A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 75
Capítulo 22 - De volta para casa (parte1)


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meu povo :D Eu sei que está demorado, mas é que eu me enrolo nos últimos capítulos ainda mais que eu estou terminando duas fics ao mesmo tempo e cheia de idéias novas para as próximas histórias *o*
Essa é a primeira parte desse cap, ainda teremos mais um e o epílogo.



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Capítulo 22. De volta para casa

POV Edward

A vida inteira queremos respostas para os mistérios da vida. Eu e Bella fomos privilegiados com algumas respostas, mas nunca imaginei que me sentiria tão pequeno diante de tamanhas revelações. Tudo o que eu enxergo agora é uma imensidão, um mundo enorme, cheio de vidas interligadas pelo destino. Acho que nunca mais olharia para alguém sem imaginar que caminhos ela escolhera que a levara até ali. 

Minha cabeça girava, mas de certa forma eu me sentia leve. Talvez minha personalidade auto-depreciativa, como dizia minha família, gostava da ideia de que meus erros não seriam meras lembranças perturbadoras e sim eu colheria as consequências de meus maus atos, como já estava colhendo com todos os problemas que venho enfrentando. 

Bella soluçava com o rosto escondido em meu peito. Meus olhos acompanhavam o calmo andar do Destino. Minha esposa limpou as bochechas as costas da mão e então olhou para o mesmo lugar que eu. 

O anjo começou a brilhar fortemente como uma estrela na escuridão. Um trovão cortou o céu e o relinchar de um cavalo ressoou no exato momento em que Destino desapareceu. 

Minha boca foi ao chão. 

Bella parou de chorar e olhou para mim assustada. 

- Trovoada? - sussurrou. 

- Ele se apresentou como um velho amigo. - murmurei sem conseguir conter o sorriso.

- Ele sempre esteve nos ajudando.

- Ele sempre ajuda a todos, meu anjo. 

- Deus Edward! O que eu seria sem você? - me olhou assustada. 

- Uma linda princesa sem seu vampiro problemático. - brinquei, mas ela não sorriu.

- Não. Eu seria uma assassina. Uma psicopata. - seus olhos continham tanto medo que meu coração se apertou. 

- Bella não! Você não seria nada disso. - disse firme segurando seu rosto entre minhas mãos. - Você continuaria a ser essa linda e doce princesa, determinada e perspicaz. Com a alma tão brilhante quanto a Lua. 

Minha esposa fez um bico de choro.

- Porque você nunca matou ninguém Bella? - perguntei seriamente. 

- Porque algo dentro de mim não permitia, acho que era o Destino me dizendo para não fazer. 

- Não, meu anjo, o Destino não nos diz o que fazer. Ele nos dá direções. Você tinha duas a sua frente. Matar e não matar. Escolheu a segunda, porque você não suporta a ideia de acabar com uma vida, por pior que ela seja. Porque no seu intimo você sabe que foi alguém cruel e mesmo assim conseguiu mudar. Tornou-se essa pessoa doce que não julga os atos de ninguém. - suspirei e sorri. - Você não mata, pois acredita na mudança. Acredita que qualquer um pode tornar-se alguém melhor. 

Bella voltou a chorar e eu a abracei firmemente. Ela estava confusa, seu pobre coração batia rápido em seu peito. Peguei-a no colo.

- Vamos para casa, precisamos contar ao seu irmão sobre a profecia que o Destino nos contou. - sussurrei andando em direção a nossa casa. 

Não iria correr. Bella precisava digerir tanta informação. 

POV Daniel

Quando Edward chegou em casa com Bella em seus braços quase tive um ataque. Os dois tinham ido procurar a tal vampira que tentou matar Lara perto do meio dia, agora já era mais de meia noite. A preocupação entre nós era quase palpável, pois Alice não conseguia vê-los. Mas ao contrário de quando Edward fora sequestrado, a vidente enxergava tudo branco. O que era muito estranho. 

- O que aconteceu?! - Nati correu até eles. 

- Desculpem tê-los preocupado. - murmurou Edward. - Bella só está dormindo. 

Meu cunhado tirou os olhos da esposa para me fitar seriamente. 

- Preciso falar com você e Nati. 

Assenti. 

Ele seguiu até o quarto para acomodar minha irmã e logo voltou para a sala de jantar. Seja lá o que de tão importante ele teria que falar a família inteira teria que estar reunida, ou melhor, quase inteira, já que Esme e Carlisle estavam com Charlie o ajudando com    Lara. Estavam tentando ao máximo tirar a linha de pensamento que o levava aos Volturi. 

Eu poderia não ter provas, mas tinha certeza que aqueles malditos vampiros estavam envolvidos. 

- Eu e Bella seguimos o rastro da vampira até um trecho da floresta, eu já tinha sentido aquele cheiro antes. O nome dela é Zafrina, trabalhava para Victória. 

- Pensei que todos os seguidores de Victória tivessem morrido junto com ela. - comentou Jasper. 

- E morreram, o que me leva a crer que Zafrina não trabalhava realmente para Victória. Zafrina foi peça chave na minha captura, ela tem um poder de ilusão impressionante. Por causa dela Alice não conseguiu me ver sendo sequestrado. E acho que com esse poder ela também conseguiu enganar Victória e Line. 

- Mas se ela não trabalhava nem para Victória e nem para Line, para quem ela trabalhava? - perguntou Rose. 

- Volturis. - respondemos eu e Edward. 

- Tudo realmente leva a eles. - comecei. - Quem mais interessado em acabar com Charlie? Como eles sabiam da batalha que ocorreria no estadio de futebol? Aro tem inveja de nossos títulos de nobreza e o respeito que nosso povo tem por nossa família. 

- Sem dizer que eu feri ainda mais seu ego quando disse que ele não era meu rei e sim Daniel. Aro está irritado. Os vampiros andam admirando mais o rei da Lua do que o governante dos vampiros. O poder de nossa família o assusta. - comentou Edward.

- Não vai ter jeito. - murmurou Emmett. - Vamos ter que entrar nessa guerra. - ele deu um sorriso pequeno, mas seus olhos eram sérios. 

Assenti. 

- Vou falar com o bando. - declarou Jacob levantando-se na cadeira. - Eles ameaçaram Nessie, não posso permitir que ela corra algum perigo. 

- Vou ligar para Carlisle. - proferiu Rose. - Precisamos da sua opinião antes de qualquer decisão. 

- Claro. Ligue para ele Rose. - pediu Nati. 

Levantei nervoso. Minha raiva era menor do que há algumas horas, a preocupação com minha irmã me fez parar e pensar antes de agir. Não iríamos simplesmente atacar os Volturi. Precisávamos que eles dessem o primeiro passo. Na verdade Aro já o dera, mas não tínhamos provas. Porém eu sabia que a guerra era inevitável. Nossa vantagem era imensa. Somente eu e Nati conseguiríamos acabar com os líderes Volturi... Talvez a guarda real possa segurar a guarda Volturi por um tempo, até que eu chegue em Aro. 

Por mais que os lideres Volturi tenham inveja de nós, creio que Aro seja o único que realmente queira uma guerra. 

- Concordo com você Dan, mas temos um problema. - Edward chamou minha atenção. 

Tem a ver com o sono de minha irmã?

- Sim... Eu não queria contar isso sem Bella, mas acho que ela vai dormir por mais um longo tempo até se acostumar... Nós não seguimos o rastro da vampira por um motivo...

Então ele narrou a nós quem encontraram. Minha boca estava ao chão. Fiquei realmente surpreso com tudo o que ele contou. O por mais loucura que fosse, era muito difícil não acreditar. 

- Então qual é o nosso problema? - perguntei assim que ele contou toda a história de Caos, a história de Bella. 

- O problema é o que ele nos disse depois. Disse-nos que o futuro rei da Lua em breve cumpriria sua missão e que uma profecia iria se cumprir. 

- Que profecia?

- "Chegará um momento em que descentes elementares cairão diante de seu inimigo e aqueles protegidos protegerão. Lágrimas devolverão a casa que lhes foi concebida e uma nova era se iniciará em parceria com a antiga raça que antes fora protegida." - proferiu. 


Um sorriso se apoderou do meu rosto. Peter conseguiria, nós poderíamos voltar para casa. 
- Isso tem a ver com a missão que mandou Pete? - a voz de minha filha soou pela primeira vez.

Ela estava sentada sobre o balcão ao lado de Bernardo. Os dois permaneceram em silêncio apenas observando tudo. Mas as palavras de minha filha chamaram-me a atenção. Era a primeira vez que ela admitia que tinha alguma coisa com o garoto. Observei as ruguinhas de preocupação em seu lindo rosto. 

- A missão que mandei seu namorado não é perigosa. Já lhe disse isso. Não se preocupe. - seu rosto pegou fogo. 

Suspirei.

- Você realmente acha que pode esconder alguma coisa de seu velho pai?

- Não estamos namorando. - murmurou constrangida. 

Percebi os Cullen com sorrisos pequenos, mas sinceros. Emm se segurava para não gargalhar alto. Nati ria baixinho. Bufei. 

- Então dei permissão para nada. 

- Peter falou com você?

- Ele deixou seu pai sem fala pequena. - disse Edward após ver minha conversa com o garoto. 

Bufei novamente mais constrangido que ela com esse assunto.

- O que é uma grande injustiça, eu quase morri queimado quando fui pedir Bella em namoro. - reclamou meu cunhado. 

Sorri com a lembrança. 

- Sou a favor de um pequeno susto no garoto... Sabe como é, dar boas vindas a família. - sorriu Emm. 

- Estou dentro. - disse Jasper acompanhando o sorriso maldoso do irmão. 

Meu cunhado também sorriu e me provocou. 

- Já que meu cunhado não conseguiu colocar um medinho no garoto. 

- Vocês perderam totalmente a noção de respeito. - bufei. 

A gargalhada foi geral. Bruninha revirou os olhos para os planos dos tios. 

- O que é tão engraçado? - perguntou minha irmã na porta da sala de jantar. 

Sorri para ela que retribuiu. Seus olhos estavam um pouco inchados, mas me parecia bem. Ela foi até Edward dando-lhe um beijo rápido enquanto sentava em seu colo. 

- Vamos dar um susto no pretendente de Bruninha. - disse Edward. 

Bella gargalhou. 

- Pobre garoto... - seu sorriso permaneceu em seu rosto quando perguntou ao marido. - Contou a eles?

- Tudo... Não sabia que iria acordar logo.

- Tudo bem. 

- A questão é a profecia. - Edward tomou ar sério.

- Não entendo sua preocupação com ela Edward. Se for verdade, no final tudo se resolve. - disse. 

- Sim, mas o que acontecerá com vocês? - perguntou.

- "Chegará um momento em que descentes elementares cairão diante de seu inimigo e aqueles protegidos protegerão." - repetiu Bella a primeira parte. 

- Nossos inimigos são os Volturi... - murmurei franzindo o cenho. - Mas não vejo como nós podemos perder para eles. 

- Algo provavelmente vai acontecer... Alice, você não pode ver nada? - perguntou Nati. 

Alice tinha seus olhos perdidos no tempo. 

- Algo está me bloqueando, vejo aquele branco novamente... Mas o que posso dizer com certeza é que Marcus e Caius são contra a ideia de Aro. Isso vai atrasá-los, não vejo data, mas vejo que Aro vai ignorar os irmãos e vai nos atacar, seu objetivo é Nessie. É o motivo dele. 

- Mas Nessie voltou a crescer. - Bella tinha os olhos amedrontados. - Tivemos que trocar todos os seus sapatos e suas calças estão curtas. 

- Ninguém vai chegar perto de nossa filha Bella, fique calma. 

- Não posso ficar calma enquanto um psicopata quer machucar o meu anjinho. 

- Nós não deixaremos ele se aproximar Bella, tem a minha palavra. - seus lábios tremeram, mas ela assentiu. 

- O ataque vai ser em Washington. - proferiu Alice de repente. 

- Então já sabemos quando. - disse Jasper. 


Assenti. Semana passada estávamos combinando de levar Bruna e Bernardo para conhecer a Universidade de Georgetown, já que esse é o último ano deles na escola e logo estariam indo para uma universidade. Bruninha estava convicta que era para aquela universidade que queria ir, pois assim ficaria mais próxima de nós que sempre estávamos em reuniões na capital. 

- Não seria melhor adiarmos essa viagem? - perguntou Rose preocupada. 

- Não fará diferença. Aro está determinado a nos atacar. Ele apenas achará conveniente brigar justamente na capital do país, mas se não formos ele virá até aqui ou em qualquer lugar que estivermos. - respondeu Alice. 

- Vamos manter nossos planos, falarei com Ângelo sobre isso. Aro é muito estúpido em querer nos atacar justamente no lugar onde se localiza a sede da guarda real, sem contar que é a cidade onde mais lunares habitam. 

Um silêncio tenso se instaurou por alguns minutos até Black entrar novamente no ambiente. 

- Já falei com o bando. Eles estão dentro, no final do mês estarão em Washington. 

Troquei um olhar com a minha família, não queria envolvê-los em mais guerras, mas não havia jeito. 

[...]

POV Bruna

O verão havia chego, juntamente com nossas férias. O clima na escola era animado, mas eu não estava no clima de meus amigos. 

- Está preocupada com o que vai acontecer na capital? - perguntou Ber enquanto caminhávamos para casa.

Tia Bella e Jake estavam mais a frente brincando com Nessie. Agora eu não tinha apenas dois seguranças, tinha quatro. Papai estava levando muito a sério esse ataque dos Volturi. 

- Estranhamente não. - respondi meu amigo. 

- Está com saudades dele não é? - perguntou em um sussurro. 

Senti minhas bochechas queimando, mas não neguei. Ber se tornou mais do que um amigo/primo, se tornou um irmão para mim. Acho que a convivência na mesma casa tinha nos aproximado ainda mais. 

- Faz quase um mês que não consigo falar com ele. - murmurei. - Seu celular está sempre fora de área.

- Para onde seu pai o enviou?

- Ele não me disse exatamente, pois nem ele sabia ao certo. A última vez que nos falamos ele estava em Atenas e indo pegar um avião militar para ir para uma área isolada. Mas isso já faz três semanas. - meus lábios tremeram quando tentei segurar o choro. 

Ber passou um braço sobre os meus ombros me abraçando de lado. 

- Hey, não fica assim. Logo, logo, ele já está por aí fazendo a sua proteção. - eu queria acreditar em suas palavras, mas eu sentia tanta falta de Pete que meu coração doía. 

Amanhã iríamos para a capital. Papai estava muito nervoso com o que poderia vir a acontecer. Na verdade iria acontecer. Tia Ali estava tendo visões cada vez mais concretas. Talvez pelo fato de estar em todos os noticiários que a família real da Lua iria para Washington para visitar a futura universidade da princesa. 

Papai avisou aos governantes humanos que os Volturi nos atacariam. Eles não ficaram muito felizes, mas o que poderíamos fazer? Não era agente que estava querendo uma guerra e sim os vampiros. 

Assim que chegamos em casa o cheiro de comida recendeu. Esme fazia um almoço de dar água na boca. Logo depois de almoçar fui para meu ateliê. Não conseguia esconder minha saudade, mas pintar me acalmava, só parei quando escutei alguém bater na porta. 

- Entra. - autorizei dando a última pincelada e limpando minhas mãos em meu avental. 

Estranhando a falta de som me virei para a porta. Papai tinha a boca aberta enquanto olhava as mais de 10 telas que tinha feito nesta tarde. 

- Não consigo tirar essas imagens da minha cabeça. - disse dando de ombros. 

Eu não tinha ideia de que lugares eram aqueles que eu pintei. Mas confesso que eram lindos, mesmo com as estruturas destruídas. 

- Você retratou tudo com muito realismo. - disse ele. 

Papai estava emocionado ou é impressão minha?

Fui até a pia lavar meus pinceis de cristal e depois os guardei enquanto papai observava minhas telas. 

- Tem certeza que não quer fazer nada relacionado as artes na Universidade? - perguntou. 

Dei de ombros. 

- Não quero pintar como profissão. Gosto de pintar por prazer, me acalma. - dei de ombros. 

Papai ficou me observando por um longo tempo e então veio me abraçar. 

- Desculpe tê-lo mandado para longe de você. Odeio te ver sofrendo. - murmurou. 

Senti as lágrimas escorrerem por meu rosto. 

- Porque dói tanto papai? - seu abraço se tornou mais forte. 

- Porque você está apaixonada. A paixão causa isso em nós. - murmurou. 

Não sei quanto tempo papai ficou me acalmando, mas as lágrimas pararam de rolar.

- Vem, vou te leva para cama, amanhã acordamos cedo.

Assenti e fui para o meu quarto. Meu pai beijou minha testa e me cobriu assim como fazia quando eu era criança. Fechei meus olhos e procurei dormir logo, pelo menos durante o sono o meu peito não doía.  

POV Bernardo

A viagem foi de longe a mais tensa que já vivi. Todos tentavam se mostrar tranquilos, porém a tensão era quase palpável. Tudo ficou ainda pior quando assim que chegamos ao aeroporto um homem a mando do secretário de segurança nos esperava ao lado de Ângelo.

Vovô ficou completamente tenso e falou algo para rei Daniel que assentiu e então virou-se para nós com um sorriso forçado.

- Vão para o hotel, mais tarde acompanharei vocês na visita a Universidade. – falou para minha prima e eu.

Nós assentimos sem nada dizer. Ele virou-se para Carlisle.

- Acho melhor vir comigo. Jacob, você também.

Vovô e os três seguiram com o homem enquanto o resto de nós seguiu para o hotel. Ninguém conseguia esconder a preocupação.

POV Daniel

O humano nada disse por todo o caminho, mas Edward nos passou a informação em tom inaudível para ele. Parece que o secretário de segurança estava preocupado com a segurança dos humanos e estava certíssimo em relação a isso.

Ele queria falar com os três líderes, no caso eu, Carlisle e Jacob.

Logo chegamos e qual foi minha surpresa ao entrar no escritório e me deparar com Charlie com os braços cruzados encostado na parede e seus olhos fechados. O secretário estava em sua mesa com uma feição tensa. Não era fácil ficar em um mesmo cômodo com um vampiro.

- O que faz aqui? - perguntei automaticamente. 

Seus olhos se abriram e ele me fitou impassível. Um rosnado baixo saiu de seus lábios. 

- Porque não me ligaram contando? - perguntou com a voz fria. 

Suspirei cansado. Eu sabia que ele ficaria louco quando soubesse que o que aconteceu com Lara não foi um acidente. 

- Sabíamos como você agiria, achamos melhor que ficasse com Lara enquanto cuidávamos de Aro. - explicou Carlisle calmamente. 

- Sabiam como eu agiria! - explodiu rosnando. - Eu tinha o direito de saber! 

- Para que, meu amigo? Ir atrás de vingança? Perder mais quantos milênios de sua vida assim? - rebateu Carlisle de maneira firme. 

Meu pai rosnou. 

O humano tremeu de medo e deu passos para trás encostando-se na parede, alguns seguranças apareceram na porta que ainda estava aberta. Porém nós não nos mexemos, entendíamos a revolta de meu pai. 

- Escute Charlie... - tentei falar, mas fui cortado. 

- Não Daniel! - apontou o dedo para mim. - Não me venha com desculpas! Você mais do que ninguém sabe o que Aro fez para mim. Nenhum de vocês sentiu o que eu senti! Não sabem o que é ver a pessoa que você mais ama morrer ao seu lado junto com seu filho que nem nascera, e simplesmente não poder fazer nada! Não sabem! - rosnou furioso. - Eu quero Aro morto! Porque o que ele fez não foi por necessidade e sim por crueldade! 

- Todos aqui queremos um fim para Aro, pai. - falei seriamente. - Por causa dele a guerra na Lua começou, por causa dele meus pais não estão vivos.

- Ele quer dividir minha família Charlie, quer tirar meus filhos de mim. Mesmo que eu não goste de destruir uma criatura eu não vejo outra alternativa em relação a Aro. 

- Ele acusa a mim e minha esposa de criarmos uma criança imortal. Quer destruir minha família e matar minha filha. O único destino de Aro é a morte. 

- Nessie é minha impressão, qualquer perigo relacionado a ela eu irei destruir. - latiu Jacob. - Entenda Charlie, todos nós temos motivos suficientes para acabar com Aro. Mas a sua raiva é a maior de todos nós, porque você vem alimentando isso por milênios. Se nós tivéssemos falado naquela hora você entraria em colapso e tentaria atacar o Volturi sozinho. Mesmo com toda a sua experiência acabaria morto. 

Com as palavras do cachorro Charlie voltou a encostar na parede e levou as mãos a cabeça. Eu o conhecia suficiente bem para saber que ele se manteria calado. 

Escutei um riso e olhei sem entender para o homem que sentara em sua cadeira. 

- Qual é a graça? - perguntei sem entender. 

Edward riu concordando com os pensamentos do humano. 

- Sim, completamente irônico. 

Olhei questionado para o meu cunhado. 

- Ele só está comparando nossos motivos para entrar em uma guerra e os motivos dos humanos. 

Ergui minhas sobrancelhas em concordância. 

- Acho que nos chamou aqui para discutir as estratégias não é? - perguntei ao homem. 

Ele assentiu. Logo eu colocava chefe Jackson no viva-voz, assim como Jacob fazia o mesmo com Seth, e Carlisle com Jasper. 

[...]

POV Bruna

No almoço o clima ainda era tenso, mas tio Emm logo falou algumas besteiras arrancando risos nossos e de todos que almoçavam no grande salão do hotel. Esme teve que puxar a orelha dele umas cinco vezes por ele brincar com a comida.

- Já terminaram de comer? – perguntou papai limpando a boca com um guardanapo.

Eu e Bernardo sorrimos assentindo. Apenas eu, meu primo, tio Ed e papai iríamos visitar a universidade. Mamãe, tia Bella, tia Ali, tia Rose e Nessie iriam ao shopping comprar algumas roupas para Nessie. Já os homens não disseram um lugar certo para ir, acho que eles vão ficar pelas redondezas apenas de olho na movimentação.

Despedimo-nos rapidamente dos outros e seguimos para meu futuro local de estudos.

Assim que chegamos o reitor nos aguardava, pensei que ele estaria hesitante com a nossa presença, mas demonstrou-se tão empolgado que chegou a me assustar. Parecia que ele queria de qualquer jeito que estudássemos lá.

- Você principalmente princesa. – sussurrou tio Ed escondendo um sorriso enquanto eu e Ber olhávamos todos os lados do campus.

O reitor respondia a todas as perguntas de papai relacionadas às aulas, os métodos dos professores, se havia problema de ter seguranças particulares... O homem parecia querer agradar papai em todos os aspectos.

- Poderíamos dar uma olhada nos dormitórios agora? – perguntou ele.

- Não será necessário, minha filha morará comigo...

- Papai... – cortei-o. – Já conversamos sobre isso... Onde está o papo “quero que viva todos os momentos comuns as garotas da sua idade”?

Tio Ed e Bernardo gargalharam com a minha imitação.

- Não tem jeito cunhado, sua filha é mais teimosa que você.

Meu pai bufou e ficou de cara feia enquanto eu pedia para o reitor nos levar nos dormitórios. Primeiro o feminino e depois o masculino.

- Cada um tem um colega de quarto, do mesmo sexo, é claro. – apontou o homem.

- É o mínimo... – resmungou papai.

Revirei os olhos para ele.

Logo adentramos em um bloco.

- Todos tem a mesma estrutura, não queremos privilégios a nenhum aluno.

Olhei ao redor gostando do que via. Tinha uma pequena recepção com uma moça simpática e de alma brilhante. Ela digitava em seu computador quando parou para nos desejar bom dia. Ela parecia ser uma boa pessoa. Depois da recepção uma grande sala com sofás e televisão. O aparelho estava desligado e não havia ninguém ali já que estávamos em horário de aula.

- A TV está sempre ligada, mas às vezes as meninas discutem por causa dos canais. – sussurrou para mim me mandando uma piscadela.

Eu ri.

- Sei como é isso, lá em casa nós temos que brigar com meu tio que só quer saber de desenhos animados. – revirei meus olhos.

Para os dois lados existiam longos corredores com várias portas, cada uma era um quarto. Seguimos até um vazio e eu simplesmente adorei. Duas camas, uma pequena geladeira, dois armários, duas escrivaninhas...

- Acho que ela gostou. – disse Ber risonho.

Mandei-lhe uma piscadela. É claro que eu tinha gostado. Era simples, mas aconchegante. Com alguns toques o meu lado do quarto ficaria perfeito. Uma foto de meus pais, dos Cullen... E uma minha e de Pete no criado mudo...

Escutei uma gargalhada.

- Calma pequena, você ainda tem muito tempo para planejar as fotos que enfeitaram seu lado do quarto. – mandei a língua para tio Ed.

Fomos então para os dormitórios masculinos, o lugar tinha a mesma estrutura e Ber estava tão empolgado quanto eu, mas ele disse que era a favor de dormitórios mistos.

- De quem você puxou esse lado safado senhor Bernardo? – perguntei batendo meu ombro com o dele.

Ber cambaleou rindo.

- Os Masen sempre foram muito populares com a ala feminina. – provocou tio Ed.

- Não importa em que século priminha. – piscou com apenas um olho só.

Fiz negativo com a cabeça enquanto eles riam. Seguimos então para a saída, mas agora tinha movimento. As aulas do dia tinham acabado. Senti minhas bochechas corando com os olhares que recebia.

- Opa senhor Marvel, finalmente vai deixar esse dormitório misto? Ninguém vai se importar não. – disse um garoto me olhando de cima a baixo.

Outros assoviaram e concordaram com o garoto.

- Olha o respeito rapazes! – uma voz conhecida soou perto da porta da recepção. – A garota que vocês estão secando é a princesa da Lua, e o homem ao seu lado é o pai dela, conhecido no mundo inteiro por seu ciúme em relação à filha, e esse homem mais atrás é seu tio vampiro que lê mentes...

- Doutor James! – Bernardo se apreçou a cumprimentar o advogado.

- Como vai garoto? E vocês? Edward, rei Daniel. – cumprimentou-os também. – Princesa... – sorriu.

Retribui o sorriso com um cumprimento.

- O que faz aqui doutor? – perguntou papai.

- Dou aulas aqui... Mas nesse exato momento vim cobrar um trabalho do Sr. Philips. – sorriu cinicamente para o garoto que me secou a pouco.

Ele engoliu em seco quando fitou papai e sorriu amarelo olhando para o seu professor.

- Só um pouquinho professor, vou buscar. – gaguejou correndo para o seu quarto.

- Acho que não o veremos tão cedo. – riu James.

Seguimos para fora conversando animadamente.

- Você acha que Carlisle e Charlie ficarão muito decepcionados se eu disser que não cursarei medicina? – perguntou-me Ber.

- Sim eles ficarão... Mas acho que ficarão mais ainda se você não fizer aquilo que você realmente quer. – ponderei.

- É doutor, acho que você acaba de ganhar um novo aluno. – tio Ed sorriu passando o braço pelo ombro do neto.

- Isso é ótimo!

Ficamos conversando por mais um tempo. O advogado ficou tirando algumas dúvidas de Bernardo que tinha um novo brilho no olhar. Acho que ele encontrou seu futuro.

- Vamos, ainda temos que tirar Alice do shopping antes que ela estoure o meu cartão.

Só agora percebi que já passavam das cinco da tarde. Despedimo-nos de James e seguimos para a saída. Foi então que tio Ed parou de repente puxando Bernardo para trás de seu corpo.

Papai se colocou a minha frente. Então tudo começou. Um vampiro se chocou com papai e braços de aço me puxaram para trás.

Eu não era mais tão inexperiente, me livrei do vampiro rapidamente arrancando sua cabeça e a arremessando para o mais longe possível. Logo notei que a praça havia se tornado território de guerra.

A guarda estava ali assim como os Cullen. Tia Bella entregou Nessie para Esme que correu em direção a Bernardo. 5 agentes da guarda se posicionaram os protegendo.

Meu momento de distração foi interrompido por uma vampira que me jogou para longe. Rolei no chão sentindo minha pele ser esfolada. Rosnei para a vampira que lambia os lábios olhando para algo atrás de mim. Olhei na mesma direção e notei os alunos da universidade com olhos arregalados para a luta a frente.

Ela correu em direção e eles, mas eu não deixei que se aproximasse o suficiente para machucá-los.

- Hey! – gritei a puxando para trás.

A vampira rolou no chão, mas logo me olhava raivosa.

- Sua briga é comigo sanguessuga! – rosnei expondo meus dentes e colocando minhas mãos no chão.

Uma grossa raiz cresceu pelos pés de minha inimiga e a enrolou. Sem dar chance que ela se libertasse membros da guarda que estavam por perto a desmembraram.

Logo mais dois vampiros estavam me atacando. Desviei de seus ataques e também ataquei, mas não esperava que um deles me prendesse enquanto o outro atacava. Tentei chutar o da frente, mas não alcancei.

Senti meu estômago gelar pensando que tudo tinha acabado. Apertei meus olhos esperando a morte, mas ela veio em forma de pergunta.

- Você está bem princesa? – abri meus olhos ao perceber que os dois vampiros estavam ao chão sem suas cabeças.

- Otelo. – sussurrei.

Ele me olhou preocupado.

- Obrigada. – disse sincera.

O príncipe sorriu e correu para a luta.

Escutei um grito conhecido no meio da batalha. Olhei assustada para tia Rose que estava no chão se contorcendo. Era Jane. Corri para ajudar, mas Esme gritou para mim ir até ela.

Seu rosto estava contorcido em raiva quando ela me entregou Nessie.

Coloquei minha prima nas minhas costas e ela me abraçou com força. Um vampiro enorme vinha em nossa direção, mas antes que eu fizesse qualquer coisa um lobo se chocou com ele o abocanhando e o chacoalhando como se fosse um boneco.

Vários uivos se fizeram presentes, então observei um enorme campo de força crescer a volta da luta. Tia Bella estava esperando os lobos chegarem para criar o escudo.

POV Bella

Corri em direção a Jane após concluir o escudo. Ninguém estava conseguindo pará-la, qualquer um chegava perto caía com seu ataque. Porém antes de chegar perto um vampiro me puxou pelas pernas me derrubando ao chão. Rosnei o chutando e construindo um escudo mental em torno de Jane. Minha surpresa foi quando Esme passou o braço por seu pescoço e a puxou para trás.

- A princesa que não mata resolveu me enfrentar... – zombou ela.

Franzi o cenho, a vampira achava que era eu? É claro! Eu seria a única que conseguiria me aproximar.

- Errado. – disse simplesmente Esme antes de arrancar a cabeça da vampira e jogá-la numa fogueira. – Isso é para você aprender a não se meter com os meus filhos. – rosnou jogando o resto do corpo da vampira na fogueira também.

Nós estávamos ganhando, mas para acabar com essa guerra precisávamos acabar com Aro. O único dos três governantes vampiros que apareceu. Nossa suspeita estava certa, Caius e Marcus não eram loucos o suficiente para nos enfrentar. 

A luta agora era corpo a corpo. Os principais telepatas tinham sido destruídos. Começando com Zafrina que nos emboscou na saída do shopping.

O cerco estava fechando contra os Volturi. A luta estava ganha, mas as palavras de Trovoada soaram em minha cabeça e eu senti meu peito doer. Caí de joelhos sentindo-me fraca, como se meu poder estivesse sendo sugado do meu corpo.

Olhei desesperada para os lados e vi minha família caindo. Nati quase foi pega por um vampiro se Ângelo não tivesse a defendido. Meu irmão também caiu. Olhei para o outro lado e vi Edward de joelhos próximo a Bruna desmaiada ao chão.

- Nessie... – sussurrei ao notar que ela também tinha os olhos fechados.

Ela estava deitadinha sobre as costas da prima.

Tentei ir até eles, mas minha visão escureceu completamente.

POV Peter

Ofeguei com um dor em meu peito. Levei a mão ao coração.

- O que há garoto? – perguntou o general ao me ver curvado.

Não consegui responder.

Senti mãos segurando meus braços e meu corpo ser sacudido para frente e para trás, mas meus olhos estavam em outro lugar e meu desespero foi grande ao avistar a família real sendo atacada por vampiros. Meus olhos procuraram incansavelmente minha princesa e quando encontraram meu coração perdeu uma batida. 

Dois vampiros a atacavam, ela se defendia bem até que um deles passou o braço por sua cintura prendendo suas mãos em um abraço de ferro. O outro correu atacá-la. Bruna fechou seus olhos fortemente. Segurei minha respiração e a soltei quando vi Otelo cortar a cabeça do vampiro que a atacaria com sua espada e rapidamente enfiá-la no pescoço do que segurava minha princesa o derrubando para trás. 

Ela manteve seus olhos fechados por mais alguns instantes para só então abri-los novamente. 

Senti meu corpo chacoalhar. Pisquei meus olhos confuso quando a imagem a minha frente se tornou outra. 

O olhar preocupado do General Vega estava sobre mim. 
- Tudo bem garoto? - perguntou hesitante. 
- Precisamos acelerar o passo. - disse ignorando sua pergunta e ficando com a postura ereta, pois só agora notei que estava arcado. 

Ele assentiu lentamente e ordenou aos seus subordinados para levantar acampamento, pois iríamos continuar andando. 

Faziam semanas que estávamos nessa mata fechada. Andávamos durante todo o dia e descansávamos durante a noite. Eu poderia muito bem seguir o caminho muito mais rápido que os humanos, mas rei Daniel disse-me que eu não sabia o local e os humanos não me falariam se não fossem juntos. O que eu particularmente achei uma imensa infantilidade. Deste modo tive que me submeter a lentidão do grupo. 

Eu era o único lunar entre os 15 humanos. General Vega comandava os 10 homens e uma única mulher. Todos estavam fortemente armados mesmo que eu não tivesse avistado nenhum perigo eminente para tamanho poder de fogo... Acho que era contra mim, mas não levei para o lado pessoal. Os três homens que não mencionei não eram militares e sim os descobridores do local. Eram completamente fascinados pela minha raça e nas noites antes de dormir eles me enchiam de perguntas sobre costumes e histórias. Eu ria da empolgação dos humanos em desvendar nossa cultura, mas avisei que eu não poderia ajudar muito já que eu tinha apenas 19 anos e que não cheguei a viver na Lua. 

Depois de dizer minha idade os militares começaram a me olhar diferente, menos receio e mais confusão. Escutei eles conversando quando pensavam que eu estava dormindo. Eles não entendiam porque tinham mandado um garoto para essa missão. Outro militar lembrou que eu fazia parte da guarda e que tinha duelado com um cara muito mais experiente na festa da princesa. Eles discutiram muito a esse respeito, mas não chegaram a nenhuma conclusão. Porém na manhã seguinte os três arqueólogos me enchiam de perguntas sobre o duelo na festa da princesa. 

Respondi superficialmente, pois eu não conhecia a tradição e não tive tempo de perguntar aos mais experientes, pois logo fui mandando para esta missão. Eles ficaram completamente intrigados e começaram a fazer diversas suposições. Eu apenas ria dos absurdos. 

Dentre os militares os que conversavam comigo eram poucos. General Vega era um deles. Fiquei realmente impressionado pelo modo que me tratava. Sempre atencioso e preocupado, me tratava como um igual, porém com experiencia na voz, como se quisesse me passar ensinamentos. E vivia brigando com os arqueólogos para que eles me deixassem em paz. Mas eu realmente não me importava com as perguntas. O tempo passava mais rápido quando eu me distraía. 

A mulher chamada Nicole também conversava bastante comigo, acredito que ela seja um dos motivos que os outros homens não tenham se aproximado. Creio que um certo ciúmes pairava no ar. Nicole parecia ser uma mulher muito forte e decidida, muito bonita também, despertava desejo na ala masculina, desejo este que eu poderia farejar no ar. Ela parecia interessada em mim, mas não dei brecha para uma maior aproximação. Meu coração já tinha dona e depois de dois dias ela percebeu isso. Tanto que me deu uma bronca por eu não ter dito para Bruna o que nós tínhamos um com o outro. Nicole disse que essa falta de palavras deixava qualquer mulher insegura. 

Minha princesa não tinha motivos para insegurança, não tinha nenhuma chance de eu abandoná-la, trocá-la ou qualquer coisa desse tipo. Ela era minha, para sempre. 

Outro que resolveu ser meu amigo foi Julian. Ele era louco por Nicole e em uma noite quando ela estava meio distante ele veio brigar comigo. Tive que segurar o riso e explicar que eu nunca teria nada com sua amada porque já tinha namorada. Ela ainda não sabia disso, mas eu tinha. Ele ficou surpreso e então gargalhou, depois ficou sério e me pediu ajuda, porque a mulher era osso duro de roer. Seu senso de humor me lembrava Giovanni. 

- Hey Carter, o que há? - perguntou Nicole após minha visão. 

Eu não tinha aberto minha boca para nada além de pedir que fossemos mais rápidos. Os arqueólogos disseram que mais 2 horas de caminhada chegaríamos ao local. Decidimos dar uma parada para descansar e continuar mais tarde, mesmo que já fosse escuro. 

- Só... Vamos logo. - murmurei ajudando com a minha velocidade a ajeitar o acampamento. 

Todos me olhavam com um misto de curiosidade e receio. Olhei para o céu e notei o azul escuro, porém na minha visão ainda era dia. Isso quer dizer que acabou de acontecer, pois com a diferença de fuso na capital americana ainda seria dia. Acredito que final de tarde. 

A angustia que veio com a minha visão não era tão forte agora, mas eu ainda estava incomodado e principalmente preocupado. Se algo acontecesse com a minha princesa eu não sei o que seria de mim. 
- Está preocupando a todos. - murmurou Vega ao me lado. - O que aconteceu agora com você? Porque ficou tão tenso depois disso? - inquiriu. 

Levei a mão ao cabelo de maneira nervosa. 
- Eu tive uma visão. - respondi vagamente. 
- Do futuro? - perguntou Armand, um dos arqueólogos. 

Neguei mais nervoso ainda. 
- Do passado. - respondi e antes que ele pudesse abrir a boca para mais uma pergunta eu disse. - Minha princesa está em perigo e na distância em que estamos eu simplesmente não posso fazer nada!  - um rosnado de frustração saiu de meus lábios.

Os humanos pularam de susto. Os ignorei e comecei a andar. Senti que eles me seguiam sem nada dizer. 
- O que você viu exatamente? - insistiu Armand.
- Vi minha princesa, com um vampiro prendendo seus braços em quanto outro vampiro a atacava pela frente.
- E o que aconteceu?
-Otelo a salvou... - disse aliviado, mas eu ainda estava nervoso.

Sabe Deus o que estava acontecendo com Bruna agora e eu simplesmente me via louco com essa falta de notícias.
- Otelo é o principe que duelou com você, certo?

Bufei.
- Certo.

Armand ficou em silêcio antes de falar algo que mexeu comigo.
- Não está com ciúmes garoto?
- É claro que não! - respondi bravo e o homem não tocou mais no assunto.

Sim eu confesso que muitas vezes senti ciúmes de Bruna, mas não nessa situação. Por Deus, ela estava sendo atacada!

A velocidade de meus passos aumentava conforme minha preocupação fazia o mesmo. Fiz de tudo para não contar, literalmente, os segundos. Mas não deu muito certo e depois de uma hora e meia senti algo diferente.

Franzi o cenho. O vento mudou sua tragetória e os humanos perceberam que algo estava diferente.

Com minha visão aguçada notei uma clareira mais a frente.
- É lá? - perguntei mesmo sabendo a resposta.
- Ainda não enxergo nada. - respondeu Noah, outro arqueólogo. 
- Mas eu sinto... - murmurei. - Estamos muito perto. 

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

Amores ainda estou escrevendo esse capítulo então não postarei em seguida como geralmente faço quando o cap é enorme. Espero que tenham gostado.
Fiquem ligados no blog, o capítulo sai antes lá ;)
mahfics.blogspot.com.br



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