A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 2
Capítulo 01 - Futuro




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Capitulo 01. Futuro

POV Bella

Há 12 anos um vampiro chamado Charlie encontrou-me junto a meu irmão em frente a sua casa. Eu aparentava ter uns 4 anos e meu irmão uns 13. O vampiro nos acolheu e criou desde então, quando nos tornamos mais velhos ele nos contou que já nos conhecia de muito tempo atrás +/- 5.000 A.C, que eu era uma princesa poderosa e meu irmão um príncipe poderoso. Tudo bem... Eu e meu irmão tínhamos poderes estranhos, mas daí ele dizer que éramos da Lua, fala sério! Comecei a gargalhar, quase morri de tanto rir... Bem meu irmão não achou graça.

Na época ele tinha 16 anos e por algum motivo ficava olhando o pingente de seu colar que tinha forma de Lua, vai ver daí que Charlie tirou essa historia absurda. Eu também usava um colar que não tirava de jeito nenhum do meu pescoço, porém o meu pingente era disforme, parecia quebrado, mesmo assim eu o adorava.

Pra falar a verdade eu não me lembro de muita coisa da minha vida antes de conhecer Charlie, não sei como o encontrei ou quem eram meus verdadeiros pais. Cansei de perguntar ao meu irmão, mas lá vinha ele com aquela história da Lua. Dan realmente acreditava naquela história o que me deixava irritada e frustrada. O que eles achavam? Que eu era alguma criancinha que não suportaria a verdade e assim era melhor que fantasiasse um conto de fadas? A questão é que eu não acredito nesta fantasia!

– Lunático! – xingava cada vez que Daniel insistia na maldita história.

– Obrigado. – respondia sempre com um sorrisinho cínico nos lábios.

Eu amava meu irmão, mas ele me tirava do sério quase sempre e vivíamos discutindo. Contudo também tínhamos nossos momentos e costumávamos nos divertir muito juntos. Éramos extremamente companheiros mesmo que ele fosse nove anos mais velho. Tudo mudou quando tivemos que novamente nos mudar. A falta de envelhecimento de Charlie começaria a ficar suspeita.

O vampiro trabalhava de madrugada, pois por algum motivo oculto ele não poderia se expor ao Sol. Ele nunca me conta nada sobre vampiros, ele diz que eu não acreditaria.

Chato!

Então você me pergunta: Como pode acreditar em vampiros e não acreditar que veio da Lua? Bem, além das obviedades das peculiaridades do “eu” vampiro de Charlie havia o detalhe de não haver oxigênio na Lua, então... Acho que você pode compreender o meu ponto. O vampirismo é palpável enquanto a vida na Lua é apenas um sonho fantasioso.

Já fazia quase cinco anos que estávamos morando na mesma cidade e sempre nos mudávamos para cidades brasileiras, mas desta vez nós iríamos para uma cidade chamada Forks que ficava nos EUA. Meu irmão decidiu não ir conosco ele iria continuar morando com sua esposa e filha no Brasil.

Daniel casou com 18 anos com uma garota também de 18, Natalia, dois anos depois nasceu Bruna, sim precoce, mas eu não consigo imaginar aqueles dois separados e por incrível que pareça minha cunhada também tinha o colar em forma de lua e acreditava também em toda aquela baboseira.

– Olha, eu já tenho 25 anos está na hora de seguir meu caminho, sem dizer que não quero mudar Bruninha de escola... - disse ele amorosamente enquanto eu não parava de chorar.

Eu sabia que não era esse o motivo dele não ir conosco. Dan me escondia algo, eu tinha certeza! E isso me desesperava. Eu era muito apegada a eles e principalmente a minha sobrinha que agora acabara de fazer 5 anos.

Então eu e Charlie fomos para a tal Forks, me matriculei na escola no 1° ano e meu “pai vampiro” trabalhava em um hospital como médico.

Já faz um ano e meio que moro nessa cidade pentelha, que nunca faz sol... Mas não posso reclamar para meu “pai”, quero dizer, para o vampiro que me criou desde que me entendo por gente. Eu sinceramente amo ele como um verdadeiro pai e não quero que ele se exponha. Todavia não posso simplesmente ser hipócrita e dizer que amo esse tempo de merda.

Eu já tinha feito alguns amigos no colégio e Charlie ia bem em sua carreira de médico. Mas desde que cheguei nesta cidade algo estranho vem acontecendo comigo, a verdade é que meus poderes estão cada vez menores e eu não sei o que esta havendo, me sinto frustrada com isso.

– Ei, Bella, porque você não abre o livro e vê o que acontecerá no ano que vem? - Charlie disse pra mim enquanto ele lavava a louça do bolo do meu aniversário.

Senti um frio na barriga, eu não havia contando nem pra ele nem pro meu irmão que meus poderes estavam “acabando”, não queria preocupá-los e para abrir o livro era preciso usar meus poderes.

O livro era um artefato familiar muito antigo. Não, ele não veio da Lua! Ele deveria ser de bruxos, feiticeiros, vooduzeiros, papai-noel ou coelhinho da Páscoa, mas não me venha dizer que era da Lua!

Apenas eu e meu irmão podíamos abri-lo, mesmo papai com toda sua força de vampiro não conseguia, era engraçado vê-lo fazer tanta força, morria de rir. Mas o que interessa é que esse livro era um tipo de visão do destino, ele mostra uma espécie de pintura, foto do futuro, só que esse futuro não pode ser evitado, por mais que se tente mudá-lo ele sempre acontece. Pode ser que não aconteça no lugar ou então no dia, mas sua essência sempre acontecia. Pelo menos quando eu o abria era desta forma que acontecia.

– Porque você não abre? – perguntei ao meu irmão.

– Ué? Não é sempre você que quer abrir? E, outra coisa, esqueceu que quando eu abro só da pra ver o passado? – ele me respondeu desconfiado e jogou o livro pra cima de mim.

– Ok! Se você insiste? – concordei temerosa.

Sentei de perna de índio e pus o livro em minha frente. Concentrei-me fechando os olhos e colocando minha mão direita sobre o livro. Tentei abri-lo, mas nada aconteceu. Abri meus olhos e o livro continuou na mesma. Fiz mais força com a minha mente e o livro insistia em não abrir.

Minha família já me olhava preocupada com o meu desespero estampado na minha cara, até que o livro começou a tremer e abriu. Em uma página estavam pintadas sete sombras saindo da floresta, as folhas do livro começaram a mexer e viraram como se o vento tivesse batido e uma nova cena apareceu. Era um colar e em sua volta estava tudo branco como se ele brilhasse. As páginas rolaram de novo e apareceu o corpo de uma garota caído ao chão, não conseguia ver quem era e quando forcei mais minha mente a imagem mudou e percebi que a garota desmaiada ou morta, não dava pra saber, era eu. Minha visão ficou turva e eu não consegui ver mais nada, só escutava vozes baixas desesperadas falando meu nome.

POV Daniel

Há um ano e meio preferi ficar pra trás, dediquei-me a procurar outros lunares que renasceram na Terra. Não contei isso a Bella, sua memória ainda não voltara e ela insistia em não acreditar naquilo que contávamos. Minha esposa achava que era algo relacionado a ela não querer lembrar, afinal há 7.000 anos uma desgraça aconteceu em sua vida.

Estava com meu amigo Charlie e minha irmãzinha teimosa e poderosa, como de costume em todo aniversário ela abre o livro do destino para ver o que acontecerá de bom no ano. Nem sempre apareciam coisas boas, mas pelo menos ficávamos preparados. Charlie lavava a louça e Natalia fazia Bruna dormir no andar de cima.

Foi quando o vampiro, com um sorriso carinhoso no rosto, propôs abrir o livro. Charlie realmente nos amava como filhos, ele sabia de tudo o que aconteceu no passado, era um dos pouquíssimos sobreviventes da guerra na Lua e foi um grande amigo de nossos pais, por isso nos acolheu com tanto amor e dedicação.

Estranhamente ela tentou recusar. Não compreendi a recusa já que ela sempre amava ver o futuro.

Bella sentou e começou a se concentrar, de olhos fechados? Não entendi essa, pra ela abrir o livro era a coisa mais simples que existia. Estranhamente o livro não estava abrindo, ela abriu os olhos desesperada. Troquei um olhar preocupado com Charlie. De repente o livro começou a tremer e abriu, aquilo estava muito estranho eu não conseguia entender aquelas imagens. Mas quando a última tomou forma e eu reconheci o desenho entrei em desespero. Comecei a gritar que ela parasse, entretanto Bella parecia em trase. O vampiro também desesperou-se ao meu lado e nosso escândalo alertou Nati que desceu as escadas a toda velocidade.

Então o livro fechou-se com um grande baque e Bella simplesmente pendeu seu corpo caindo na inconsciência. Agradeci mentalmente por Bruna já estar dormindo e não ver sua tia naquele estado.

Fim do capítulo 01.


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