alice emburrada em quanto puxava Jazz para o quarto deles.

Foi impossível não rir.

Dan e Nati também deram boa noite e subiram para seu quarto.

- Não fiquem até tarde, Bella você precisa descansar. – disse Carlisle antes de fechar seu livro e seguir para a biblioteca.

Ficamos apenas eu e Edward aconchegados no sofá. Seus carinhos foram me dando sono e pouco a pouco meus olhos foram ficando pesados, mas antes que eu pudesse me entregar ao mundo dos sonhos eu balancei minha cabeça e levantei.

- O que foi? – perguntou Edward atrás de mim.

Não me virei naquele momento. Sentia como se meu peito fosse esmagar meu coração, como se eu estivesse sem ar. O pesadelo quase esquecido resolveu assombrar a minha mente.

- Bella? Fiz algo errado? Machuquei você? – perguntou-me com a voz torturada me fazendo me sentir ainda pior.

Virei-me rapidamente e neguei o abraçando.

- Não, não... Eu... Só não quero dormir. – sussurrei encostando minha testa a sua.

Edward me afastou para me olhar seriamente. Abriu a boca para dizer algo, mas desistiu. Puxou-me para o seu colo e me aconchegou como se eu fosse uma criança. Deitou-se no sofá me mantendo junto a ele.

- Sei que está com medo de dormir e ter novamente o pesadelo, mas você precisa descansar meu anjo. – disse ele baixinho em quanto acariciava minha bochecha.

Um bico involuntário surgiu em meus lábios e meu corpo ficou tenso com a possibilidade de ver novamente aquelas imagens tão perturbadoras.

Meu vampiro aproximou-se e beijou delicadamente minha boca. Suspirei contra seus gélidos lábios e correspondi com calma.

Um beijo calmo, sem malicia, apenas uma representação de amor. Uma de suas mãos me apertava contra ele em quanto a outra estava espalmada em minha bochecha. Meu braço estava rodeado em suas costas em quanto minha outra mão se afundava em seus cabelos. Sua barba estava macia e não incomodava meu rosto.

Reparei que seu cabelo estava um pouco mais curto, assim como a sua barba.

Ele afastou-se da minha boca para que eu pudesse respirar. Edward me olhava com devoção e saudades. Sorri para ele e retribui seu olhar.

A luz da sala estava apagada e o ambiente só estava sendo iluminado pela luz da copa. A meia luz Edward conseguia ficar ainda mais lindo. Seus olhos estavam em um verde brilhante, sua barba por fazer o deixava com um ar mais adulto, não parecendo em nada um adolescente.

Meus dedos automaticamente acariciaram aquela barba ruiva.

- Alice não me deixou fazer, ela disse que você iria gostar mais assim. – disse ele risonho.

Sorri.

- Agora me sinto casada com um homem e não um garoto. – brinquei e ele riu.

- A baixinha disse que era para não me confundirem com meu neto.  – disse brincando, mas eu percebi um certo receio em seus olhos.

- Vocês são muito diferentes... E ao mesmo tempo muito parecidos... É estranho, mas acho impossível confundi-los. – sorri tentando animá-lo.

Edward retribuiu meu sorriso, mas não chegou aos seus olhos.

- Por que tanta preocupação? – perguntei desmanchando a pequena ruga em sua testa.

- Não sei se ele irá me aceitar...

- É lógico que vai! Bernardo é um ótimo garoto, tem um bom coração. Irá recebê-lo com muita alegria.

- Quanto otimismo para uma pessoa só! – brincou rindo da minha súbita animação.

- Já que você é pessimista por nós dois... Tenho que ser otimista por nós dois também! – pisquei de um olho só e ele riu com as minhas palavras.

Meu marido se ajeitou melhor no sofá e disse perdido em seus pensamentos.

- Essa situação é muito estranha... Eu nunca pensei que poderia ter um filho, quanto mais um neto! Eu mal me lembrava de minha vida humana, as poucas memórias que tive foram após aquele natal e depois as coisas se aquietaram. E agora descubro que tenho um filho que já falecera e um neto idêntico a mim. E mesmo tendo essa descoberta tão recente, sinto como se já houvesse um lugar para eles em meu peito, como se eles sempre tivessem existido. – Edward fez uma pausa para olhar a minha expressão.

Sorri serena incentivando-o a continuar.

- Mesmo que eu não tenha conhecido meu filho eu me sinto triste em saber que ele já não esteja entre nós. Não posso dizer que sinto a pior dor do mundo que é a perda de um filho. Estaria mentindo se o fizesse. Mas é triste saber que ele perdera a vida tão jovem e me sinto mal por não ter sido presente em sua vida, quem sabe ele não estaria vivo ainda?

- Não tinha como você saber Ed.

- Eu sei... Não estou me culpando, ou culpando quem quer que seja. É que gostaria de tê-lo visto crescer, participado de sua vida. E agora com Bernardo eu posso fazer isso... Mas tenho medo que ele não me aceite.

- Você seria um tolo se não tivesse esse medo, meu amor. – disse sorrindo. – Tenha paciência, por que ele vai te aceitar. Eu sinto isso. Não sei se será agora, daqui alguns meses ou talvez anos. Mas ele o fará. É impossível não gostar de você.

Meu marido revirou os olhos rindo.

- Os pensamentos dele piraram com a minha presença.

- Não é por pouco! Katharine não deveria ter escondido a verdade de Bernardo.

- O pensamento da época era diferente.

- Mesmo assim não deixa de ser errado.

- Não deixa. – suspirou ele se aconchegando melhor.

Deitei em seu ombro e fiquei acompanhando sua respiração.

- Por que estava tão tenso com os jornalistas dentro de casa? – perguntei.

- Você percebeu?

- Uhum.

- Não estava tenso por causa deles... Mas minha cabeça estava prestes a explodir. Passei muito tempo com meus poderes adormecidos e eles voltaram rápidos de mais. Não estou mais acostumado com tantos pensamentos ao mesmo tempo. – explicou.

- Quando incomodar muito me avise. Posso colocar meu escudo.

- Obrigada meu anjo. Mas espero que não seja necessário. Preciso voltar a me acostumar. Além do mais tenho a vantagem de já saber como fazer.

Não sei quanto tempo se passou, mas eu lutava contra o sono. Eu não queria dormir de jeito nenhum. Tinha medo que o pesadelo retornasse.

O problema em si não era o pesadelo, mas sim o quão real ele parecia ser. Eu sentia como se fosse uma previsão, porém não era algo futuro. Parecia uma visão do passado. E aquela visão me apavorava.

- Você precisa descansar Bella. – disse Edward mais uma vez.

- Eu estou descansando. – rebati desviando o olhar.

Meu vampiro suspirou.

- Não vou sair do seu lado amor. Ficarei aqui do momento em que você adormecer até depois que despertar. Descanse princesa, por favor. Eu não agüento vê-la tão fraca. – suas palavras foram tão carinhosas que me fizeram sentir-me mal pela minha teimosia.

Com lágrimas nos olhos eu pedi em um sussurro.

- Cante para mim?

- Por todo o seu sono se isso espantar seus pesadelos.

[...]

POV Bruna

Já se passou um mês desde que todos sabem quem eu sou. Virei famosa da noite para o dia e confesso que estou um pouco assustada com isso... Apesar de achar o máximo!

Os jornalistas saíram dos nossos pés. A maioria acreditou em tudo o que meus pais disseram quando os receberam em casa. Primeiro, por papai ter contado exatamente tudo o que se passou na lua e a história bateu com a história que os jornalistas que estavam no dia do jogo contaram. Segundo, pelo fato de nós não termos obrigação alguma em contar nossa história e mesmo assim fizemos por pedido dos humanos. E terceiro, após muita especulação de psiquiatras que afirmavam que as pessoas no dia do jogo tiveram alucinação em massa, foi comprovado que eles estavam errados.

As câmeras não conseguiram gravar imagens, porém elas não pararam de gravar. Então a imprensa possuía vários DVDs com mais de 70 horas de gravação em branco. O que seria impossível acontecer se aquilo fosse apenas uma alucinação.

Papai me deixou super brava colocando dois guarda costas em meu encalce. Ok, não era bem no meu encalce já que eram da guarda real e não precisavam ficar a 1 metro de distância. Mas mesmo assim era incomodo vê-los aos redores do colégio com suas feições fechadas e ouvidos atentos. Sentia-me uma prisioneira vigiada 24 horas por dia.

Só me senti a vontade nos dois primeiros dias. Ângelo mandara o recado para que dois membros da guarda viessem para a cidade, porém levou dois dias para encontrar aqueles dispostos a se mudar com sua família. Então em quanto isso ele e Peter cuidaram da minha segurança.

Eu gostava do chefe Jackson. Ele sempre me tratou muito bem e tinha um senso de humor que deixava o ambiente leve. Sua presença não me deixava tensa e nem me fazia sentir perseguida.

Com Peter era diferente.

Ele não falava comigo se eu não puxasse assunto e se limitava a responder estritamente o que eu perguntava. Tratava-me com extrema delicadeza e respeito. Sempre muito formal e educado. Ao contrário de todos, ele não me olhava como uma criança. Olhava-me com brilho nos olhos. Com admiração. O que me deixava completamente sem graça quando eu o flagrava, mas ele apenas dava um de seus sorrisos calmos que vertiam paz.

Gostava de sua presença.

Eu preferia milhões de vezes eles me “protegendo” a qualquer outro.

As coisas na escola estavam diferentes também, não muito, mas pessoas que nunca falaram comigo vieram falar e outras que falavam socialmente pararam de falar por medo.

Meus verdadeiros amigos não mudaram comigo. Obviamente ficaram curiosos com alguns assuntos, mas assim que esclareceram não perguntavam mais e nem ficavam mencionando nada do meu mundo. Falávamos normalmente assuntos de adolescentes.

Estávamos em novembro. Meus tios vampiros estavam se preparando para viajar. Queriam logo para voltar antes do natal. Tio Jazz e tia Ali iriam para a cidade natal dela para pesquisar sobre sua vida. Tio Emm e tia Rose iriam para uma cidade que morava a família humana dele. Foi uma grande surpresa para mim saber que tio Emm ainda tinha sua família viva, porém nunca se aproximou dela após sua transformação.

Jake ainda estava em La Push. Ligou avisando que teria que ficar mais um pouco por lá para resolver alguns problemas com o bando. Parece que como Rachel acabara de dar a luz, Seth queria aproveitar seu filho. Então Jacob assumiu novamente o bando e assim que arrumasse uma solução voltaria para cá. Nessie estava sentindo muito a falta dele.

Vovô e Carlisle estavam tendo mais trabalho do que nunca no hospital. As cirurgias de risco eram executadas por eles, já que com seus reflexos avançados o paciente corria menos perigo.

Guto veio aqui em casa algumas semanas atrás. Joseph ficou completamente emocionado por ver o filho e não se conteve em abraçá-lo. O momento foi de grande tensão, mas a emoção do vampiro era tão grande que ele nem sentiu cede. Guto ficou um pouco assustado com a cor dos olhos do pai, mas tio Ed lendo sua mente explicou-lhe que em pouco tempo não seria mais tão assustador. Pai e filho conversaram por um bom tempo. Pedidos de desculpas e choros a parte tudo ocorreu bem.

Tia Bella já estava bem melhor. Com a primeira lua cheia do mês ela cicatrizou todos os seus ferimentos. Ela estava muito feliz com a volta de tio Ed e sorria demais ao vê-lo brincando com Nessie que também não desgrudava do pai. Mas toda essa felicidade não impedia seus pesadelos.

Tia Bella acordava gritando todas as vezes que tio Ed não estava com ela. Ele fazia o máximo para sempre estar junto, mas às vezes precisava fazer algo importante e acabava que tia Bella sofria com isso. Carlisle explicou que não seria fácil para ela se abrir novamente. Sofreu por muito tempo sozinha e acabou se acostumando com isso, seus pesadelos a perseguirão até que ela conte o que tanto lhe incomoda e assim com ajuda superará.

Tio Ed também não estava tão bem. Ele se mostrava extremamente feliz, mas às vezes nós notávamos seu olhar perdido e meio sombrio.

Não é para menos! Só ele e Deus sabem o que ele passou naquele porão.

Hoje tia Bella iria ao colégio. O diretor queria que ela voltasse a lecionar.

POV Edward

Andando tranquilamente pela calçada, eu e Bella sorriamos para Nessie que segurava com cada uma de suas mãozinhas a minha mão e a mão de minha esposa. Nós a balançávamos no ar e ela gargalhava com a sensação.

Eram nesses momentos que eu me sentia o ser mais feliz do universo e ao mesmo tempo o mais miserável.

Feliz por estar junto das pessoas que mais amo. Porém cada vez que eu as olhava, lembrava-me de que eu havia aceitado tomar o sangue humano e conseqüentemente iria beber o sangue de Victória. E se não fosse pela súbita mudança de humor da vampira eu teria feito o que ela queria pelo puro egoísmo de escolher a minha vida a vida das pessoas que eu mais amo.

Não conseguia me perdoar por essa decisão. Doía-me na alma cada vez que eu via o olhar de irrevogável confiança que minha família tinha em mim. E eu me sentia pior ainda por não conseguir contar a Bella o que se passou. Algumas semanas atrás ela perguntou-me se eu não queria lhe contar o que aconteceu comigo durante todo o tempo em que estive em cativeiro. Fiz uma brincadeira dizendo que Victória me obrigava a jogar dominó. Obviamente minha esposa não gostou da brincadeira e me mandou a merda. Mas me perdoou rapidamente.

Hoje estávamos indo até o colégio em que Bella lecionava. O diretor combinou deles conversarem antes de os alunos começarem a chegar, caso contrário quando minha princesa chegasse haveria um grande reboliço e eles não conseguiriam conversar.

De acordo com a mente de Bruna o diretor queria que ela voltasse a dar aulas.

- Nessie, cuide do papai em quanto eu converso com o diretor ok? Mantenha as perigosas longe dele. – disse minha esposa em um falso tom de seriedade.

Segurei meu riso quando minha filha olhou de maneira séria para Bella e bateu continência.

- Sim senhora!

- Muito bem garota! – sorriu minha princesa e eu gargalhei.

- Como se eu fosse olhar para outras mulheres que não sejam as minhas princesas. – ironizei.

- Não custa ficar de olho. – Bella me mandou uma piscadela me fazendo rir novamente.

Não demorou para que chegássemos ao colégio. Bella despediu-se de Nessie com um beijo no topo da cabeça e me deu um selinho dizendo que nos encontrávamos mais tarde aqui neste mesmo lugar.

Minha princesinha saltitou a minha frente com um largo sorriso. Em sua mente o parquinho da escola e todos seus amiguinhos.

- Vem papai! – me pediu puxando-me pela mão.

Eu ri da sua pressa e a segui.

Seus olhinhos ficaram decepcionados quando ela percebeu que ninguém havia chego ainda.

- É muito cedo meu amor. – disse me agachando a sua altura e dando um leve toque em seus lábios que formavam um lindo biquinho indignado.

Ela ergueu o bracinho e encostou sua mãozinha em meu rosto. Sorri tranquilamente deixando-a me mostrar o que ela queria, mesmo que eu já tivesse visto em sua mente inocente.

Sorri vendo em sua imaginação eu e ela sentados a mesa de sua sala de aula em quanto sua professora dava as instruções para fazer um origami com o papel. O engraçado da visão era que eu mal cabia na pequena cadeira de criança.

- Oh meu anjinho, papai é muito grande para estudar com você. – disse assim que a visão se dissipou.

Ela fez um bico imenso e me olhou com os olhinhos pidões. A feição mais linda do mundo.

- Por favor? – sua voz prolongou em quanto ela juntava suas mãozinhas em imploração.

Como negar a um pedido desses?

- A senhorita me trouxe aqui no parquinho só para ficar olhando? – perguntei erguendo uma sobrancelha.

Sua cabecinha esqueceu na hora sua linda imploração e foi ocupada pela vontade de brincar nos mais diversos brinquedos do parquinho.

Passou-se cerca de 30 minutos antes que os primeiros funcionários chegassem. Nessie fez questão de me apresentar sua professora. A mulher gaguejou ao me cumprimentar, mas logo se concentrou em me ajudar a convencer minha filha de que eu não podia ficar estudando com ela. Após mais dez minutos finalmente conseguimos convencê-la. Despedi-me com um abraço e fui em direção ao ponto de encontro que combinei com Bella.

Muitos dos alunos já chegavam, suas mentes me incomodaram um pouco, mas nada que me atrapalhasse.

Coloquei minhas mãos no bolso e segui andando em quanto procurava rapidamente onde estava minha princesa.

Encontrei-a rodeada por seus alunos, Bruna estava entre eles. Ela saiu de casa depois de nós, já que não tinha por que chegar tão cedo. As mentes dos adolescentes eram animadas com Bella e demonstravam claramente com a empolgação que transparecia em suas vozes em quanto perguntavam a ela se iria voltar a dar aulas.

Cheguei rapidamente a suas costas e a abracei beijando-lhe a bochecha. Bella deu um pulo e soltou um gritinho. Olhei-a divertido em quanto ela colocava a mão em seu peito tentando acalmar seu coração.

- OMG! Dês de quando se tornou tão silencioso? Vou pendurar uma sineta em seu pescoço que nem fazem com as vacas! – disse ela emburrada.

- Se não colocar os chifres juntos... – dei de ombros e ela gargalhou.

“Nossa! Nunca tinha visto a senhora Cullen rir desse jeito!”

“Parece que são sinos tocando”

“Uau!”

Sorri ao perceber que as mentes de seus alunos estavam completamente certas quanto a beleza de seu riso. Fiquei admirando-a até que ela parou de rir e me perguntou provocadora.

- Você não está um pouco velho para estar na escola não? – ergui uma sobrancelha.

- E você não está muito velha para estar viva?

- Outh! – exclamou ela com falsa dor e então gargalhou mais uma vez.

- Que bom que eu te divirto. – disse lhe puxando pela cintura e estralando um beijo em sua bochecha.

Bella voltou a falar com seus alunos de maneira animada. Confesso que não prestei muita atenção, pois a mente de Bernardo praticamente gritava naquela roda. Não olhei muito tempo para ele para não deixá-lo desconfortável. Além do mais ele estava ao meu lado e seria estranho eu virar a cabeça para fitá-lo. Seu coração batia forte pelo nervosismo e sua respiração estava acelerada.

- Relaxa. – murmurou Bruna lhe dando uma cotovelada de leve.

Ele levou as mãos nos cabelos de maneira nervosa. Bella abriu seu pensamento para mim. Ela ria ironicamente.

“Ele pode nunca ter convivido com você, mas tem a mesma mania de passar as mãos no cabelo quando está nervoso.”

Concordei silenciosamente.

Sua mente foi se tornando silenciosa. Ou seriam as outras mentes que chegavam mais perto?

“Essa blusa me deixa gorda!”

“Por que ela não me enxerga?”

“Não agüento mais a vovó lá em casa.”

“Ninguém liga para mim... Uau, ela é gostosa!... Continua do mesmo tamanho, Aro vai gostar disso... Droga! Esqueci o dever de casa!... A festa de ontem foi a melhor... Não acredito que papai esteja traindo mamãe!... Vadia!”

POV Bella

Assim que dei um tchau geral para meus alunos percebi que eles olhavam sem entender para o meu vampiro que estava silencioso de mais. Virei-me para fitá-lo.

Edward estava com o olhar distante. O mesmo olhar de quando estava concentrado em outra mente.

- Edward? – chamei apertando levemente sua mão entrelaçada a minha. – Ed?

Seus olhos fecharam com força e ele desviou seu olhar para a direita. Espremeu novamente suas pálpebras e olhou para o outro lado.

- Edward o que foi? – perguntei preocupada e ele disse em um fôlego só.

- Jane.

Meus olhos arregalaram.

- O que a vadia está fazendo aqui? – perguntei surpresa e me concentrando em buscar sua aura.

- Não sei ao certo, perdi seu pensamento. – respondeu com a respiração acelerada.

Sua feição tornou-se dolorida. Então ele espremeu pela ultima vez seus olhos antes de soltar um baixo gemido de dor.

O susto que levei ao vê-lo cambalear me fez agir.

Minhas mãos rapidamente ficaram ao lado de sua cabeça e eu criei um escudo em sua mente. Edward soltou a respiração em alivio, mas continuou com olhos fechados e caindo para frente. Bernardo em um ato instintivo segurou-o antes que caísse.

- Melhor? – perguntei e ele assentiu com a cabeça. – Já deveríamos ter ido Ed.

- Deixe-me tentar rastreá-la. – pediu forçando meu escudo.

- Esqueça. – murmurei enroscando meu braço em sua cintura e o levando até um banco próximo.

Percebi que ele estava prestes a contestar, mas logo esclareci.

- Ela não está por perto, não a sinto por essas voltas. Deveria estar de passagem.

Sentei-me ao seu lado, meus alunos ficaram a nossa volta. Edward apoiou a cabeça em suas mãos e os cotovelos em seus joelhos.

- Isso é frustrante... E dolorido. Minha cabeça parece querer explodir. – murmurou com a respiração pesada.

- O que há de errado? Pensei que vampiros não sentiam esse tipo de dor, – perguntou Bernardo, seu tom era preocupado.

- Os normais não sentem, mas os que possuem dons como o do tio Ed e da tia Ali sentem freqüentemente. – respondeu minha sobrinha.

- Quantas pessoas têm nesse colégio agora? – perguntou Edward.

- Acho que umas 200 ou 300. – respondeu Bernardo após uma breve olhada para trás.

- Então imaginem 200 ou 300 pessoas falando dentro de sua cabeça. – meus alunos gemeram ao imaginarem.

- Você demorou um mês para se acostumar com as mentes lá de casa. Não seria em um dia que se acostumaria com as mentes de mais de 300 alunos. – disse revirando meus olhos.

O sinal tocou e os garotos se despediram de nós para irem para as suas salas.

Fiz meu marido se deitar no banco e colocar sua cabeça em meu colo. Em sua face a dor era tangível.

- Relaxe essa cabecinha Ed. – murmurei em quanto desfazia a ruga de preocupação que se formou em sua testa.

Ele suspirou ainda com os olhos fechados. Meus dedos massagearam suas têmporas lentamente até que eu o senti relaxar completamente.

- Tem as mãos de anjo. – sussurrou ao abrir os olhos.

Edward sorriu e levou sua mão até a minha bochecha e a espalmou fazendo movimentos circulares com o dedão. Fechei meus olhos com seu toque gelado e me arrepiei quando ele escorregou sua mão para a minha nuca e me puxou para baixo em direção a sua boca.

Nossos lábios se tocaram suavemente e então se tornaram urgentes e quando conseguimos fazer uma pausa Edward estava sentado e eu deitada em seu peito, seus cabelos mais bagunçados que o de costume. Olhei para a minha blusa e ri levemente. Mais amassada impossível.

- Do que está rindo? – perguntou-me erguendo uma de suas sobrancelhas.

- Do nosso estado... Se não encontrarmos logo um lugar para ficarmos a sós acabaremos fazendo uma loucura. – ri mais uma vez e ele revirou os olhos.

- Isso por que você não escuta os pensamentos do Emmett. – bufou.

Ficamos mais alguns minutos ali na frente do colégio. Somente curtindo o momento de silêncio. Não que não pudéssemos escutar tudo o que acontecia dentro do prédio e um pouco mais além, mas quando estávamos juntos tudo a nossa volta ficava mais silencioso.

Percebi a feição de meu vampiro ficar preocupada.

- O que Jane estava pensando que está te deixando tão preocupado? – perguntei com a voz baixa.

- Não sei ao certo. – murmurou olhando para a floresta a nossa frente. – Os alunos começaram a chegar ao mesmo tempo, suas mentes começaram a se confundir umas nas outras, foi nesse momento que eu reconheci a voz de Jane. – pausou e então me olhou. – Ela pensou algo como “Continua do mesmo tamanho, Aro vai gostar disso”. Não deu para ver pela sua mente, eu apenas escutei rapidamente. Depois tudo virou um grande zunido em minha cabeça.

- O que será que ela quis dizer com isso? – divaguei e Edward suspirou.

- Era exatamente nisso que estava pensando, não faz muito sentido. Se ao menos meu poder estivesse controlado eu teria conseguido captar mais alguma coisa.

- Tudo bem Ed... Não tem problema, vamos descobrir o que a vadia está planejando e você não demorará para controlar as coisas. – disse animada.

- Eu amo seu otimismo. – riu me puxando para mais perto e me beijando os lábios.

- E eu amo você. – disse contra a sua boca.

[...]

Antes de ir para casa fomos até a floresta ver onde estava o rastro de Jane. Acabamos nos encontrando com os dois homens da guarda real que faziam a segurança de Bruna nessa semana.

- Não deveriam estar mais perto? – perguntei confusa.

Os dois homens ficaram sem graça e Edward riu abrindo sua mente para mim.

“Eles queriam nos dar privacidade.”

- Oh! – exclamei com minhas bochechas vermelhas.

- Er... Nós sentimos um rastro de vampiro pelos arredores. – avisou o de cabelos loiros.

- Era Jane. – respondeu meu marido. – Ela não ficou muito tempo, não conseguimos descobrir o que queria.

- Bem, como não podíamos sair daqui para verificar ligamos para o chefe Jackson, ele já deve estar chegando. – disse o de cabelos pretos.

Edward disse a eles sobre a frase que leu na mente de Jane e então nós resolvemos ir embora. Andávamos pela calçada de maneira lenta para aproveitar aquele momento para conversar.

- Sabe? Eu estava pensando em ir conversar com a Kathy. – disse meio hesitante.

Percebi que ele me olhava com o canto dos olhos, como quem não tem certeza da reação do outro.

Parei de andar e olhei para ele. Edward me fitou esperando provavelmente algum grito ciumento ou sei lá. Mas tudo o que eu fiz foi gargalhar.

- Está com medo que eu tenha uma crise ciumenta? – perguntei entre risos.

- Bem... Você teve essa crise com Tânia alguns anos atrás. – lembrou-me e eu fechei a cara.

- O caso era diferente. Sem dizer que Kathy já é uma grande amiga minha. – sorri confiante.

- Ok. – riu.

Voltamos a andar em direção a nossa casa.

- Bernardo conversou com você normalmente hoje. – observei e ele riu.

- Depois de surtar completamente em sua mente.

- Bem... Se ele surtou ou não, não faz diferença. Mas deu para notar que ele se identificou com você... Digo, ele tem simpatia por você. Claro que vocês uma hora ou outra terão que conversar sobre o parentesco, mas acredito que você não terá muitos problemas em ter sua amizade.

- Assim espero. – concordou sorrindo largamente.

POV Edward

Assim que chegamos em casa conversamos rapidamente com os outros sobre o que o rastro e o pensamento de Jane. Depois resolvemos ir até o lago. Esme reclamou dizendo que Bella estava me monopolizando. Nós gargalhamos com a sua colocação e fomos para nosso cantinho.

Ficamos deitados em umas pedras que ficavam no meio do lago, rodeadas pela água. Formavam uma pequena ilha solitária.

Bella estava prestes a cochilar em meu peito. Ontem a noite ela teve mais um pesadelo e então ficou sem dormir até agora. Esses sonhos estavam a deixando exausta e me deixando desesperado por não saber o porquê eles a incomodam tanto.

Cantarolei em seu ouvido e pouco a pouco ela foi se entregando ao sono. Porém não durou muito, poucos minutos depois ela se encolheu reprimindo um grito e abriu os olhos.

Estavam azuis e molhados. Eu suspirei e a abracei.

- Bella... Por favor, me conte o que tanto lhe incomoda, não agüento te ver desse jeito meu anjo.

POV Daniel

Sentia-me aliviado. Finalmente a imprensa deu uma trégua para nós. Quer dizer, trégua no sentido de ficarem na nossa cola. Até Emmett se encheu de olhar a TV, ficou revoltado quando pararam a transmissão dos desenhos animados para mais notícias relacionadas a nós. Foi Hilário vê-lo xingar o aparelho e pegar um livro na biblioteca e abri-lo de ponta cabeça. Resolvemos não falar nada... Já era um milagre muito grande ele estar com um livro nas mãos.

Edward e Bella estavam demorando a voltar do lago, estava prestes a ir chamá-los quando Alice me impediu.

- Deixe-os conversar... É importante. – disse ela com os olhos perdidos e então me olhou saltitante. – Vou buscar as meninas no colégio!

- Ok... – murmurei vendo a porta bater após a baixinha sair.

Definitivamente essa vampira não bate bem da cabeça.

Nati e Esme estavam nos jardins plantando novas flores. Fui até elas e fiquei observando. A terra estava revirada e as plantinhas ainda não estavam floridas, mas tenho certeza que ficará mais um lindo jardim no meio de tantos outros.

A calmaria fez com que meus pensamentos vagassem e são nessas horas que eu odeio ter a responsabilidade que tenho.

Meus pensamentos se tornaram preocupados. Jane era um Volturi muito importante na guarda, não seria mandada por algo simples e o fato dela estar rondando a escola de minha filha e minha sobrinha é algo bem preocupante.

POV Bruna

Assim que saí do prédio da escola avistei meus guarda-costas. Mas não eram apenas dois, eram quatro. Observando melhor notei Ângelo e Peter conversando com os dois. Sorri largamente e acenei para eles.

Peter notou minha presença por primeiro e sorriu fazendo uma leve reverência fechando os olhos e abaixando um pouco a cabeça. Ângelo a me ver também sorriu e depois ergueu uma sobrancelha para Peter.

Os quatro trocaram palavras rapidamente e tão baixas que eu não consegui escutar. Então Peter e Ângelo correram em direção a floresta sumindo entre as árvores.

Fiquei triste, por um breve momento cheguei a pensar que eles ficariam como meus seguranças. Preferia mil vezes eles, pois não me tratavam como obrigação e sim como uma amiga.

- Hey! Ainda brava com seus guarda costas? – perguntou-me Maggie divertida ao praticamente pular agarrando meu braço.

Fiz uma careta em resposta. Fomos andando até um dos bancos.

- Como será que está seu tio?

- Deve estar melhor... Como ele ficou muito tempo fraco de mais até mesmo para usar seu poder acabou desacostumando. Vai mais algum tempo até ele ficar craque.

- Vendo ele do lado de Bernardo é estranho. – Maggie assumiu um tom pensativo em quanto sentava ao banco.

Sentei ao seu lado.

- Com a barba é possível diferenciá-los sem problemas e acho que sem a barba também seria possível. Mas sei lá, é estranho. – eu ri da sua colocação.

- O engraçado será quando Bernardo assumir uma aparência mais madura que a do seu avô. – disse e ela riu concordando.

Logo os meninos se juntaram a nós.

- Então, preparadas para a formatura? – perguntou Nick sorrindo largo.

- Para a formatura eu estou pronta dês do primeiro ano! O que eu não estou pronta é para fazer as provas finais. – respondeu Maggie emburrada.

- Por que está tão triste? Acha mesmo que não vai conseguir? – perguntei a minha amiga.

Ela se encolheu indicando que não.

- Não fica assim Maggie, eu já estou reprovado. Vamos estudar juntos ano que vem! – tentou animar Nick sentando entre eu e minha amiga e nos abraçando.

Maggie revirou os olhos em quanto eu ria.

- Ow, bem que Alice poderia nos dar as questões das provas né?! – disse Denis animado.

Ele era outro que estava super mal com suas notas.

Eu bufei.

- Esqueça, tia Ali é muito chata em relação a isso.

- Quanto a isso não tem chance! Mas me deixem maquiá-las?! – tia Ali surgiu de repente saltitando em nossa frente.

Ela batia palmas rapidamente com Ness gargalhando em sua garupa. Nós rimos.

- Pode maquiar Maggie se ela quiser, mas eu não vou a formatura, ainda estou no segundo ano tia.

- E daí? – perguntou ela como se eu fosse retardada. - Basta Denis te levar como acompanhante e Maggie levar Bernardo e Nick escolhe alguém qualquer... Assim vocês poderão ir juntos ao baile de formatura que estará o Maximo! – ela me deixava sem ar em apenas ouvi-la.

Tia Alice terminou de contar seu plano dando muitos pulinhos.

- Só que tem alguns detalhes que você não pensou tia. – alertei erguendo uma sobrancelha e antes que eu dissesse os pontos ela respondeu.

- Não tem importância que vocês não queiram ir como parceiros uns dos outros, é só para entrar, depois vocês trocam os casais. – ela piscou com um olho só.

Nick começou a tossir envergonhado.

- E quanto a Denis, não se preocupe. Seu pai não irá matá-lo... Talvez o deixe paraplégico, mas nada que tire sua vida. – disse ela dando de ombros.

- Ah! Se for assim tudo bem! Para que ele precisa das pernas? – disse ironicamente.

Tia Ali gargalhou.

- Então Alice? O que anda fazendo longe do ensino médio? – perguntou Bernardo.

- Nada de muito interessante. É bom conversar com vocês sem ter que esconder minhas coisas de vampira. – disse animada.

- Você escondia? – perguntei com os olhos arregalados e então gargalhei quando ela me mandou a língua.

- Continuando... Estou preparando minha viagem. Irei até minha cidade natal para saber de meu passado, já que eu sou a única vampira do mundo que não se lembra que um dia foi humana! – disse em tom dramático nos fazendo rir. – Então vamos logo, por que eu estou vendo nesse momento seu pai tendo um piti pela nossa demora.

Tia Ali definitivamente não conhece uma coisa chamada vírgula e muito menos para que é utilizada. Por que nenhuma de suas frases tem uma pausa para respirar.

Despedi-me rapidamente de meus amigos. Antes de irmos ouvi tia Ali sussurrar para Bernardo.

- De uma chance para Edward se aproximar. Ele não irá falar com você a menos que você esteja bem com isso.

POV Edward

Bella tentou puxar outro assunto, mas hoje eu não cederia. Ela já estava me deixando louco sem me contar o que diabos estava havendo com ela.

Suspirei e a abracei sem nada dizer. Senti suas lágrimas quentes molharem meu pescoço. Então a afastei e segurei seu rosto entre minhas mãos.

- Eu respeitei seu silêncio até agora. Mas eu não agüento mais te ver sofrer sozinha. Você não está mais sozinha Bella! Eu estou bem aqui ao seu lado! E por Deus, eu te amo de mais minha princesa, e não agüento te ver assim. Compartilhe comigo. Diga o que sente para mim. Conte o que tanto te incomoda. Sou seu marido droga! Se estou ao seu lado é porque quero ser feliz e te fazer feliz. Nós nunca guardamos segredos um para o outro, as coisas não podem ter mudado tanto em cinco anos para você não confiar mais em mim.

Minha esposa deixou que um alto soluço saísse de seu peito e então se abraçou em mim com toda a força que possuía.

- Você não está mais sozinha... – murmurava em seu ouvido.

Ela ergueu sua cabeça e colocou suas mãos em minhas bochechas e então olhando em seus olhos extremamente azuis ela liberou sua mente.

Éramos eu e Bella, estávamos discutindo algo que não foi possível entender. Nossas roupas eram diferentes. Muito antigas e artesanais, pareciam ser de coro de algum animal.

Bella estava visivelmente perturbada, andava de uma lado para o outro com as mãos tapando as orelhas. Eu tinha um semblante de dor, como se tentasse convencê-la de algo. Então ela virou a cabeça de repente. Seus olhos em um castanho tão forte que quase se confundia com bordo, não pude deixar de notar sua expressão fria. Vê-la dessa forma é completamente perturbador. Bella não é assim. Bella é doce e gentil, não selvagem e maldosa.

Eu tentei uma última suplica, mas ela não deu ouvidos e me atacou. Apenas me defendi sem atacá-la. Acabamos caindo e se embolando um no corpo do outro. A prensei contra o chão e comecei a dizer algo que a fez parar. Seus olhos pela primeira vez não demonstravam toda aquela maldade ou perturbação. Mostravam inocência, como uma garotinha desprotegida. Lágrimas se acumularam em seus olhos e quando eu estava prestes a tocar sua bochecha para secá-las ela disse algo e então meu semblante se tornou pura dor em quanto ela me empurrava para o lado.

Meu corpo caiu inerte ao lado. Em minha barriga uma estaca de gelo enfiada. O sangue começou a tomar conta do meu corpo e até mesmo o gelo azul tornou-se vermelho.

Bella ajoelhou-se ao meu lado e ficou olhando suas mãos ensangüentadas. Espessas lágrimas rolaram por sua face em quanto ela trocava olhares entre suas mãos e meu corpo.

Ela levou uma de suas mãos ao peito com se tentasse suprir uma grande dor e então gritou.

Os olhos azuis de minha princesa apareceram novamente em minha frente. Ela chorava baixinho esperando eu reagir.

Minha boca estava aberta sem saber o que dizer.

- Não é sempre esse sonho... – murmurava entre soluços e fungadas. – Às vezes apareço matando pessoas inocentes, homens, mulheres... Crianças. – soluçou alto. – Sempre estou destruindo casas e lugares. Devastando vilas e famílias. Uma vez ou outra tem quem tente me impedir, mas sou poderosa de mais e então eles fogem. Criaram um grupo para me impedir e o único que consegui ver o rosto até agora e pertence a essa seita é James. Eu o vejo tentando me impedir desesperadamente e mesmo assim eu continuo matando e destruindo...

- Shhi... – finalmente consegui reagir e a abracei em quanto ela chorava. – É apenas um sonho, aquela não é você!

- Não é apenas um sonho Edward! É real! Eu sinto que foi real! – dizia desesperada e então em uma tentativa inútil em se acalmar começou a me explicar. – No dia do jogo, aquela mulher que tomou conta do meu corpo...

Ela já havia me contado essa história e eu realmente fiquei surpreso e intrigado.

- Quando estava lutando contra Line, Caos disse que teria que matá-la. Eu recusei dizendo que ela não podia usar meu corpo para isso, mas ela disse que não era meu corpo, era nosso corpo. Não percebe? Eu sou ela! Nós somos a mesma pessoa! Esses sonhos não são apenas pesadelos, são lembranças da mais cruel realidade! – disse desesperada.

Fim do Capítulo 13.


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Notas finais do capítulo

Final tenso né? Mas calma que no próximo eu explicarei melhor tudo isso...
Galerinha, as postagens do site estão quase alcançando o que eu estou escrevendo. Atualmente estou escrevendo o cap 17, ou seja, quando alcançar o que estou escrevendo os posts demorarão mais a sair já que os capítulos são enormes... Mas vai demorar mais um mês ou dois para isso acontecer ^^