A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 78
Capítulo 23 - Reconstruindo nosso amado lar (P2)


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente, primeiramente quero agradecer a mais uma recomendação que eu recebi nessa fic e as recomendações que recebi também em Nada é Por Acaso e O Cativeiro! Vocês são demais! *o*
E vamos a mais um pedaço do capítulo... Falo com vocês lá embaixo ;)



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POV Charlie

Eu definitivamente não esperava por tamanha recepção quando finalmente chegamos a capital. Milhares de flashes nos cegavam antes mesmo de entrarmos no saguão.

- O que acham de uma corridinha? – perguntei.

- Ótima ideia. – sorriu Jacob.

Todos assentiram e antes que os humanos percebessem já estávamos correndo em direção a Sede da guarda. Pude escutar um riso doce a minhas costas. Ao virar meu rosto notei Nessie gargalhando nas costas de Jacob. Ao notar que eu olhava ela baixou o olhar com as bochechas coradas. Esperei que ela erguesse os olhos novamente para que visse o meu sorriso e retribuísse com o seu sorriso doce.

Logo chegamos a delegacia e descemos pelo elevador. Logo éramos recepcionados pelos Cullen e a guarda real. Todos olhavam para Bruna e Peter com olhos extremamente brilhantes. O jovem casal ainda cheirava como moradores da Lua.

Minha neta foi até o primo o abraçando como cumprimento, assim como a todos.

- Nessie! Você está tão linda! – exclamou Esme correndo abraçá-la.

- Obrigada vovó. – murmurou envergonhada retribuindo o abraço da vampira.

- Temos que fazer compras! Não pode ficar usando as roupas da sua prima! – Alice saltitava ao lado da sobrinha.

Pobre Nessie, iria sofrer nas mãos da vidente.

- Princesa Bruna, tenho alguns compromissos para você. – Claire se apressou até Bruninha que acabara de cumprimentar a família.

Me afastei da confusão para ligar para Lara.

POV Peter

A Sede da Guarda estava uma completa bagunça, tinha tanta gente ali! Os Cullen após nos cumprimentar voltaram toda a sua atenção á pequena que não era mais pequena.

Claire foi até Bruna lhe passando uma lista de compromissos para amanhã.

- Não imaginei que teria alguma coisa, papai não me disse que tinha deixado pendências com os humanos. – falou sem entender ao olhar a tela do tablet de Claire.

- E ele não deixou. Acredito que os humanos estejam querendo tentar com a senhorita algum acordo que seu pai recusou.

- Mas se papai recusou o que os leva a pensar que eu irei aceitar?

- Sua inexperiência. – afirmei direto.

Bruna virou-se para mim com a feição pensativa e então sorriu de uma maneira que deixou bem claro que iria aprontar.

- Tia Lice, você saberia me dizer aonde estarão alguns desses humanos? – perguntou ainda sorrindo para mim.

Franzi o cenho.

- Na verdade todos eles jantarão juntos hoje e... Há! Genial Bruninha! – a vidente começou a pular animada.

- O que...

“Janta comigo hoje?” – sua voz soou em minha mente.

Sorri assentindo. Bruna então se virou e foi até a tia vampira. Já eu fui até o doutor Natan que parecia perdido em pensamentos.

- Doutor, como está Malaky? – perguntei preocupado.

- Está bem na medida do possível Carter, perder a asas... – pausou com uma feição que não pude compreender. – É complicado... Se quiser vê-lo ele está no próprio quarto descansando.

- Obrigado.

Segui até meu quarto deixando minha mochila que tinha levado na viagem. Vendo a fotografia dos meus tios na mesa de cabeceira lembrei-me que tinha que ligar avisando que havia voltado de viagem, apesar de ter certeza que eles já tinham visto as notícias pela televisão.

Resolvi então ir ao quarto de meu amigo irritante.

Bati a porta e entrei. O encontrei deitado de bruços em sua cama. Estava sem camisa e as marcas em suas costas eram como queimaduras curadas em humanos. O que eu realmente não entendi, já que nós nos curamos sem deixar cicatrizes.

- Ficou feio não é? – perguntou Malaky ainda com os olhos fechados. – Você realmente está cheirando ao nosso astro garoto.

- É o que todos estão dizendo. – murmurei puxando a poltrona para perto de sua cama e me sentando. – Como estão suas... Costas.

Ele finalmente abriu os olhos e soltou uma risada humorada.

- Natan já fez sua cabeça?

- Ele não me falou muita coisa na verdade.

- Mas percebeu o olhar não é? – apenas assenti, Malaky revirou seus olhos. – Para muitos lunares as asas são motivo de grande orgulho, principalmente para os homens. É quase como uma marca de virilidade.

- Definitivamente eu nunca ouvi falar nisso.

Malaky gargalhou com as minhas palavras.

- Porque é bobagem. Natan está mais preocupado por se imaginar em meu lugar do que a realidade da situação. Ele quer de qualquer jeito arrumar um jeito de minhas asas voltarem, mas isso não é certeza. Na verdade somente por um milagre. – deu de ombros.

- Não parece ligar para isso.

- E não ligo, perdi minhas asas por um bom motivo, acredito eu. Se elas nunca mais voltarem não me importarei. Só espero que essa dor dos infernos passe.

- Sinto muito por suas dores. E sim o motivo foi muito bom. Se não fosse por você, Otelo estaria morto e nós nunca teríamos conseguido ativar o portal e a chance de voltar para a Lua talvez nunca fosse existir.

- Então foi para essa missão que foi enviado?! – fechou seus olhos sorrindo.

- Pensei que sabia... Não param de falar sobre isso na televisão.

- Acordei há pouco tempo, não deu muito tempo de me atualizar.

Uma batida na porta soou e minha princesa entrou sorrindo levemente.

- Como se sente Malaky? – perguntou se aproximando.

- Vivo princesa. – respondeu sorrindo.

Bruna sentou em meu colo naturalmente. Beijei sua bochecha.

- Finalmente estão realmente juntos! – ele parecia realmente feliz com isso.

Sorrimos. Malaky poderia ser extremamente irritante às vezes, mas acabou por tornar-se um ótimo amigo.

- Você parece estar com dor... – murmurou minha princesa preocupada.

- Minhas costas parecem estar em chamas. – murmurou.

Bruna levantou do meu colo e foi até o banheiro sem nada dizer. Escutei-a abrir a torneira e então uma corrente de água flutuou até as costas do meu parceiro e então voltou até o banheiro. Minha princesa fizera um rio flutuante no meio do quarto.

- Sente-se melhor? – perguntou preocupada.

- Sim! Uau! Obrigado princesa. – seu rosto realmente demonstrava alívio.

Ficamos no quarto por mais um bom tempo. A dor de meu amigo parecia ter realmente diminuído ou até mesmo desaparecido, pois ele caiu no sono com a feição serena.

Minha princesa se aconchegou em meu colo concentrada em manter a água corrente nas costas de Malaky.

POV Bruna

Pete me fazia um carinho gostoso em minha perna e eu dormiria se não estivesse concentrada em controlar a água. Mas uma batida na porta quase me fez perder o controle. Eu iria sair do colo de meu namorado, mas ele segurou minha cintura com a outra mão. Olhei-o sem entender.

- Hey Bruna. – sussurrou Bernardo com a cabeça para dentro.

Sorri para meu primo que retribuiu com carinho.

- Alice está chamando vocês para trocar de roupa, parece que os tais caras vão jantar se encontrar dentro de uma hora. – explicou ele.

- Tudo bem Ber, já estamos indo.

Meu primo assentiu e saiu fechando a porta em seguida.

Levantei e fui até o banheiro fechando a torneira. Guiei a água que ainda estava no ar até a pia para só então sair do quarto junto a Peter.

Ele me puxou pela mão até uma porta no corredor. Sem entender muito bem eu entrei, até que me deparei com o quarto. Era bem parecido com o de Malaky, com a cama no canto esquerdo a escrivaninha ao pé da mesma. Na escrivaninha tinha um computador portátil e um porta retrato com a foto de um casal que eu imaginava serem os pais de Pete. Havia uma pequena estante no canto direito ao lado da porta que eu imaginava ser o banheiro. Notei na mesinha de cabeceira um porta retrato com as fotos de seus tios.

Em cima da cama um vestido preto e ao lado uma roupa social masculina. Tinha um bilhete em cima que Pete leu em voz alta.

- Troquem de roupa e não demorem muito para sair, vocês tem reserva no restaurante. Está no nome de Ângelo que acompanhará vocês. Divirtam-se. Assinado: Tia Alice.

- Só podia ser ela mesmo. – revirei meus olhos sorrindo.

Antes que eu pudesse raciocinar os lábios de Pete estavam sobre os meus e ele me imprensava contra a porta.

Seu beijo me deixou completamente mole.

- Não resisti... – murmurou ele com a respiração rápida.

- Sem problemas. – respondi ainda tonta.

- Temos que nos apressar.

- Pode tomar banho primeiro, vai demorar para eu recuperar as forças nas pernas.

Peter gargalhou com as minhas palavras e me deu mais um selinho antes de ir para o banheiro.

Em um pouco menos de uma hora já estávamos a caminho do restaurante.

POV Bella

Fazia horas que estávamos voando. Ninguém falava nada, estavam todos perdidos em seus próprios pensamentos.

- Acho melhor descermos. A mata está mais fechada. – avisou meu irmão.

Começamos então a descer, fechando nossas asas a poucos metros das folhas e então caindo entre as árvores. Assim que meus pés tocaram o chão eu comecei a correr. Notei que Edward estava ao meu lado e sorri para ele. Meu irmão estava um pouco mais a frente e todos os outros lunares que nos acompanhavam estavam a nossa volta.

Meu coração batia forte e as árvores passavam por mim como borrões. Mas paramos quando sentimos o rastro dos humanos. Devíamos estar perto. Meus extintos aguçaram ao máximo e eu comecei a caminhar na direção em que corríamos há pouco.

As folhagens faziam barulho cada vez que eu pisava nelas. O cheiro de terra invadia meu nariz e uma nostalgia se apoderava do meu peito. Tinha pessoas a minha volta, mas não consegui as identificar. A cada passo que eu dava sentia um poder adentrar pelo meu corpo e circular por minhas veias.

O reconhecimento desse poder fez minhas pernas dispararem em direção a essa energia. Tudo virou um grande borrão verde até que como uma parede o poder me invadiu com força e me derrubou ao chão.

Meu corpo tremia, não estava doendo, mas também não era uma sensação boa.

– Bella! Você está bem?! - reconheci a voz de Dan.

Minha respiração estava agitada.

– É aqui Dan! É aqui! Eu posso sentir! É aqui! – disse tentando controlar a minha ansiedade.

Eu sentia o poder praticamente me esmagar. Era incrível! Sempre imaginei que eu captava o poder da lua quando me banhava durante as noites, mas agora percebo que aquilo que sentia era apenas uma pequena parcela para me manter viva, pois o verdadeiro poder estava me derrubando.

Senti os braços de Edward me levantar.

- Tudo bem meu anjo? – perguntou preocupado.

- Sim! Estou ótima, nunca me senti com tanta energia para falar a verdade! – sorri largamente. – E estamos muito próximos!

Todos voltaram a correr ansiosos. Meu corpo nunca esteve tão forte.

Em menos de 10 minutos começamos a avistar o acampamento dos humanos. Para então finalmente avistarmos o portal. Meus joelhos estavam fracos e as lágrimas já desciam pelo meu rosto.

- Majestade. – Otelo se aproximou de meu irmão e fez uma reverencia.

- Olá Otelo. – murmurou Dan ainda com os olhos fixos nos dois pilares.

Eu não poderia condená-lo já que meu olhar também era fixo no lugar.

- Esse portal... É o que ficava perto da nossa casa. – as palavras de Edward me chamaram a atenção.

- Tem certeza? – perguntei apertando sua mão.

- Não. – sorriu torto. – Mas a sensação é muito forte. Sem dizer que nós morávamos perto de um lugar que lembra muito a cultura grega.

- É incrível... Há mais inscrições do que antigamente. – murmurou meu irmão.

- Também tem mais inscrições desde a hora que cheguei aqui majestade. – Otelo murmurou. – Antes a história ia apenas até nós três termos ativado o portal, agora já fala da chegada de vocês.

Otelo tinha razão, pois ao prestar atenção nos símbolos esculpidos nos pilares eles começaram a dançar em frente aos meus olhos.

- Deixe-me ler Bella. – pediu Edward e eu abri minha mente para que ele também pudesse ler.

Logo eu conseguia ler claramente toda a história de meu povo até a nossa chegada.

- Majestade, o senhor vai entrar? – uma voz feminina soou a nossas costas.

A lunar olhava para o portal com expectativa.

Daniel assentiu e segurou a mão de Nati.

Um silêncio pesado se instalou sobre a clareira. Os humanos observavam tudo com cautela e curiosidade. Percebi um homem com uma filmadora gravando tudo com muita expectativa.

O casal patriarca seguiu até ficar próximo ao portal. Dan rugiu expondo seus dentes e então falou alto.

- Estou aqui! Não era a mim que chamavam?

Eu podia escutar as respirações agitadas e os corações acelerando. Meu corpo tremia. Mas a minha atenção estava inteiramente voltada para a luz que se formava entre os pilares.

A sombra de o que parecia um homem começou a se formar dentro da luz e o poder que tal criatura emitia me fazia sentir medo e ao mesmo tempo alegria. Meus joelhos fraquejaram diante de tanto poder e eu caí ao chão com a cabeça baixa.

Pude escutar os lunares comentando entre si a minha submissão, mas será que eles não sentiam também?

- Não, meu anjo... Acho que ainda não. – Edward respondeu aos meus pensamentos. – Mas seu irmão já sente.

Voltei meu olhar, ainda de cabeça baixa, para meu irmão e minha cunhada. Os dois estavam de joelhos diante da figura. A luz diminuiu e a sombra começou a tomar cores.

Era um homem e seu rosto não me era estranho. Seus cabeços eram um tanto longos e dourados como ouro. Os olhos profundamente verdes e sábios. Seu colar não era em forma de meia lua como os de todos os lunares, mas sim de uma lua cheia e a corrente não era de prata, mas de um fio vermelho que honestamente não tenho ideia do que seja feito.

Suas vestimentas eram simples, porém extremamente antigas e bonitas.

- Porque está de joelhos rei Daniel? E você rainha Natalia?

- Porque eu devo respeito ao primeiro rei lunar. – respondeu meu irmão sem tremer a voz ou erguer a cabeça.

- É uma honra rei Argos. – Nati respondeu do mesmo modo que o marido.

Meu corpo ainda tremia diante de tamanho poder. Era simplesmente incrível. Pude escutar as exclamações dos lunares que praticamente se jogaram ao chão ao saber quem era o misterioso homem.

- O que os trás até aqui?

- Queremos voltar para a Lua. – meu irmão e Nati se levantaram eu não tive forças para fazer o mesmo.

- Por quê? A Terra é o planeta de origem. O lugar do nosso povo é na Terra.

Ninguém esperava pela resposta de rei Argos.

POV Daniel

Rei Argos sorria levemente, mesmo que suas palavras fossem diretas e soassem como ordem para o povo.

- Não mais rei Argos. – disse de maneira firme. – Fomos enviados para a Lua, pois não soubemos viver na Terra. Mesmo que tenhamos aprendido com nossos erros acabamos por criar certo receio em nossos corações, é como se não fosse certo estarmos aqui. Amamos este planeta, mas ele pertence aos humanos agora. Creio que a Terra seja uma enorme escola e nós já aprendemos as lições que deveríamos aprender morando aqui. É hora de mudança, é hora de continuar aprendendo na Lua. É o lugar onde realmente nos sentimos fazer parte.

- Entendo... – murmurou ele olhando para aqueles atrás de nós. – Eu vejo nos olhos de cada um a vontade de voltar para aquilo que chamam de casa. – sorriu.

Apertei a mão de Nati em expectativa.

- E o que fariam para concretizar essa vontade?

- Daríamos nossa vida se isso significasse que nosso povo prosperaria feliz. – respondeu minha esposa.

Rei Argos suspirou sorrindo.

- Eu fico feliz que finalmente a verdadeira razão da existência dos reis e rainhas do povo lunar tenha voltado a ser o que era. – ele fez uma leve reverencia para nós com o sorriso ainda mais largo. – Que a vida de vocês prospere e seja feliz assim como desejam que o seja para o seu povo. Hoje permito que voltem à lua, pois vejo em seus corações a sinceridade do pedido e sei que os futuros governantes terão a justiça e a nobreza em equilíbrio. Mas devo lembrá-los que há muito trabalho a se fazer, vocês irão praticamente recomeçar do zero.

- Não temos medo de trabalho majestade. – respondi sorrindo.

Ele assentiu e passou por nós andando em direção a Bella que ainda estava ajoelhada. Edward estava ao seu lado abaixado. Sua expressão era preocupada.

POV Edward

Rei Argos ajoelhou em frente à Bella e pegou seu rosto entre suas mãos. Minha princesa parecia tão pequenina e amedrontada diante da imponência do elementar.

Bella estava com seus olhos extremamente azuis e extremamente brilhantes quando ela ergueu o olhar para o homem.

- Porque eu tenho essa sensação tão forte de que tenho que te dizer obrigada? – perguntou em um sussurro.

Rei Argos sorriu de maneira doce, seus olhos escondiam tanta coisa que tive medo de tentar ler sua mente, já que ela era completamente fechada para mim.

- De nada. – sussurrou ele sorrindo. – Vejo que fiz a escolha certa em permitir o seu nascimento.

Não houve espaço para perguntas ou qualquer frase. Estava claro que rei Argos foi o responsável por possibilitar que minha sogra pudesse ter dois filhos. Nesse momento o “porque” fica na ponta da língua. Mas não é preciso dizê-lo, pois sabemos a resposta. E sinceramente... A vida é complexa demais para ficarmos analisando os porquês da vida. Trovoada estava certo afinal ao dizer que era um tecelão. A vida é um enorme emaranhado de fios que formam um lindo tapete infinito, porém somente quem tece esse tapete é que sabe como será o resultado final.

Rei Argos assim como apareceu, desapareceu. Deixando o caminho livre para atravessarmos o portal que agora parecia mais vivo do que nunca.

Dan foi o primeiro a andar em sua direção acompanhado da esposa. Os dois desapareceram diante dos nossos olhos e alegria foi imensa nas mentes dos lunares.

O portal estava finalmente ativo.

Os lunares não ficaram muito tempo esperando e logo seguiram para o portal desaparecendo em seguida.

Olhei para Bella e ela parecia ansiosa. Ajudei-a se levantar.

- Vamos meu anjo?

Ela apenas assentiu e então olhou para os humanos que tinham olhos arregalados para o portal.

- Vocês podem entrar também. – disse Bella. – Se quiserem, é claro.

Finalmente decidimos seguir para o portal.

[...]

POV Bruna

Chegamos ao restaurante chique com eu na frente e Ângelo e Peter me seguindo. Os dois se portavam como meus seguranças.

Tia Alice já tinha me informado o que os tais líderes queriam de mim e que estariam todos reunidos junto a suas esposas jantando juntos. O assunto principal seria de como seria fácil fazer com que eu aceitasse os acordos que meu pai recusara.

Mas eles não esperavam que eu lhes fizesse uma pequena visita.

A reserva estava no nome de Ângelo. O recepcionista nos orientou o caminho seguindo conosco.

No caminho paramos para cumprimentar os homens importantes.

- Ora! Que coincidência! Eu tenho uma reunião com cada um de vocês amanhã, durante todo o dia. – disse parada ao lado da grande mesa redonda.

Os homens se levantaram surpresos com a minha presença.

- Junte-se a nós princesa. – sugeriu um dos políticos.

- É claro, mas não demorarei, tenho outros assuntos importantes a cuidar com a guarda real. – fiz um pequeno sinal indicando meus seguranças.

O recepcionista trouxe uma cadeira e eles abriram espaço para mim. Sentei-me e Peter empurrou minha cadeira.

Sorri para ele agradecendo e então me virei para os humanos.

- Desculpem as esposas, mas gostaria de tratar rapidamente dos assuntos de amanhã. Acho que podemos resolver isso em poucos minutos de modo que suas agendas ficarão livres no horário em que marcaram comigo.

Peter e Ângelo se colocaram a minhas costas, ficaram em pé em postura rígida. Seus rostos sem demonstrar emoções.

- Não há problemas princesa. O assunto será rápido e ainda poderemos continuar com a noite. – disse o mesmo homem que me convidou para sentar a mesa.

Apenas sorri.

- Bem... É um assunto delicado, gostaríamos de ajuda com alguns problemas no oriente médio e...

- Por acaso seria algo relacionado com o petróleo? – cortei-o com a pergunta.

O silêncio instaurou na mesa. Me virei para Ângelo.

- Chefe Jackson, meu pai já não havia recusado se envolver com assuntos econômicos relacionados com guerras no oriente médio?

Meu segurança me olhou seriamente, mesmo que sua vontade fosse de sorrir, e respondeu.

- Sim princesa, foi há meses atrás.

Voltei meu olhar para todos na mesa.

- Me desculpem, mas eu não entendo. Era esse o assunto que queriam falar comigo? Mas se meu pai já recusou porque acham que eu aceitaria? – me fiz de inocente, mas por dentro eu estava brava com a questão.

- Achamos que a princesa teria uma opinião diferente de seu pai.

- Discordo com meu pai em muitos assuntos, mas dificilmente a suas opiniões políticas. Geralmente discordo do modo como ele age pacificamente em relação a certas questões. Sou da opinião que alguns assuntos devem ser tratados um pouco mais energicamente. – sorri. – Mas neste assunto concordo com meu pai. Não devemos nos meter em uma guerra. Ainda mais em uma guerra de crenças deturpadas que dura milênios. Era só esse assunto senhores?

Eles permaneceram em silêncio.

- Neste caso eu agradeço a companhia. Boa noite e bom jantar. – sorri me levantando e seguindo para nossa mesa cuja fora informada pelo recepcionista anteriormente.

Andei até o local reparando que havia apenas duas cadeiras.

- Foram belas palavras princesa, estava aqui apenas para orientá-la, mas não fui de grande ajuda. A senhorita está perfeitamente preparada para tomar grandes decisões.

- Obrigada Ângelo. – sorri. – Acho que devemos avisar o recepcionista, falta uma cadeira em nossa mesa.

Chefe Jackson me olhou como se eu tivesse perdido alguma coisa.

- Não jantarei com vocês. Não quero ficar, como vocês jovens dizem ultimamente, de vela. Bom jantar garotos. – Ângelo riu com nossos rostos sem graça e nos deixou a sós.

Olhei para Pete com o rosto em chamas. Ele sorriu e foi até atrás da cadeira a puxando para mim.

- Leve isso como um primeiro encontro que não tivemos. – me mandou uma piscadela antes que eu me sentasse. – Já que começamos as avessas.

Gargalhei com suas palavras. Logo o garçom chegou com os cardápios.

O jantar foi muito divertido. Peter gargalhava lembrando das feições assustadas dos políticos e das mulheres. A comida também estava uma delícia. Já passavam das onze horas quando resolvemos ir embora.

Meu namorado fez questão de pagar a conta ignorando completamente os meus protestos.

Na saída enrosquei meu braço no seu, mas Peter ignorou meu gesto e segurou minha mãe entrelaçando nossos dedos.

- Eu queria ter dito antes de voltar aqui, mas resolvi pensar melhor nisso antes de te falar. Minha opinião não mudou. Não quero esconder, para falar bem a verdade acho que nem conseguiria. Meu olhar diz tudo Bruna. O seu olhar também. É impossível dizer que somos apenas amigos. Eu amo você e não quero esconder isso. As consequências eu teria que colhê-las um dia ou outro. Além do mais todos já me olham diferente mesmo.

O olhei emocionada e ele beijou as costas da minha mão. Fiquei na ponta dos pés para lhe beijar, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa flashes me cegaram.

Pisquei rapidamente e me virei na direção de uma montanha de repórteres na porta do restaurante.

- Agora eu entendo a bronca de mamãe com os repórteres. – bufei.

Peter riu e nós saímos do prédio.

- Princesa! Princesa, por favor! – pediam me cercando.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Gente, estou dividindo os capítulos tantas vezes por dois motivos. O primeiro é que o cap está ficando enorme e o Nyah possui um limite de palavras. O segundo motivo é que eu estou me enrolando para não acabar a fic D: Está difícil terminá-la.
Espero que tenham gostado do pedaço de cap e não deixem de visitar o blog! Os capítulos saem antes lá ;)
http://mahfics.blogspot.com.br/



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