A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 50
Capítulo 4 - A história de Kathy


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores :D Primeiro quero agradecer de coração as dez recomendações da fic! Vocês são demais! Agradeço de coração mesmo.

E quero agradecer também os comentários, infelizmente depois que o Nyah retirou a ferramente de reviews não respondidos eu me perdi completamente para saber qual cap eu tinha respondido ou não... Agora virou uma bola de neve e com a maior demanda de comentários estou completamente sem condições de responder. Mas não quer dizer que eu não leia! Leio e amo! Muito obrigada mesmo! A maioria das perguntas de vocês serão respondidas ao decorrer da fic, um pouquinho em cada cap ;)


Pessoal que era do Twi Brasil; Bem vindos no Nyah. Pelo jeito o site não voltará mais ao ar, ficarei de olho e aviso vocês. Obrigada por me seguir!


ATENÇÃO! Para entender esse cap é necessário ter lido o Bônus da primeira temporada - Meu anjo da guarda.



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Capítulo 4 – A história de Kathy

POV Bella

Eu sabia que conhecia aqueles olhos verdes de algum lugar e agora tudo parecia se encaixar perfeitamente, sorri para minha antiga rival... Bem, ela nunca foi minha rival, mas acho que esse modo não é errado ao me referir a ela.

Mas eu estava curiosa quanto a uma coisa: Como ela sabia quem eu era? Lembro-me perfeitamente que Edward não sabia meu nome quando era humano, ele só me chamava de Meu anjo.

- Vocês se conhecem? – perguntou Bernardo com uma ruga imensa na testa, ela sorriu tranquilamente para ele, mas não o respondeu.

Kathy voltou seu olhar para mim e depois para minha filha que observava a sorveteria curiosamente. O lugar era moderno e aconchegante, algumas mesinhas em um pequeno salão e vários freezers com o Buffet de sorvete.

- Essa é filha de Edward? – perguntou ela se aproximando e olhando amorosamente para Nessie.

- Conhece meu papai? – perguntou Nessie e Kathy sorriu envergonhada.

- Você é idêntica ao seu pai querida, e a sua mãe também... Bernardo, porque não leva a pequenina e sua amiga para pegar sorvete?

- Claro... – murmurou Bernardo ainda sem entender muita coisa. – Vem Ness. – chamou ele e minha filha correu dando a mãozinha para seu mais novo amigo.

Eu ainda observava a senhora a minha frente sem entender como ela sabia quem eu era.

- Venha até minha casa, creio que está confusa por eu saber quem você é. – disse ela sobre o ombro e andou até uma porta lateral.

A segui sem nada dizer, essa história estava me intrigando muito.

POV Bernardo

Eu não entendo! Minha avó sempre brigou com meu avô quando ele a chamava carinhosamente de Kathy, eu nunca entendi o porquê disso e muito menos meu avô, mas agora chega à senhora Cullen e a chama de Kathy e ela nem sequer reclama e ainda sorri! Dá onde elas se conheciam afinal?

Olhei para Bruna e ela tinha seu olhar distante e uma ruga no meio da testa, quando ela percebeu meu olhar disse.

- Não me pergunte, eu também não entendi nada.

Suspirei.

- Ei Ber... Tem de chocolate? – perguntou Nessie puxando a barra da minha blusa e eu sorri para ela.

Eu adorava essa pequenina, em apenas uma semana ela já me fez ficar apaixonado.

- Tem sim princesa, vem cá. – disse pegando uma casquinha e dando em sua mãozinha, ela segurou firme em quanto eu ia colocando as bolas de sorvete.

Eu e Bruna nos servimos também e depois seguimos para a praça encontrar com o pessoal. Nessie chegou equilibrando as três bolas de sorvete na casquinha fazendo todos gargalharem, em pouco tempo ela já estava toda lambuzada.

POV Bella

Katharine me fez sentar em um sofá e ela sentou em uma poltrona ao meu lado, sua expressão era tranqüila e isso me intrigava mais ainda. A sala era aconchegante, típica casa da vovó, os moveis escuros e rústicos, tudo cheirava a madeira e a um perfume cítrico suave.

Ela me olhou paciente em quanto eu observava ao meu redor, e então após eu suspirar olhei para ela e perguntei calmamente, mas deixando minha curiosidade chegar a minha voz.

- Como sabe quem eu sou? – ela sorriu.

- Para falar francamente eu não tinha certeza se você era você até perguntar sobre Edward.

- Mas eu não entendo como você pode saber quem eu sou já que ninguém podia... – a frase morreu em minha boca.

- Lhe ver... – completou sorrindo e eu fiquei observando-a. – Exceto Edward é claro... Mas, eu lhe vi uma vez, apenas uma vez, mas foi o necessário para gravar sua fisionomia... Não é sempre que vemos um anjo, e quando vemos não nos esquecemos... Confesso que me assustei quando a avistei chegando a minha sorveteria.

- Já faz muito tempo... – murmurei nostalgicamente. – Por favor, conte-me. – pedi sentando a beira do sofá e me aproximando mais dela.

Ela sorriu se ajeitando em sua poltrona e então seus olhos ficaram perdidos em quanto ela contava.

- Eu sempre fui apaixonada por Edward, é difícil quem não se apaixona... – sorriu amargurada assim como eu. – Ele fora meu primeiro amor Bella e minha primeira desilusão também. – disse ela olhando em meus olhos.

Eu não disse nada, apenas aguardei ela continuar.

- Ele sempre contava que via um anjo ao seu lado, que não sabia o que ele falava, mas entendia seus gestos. Sinceramente eu nunca acreditei, apesar de achar linda a sua inocência e carinho... Mas ele falava demais nesse anjo e eu comecei a sentir ciúmes, ainda mais quando ele a descreveu. Chegou há um ponto que eu não agüentava mais segurar aquele sentimento e então eu disse tudo o que sentia, para variar ele não entendeu, mas quando ele finalmente percebeu o que eu queria dizer ele ficou espantado... Isso me deixou com medo, medo da sua reação, medo de como as coisas seriam depois disso. Naquele momento eu me arrependi e então corri, mas no meio do caminho acabei tropeçando e acabei olhando para trás, você não imagina o susto que eu levei quando eu vi uma garota a sua frente.

“Escondi-me atrás de uma árvore próxima onde Edward estava... E o que eu vi em seus olhos me fez perceber que eu nunca o teria, o amor que ele sentia transparecia em seus olhos em quanto observava aquela garota que só agora mais perto podia perceber que era meio transparente, eu fiquei assustada, não sabia o que pensar até que ele tentou a tocar e sua mão atravessou o corpo dela, o anjo virou o rosto tristemente e foi nesse momento que eu vi o rosto que eu jamais esqueceria... O seu rosto Bella.”

“Era obvio que eu não tinha chances contra um anjo tão belo quanto aquele, eu conseguia ver nos olhos daqueles dois tanto sentimento, era como se já estivessem vivendo juntos há muitos anos, como se comunicassem por pensamento, por olhar... E envergonho-me em dizer que naquele momento eu senti inveja. Perguntava-me o porquê de Edward não me olhar da mesma forma. Frustrada voltei a correr até ser parada por mãos gentis e me surpreendi quando constatei ser Edward e me surpreendi mais ainda quando ele me pediu em namoro.”

“Aceitei sem pestanejar, mesmo sabendo que ele nunca me olharia da mesma forma que olhava aquela garota, aquele anjo. Mas meu egoísmo me fez querer ficar com ele mesmo que ele não me quisesse verdadeiramente. Edward sempre fora um cavalheiro e me tratava com muito respeito e carinho, sentia que ele queria gostar de mim, mas eu sabia que isso era impossível.”

“Depois de algum tempo percebi que ele estava meio nervoso, confuso na verdade e eu suspeitava que ele descobrira seus sentimentos por seu anjo. Muitas vezes peguei-o murmurando para si mesmo: Como posso amá-la se não posso tocá-la?Ele sofria por esse sentimento tão confuso e eu não era suficiente para fazê-lo esquecê-la... Em um relacionamento quando não existe o sentimento igual às duas partes os dois acabam sofrendo e era isso que acontecia conosco, e com isso meu pai acabou percebendo minha tristeza e veio conversar comigo e com sua pressão acabei contando sobre meu namoro.”

“Meu pai ficou furioso, naqueles tempos a pior coisa que existia era moça direita namorar escondido, então ele resolveu me mandar para um convento. Corri desesperada até Edward, eu sabia que quando eu fosse embora eu nunca mais o veria novamente eu precisava de uma lembrança muito mais forte do que apenas beijos sem sentimentos. Foi nesse momento que decidi fazer uma loucura.”

“Pedi desesperada que ele me amasse pelo menos uma vez da mesma maneira que amava aquela garota que sequer ele podia tocar e ele o fez. Nunca me senti tão amada daquele jeito e isso me deixou triste, pois eu queria que alguém gostasse de mim de verdade, eu queria constituir uma família com amor verdadeiro e não falso daquele jeito. Mas eu ainda era muito nova para entender que ninguém tem amor não correspondido, todos temos aquele com quem amaremos e seremos amados da mesma forma, se achamos que estamos apaixonados por alguém e essa pessoa não te corresponde é porque não é a pessoa certa para você.”

“Pensava se ia ou não encontrar alguém que me amasse de verdade em quanto Edward dormia ao meu lado, ele parecia tão calmo, tão sereno, mas de repente seu sono se tornou agitado e ele murmurava: Nada vai acontecer comigo... Eu te amo princesa... Você não vai me perder... O que quer me mostrar majestade?... Então Bella... O nome faz jus a vossa beleza... Não se preocupe, nos veremos novamente... Nesse momento eu realmente percebi que não tinha chances com ele.”

Katharine contava tudo perdida em lembranças, mas um soluço escapou de minha garganta fazendo-a me fitar.

- Você está bem? – perguntou levantando de sua poltrona e sentando ao meu lado.

Limpei minhas lagrimas e então segurei as mãos dela delicadamente e pedi.

- Por favor, continue.

- Tem certeza? Você não me parece bem. – disse preocupada.

- Não se preocupe eu ficarei bem.

POV Bruna

Estava sentada no encosto do banco da praça junto das meninas, os meninos estavam em pé a nossa volta. Nós conversávamos animadamente sobre besteiras, todos já haviam terminado seus sorvetes exceto Ness que tomava a segunda casquinha, ela estava sentada no banco e balançava suas perninhas, totalmente alheia da nossa conversa.

Confesso que estou morta de curiosidade para saber o que tanto tia Bella e avó de Bernardo falam.

- Hey Bruna, o teste para novas lideres de torcida será semana que vem, porque não tenta? – perguntou Maggie sorrindo.

- Não sei... O que é preciso para passar? – perguntei me interessando... Já imaginou que máximo eu uma líder de torcida?

- Primeiro da autorização de seus pais, ou no caso da sua tia... Acho que essa parte é a mais fácil. – ela que pensa... Do jeito que meu pai é... – Depois é só você aparecer no dia do teste e fazer algumas piruetas e ter uma noção de dança. – ela piscou de um olho só erguendo um dedo.

Sorri, essa parte realmente era fácil o único problema seria convencer o papai, mas se tia Bella autorizar não haveria problema não é?

- Essa daí fazer alguma pirueta? Do jeito que é magricela vai se quebrar na primeira cambalhota! – debochou Carolina.

Eu juro que vou bater nessa loira!

Olhei-a de maneira ameaçadora, minhas presas cresceram em minha boca, minhas mãos formaram garras que logo estariam ao redor do pescoço da oxigenada. Denis entrou em minha frente impedindo meu futuro ataque, ele estava de costas para mim e então disse a Carolina.

- Então porque não mostra para nós uma pirueta Carol? – ela hesitou e então disse desconversando.

- Estou sem alongamento e aqui não é o lugar certo...

Ergui uma sobrancelha e andei até ficar em um ponto onde não passaria ninguém, corri em uma velocidade aceitável para os humanos e então comecei a fazer as piruetas terminando com um mortal de costas... No melhor estilo Daiane dos Santos... Tudo simples para mim, mas de um nível razoável para humanos.

Voltei andando tranquilamente até eles, minha priminha bateu palminhas, sorri para ela e depois mandei meu olhar ameaçador para Carolina que deu um passo para trás involuntariamente.

- Se depender só das piruetas você já está dentro! – comentou Nick.

- Acho que ela te humilhou Campbell... – cantarolou Maggie e todos riram.

Carolina bufou e saiu de perto batendo forte o pé ao chão... Típica birra infantil.

- Qual é Ber? Você está quieto hoje mano. – perguntou Denis olhando para Bernardo que estava sentado na grama com os olhos distantes.

Ele não respondeu, estava concentrado demais fitando o nada, nós rimos da sua distração, mas depois ficamos preocupados, pois ele não respondia. Mesmo chamando o seu nome ele continuava sem se mexer... Aquilo já estava ficando estranho... Concentrei-me para escutar seu coração e ele batia normalmente, sua respiração também estava normal.

- Beleza cara, agora chega de brincadeira! – disse nervoso Nick, mas Bernardo não reagiu.

Eu estava começando a me assustar, voltei meu olhar na direção onde ele olhava. Com minha visão aguçada vasculhei a praça, mas ele não olhava a praça, ele olhava adiante da praça... O começo da floresta. Arfei.

Atrás de uma árvore estava um vampiro, seus olhos vermelhos e cabelos curtos em tom de castanho claro, sua beleza era devastadora, mas sua feição era maligna... Oh não! Mas porque ele está hipnotizando meu amigo? Corri até Bernardo e me ajoelhei de frente a ele sacudindo-o pelos ombros.

- Bernardo acorda! – disse firme e ele nem sequer piscou.

O que afinal ele queria com ele? Eu não entendo! Será que ele é algum vampiro mandado por Victória? Mas porque estaria atacando Bernardo? Só se o vampiro não quiser nada com ele, mas está o usando como distração... Mas distração para que? OMG! NESSIE! Olhei para os lados, mas as pernas dos meus amigos impediam minha visão. Meu Deus perdi minha prima!

POV Daniel

Dês do dia em que Bruna me contou sobre o tal garoto idêntico a Edward estou preocupado demais. Eu não entendo porque minha irmã tem que passar por tanto sofrimento, ela que nunca fez mal a ninguém. Bella tem um coração enorme, pois mesmo com toda a sua tristeza tenta ao máximo não transparecê-la para sua família, mesmo que não consiga enganar ninguém.

Neste momento estou em uma sala de reuniões em Nova Iorque, alguns lideres de países desenvolvidos estão falando e falando, mas minha preocupação não me deixa prestar muita atenção. Sei que o assunto é sobre uma guerra em Israel e que os lideres concordaram em pedir ajuda para nós, mas o tipo de ajuda que eles querem não é a ajuda que podemos dar.

Se eu começasse a falar acabaria xingando pelo menos uns três governantes, por isso deixei que Nati cuidasse disso, apesar de estar ao seu lado na grande mesa redonda minha mente estava em minha filha, sobrinha e irmã.

Não gostava do fato delas estarem vivendo sozinhas, sei que os Cullen logo se juntaram a elas, mas ainda levaria algumas semanas e Victória ainda estava à solta, ninguém sabe ao certo quando ela pretende atacar. Não gosto de ficar longe de minha família é como se eu estivesse me recusando a protegê-las.

- Vocês nos dizem que é dever de vocês proteger nossa espécie, mas estão recusando a nos ajudar a acabar com uma guerra? – disse arrogantemente um dos ministros de segurança que estava presente.

- Não foi isso que eu disse. – disse Nati firmemente olhando nos olhos do ministro. – O que vocês precisam entender é que não entraremos em uma guerra, o que vocês querem é uma vantagem para invadir Israel. A vantagem seria nossos poderes e isso está totalmente fora de questão. – disse diretamente sem fazer voltas com o assunto.

As feições dos governantes os entregaram, mostrando que Nati estava certa.

- Olha se querem mesmo ajudar os inocentes que estão no meio desse fogo cruzado nós nos disponibilizamos a tirá-los de lá se assim quiserem, mas também não posso simplesmente tirar as pessoas e jogá-las em qualquer canto, elas necessitaram de abrigo em algum país... Algum dos senhores disponibiliza seu país?

O silêncio foi mortal e então Nati continuou.

- Os senhores sabem se eles querem sair de lá? Esse conflito dura mais de mil anos, é um conflito religioso, quem quisesse sair de lá pediria ajuda tenham certeza disso, mas a crença deles faz com que continuem essa guerra absurda, até que eles se entendam essa luta sangrenta continuará e nada podemos fazer, pois não podemos interferir nesses assuntos... Nosso dever é proteger as espécies em um todo, mas não podemos impedir conflitos entre as diversas etnias. Isso é feito somente no caso de risco de extinção.

- Se esse é o veredicto vejo de que nada adiantou pedirmos ajuda. – disse o mesmo ministro arrogante.

- Se o que queriam era ajuda em uma guerra, onde o objetivo não é acabar com ela e sim ir à busca de riquezas minerais... Realmente não adiantou seu pedido. – tomei a palavra. Minha voz soou calma, mas isso não impediu o ministro de arregalar os olhos.

Eles realmente acham que nos enganam com essa história de pacificadores da pátria?

- Creio que estão fazendo um mau julgamento sobre nós. – disse um dos governantes sentindo-se ofendidos.

- Por favor, poupe-nos de encenações, nossa espécie já passou por momentos iguais aos que vocês vivem agora e acreditem não foi bom para ninguém, levou-nos a destruição, não cometam o mesmo erro. – disse cansado de ficar sentado em uma sala de reuniões com pessoas chatas.

- O que quer dizer? Pensa que sua espécie é superior a nossa? – suspirei e respondi.

- Muito pelo contrário, o que eu quero dizer é que os humanos vivem um momento em que o mais importante são as riquezas, o dinheiro, depois disso vem à ganância pelo poder... Por favor, interrompam se eu estiver errado, não quero por idéias na cabeça de vocês nem chegar aqui e querer mandar em sua espécie, estou falando com a experiência de ver todo um povo se destruir por causa dos mesmos motivos que vocês começam a descobrir... Revejam seus conceitos, pensem no que é mais importante individualmente, ganhar mais 50% de lucro em sua empresa no final do mês por trabalhar um final de semana a mais e com isso fechar um grande contrato ou ver o sorriso de seus filhos quando dão uma pausa no trabalho e os levam em um parque de diversões?

Eles me olhavam meio confusos e fizeram menção em responder.

- Não quero saber a resposta, respondam isso para vocês mesmos... Existem coisas mais importantes que o dinheiro e o poder, não deixem para descobrir isso tarde de mais. – disse por fim me levantando e estendendo a mão para Nati que sorria lindamente para mim.

Eles ficaram pensativos, eu tinha certeza que eles não eram más pessoas, estavam apenas dando prioridade a coisas erradas em suas vidas. Eles seguiram para fora da sala sendo fotografados por diversos ângulos, jornalistas estavam por todos os lados fazendo perguntas, eu sinceramente ainda não estava a fim de sair naquela muvulca.

Encostei-me na mesa e puxei minha esposa que eu tanto amava para um abraço.

- Todo esse discurso... Não foi a toa não é mesmo? – perguntou ela e eu sorri na curvatura de seu pescoço.

- Às vezes me sinto dando prioridade a coisa errada. – murmurei e ela se afastou para me fitar, seus olhos azuis determinados e bravos.

- Não diga isso! Nosso dever é esse Dan, não podemos simplesmente largar tudo o que já começamos, devemos isso aos seus pais meu amor.

- Eu sei. – murmurei acariciando seu rosto. – Eu só queria um pouco de mais tempo com a minha família.

- Está preocupado com Bella não é? – perguntou docemente e eu suspirei.

- Também, não sabe como eu queria a vida anônima de novo, sinto falta do dia-a-dia com Bruninha, com Bella, com Charlie, com os Cullens...

- Sabe que logo teremos tempo Dan, entenda que esse começo realmente será difícil, quando os humanos finalmente entenderem nossa função e não tiverem mais medo de nós finalmente poderemos viver tranquilamente. – disse ela seriamente, mas eu via em seus olhos que ela estava tão ansiosa quanto eu para voltar a nossa vida normal.

- O que seria da minha vida sem você hein? – perguntei puxando-a entre minhas pernas e a beijando seu sorriso.

Nati riu em meus lábios e jogou seus braços em torno de meu pescoço.

- Você não seria nada meu amor. – brincou ela e eu ri.

- Com certeza não. – concordei finalmente a beijando docemente.

POV Nati

Dan sorriu para mim e acariciou meu rosto com as costas de sua mão, retribui seu sorriso. Ele fez careta olhando para a porta aberta atrás de nós eu ri.

- Vamos duma vez enfrentar os flashes. – disse mal-humorado entrelaçando nossas mãos.

- Vamos.

As pessoas não tinham mais tanto medo de nós, já estavam começando a se acostumar, isso acontecia porque procurávamos ao máximo não nos expor com nossos poderes. Não precisávamos ficar jogando na cara deles “Vocês não tem poderes, lálálálá!”

Dan olhou para mim rindo... Er deixei minha mente aberta de novo?

“Deixou sim meu amor... Adorei a musiquinha” me respondeu por pensamento e então gargalhou, revirei meus olhos sorrindo e saindo pela porta.

Flashes disparavam em nossa direção, avistamos Charlie chegar perto de nós. Ele agora é nosso conselheiro, assim como foi dos meus sogros. Dan pediu que ele usasse a túnica branca, não era necessário que ele se expusesse, sem dizer que se ele fizesse isso não poderia exercer a profissão que tanto ama, afinal quem deixará que um vampiro cuide de seus ferimentos expostos lotados de sangue...

- Belo discurso majestade. – disse Charlie fazendo uma leve reverencia com a cabeça e sorrindo para nós.

Dan fez careta.

- Acho que foi mais para mim, mas tudo bem... – murmurou meu amor.

- Relaxe filho, está se saindo muito bem, seus pais com certeza estão orgulhosos de vocês dois, seja lá onde estejam. – disse serenamente e nós sorrimos após um suspiro duplo.

O corredor estava cheio de jornalistas, seguimos andando até o elevador. A sala onde fora a reunião se encontrava em um prédio muito bem requisitado por diversos políticos e empresários. Estávamos no 25º andar, eu realmente não via a hora de ir para casa... Puhf! Casa... Como se eu tivesse uma com todas essas loucuras de paparazzi, agora eu morava em hotéis e sinceramente a saudade de minha filha estava me matando!

Dan me puxava delicadamente pela mão, Charlie vinha logo atrás de nós. Seguimos pelo corredor de fotógrafos e câmeras. Quando estávamos quase chegando ao elevador, não sei se foi o falatório das pessoas ou as luzes em minha vista, mas tudo começou a girar, os movimentos aconteciam em slow motion. Meu marido virou-se com a testa franzida para mim, mas seu movimento demorou a se concretizar, sua expressão mudou e senti meu corpo amolecer, o corredor ficava escuro e depois claro novamente, quando ficava claro eu via o rosto de Dan preocupado quando ficava escuro, simplesmente ficava escuro... Acho que os flashes estavam atrapalhando minha visão.

Mas de repente tudo ficou turvo e eu me encontrava em outro lugar.

POV Dan

Nati andava cada vez mais devagar atrás de mim, estranhei seu ato e me virei para olhá-la. Senti meu coração parar por um momento quando vi seus olhos se fechando e seu corpo amolecendo.

Segurei-a antes que caísse ao chão e Charlie seguiu o mesmo movimento que eu.

- Nati? O que está sentindo? Nati! – chamei começando a me desesperar com sua falta de resposta. Ela abria e fechava os olhos lentamente, até que não os abriu mais.

- Dan, coloque-a naquele sofá. – orientou meu amigo apontando para um pequeno sofá perto do elevador.

Fiz o que ele pediu automaticamente já que minha preocupação era enorme, não liguei para as câmeras a nossa volta estava focado apenas no rosto de minha esposa.

- O que ela tem? – perguntei sem fitar Charlie que não me respondeu, invés disso pegou uma pequena lanterna e apontou a luz para os olhos de Nati fazendo alguns testes médicos.

- Concentre-se majestade, ela está tendo uma visão, talvez você possa ver também. – explicou ele, mas seu semblante era preocupado.

- Tem certeza? Nati só tem visões durante os sonhos e são muito raros.

- Os poderes se manifestam diferentemente em cada um, e sua esposa está aumentando seus poderes dês de que casaram... Talvez seja outro tipo de visão, ainda é cedo para descobrir.

Assenti e me concentrei na mente de Nati. Foram raras as vezes que ela teve visões do futuro, o Dr. Ulisses me explicou em certa oportunidade que sempre os reis e rainhas possuíam o poder para aprender com o passado e evitar os erros no futuro, ou seja, eu podia ver o passado para que eu não cometesse os mesmos erros que antes e Nati ganhou o poder da visão do futuro para evitar escolhas erradas.

Respirei fundo e fechei meus olhos finamente entrando na mente de minha amada.

POV Charlie

A minha preocupação era apenas a temperatura da rainha, estava um pouco elevada e isso não era bom para a espécie dela.

Assim que Dan fechou os olhos 5 segundos exatos se passaram, mas apesar do pouco tempo foi o suficiente para Nati abrir os olhos e puxar o ar fortemente como se estivesse acordando de um profundo sono. Meu filho tinha uma expressão assustada no rosto e olhava para sua amada com olhos arregalados e murmurou.

- Bruna...

- Que horas são? – perguntou Nati alto e um dos repórteres que estava próximo de nós observando o que acontecia espantado respondeu.

- 17h05min. – a expressão de Dan mudou e ele olhou para Nati indeciso.

- Um pouco menos de 40 minutos para acontecer, precisa ir agora!

- Ficará bem? – perguntou o rei preocupado.

- Não se preocupe comigo Charlie cuidará de mim, agora vá! Vai logo Dan! – os olhos de Nati estavam desesperados.

Ele assentiu e levantou-se olhando para a janela e então correu e pulou em um peixinho se chocando contra o vidro quebrando-o em milhares de pedaços. O rei caiu em queda livre levando as pessoas a soltarem pequenos gritinhos apavorados, mas logo ele apareceu mais a frente com suas asas abertas e voando em uma velocidade impressionante.

Nati encostou-se à parede respirando com dificuldade.

- Você não está bem. – afirmei. – Espere um instante minha maleta está na recepção.

Ela assentiu fracamente, suas mãos estavam tremulas, mas não era doença e sim nervoso. Corri o mais rápido que pude e peguei minha maleta na recepção, voltei ao 25º andar na mesma velocidade.

Deixei minha maleta ao lado da rainha que ainda aparentava cansaço e muita preocupação. Peguei o termômetro e lhe entreguei.

- Estou bem isso não é necessário. – disse ela ignorando o aparelho em sua mão e meu radarzinho sinalizou uma bela mentira em suas palavras, ergui uma sobrancelha.

- Você é médica por um acaso? – perguntei e ela bufou.

- Não, mas...

- Mas nada! Eu sou o médico aqui e vejo claramente que você não está bem, então me deixe examiná-la e tratá-la. – disse seriamente e Nati revirou os olhos colocando o termômetro na boca.

- Isso é mesmo necessário? – perguntou em quanto eu tirava sua pressão, o termômetro balançava em sua boca.

- Sempre achei que Bruna tinha puxado toda sua teimosia do pai, percebo que estava enganado. – murmurei.

Nati me entregou o termômetro e constatei que sua temperatura estava um pouco à cima, mas nada que merecesse preocupação. Já sua pressão estava bastante alterada, baixa de mais, motivo da fraqueza e do provável enjôo que ela sentia agora, pois respirava fundo e lentamente.

- Enjôo? – perguntei e ela assentiu. – Deite-se Nati, precisa se acalmar para sua pressão normalizar é por isso que está se sentindo enjoada e fraca.

- Agora entendo perfeitamente o que Bella queria dizer quando falava que as previsões sugavam todas as suas forças. – murmurou deitando-se novamente no sofá com os olhos fechados e respirando ainda profundamente.

- Esse poder ainda é muito novo e requer muita energia, demorará um tempo até que se acostume. – disse guardando meus pertences em minha maleta.

- Ela está bem? – perguntou um dos jornalistas.

- Ela ficará bem. – respondi tranquilamente. – Sua pressão baixou será que tem sal em algum lugar próximo daqui? – perguntei.

- O prédio possui uma cozinha no primeiro andar, posso pedir para que tragam um pouco de sal. – respondeu-me o mesmo jornalista.

- Por favor.

Olhei meu relógio e já fazia vinte minutos que Dan saíra pela janela, um ar frio entrava pelo espaço. Eu não queria perguntar o que de fato ocorreu na visão, a rainha já está nervosa demais sem ter que falar sobre o assunto, não seria eu a perguntar. Mesmo preocupado tratei de me ocupar antes que tivesse um ataque de ansiedade. Fui até o parapeito da janela e juntei os cacos que o rei havia espalhado.

POV Bella

Kathy esperava pacientemente eu me acalmar, seus olhos preocupados. Respirei fundo finalmente controlando minhas lágrimas.

- Por favor, continue a contar. – pedi com certo desespero transmitindo pelos meus olhos.

- Está bem. – assentiu ainda preocupada, mas continuou sua história. – Tudo indicava que eu iria para um convento, eu não me importava mais. Naquela época eu sentia como se minha vida tivesse acabado, quando somos jovens não sabemos distinguir nossos sentimentos, eu amava Edward, mas era um amor diferente, um amor que eu só fui entender alguns anos mais tarde. O que eu sentia por ele era uma incrível admiração, carinho. A verdade é que ele me encantava. Mas eu não o amava a ponto de constituir uma família, não sendo ele meu marido, pai dos meus filhos, eu o amava como aquele que seria o tio postiço que leva as crianças para pescar no fim de semana.

“Mas eu não entendia isso e sofri... Eu não sorria mais, nem se quer fiquei feliz por descobrir que eu não iria para um convento e sim para a casa de parentes distantes. E foi quando cheguei a essa cidade nova que minha vida mudou completamente... O começo foi um verdadeiro inferno, ninguém da família me tratava bem, eu era mal tratada, me faziam trabalhar como uma empregada e jogavam na minha cara que eu estava morando por lá de favor. Mandava cartas ao meu pai pedindo que eu voltasse, reclamava sobre o tratamento, mas minhas cartas não eram respondidas.”

“Tudo piorou ainda mais quando eu comecei a ter enjôos e desmaios... Apesar da ignorância da época eu não era burra, sabia que a minha loucura havia acarretado conseqüências e eu fiquei completamente desesperada. Fui até um rio próximo de casa com a desculpa que iria lavar a roupa, sentei a margem e deixei que a correnteza levasse minhas lagrimas.”

“Você não imagina a minha surpresa quando escutei uma voz grave atrás de mim. Virei-me rapidamente e senti o que nunca pensei em sentir por outro homem. Wanderley era o nome do rapaz, me perguntou por que eu chorava e eu não respondi, ele entendeu que eu não queria falar sobre, mas não deixou de se aproximar e sentar ao meu lado, ficou em silencio olhando a água assim como eu. Eu me sentia quente como há tempos eu não me sentia, foi então que eu lhe contei a minha história. Não estava me importando se ele iria ou não espalhar a história pela cidade, ou se iria me incriminar pelos meus atos eu só queria desabafar com alguém já que minha vida estava acabada mesmo.”

“Mas Wanderley me surpreendeu e não me recriminou e nem espalhou a história, pelo ao contrário apenas disse-me assim: Não é pecado amar, o pecado está na mente das pessoas, você se entregou com seu coração e esse é um ato bonito e sincero, mas que quando não correspondido nos faz sofrer... Sabe Katharine a tempos venho lhe observando quando passeia na cidade e tens sempre uma feição triste, fico imaginando como deves ser com um sorriso em sua face. Suas palavras foram tão gentis e tão doces, fazia tanto tempo que eu não era tratada com tanto carinho, o único que fazia isso era Edward e mesmo assim não era com o sentimento que eu esperava. Mas Wanderley tinha um jeito diferente, seus olhos me viam de uma forma diferente que eu não sabia explicar, até que reparei que tinham o mesmo brilho de quando Edward olhava aquele anjo.”

“Sim ele gostava de mim e eu sentia que podia corresponder aquele sentimento. Uma semana depois estávamos nos casando. Meus pais não responderam mais minhas cartas, nem souberam que eu casei, fiquei magoada com eles, achava que estavam me renegando. Só mais tarde fora descobrir o que realmente havia acontecido.”

“Wanderley assumiu meu filho mesmo sabendo que não era dele, sua família foi totalmente contra e nos perseguiu por muito tempo. Meu marido tornou-se um grande amigo um grande companheiro, finalmente eu descobri o que era amar realmente. Ninguém sofre por amor, as pessoas sofrem por não saber o que é o amor. E eu aprendi isso com ele que esteve comigo durante tantos anos e me ajudou em meus momentos mais difíceis... Alguns meses depois que meu filho Thiago nasceu eu descobrira que minha cidade natal fora o local onde houve mais mortes pela gripe espanhola e que minha família veio a falecer. A epidemia havia passado e então Wanderley me acompanhou até lá para que eu pudesse velar o corpo de meus pais, não chorei por eles.”

“Eles nunca me trataram realmente como filha, sempre me desprezaram assim como toda a família e então não fiz velório nem nada, apenas mandei enterrar... Ao voltar a minha cidade natal eu senti saudades daquele que sempre fora meu melhor amigo e então resolvi visitá-lo, apresentar meu marido e mostrar-lhe que eu finalmente tinha entendido porque ele nunca me amou.”

“Quando cheguei a sua casa ela estava toda aberta e sem mais nenhum móvel, ao chão apenas um papel que dizia que a casa estava à venda, pois seus donos faleceram depois da epidemia. Naquele momento eu chorei por Edward, apesar de não me amar do jeito que eu queria ele nunca me tratou mal, me amava como amiga e eu sempre o amei, não da forma que eu achava, mas da forma fraternal.”

“Mais uma vez Wanderley me deu apoio compreendendo perfeitamente o que eu estava sentindo, afinal o pai do meu filho morreu e Thiago nunca iria conhecer a pessoa maravilhosa que Edward era. Nós passávamos momentos difíceis com a família de meu marido, todos eram muito preconceituosos e arcaicos. Nós formávamos o casal perfeito de ovelhas negras das famílias. Mas eles eram muito influentes e começaram a nos perseguir, por onde íamos éramos enxotados por pessoas de diversas cidades. Foi então que lá na casa dos Masen em quanto eu chorava no ombro de meu marido ele teve uma idéia.”

“Resolveu assumir o sobrenome do meu antigo namorado, iríamos até o banco informar que éramos parentes distantes e ficaríamos com a herança, afinal o patrimônio pertencia ao meu filho. Ajeitamos nossas malas e fomos embora sem nos despedir de ninguém, começamos nossa vida nesta cidade em que vivo hoje com meu neto, meu filho e a esposa morreram a em um acidente de carro quando Bernardo ainda era muito pequeno, e eu e Wanderley criamos o pequeno com todo nosso carinho. Meu neto nada sabe que realmente não é neto de meu marido, não tive coragem de contar, os dois eram muito apegados e ele sofreu muito quando o avô veio a falecer”

- Sinto muito. – murmurei e ela sorriu maternalmente.

- Não sinta. Se teve uma coisa que meu marido me ensinou foi não nos deixar abater, que apesar de nossa vida parecer que está desabando devemos seguir em frente e lutar para melhor, pois uma hora ou outra as coisas se resolvem... Prefiro não sofrer pela sua morte, e sim mantê-lo vivo em meu coração e nas ações do meu dia-a-dia. – disse ela, seus olhos encheram d’água.

- Você é uma mulher muito forte. – murmurei fungando e ela sorriu.

- Bom, contei minha história e você? Não irá me contar a sua? – perguntou e eu sorri tristemente.

- Claro, mas ainda não me contou como sabe quem eu sou... Quer dizer isso aconteceu há 80 anos eu não poderia ser apenas uma pessoa parecida? – perguntei, minha voz estava meio rouca.

Kathy ergueu as sobrancelhas como se eu tivesse perdido alguma parte da história, voltei minha memória vasculhando qualquer coisa que eu pudesse ter perdido, mas nada veio a minha mente. Percebendo minha confusão ela me esclareceu.

- Bom, quando toda aquela loucura passou ao vivo nas ruas de Nova Iorque e depois aquele homem fez seu discurso eu percebi que suas feições não me eram estranhas. Fiquei cerca de uma semana tentando descobrir porque aquele rosto me era tão familiar... Como as reportagens de TV praticamente só falavam nisso as fotos apareciam com freqüência foi como um estalar de dedos eu consegui descobrir... – ela sorriu para mim analisando-me. – Você é muito parecida com ele Bella, seus traços são harmoniosos como se fossem da mesma família, foi então que eu me lembrei que em quanto Edward sonhava ele mencionava muito sobre majestade, vossa alteza, e o homem do discurso se denominou rei... Bom eu acabei soprando que vocês são irmãos.

Olhei admirada.

- Não me olhe assim. – murmurou envergonhada. – Eu não consigo entender como cheguei a essas conclusões já que nada no que penso que se liga faz sentido, eu apenas acredito que seja isso... Como ele sonhava com você? Porque ele não podia te tocar e agora você está aqui a minha frente em carne e osso, e aquela garotinha? Edward morreu há muito tempo, como ele poderia ter uma filha pequena? Mas se foi revelado à existência de vampiros e novos seres o que é verdadeiramente absurdo neste mundo? Talvez eu esteja ficando louca. – sorri.

- Não pense assim, eu nunca vi alguém tão lúcida e inteligente como você... Está certa quando diz que sou irmã daquele que se denominou rei, está certa em dizer que eu sou aquele anjo... Talvez as coisas pareçam confusas, mas te explicarei de um modo resumido. – fiz uma careta e ela me olhou com atenção.

Levantei do sofá e comecei a andar de um lado para o outro pensando em como explicaria de um modo simples.

- Bom... Eu nasci a +/-5000 anos antes de Cristo, como você já deduziu eu não sou humana, sou um ser nascido na Lua. Eu sou princesa do nosso reino, mas nunca fui bem aceita pelo povo já que eu nasci sem nenhum poder e nenhuma resistência. Acabei sendo perseguida durante toda minha infância e adolescência, durante esse período alguns poderes começaram a se manifestar, mas eu ainda era considerada fraca e segundo eles eu não tinha o direito de ser princesa. Até que em um dia eu fui perseguida e capturada, consegui escapar graças a um cavalo, mas eu estava gravemente ferida.

Katharine mantinha seus olhos fixos em mim absorvendo a história.

-Fui levada por esse animal para o planeta Terra, até hoje não sei exatamente como ele foi capaz disso... Mas chegando a Terra eu perdi minha consciência e foi ai que Edward e sua família me encontraram... Kathy, o Edward que você conheceu fora um vampiro muitos anos antes de nascer novamente. – seus olhos pareciam surpresos, mas pareceu que logo ela se acostumou com a idéia. – No período que eu fiquei sobre os cuidados dos Cullens eu e Edward acabamos nos apaixonando, depois de um período já namorávamos... Mas os tempos na Lua eram sombrios e em uma grande guerra tudo foi destruído, a batalha foi sangrenta e mortes foram em grande quantidade dos dois lados... Durante a última batalha para me proteger Edward se jogou em minha frente e virou cinzas diante dos meus olhos.

Ela deixou escapar um pequeno “oh” de seus lábios, minha voz estava embargada com essa lembrança, mas eu continuei.

- Nunca senti dor tão grande em toda a minha vida, naquele momento eu não sei o que aconteceu, mas eu simplesmente deixei que as coisas acontecessem e uma grande luz envolveu a todos e quando dei por mim eu estava flutuando na frente de um cesto onde um lindo bebezinho de olhos verdes sorria. Tive certeza que ele era Edward, ele renasceu como humano e eu tinha o dever de protegê-lo sendo seu anjo.

- Isso explica muita coisa... – murmurou e eu continuei.

- Mas apesar de querer protegê-lo com todas as minhas forças eu não tinha poder para evitar uma doença, e a gripe espanhola acabou matando seus pais e estava prestes a matar Edward também e eu estava de mãos atadas... Até que no hospital eu vi Carlisle Cullen, um vampiro, ele fora pai de Edward antes dele renascer, pedi desesperada para que ele o ajudasse mesmo que ele não conseguisse me ver. Foi então que Carlisle o transformou.

Suspirei.

- Edward tornou-se vampiro novamente, e Carlisle tornou-se seu pai adotivo novamente, anos depois a família aumentaria e aqueles antes pertencentes à família Cullen se uniriam novamente.

- E o que aconteceu com você?

- Assim que Edward iniciou sua transformação eu fui puxada por uma força e quando dei por mim era uma criança de 4 anos ao lado de meu irmão de 13, nós dois estávamos completamente sem memória alguma. Nós crescemos e o destino me levou até Edward novamente, nós recobramos a memória, passamos por muitas dificuldades até que nos casamos e nossa linda Nessie nasceu. – meu tom foi se tornando mais triste, pois eu já chegava à atualidade e Kathy percebeu isso.

- Bella? Onde está Edward? – perguntou em um sussurro.

- Há nove anos nós estávamos indo até a floresta perto de casa, Edward iria ensinar Nessie a caçar quando alguma coisa se aproximou, rapidamente ele me mandou levar nossa filha para casa e buscar ajuda, dês de então eu só o vejo em meus sonhos. – as lagrimas escorriam por minha face. – Os vestígios que encontramos levava a acreditar que ele estaria morto e todos realmente acreditam nisso e não importa que eu diga que isso não é verdade, que eu diga que eu o sinto... Minha filha parou de crescer e minha vida está desmoronando e eu não sei mais o que fazer...

Minha voz ficou entrecortada pelo meu choro, pela primeira vez estava desabafando tudo o que sentia e ao contrario do que dizem eu não me sentia mais leve. Katharine levantou-se e me abraçou afagando minhas costas. Senti um carinho tão bom, tão acolhedor que me deixei chorar em seus ombros.

- Afinal das contas eu estava certa... Não tinha chances em competir com tanta beleza. – disse ela divertida.

- Você sempre foi linda. – disse entre soluços tentando me acalmar e ela riu levemente.

- O tempo não foi justo comigo Bella, ele é injusto com os humanos. – disse, mas seu tom se tornando amargurado, me distância secando minhas lágrimas e olhei seriamente para ela.

- Não repita tamanha besteira Kathy, você foi e sempre será uma mulher linda! A beleza não está na aparência e sim no coração eu posso enxergar a sua alma minha amiga e ela resplandece tamanha beleza.

- Isso não é uma metáfora não é? – perguntou.

Sorri fungando.

- Quando se é da realeza da lua se possui certos poderes interessantes. – pisquei com um olho só. – E não pense que ser imortal é bom, os humanos podem viver cerca de 100 anos, mas aprendem muito rápido com seus erros... Já nós precisamos de milênios para compreender certas coisas. – expliquei.

- Posso não ter o poder, mas vejo a sua alma Bella e ela é idêntica ao seu nome. – ri fracamente junto a ela.

- Quer dizer então que minha Nessie tem um sobrinho. – sorri.

- Sim Bernardo é neto de Edward... Mas como eu contarei isso a ele? – me perguntou preocupada.

- Conte quando estiver preparada, de qualquer forma eu ficarei de olho nele... Kathy precisa saber que a partir do momento que contar toda a história a ele Bernardo pode correr riscos... Temos muitos inimigos e eles podem querer usá-lo contra nós.

- Acha que não devo contar?

- Na verdade acho que deve sim, mas essa é uma decisão que você deve tomar quando estiver pronta... Não se preocupe quanto à segurança de Bernardo agora que sei que ele é meu... Er, neto enteado? – fiz uma careta e continuei. – Ficarei de olho, assim como fico de olho em minha sobrinha e minha filha.

- Obrigado Bella. – sorriu docemente e eu retribuí.

Kathy me convidou para jantar, queria conversar mais sobre tudo, curiosidades que muitos humanos tinham sobre nós e sobre vampiros e saber sobre minha vida também. Mas quando estávamos engajadas em um papo animado eu parei de falar abruptamente. Algo estava errado.

- Tudo bem? – me perguntou preocupada.

- Não se preocupe... Vou dar uma olhada nas crianças, venho em alguns instantes. – disse me levantando.

- Bella está acontecendo alguma coisa não é? – perguntou com dor nos olhos.

- Sim, mas fique tranqüila, sou capaz de cuidar disso. – disse deixando transparecer toda a minha calma.

Corri para a saída e andei rapidamente até a rua, de lá eu poderia avistar a praça e algo com certeza estava errado.

POV Bruna

Todos falavam ao mesmo tempo em minha volta, eu não estava conseguindo me concentrar. Estava preocupada com Bernardo a minha frente que estava completamente hipnotizado por um vampiro que eu não faço idéia de quem é. E eu não consigo achar Ness com todas essas pernas a minha volta. Droga!

- Ness?! – chamei procurando. – Onde está minha prima?! – perguntei começando a me desesperar.

- Aqui. – a voz baixinha e doce de minha prima soou atrás de mim. E o alivio tomou meu corpo.

Suspirei, todos estavam a minha volta? Olhei rapidamente verificando e constatando que sim.

- Ness consegue tirar Bernardo do transe? – perguntei baixinho para ela que franziu a testa não entendendo o que eu queria dizer. – Você pode mostrar uma imagem bem legal para o Ber?

- Posso, mas a mamãe disse que não posso fazer isso com quem não é da família. – ela sussurrou de volta e eu sorri.

- Eu te autorizo Ness, tia Bella não vai brigar com você, o caso é uma emergência. – disse seriamente e ela assentiu se aproximando de meu amigo.

Ela ficou em pé a sua frente e pôs suas duas mãozinhas na face de Bernardo, não demorou para os seus olhos dês focarem e ele fechá-los lentamente, como se estivesse saindo de um transe e entrando em outro. Aos poucos meu amigo voltou a abrir-los e então observou minha prima que sorria carinhosamente para ele com suas mãozinhas em seu rosto.

- Você está bem Ber? – perguntou ela com sua linda voz, ele virou o rosto curiosamente e então assentiu.

Todos em volta estavam em silencio agora, observavam anestesiados.

- Não sei... O que aconteceu? – perguntou confuso olhando para os rostos a sua volta.

Ninguém respondeu. Levantei-me e olhei para a floresta, aqueles olhos vermelhos me observavam furiosamente, retribui o olhar. Não tenho medo de cara feia!

- Bruna, fique com eles, eu cuido do vampiro! – minha audição aguçada captou minha tia, mas antes que ela corresse até o vampiro outra imagem apareceu puxando o ser dos olhos rubi para trás em uma chave de pescoço.

Argh! Eu queria ajudar!

POV Daniel

Nunca voei tão rápido em toda a minha vida. A visão de Nati deixava as coisas bem claras. Um vampiro irritado tentando atacar minha filha. Para protegê-la Bella se exporia e as coisas aconteceriam em efeito domino, Bruna se meteria e ela ainda não está preparada para lutar, tem muito que aprender, e assim ela acabaria se machucando gravemente e eu não deixaria que nenhum vampiro encostasse em minha filha!

As visões de minha mulher não eram iguais as da Bella que sempre se concretizavam, mas sim mais parecidas com as de Alice, ou seja, nós poderíamos evitar o que estava para acontecer.

Assim que cheguei à floresta desci e fui correndo sorrateiramente. Logo encontrei o vampiro atrás de uma arvore rosnando para minha filha. Pulei em suas costas o prendendo em uma chave de braço, puxando-o pra o meio da floresta e finalmente jogando-o em uma árvore derrubando a mesma.

- O que quer por aqui? – perguntei em um rosnado.

- Não se meta! Não tem nada haver com essa briga! – disse ele irritado e voltando a andar na direção da cidade.

Corri e prendi-o pelo pescoço contra uma árvore.

- Não tenho nada haver? – perguntei ironicamente. – Acho que se está tentando atacar minha filha eu tenho haver sim! – rosnei e seus olhos esbugalharam.

- Vo-cê. – começou a gaguejar eu ainda o olhava irritado, mas inesperadamente uma força me atingiu no abdômen, só depois que cambaleei para trás foi que percebi que ele havia me chutado e agora corria para dentro da floresta.

Corri perseguindo o fugitivo. O filho da mãe me acertou bem na boca do estomago e eu não consegui correr rápido o suficiente para alcançá-lo, mas eu não desistiria tão facilmente. Não deixaria que ele escapasse!


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Notas finais do capítulo

O negocio está depressivo de mais então vamos colocar uma açãozinha para animar o ambiente xD Não quero ser culpada pelo suicídio em massa das minhas leitoras como disse uma amiga minha... Próximo post na semana que vem ;)