A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 73
Capítulo 21 - Eu sou o destino (parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Mil perdões pela demora. Acontece que eu tenho crises no fim de uma fic e o capítulo sai muito maior do que eu imagino, mas acho que vocês vão gostar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/105240/chapter/73

Capítulo 21. Eu sou o destino

POV Bella

Pobre garoto... Sua cabecinha deveria estar uma verdadeira confusão.

Senti um beijo em minha têmpora e sorri automaticamente com o carinho de meu marido.

- Uau! - soltou Bernardo sorrindo bobamente. - Cada vez mais gosto de estar no meio dessa loucura. 

Seus amigos concordaram. Edward me abraçou por trás e com o canto dos olhos percebi ele sorrindo para uma cena mais a frente. Segui seu olhar e notei Jake tentando convencer Nessie a comer. 

- Vou ajudá-lo. - disse sorrindo.

- Deixa que eu vou. - retrucou meu vampiro. 

Olhei-o entediada.

- E desde quando o senhor consegue mandar sua filha comer? - tentei erguer uma sobrancelha. 

Edward riu sem graça passando as mãos nos seus cabelos os deixando ainda mais rebeldes.

- Como eu disse... Vou ajudar Jake. - ri e beijei seu queixo. 

- Ok, princesa... Vai fazer seu papel de mãe carrasca. - brincou segurando minha cintura abaixando seu rosto para beijar levemente meus lábios. 

Sorri observando seu olhar amoroso, mas então algo passou pela minha cabeça. 

- O que foi? - perguntou a notar minha mudança de humor. 

"Vou contar a ele... Sobre a ameaça de Aro."

"Esse é o momento certo? Digo, não é melhor contarmos depois da festa?"

"Ele não vai se descontrolar, se é disso que está com medo, além do mais os lobos estão aqui e é bom que todos saibam a situação. Sem contar que Nati está contando a Dan neste exato momento."

Edward ficou em silêncio por alguns instantes com seus olhos perdidos.

- Tudo bem... Se seu irmão reagiu bem, talvez Jacob não faça um escândalo. - sorri levemente. - Hey Jasper, pode ajudar Bella por um instante?

Revirei meus olhos. 

- O que foi? - perguntou Jazz após beijar a testa de Alice. 

- Só preciso de um calmante por perto Jazz. - sorri me enroscando em seu braço e seguindo para a mesa dos lobos. - Não creio que Jake vá se descontrolar, mas preciso que fique de olhos Jazz.

- Ok. - murmurou confuso enquanto me acompanhava. 

- Oi lobos! - sorri para a mesa com muita gente rindo alto. 

- E aí Bells?

- Oi princesa?

- Como está garota?

Sorri ao cumprimento deles. Observei Seth ao lado de Rachel com o pequeno Julian em seus braços. Segui para Leah que parecia ter se tornado uma tia super coruja. Quase todos os outros tinham suas acompanhantes. Garotas que eu ainda não conhecia, mas ficaria feliz em conhecer. 

- Nessie, pare de dar trabalho a Jacob. - disse com firmeza.

A pequena fez um biquinho. 

- Não quero comida mamãe, quero sanguinho. - fiz uma careta. 

- Por que você foi puxar o apetite do seu pai hein? - murmurei para mim mesma e então coloquei as mãos na cintura com pose de mãe.

Observei os lobos segurarem o riso. Acenei para um dos garçons e agradeci após pegar uma taça de sangue. 

Todos da mesa fizeram careta ao mesmo tempo. Coloquei a taça em frente ao prato de Nessie que sorriu largamente indo pegar a taça, mas a afastei antes disso. 

Minha filha me olhou com um bico ainda maior. Jacob quase se engasgava tentando segurar o riso. Ele segurava minha filha em seu colo. 

- Vamos fazer um trato Reneesme. - disse seriamente. - Você como o que tem no seu prato e depois pode tomar quantas taças de sangue quiser. Estamos entendidas?

- Ta bom mamãe. - murmurou ela a contragosto e em seguida enfiou uma garfada na boca.

- Boa garota. - elogiei sorrindo e puxei uma cadeira para me sentar ao lado de Jake. 

Jasper ficou atrás do lobo e puxou assunto com Paul que estava sentado do outro lado. 

- Aro esteve aqui. - disse em tom baixo. 

Meu amigo franziu o cenho em minha direção.

- O que ele queria?

Olhei rapidamente para Jasper e ele entendeu o que eu queria, pois assim que proferi as palavras uma onda de calma atingiu a mesa.

- Ele queria Nessie. 

- Pare com isso Jasper. - pediu seriamente Jacob. 

- Eu pedi Jake... Sei que está bravo... Muito bravo. E acredite eu também estou. Aro acusou Edward e eu de criarmos uma criança imortal. 

- Isso é ridículo! - exclamou Seth. - Não é como se vocês tivessem pego uma criança humana e mordido!

- Sim... Porém nenhuma das leis se refere a criança imortal como aquela que foi mordida por um vampiro. Só diz criança imortal. E infelizmente Nessie se encaixa no perfil. 

- Quer dizer que se Nessie não crescer... - disse Sam e um tom perigoso. 

- Ninguém vai fazer mal a Nessie. - disse Jake em um tom cortante. 

- É claro que não Jake! - exclamei séria. - Só vim contar isso a vocês, porque sei que se algo no futuro acontecer os envolverá também. 

- Afinal se você é a princesa dos lunares, Nessie é a nossa princesa já que é a impressão de nosso Alfa. - concordou Jared. 

Apenas assenti com suas palavras. 

- Jake não fique estressado e aproveite a festa... Nati já deu seu aviso a Aro. 

- O que ela fez? - perguntou pela primeira vez deixando de lado seu tom assassino. 

Fiz uma careta com a lembrança.

- Ela arrancou os braços do vampiro e o ameaçou dizendo que iria arrancar os três inferiores também. 

Um silêncio voraz se fez na mesa para então os lobos explodirem em uma alta gargalhada. 

- Eu queria ter visto isso. - sorriu maldosamente Jake.

Percebi que Jasper parou de exercer seu poder sobre nós. 

- Pronto mamãe! - a voz alegre de minha filha chamou a atenção. 

Sorri largamente ao ver que seu prato estava limpo. 

- Posso tomar o sanguinho agora? - perguntou com um biquinho. 

- Agora pode! - sorri aproximando a taça de seu prato o suficiente para ela alcançar. 

A careta na mesa foi geral. 

- É sangue do que, que vocês estão servindo? - perguntou timidamente uma das garotas que estavam presentes.

- Sangue de leão com uma gota de sangue lunar. O meu para ser mais específica. - dei de ombros. 

Eu sabia que ela tinha pensado que era sangue humano. 

- Tem seu sangue ali? - perguntou com uma careta Paul apontando para a taça.

Gargalhei.

- Sim... Eu só furei meu dedo com uma agulha e pinguem nos galões de sangue de leão. Meu sangue é forte suficiente para que os vampiros que se alimentam de sangue humano não sintam diferença no sabor. Afinal nunca iríamos servir sangue humano. Falando nisso... Seus olhos estão mais claros Jazz. 

Ele sorriu para mim. 

- Meus olhos eram azuis quando humano. Vai ver se eu me embriagar hoje meus olhos não fiquem da cor normal como ficaram os olhos de Edward? - sorri para ele. 

- Dificilmente, mas não custa tentar. 

POV Peter

Minha cabeça rodava em suposições. O que rei Daniel disse é mesmo verdade? Eu tenho sangue real? Meus pais descendiam dos famosos elementares? Então Malaky estava certo quando disse que minhas origens eram destas famílias? 

Deus! Porque papai e mamãe não me disseram nada? Porque não deixaram uma carta me orientado? Ou então porque não contaram a tia Jan ou tio John? Eles não podia ter me deixado crescer no escuro. 

- Pete? - uma voz soou na escuridão. 

Ergui meus olhos para a linda figura se aproximando com cautela.

- Hey, não fique assim. - murmurou ela sentando-se ao chão ao meu lado.

- Vai sujar seu vestido. - murmurei. 

A princesa fez uma careta e deu de ombros.

- Eu não me importo.

- Mas alguém se importa.

- Sim... Tia Lice vai pirar, mas ela vai ter que conviver com isso. - disse decidida o que me fez sorrir. - Aí está! Um lindo sorriso! - constatou sorrindo largamente. 

Neguei lentamente.

- Não... Um lindo sorriso está em minha frente. 

Suas bochechas coraram levemente. 

- Agora você sabe que é um príncipe também. - disse baixinho.

- Você já sabia? - perguntei com um nó na garganta. 

- Não... - sussurrou. - Fiquei tão surpresa quanto você. Obrigada por ter lutado por mim. 

- Só lutei porque não suportaria vê-la infeliz. - respondi sinceramente virando meu rosto em sua direção. 

Ela estava próxima. Perigosamente próxima.

Tentei manter meus olhos nos seus, mas ocasionalmente eles desciam para sua boca bem desenhada e marcada com um batom de tom um tanto quanto mais forte que seus lábios ao natural. Oh Deus! Estou completamente perdido! Desde quando reparo em cor de lábios? Oh sim! Desde quando me apaixonei pela princesa de meu povo. 

- Obrigada Pete... - sua respiração estava pesada e eu notei seus olhos caindo rapidamente para então voltar a fitar os meus. - Por lutar pela minha felicidade. 

- Não lutei somente por sua felicidade. - sussurrei tirando uma mexa de cabelo que caíra em seus olhos.

Meus dedos passaram sobre sua pele a fazendo estremecer. 

- Lutei pela minha felicidade também. - meus dedos desceram pelo seu pescoço de maneira leve até que se aconchegaram em sua nuca. - Seu pai vai me matar. - sussurrei me aproximando. 

- Provavelmente. - sussurrou de volta, mas eu não resisti e a puxei para mim.

Doce. Muito doce. Como o mais saboroso pudim de leite. Esse era o gosto de seus lábios. Completamente deliciosos. Meu braço livre circulou sua cintura e eu a puxei para mais perto. 

Através de minhas pálpebras fechadas eu conseguia ver diversos pontos de luz... Acho que é isso que as pessoas enxergam quando dizem que viram estrelas. Meu coração batia tão rápido que eu mal podia acreditar em seu ritmo. Seus lábios eram suaves contra os meus, me apertavam com delicadeza da maneira mais lenta possível me torturando pouco a pouco.

Gemi contra sua boca quando minha língua tocou a sua. Se seus lábios eram doces... Vasculhei sua boca lentamente, provando cada cantinho, adorando cada reação que seu corpo tinha contra o meu.

Suas delicadas mãos me puxaram pelo colarinho e minha mão que até agora estava em sua nuca desceu para a sua cintura. 

A ergui colocando-a em meu colo. Suas mãos subiram para a minha nuca e arranharam com delicadeza o local. Estremeci a apertando ainda mais contra mim. Porém cedo demais ela começou a se afastar. Sem querer quebrar o contato eu mordi seu lábio inferior e o segurei. 

Abrir meus olhos ao mesmo tempo que ela. Seus olhos azuis estavam muito mais brilhantes que o normal e suas pálpebras levemente fechadas. Percebendo que eu não iria soltar seu lábio ela gemeu e voltou com tudo para a minha boca.

Me afastei rapidamente quando escutei o som de passos se aproximando de nós. Nossas bocas estalaram alto ao se desgrudarem. Minha respiração estava pesada assim como a da princesa em meu colo. 

Meus olhos tentaram captar quem vinha na escuridão. Meu corpo ficou tenso e eu formei uma cela ao redor do corpo de Bruna. 

Logo um par de sapatos de salto alto surgiu na luz seguido de um par de pernas brancas e um vestido verde. 

- Tia Lice... - reclamou a princesa. 

- Não me venha com tia Lice... Queria que fosse seu pai a encontrá-los? - perguntou erguendo uma sobrancelha. 

Fizemos uma careta ao mesmo tempo fazendo a vidente rir. 

- Vamos pequena, seu tio quer te entregar sua surpresa... Mas antes preciso dar um jeito nesse vestido amassado e sujo. - desfez o sorriso olhando de cara feia para ela. 

A princesa revirou seus olhos me fazendo sorrir. 

- 30 segundos para você se despedir, ou então eu mesma vou te tirar do colo do garoto. 

A vampira deu as costas para nós e sem delongas puxei com delicadeza o rosto da princesa para mim e voltei a beijá-la. Deus! Eu estava completamente viciado! 

Ao contrário de antes o beijo foi rápido. 

- Até logo. - murmurou me dando mais um selinho. 

- Até. - respondi a soltando. 

Em um salto Bruna saiu do meu colo me deixando com a sensação de vazio e correu para a direção que sua tia tinha ido antes.

Joguei minha cabeça para trás a encostando na parede. Respirei fundo tentando acalmar meus batimentos que ainda estavam acelerados. Um sorriso apareceu em meu rosto sem pedir licença. 

Caralho! Eu beijei minha princesa! E não me arrependo disso! Nem um pouco.

POV Bella

Comecei a conversar com os lobos lembrando dos tempos de escola e do antigo professor que dava em cima dos garotos. Em meio a risos olhei em direção a mesa onde estavam os Cullen e não gostei do que vi. 

Os Denali haviam chego e conversavam com os primos. Nada contra a família, gosto de todos os eles, mas Tânia só me agrada quando está longe de meu marido. 

Estreitei meus olhos para a cena. Tânia olhava para Bernardo e então sorria para Edward encostando em seu braço. Oferecida!

- Ih! Mamãe encontrou uma perigosa! - escutei minha filha falar e a mesa rir. 

Levantei em um salto e com meu melhor andar determinado fui até meu marido. Ele sorriu quando me avistou, mas seu sorriso se desfez ao notar minha expressão. Sem delongas assim que me aproximei colei em sua boca. 

Um beijo profundo e até mesmo ousado por ser em público. Escutei alguém limpar a garganta e então me soltei de Edward para olhar diretamente para a vampira que tinha uma feição sem graça. 

Passei um dedão no canto de minha boca e sorri docemente.

- Tânia querida, desculpe, não tinha te visto. Como você está? - juro que não soou venenoso... Ok, talvez tenha soado um pouco.

Ela sorriu amarelo.

- Estou bem e você?

- Impossível estar mal, casada com esse vampiro não é? - perguntei retoricamente soltando um risinho com falsa vergonha.

Tânia riu sem jeito e assentiu pedindo licença para se juntar aos Denali que cumprimentavam outros vampiros conhecidos. 

Assim que ela se afastou belisquei Edward que deu um pulo.

- Para de dar trela! 

Os Cullen gargalharam alto assim como meu marido que parecia pretender dormir no sofá. 

- Eu não estava dando trela, estava apenas sendo educado com minha prima e apresentando meu neto a ela. - disse com aquele olhar que dizia claramente "Você está se mordendo de ciúmes de mim e eu estou adorando isso."

- Espero que goste do sofá. - respondi dando as costas e marchando rumo a lugar nenhum. 

Escutei mais uma série de gargalhadas. 

- Não seja boba. - a voz de meu vampiro soou rouca em meu ouvido. - Esse seu ciúmes de Tânia é tão sem fundamento. - disse me virando para ele.

Emburrei com os braços no peito. Sem fundamento? Eu descubro que Tânia sempre dava em cima dele e não tem fundamento para o meu ciúme?!

Edward beijou meu bico.

- Vamos meu anjo, sorria. - pediu e eu olhei para o outro lado. - Você é única para mim, sabe disso. - voltou a beijar meus lábios, mas eu fiquei estática. - Eu amo você! Quantas vezes terei que dizer para que você acredite? - perguntou seriamente me puxando com firmeza contra seu corpo. 

Olhei-o inebriada.

- Apenas mais uma. - sussurrei. 

Edward se aproximou dos meus lábios e sussurrou contra eles me fazendo arrepiar. 

- Eu amo você.

Meu ciúme a tempos já tinha se extinguido. Agarrei sua gravata e o puxei para colar seus lábios aos meus. Para o meu desespero Edward me beijou lentamente, muito lentamente. Senti seu sorriso contra meus lábios, o bastardo sabia o que estava me causando!

Rosnei deixando que minhas presas crescessem e raspei em sua língua. Edward gemeu em resposta e estava prestes a me beijar decentemente quando meu querido irmão nos interrompeu.

- Ah pelo amor de Deus vocês dois! – bufei e rosnei para Dan.

Ele ergueu suas sobrancelhas.

- Seus dentinhos não me dão medo maninha. – revirei meus olhos recolhendo minhas presas.

- Estraga prazeres. – bufei.

Edward gargalhou.

“Temos tempo mais tarde.” – meu vampiro sussurrou em meus pensamentos.

Quase pirei no meio do salão.

- Alice chame Bruninha, quero dar meu presente. – disse Edward e só agora notei Alice por perto.

- Ok. – disse ela e saltitou para fora do salão.

- Onde minha filha está?

- Ela está... Er, conversando com Peter. – explicou meu vampiro.

Meu irmão ficou sério por alguns segundos. Cheguei a pensar que ele daria algum tipo de ataque, mas ele apenas suspirou e sorriu meio amargurado.

- Finalmente.

Tive que rir da sua cara.

- Mamãe! – ouvi Nessie vir até nós.

- O que foi meu anjinho? – perguntou Edward preocupado a pegando no colo.

Nessie estava com uma carinha de dor.

- Meu pezinho. Está doendo. – disse ela com lágrimas já se formando.

Franzi o cenho e peguei seu pé. Meu irmão, meu marido e eu observamos sem entender.

Retirei o sapato de minha filha e ela soltou o ar aliviada.

- Estava apertado Nessie? – perguntou Edward carinhosamente e ela assentiu com um biquinho.

- O outro também mamãe.

Tirei o outro e ela mexeu seus dedinhos escondidos pela meia fina.

Troquei um olhar rápido com Edward e medi o sapatinho com o pé de minha filha. Meu coração quase deu um pulo quando constatei que o sapatinho era visivelmente menor que seu pé. Alice nunca colocaria em Nessie algo que a machucasse!

- Oh meu Deus! – exclamei sorrindo largamente.

Tirei Nessie do colo de Edward e a girei no ar.

- Você está crescendo meu anjinho! – quase gritei de tão feliz que fiquei.

Meus olhos começaram a juntar lágrimas e eu trouxe Nessie para o meu peito a abraçando forte. Agora aquele vampiro sádico não teria mais motivos para machucar minha filha.

Senti mais um par de braço a nossa volta. Edward não precisava dizer mais nada, eu sentia o que seu abraço queria transmitir. Simplesmente: Eu estou com você.

Fomos para nossa mesa esperar Bruna chegar para Edward fazer sua surpresa. Enquanto isso Carlisle, Charlie e Ulisses ficaram pensando em mil possibilidades do porque Nessie começar a crescer. Carlisle acreditava que minha filha finalmente confiara que seu pai não iria mais desaparecer afetando positivamente seu psicológico, Ulisses achava que era algum elemento que se encontrara na festa, ele tinha a opinião que Nessie havia puxado esse lado de mim, assim como eu não sobrevivia longe dos raios lunares, Nessie não crescia longe de alguma coisa. Charlie estava mais hesitante a dar sua opinião, mas ele achava que tinha algo a ver com o fato de muitos elementares estarem reunidos aqui hoje.

Eu não me importava com o que fez minha filha voltar a crescer. Eu só queria que ela continuasse assim. Crescendo como uma criança normal.

POV Bruna

Segui até tia Ali sentindo minhas pernas bambas. Deus do céu! O que foi aquele beijo?! Meu estômago se revirava e meu coração ainda batia rápido. Escutei um risinho e olhei para a vampira encostada em seu carro extravagante.

- Venha pequena, trouxe outro vestido para você. – disse ela sorrindo, iria retribuir, porém percebi que eu já sorria largamente.

Respirei fundo tentando me acalmar, minhas mãos tremiam. Tia Ali gargalhou.

- Calma Bruninha, venha cá que eu te ajudo a tirar seu vestido.

- Tia você é louca, trouxe dois vestidos iguais!

- Tive uma visão do seu vestido sujo, só não sabia o por quê. – deu de ombros.

Sorri incrédula.

Logo estávamos novamente no salão com meu vestido devidamente ajeitado e limpo, e com meu cabelo ajeitado. Peguei o paletó de Pete que eu tinha deixado sobre uma cadeira e puxei Maggie e Anne em direção ao banheiro.

- Preciso falar com vocês. – sussurrei.

Maggie me analisou com cautela e então um sorriso começou a se espalhar por seu rosto.

- É o que eu estou pensando? Oh Meu Deus! É o que eu estou pensando! – apenas ri de sua empolgação. – Você... – tapei sua boca antes que ela falasse alto.

Não que eu estivesse com vergonha, mas acho que Pete não precisava da pressão de todo um povo sobre ele quando souberem que ele será o sucessor de meu pai. Ele acaba de descobrir que tem sangue real, é muita coisa para a cabeça dele.

- Não vai conseguir esconder isso por muito tempo princesa. – sussurrou Anne com ar preocupado, mas seus olhos estavam felizes.

- Eu sei... Mas é muita preção Anne... Sei que não posso evitar, mas posso adiar. – sussurrei de volta.

Ela sorriu com entendimento me fazendo retribuir.

O banheiro estava vazio, tranquei a porta em seguida. Maggie pulava em minha frente.

- Oh Meu Deus!

- Eu sei! – pulei igual a ela.

Nós rimos em seguida. Respirei fundo me abanando e tentando controlar a minha respiração e coração. Minhas amigas riram mais uma vez.

Peguei o paletó e tirei de dentro do bolso a caixinha que Pete me dera. Com toda a confusão da luta não tive tempo de ver meu presente.

Minhas amigas pararam de rir e olharam para a pequena caixa de veludo.

- Pete me deu antes de príncipe Otelo... – fiz uma careta ao me lembrar do homem desagradável. – Aparecer.

Abri a caixinha e meus olhos brilharam ao ver a fivela. Era prateada e cravada com pedras transparentes bem lapidadas. Quando a luz batia um arco-íris de cores refletia.

- Uau! É lindo... – disse Anne as palavras que não saíam de minha boca.

Sem mais delongas me virei para o espelho e a coloquei me meu cabelo. Fiquei me observando por alguns segundos, minhas amigas estavam logo atrás de mim, sorrindo sinceras. Notei meus olhos mais brilhantes, minha pele parecia mais suave, minhas bochechas coradas... E o sorriso não saía de meus lábios.

- Vamos, tio Ed está me esperando. – as puxei para fora.

Não liguei para seus risos divertidos com minha feição apaixonada.

POV Peter

Levantei meio tonto. Dei a volta por fora do salão e voltei para dentro. As luzes estavam mais baixas e sorri ao notar a princesa em frente ao palco e seu tio as suas costas tapando-lhe os olhos.

Segui para a mesa dos meus amigos da guarda. Assim que cheguei Malaky ergueu uma de suas sobrancelhas para mim.

- Se me chamar de príncipe eu vou te encher de socos. – bufei mau-humorado, mas a verdade é que estava feliz de mais para realmente ligar para qualquer coisa que dissessem em relação a isso.

Ele gargalhou erguendo as mãos para o alto.

- Não iria dizer nada em relação a isso... Só iria comentar que você nos enganou... Pensamos que estaria chateado ou sei lá... Mas pelo visto você estava muito bem acompanhado.

Franzi o cenho por suas palavras maliciosas. Giovanni me olhava chocado.

- E eu que pensava que o garoto era santo... Mas pelo visto os mais quietinhos são os mais safadinhos...

- Do que vocês estão falando?! – grunhi me sentindo sem graça, porque eu realmente não estava fazendo nada digno de santidade, mas droga, nós estávamos sozinhos.

- Filho... Limpa a boca. – disse tia Jan me entregando um guardanapo enquanto escondia um sorrisinho. – A garota te deixou sujo de batom.

Minhas bochechas esquentaram em tempo Record. Que merda! Esqueci completamente de dar uma olhada no espelho antes de entrar.

Tio John ergueu uma faca de prata para eu usar de espelho. Limpei a garganta constrangido enquanto limpava minha boca e ajeitava meu colarinho que estava completamente amassado.

Coloquei o talher no lugar e com o pouco de dignidade que me restava tentei entrar no assunto que conversavam de maneira animada.

- Desculpem assustá-los. – escutei a voz de rei Daniel atrás de mim.

Me virei e o observei conversar com meus tios.

- Nunca teria instigado Peter a lutar se tivesse um pingo de dúvida que ele pudesse se machucar.

- Confiamos em você... Porém não pude deixar de me sentir apreensiva com a luta. – disse tia Jan abraçada ao seu marido.

- Vocês o tem como filho, é normal. – sorriu compreensivo. – Mas creio que deixarei seus corações apertados novamente, tenho uma missão de suma importância para ele. Uma missão que infelizmente ele é o único que pode concluí-la. Explicarei mais tarde, e ficará a critério dele aceitá-la ou não.

Fiquei extremamente curioso com suas palavras e iria me aproximar para perguntar qual era a tal missão, porém o silêncio vindo do DJ me chamou a atenção.

Olhei na direção do palco e não contive meu sorriso. Lá estava ela, sorridente com seus olhos azuis como a noite pulando curiosamente na frente de seu tio que apenas ria de sua reação. Meu sorriso se alargou quando eu notei meu presente em seus cabelos.

Senhor Edward segurou-a pelos ombros e a virou em direção ao palco. Logo todos olhavam para a mesma direção. Uma fumaça de gelo seco começou a se espalhar, foi então que um grupo de cantores humanos começaram a se apresentar. Por alguns momentos ficamos tensos com a letra da música, porém a gargalhada de nosso rei fez com que todos relaxassem e curtissem a música animada.

- Essa ideia só poderia ter vindo daquela vidente de araque! – exclamou nosso rei rindo e dançando em direção a sua família.

Não pude evitar rir com os milhares de obrigadas que Bruna disparava para seu tio que ria de sua reação.

http://www.youtube.com/watch?v=Pr4QTnQgsZ8

Thriller/Heads Will Roll

Arranque sua cabeça
Dance, dance, dance até morrer (2x)
Arranque sua cabeça

É quase meia-noite
E algo maligno está te espreitando no escuro
Sob a luz da lua
Você tem uma visão que quase pára o seu coração
Você tenta gritar
Mas o terror toma o som antes de você fazê-lo
(cabeças vão rolar)
Você começa a congelar
Enquanto o horror te olha bem nos seus olhos
Você está paralisado!

Porque isso é terror
Noite de terror
E ninguém vai te salvar
Da fera pronta para atacar
Você sabe que é terror
Noite de terror
Você está lutando por sua vida
Numa noite assassina
de terror, sim

Arranque sua cabeça
Dance, dance, dance até morrer (2x)
Arranque sua cabeça

Você escuta a porta bater
E percebe que não há para onde correr
Você sente uma mão fria
E pensa se ainda vai ver o sol
Você fecha os olhos
E espera que seja tudo imaginação
Garota, enquanto isso
Você escuta a criatura rastejando atrás
Voce está sem tempo

Terror
Noite de terror
Não há segunda chance
Contra essa coisa de quarenta olhos, garota
(Terror)
(Noite de terror)
Você está lutando por sua vida
Numa noite assassina
de terror

Arranque sua cabeça
Dance, dance, dance até morrer (2x)

(Rap)
A escuridão cai sobre a terra
A meia noite está próxima
Criaturas rastejam em busca de sangue
Para aterrorizar a vizinhança
E apesar de você lutar pra ficar vivo
Seu corpo começa a se arrepiar
Pois nenhum mero mortal pode resistir
A maldade do terror

(Noite de terror)
Porque isso é terror
Noite de terror
Garota, não consigo te aterrorizar mais
Do que qualquer fantasma ousaria
(Terror)
(Noite de terror)
Então me deixe te abraçar apertado
E dividir um
(fatal, terror)

Arranque sua cabeça
Dance, dance, dance até morrer (2x)

POV Bella

Gargalhamos com a animação de Bruninha, não era necessário ver o futuro para saber que ela iria amar o presente de Edward. Emmett resmungava que o leitor de mentes era muito trapaceiro.

Claro que a escolha da música foi ideia da Alice, afinal, segundo ela, a música tinha tudo a ver!

Os artistas tinham ficado um tanto hesitantes quando Edward fez contato e falou da ideia da irmã. Mas depois da convivência que tivemos por aquela semana em que trabalhamos juntos e segundo eles, graças a mim o episódio que ajudei nas coreografias havia sido um grande sucesso eles se acharam na obrigação de retribuir o favor. E como nossa Bruninha era grande fã... Tudo se encaixou.

Ri alto quando notei meu irmão se aproximar fingindo ser um zumbi e “atacar” a esposa. Não demorou para Edward voltar para a mesa dançando também.

- A escuridão cai sobre a terra. A meia noite está próxima. Criaturas rastejam em busca de sangue. Para aterrorizar a vizinhança. E apesar de você lutar pra ficar vivo. Seu corpo começa a se arrepiar. Pois nenhum mero mortal pode resistir. A maldade do terror. – dublou e enquanto se aproximava de mim.

Meu corpo realmente tremeu, porém não foi de medo...

Umedeci meus lábios olhando fixadamente em meu vampiro. Ele seguiu meu movimento e quando nossos olhares se encontraram novamente eles estavam mais escuros e completamente desejosos.

Aproveitando que a maioria das pessoas tinham se dirigido para a pista e as que não foram estavam em suas próprias bolhas, Edward me puxou contra seu corpo e atacou minha boca com sua velocidade vampiresca. A velocidade que eu tanto amava e deixava as minhas pernas completamente bambas.

A noite seguiu com muita diversão. Depois dos artistas terem cantado cerca de 7 músicas o DJ comandou. O povo estava se divertindo muito. Era notável as feições de alegria em suas faces. Minha família também estava animada, dançavam, cantavam e falavam besteiras sem se importar com nada. Aos poucos os humanos foram se retirando, afinal eles ficavam cansados muito antes do que nós. Nessie se divertia com os lobos, ela conseguia fazer qualquer um daqueles enormes homens fizessem o que ela queria. Era hilário de ver.

E foi mais hilário ainda quando uma música mais antiga começou a tocar e Jasper, Emmett e Edward se juntaram para dançar. Eu me matava de rir com a sincronia e as caras e bocas de Emm.

http://www.youtube.com/watch?v=Gmc8kjkwG4A&ob=av2e [Jennifer Lopez - Hold It Don't Drop It]

[…]

Eram quase 5 horas da manhã quando o salão começou a esvaziar. Bruninha e seus amigos ainda estavam a todo vapor na pista. Mas nossos convidados começaram a se despedir com acenos e boa noite. Nessie já dormia em cima de duas cadeiras que nós juntamos para ela descansar. Para não deixá-la sozinha, eu e Edward ficamos dançando ao lado da mesa.

Jazz e Alice dançavam juntos com uma enorme bolha os bloqueando do resto do mundo. Emm e Rose se divertiam com dancinhas loucas que faziam todos a volta gargalharem. Nessas horas era possível ver porque os dois formavam um casal tão perfeito, apesar de todas as diferenças de temperamento, Emmett conseguia fazer com que Rose se soltasse e se tornasse apenas uma garota normal se divertindo, assim como ela sempre quis.

Carlisle e Esme dançavam junto com os Denali, fiz uma careta quando meus olhos passaram por Tânia. Ouvi um risinho em minha orelha.

- Não se atreva a rir. – bufei.

Edward dessa vez gargalhou e beijou meu pescoço.

Tentei o ignorar olhando os outros grupos que dançavam animados. Muita gente começava a ir embora, passavam por Bruninha faziam uma breve reverência desejando feliz aniversário.

Pouco a pouco os convidados foram se despedindo e as luzes da pista se apagando para que as luzes do salão fossem acesas. Edward sentou-se em uma cadeira e eu me sentei em seu colo. O cansaço começava a bater em mim também.

Suspirei me aconchegando em seu colo. Os lobos passaram por nós se despedindo e prometendo que nos visitariam. Jake foi o único que ficou conosco. Ele se jogou em uma cadeira ao nosso lado quase caindo em seguida. Ri de seu jeito estabanado. Os Cullen se juntaram a mesa com uma conversa leve de fim de festa. Alice estava com um sorriso imenso de tanta felicidade com o sucesso de sua festa.

- Acho que vou abrir uma loja de artigos de festa... Ou então vou montar uma equipe de cerimonial. – tagarelava empolgada.

- Eu acho uma ótima ideia, assim você para de nos encher para fazer suas festas e você enche outras pessoas com seus ataques histéricos. – comentou Emm nos fazendo rir.

Alice lhe mandou a língua sem se importar.

- Hey! Deem uma olhada. – sussurrou Rose em tom conspiratório e apontou para a pista.

Voltamos nosso olhar para lá. Ninguém mais dançava, mas os grupos continuavam conversando sobre acontecimentos da festa. Foi então que eu notei o que Rose queria dizer. Bruninha estava abraçando os tios de Peter agradecendo pela presença. Peter estava ao lado sorrindo, esperando sua vez.

Foi impossível não rir ao ver o garoto se aproximar para se despedir e meu irmão colocar o braço sobre os ombros do garoto antes que ele pudesse fazer alguma coisa.

- Pobre garoto. – riu Jacob.

Emmett gargalhava alto chamando a atenção para ele. Rose sorriu fazendo negativo com a cabeça.

POV Peter

Bruna olhou brava para o pai que a ignorou me perguntando.

- Já vai garoto? Antes preciso falar contigo, passar uma missão.

- Papai, hoje é dia de festa, deixe Pete em paz.

- Eu sei meu bem, mas é importante, não posso adiar mais do que já adiei. – ele realmente parecia preocupado. – Venham, eu os acompanho até lá fora.

E me puxou sem que eu pudesse me despedir de minha princesa. Porque sinto que isso foi proposital?

Quando já estávamos próximos do carro de tio John, rei Daniel limpou a garganta sem saber como começar. O assunto deveria ser realmente importante.

- O senhor tem certeza que me quer nesta missão? Eu ainda não me formei na guarda.

- Entendo seu receio Carter. Apesar de ser completamente absurdo. Você irá se formar tranquilamente por mais difícil que eu faça sua missão de formatura... – deu de ombros. – Mas a missão que tenho para você, somente você pode concluir. Na verdade você e minha filha, até pensei em mandá-la junto com você, porém eu me acho novo de mais para ser avô.

Me engasguei com suas palavras. Seu olhar era um misto de diversão e ameaça.

- Eu não... – tentei me explicar, mas ele deu um tapinha no ar como se minhas explicações não fossem necessária.

- Sei que é nobre de mais para quebrar a minha confiança... Na verdade esse não foi o fator de eu desistir de mandá-la junto. Bruninha ainda não terminou a escola, e quero que ela tenha essa experiência o mais normalmente possível já que seu futuro não será de nada normal e completamente cheio de responsabilidades. Por este motivo também que eu não revelei na festa que só pedi que lutasse em meu lugar, pois sabia que estava apaixonado por minha filha. – seu olhar era sério.

Foi impossível não me surpreender com suas palavras. É claro que eu sabia que rei Daniel não era tolo ao ponto de não perceber meus sentimentos por sua filha, porém pensei que ele havia mandado que eu lutasse para descobrir se eu era ou não um elementar.

- Ora Peter, em duelos como o que você lutou não interessa de quantas famílias decente ou o quão poderoso é. O que importa é o sentimento pelo qual luta. Por isso eu tinha certeza que você iria ganhar. Só que eu não quero que você assuma a responsabilidade de ser meu sucessor nesse exato momento. Você é tão jovem, tem tanto a aprender e tanto a viver. Eu sei o que é crescer com essa pressão, não a quero para você.

Encostou-se no carro de meu tio e colocou as mãos no bolso. Ergueu a cabeça olhando para o céu. Segui seu olhar. A lua estava baixa com a proximidade do amanhecer.

- Quando estávamos em Washington o secretário de segurança pediu uma reunião urgente por causa do aparecimento dos lobisomens. Com toda a confusão e depois de você ser mordido e mostrado para os humanos que as consequências para nós eram muito piores do que para eles, o secretário desistiu de falar sobre os filhos da Lua. Na verdade falamos sobre eles, expliquei mais detalhadamente, porém ele quis continuar com a reunião para me falar de outro assunto. Um assunto que pode mudar tudo. – seu olhar estava sério quando me olhou nos olhos.

Meus tios estavam tão tensos quanto eu, ficaram em silêncio perto de nós.

- Há 3 anos, um grupo de arqueólogos pesquisavam em uma região da Grécia antigas construções nas quais foram esculpidos hieróglifos, com um longo trabalho de mais de um ano eles conseguiram desvendar os símbolos. Era uma antiga lenda sobre as festas dos deuses da Lua, como nós éramos chamados pelos humanos naqueles tempos. Nessa lenda grega dizia que somente o humano escolhido poderia ultrapassar os pilares dos Deuses e se juntar a eles nas grandes festas lunares. Os gregos estavam certos em achar que era possível visitar a Lua e também estavam certos quanto aos pilares. Porém não era um humano escolhido, mas qualquer humano poderia passar. O que eles não sabiam é que o portal só se abria para os humanos em determinados momentos do dia.

“Nessas inscrições que os humanos recentemente decodificaram, foi possível ler a localização desses pilares. Você sabe que os humanos tem uma curiosidade interminável, e como uma caça ao tesouro eles foram atrás dos pilares. Então cerca de seis messes depois eles os encontraram. Um dos antigos portais para a lua foi encontrado... Nós nunca nos preocupamos em ir atrás desses pilares, sempre pensamos que eles tinham sido destruídos pelo tempo. Mas quando o secretário me contou sobre eles uma esperança poderosa se apoderou do meu coração e eu ainda não consegui tirar essa história da cabeça. Preciso saber se é possível ou não passarmos pelo portal.”

Minha boca estava levemente aberta com suas palavras. Pisquei rapidamente tentando compreender o que meu rei queria que eu fizesse.

- Está pedindo que eu vá até lá e verifique se é possível ultrapassar o portal? – perguntei lentamente.

Ele assentiu nervoso.

- Porque eu? – não consegui evitar a pergunta.

- O secretário me mostrou algumas fotos do lugar. As inscrições estão em uma língua antiga. Uma língua que somente nós lunares podemos compreender. Mas precisamos estar na presença das inscrições originais. Você vai entender quando estiver lá. É interessante.

- Desculpe, mas eu ainda não entendi porque eu.

- Eu não posso mandar outra pessoa Peter. Você nasceu na Terra, não chegou a viver na Lua, não possui lembranças de lá. Então para você não vai machucar estar perto de uma possibilidade de voltar. Em seu coração não existirá saudades. Não contei sobre isso a ninguém, nem mesmo minha esposa, pois sei que o sentimento será devastador. Se pudermos voltar será maravilhoso. – seus olhos brilhavam em expectativa. – Mas se não for possível... Não quero decepcionar meu povo. Não quero trazer esperança para então tirá-la em seguida.

- Por isso disse que sua filha também poderia ir.

- Sim, pois ela também é terráquea... Eu poderia ir, mas honestamente... Estou com medo.

- Eu vou. – disse firme.

Rei Daniel sorriu.

- Obrigado. Não preciso pedir segredo não é?

Sorri.

- Não é necessário. Compreendo perfeitamente. Quando vou?

- Entrarei em contato com o secretário amanhã, ele designará uma equipe de humanos que irão junto com você. Mas acredito que até o fim de semana você viaja.

Assenti.

- E o que eu falo para chefe Jackson?

- Já falei com ele. Disse que te designei para uma missão secreta. – sorriu traquina. – Se afastar da minha filha. Afinal eu sou um pai extremamente ciumento... – deu de ombros.

Seu tom era brincalhão, mas eu conseguia notar o ponto de verdade. Aquele ditado “toda brincadeira tem um fundo de verdade” se encaixava perfeitamente no momento.

Era estranho o sentimento que se apoderava de meu coração. Uma vontade de mostrar a ele que sua filha era tudo para mim e quando as palavras saíram de minha boca eu me senti mais leve.

- Nunca faria algo proposital para magoá-la. – minha voz soou firme.

POV Daniel

Era agora que ele declarava seus sentimentos por minha filha. O estranho é que nunca imaginei que alguém teria coragem de fazer. O mais estranho ainda é que não havia medo em seus olhos, apenas fascinação, amor...

- Eu só quero fazê-la feliz, a amo com todo o meu coração. 

Bufei.

- Droga garoto! Não dá nem para sentir raiva de você! – coloquei minhas mãos na cintura exasperado. – Quando minha filha nasceu eu imaginei imediatamente eu aterrorizando seu futuro namorado... E então me aparece você!

Ele piscou seus olhos rapidamente sem saber como agir.

- Se quer minha permissão para namorá-la, noivar, casar... Que seja! Já a tem. Afinal quem sou eu para impedir isso? – grunhi contrariado.

O garoto tentou prender o riso, mas não teve sucesso.

- Tudo bem pode rir! – fiz uma careta desgostosa – Antes da sua viagem falo com você. Tchau!

Me virei acenando com a mão. Definitivamente eu não gostava daquela situação constrangedora. Droga! Era para ser constrangedora para ele e não para mim!

Bufei e voltei para o salão. Gostaria de odiá-lo, porém não consigo. 

Suspirei assim que avistei minha esposa conversando com o pessoal da limpeza. Odiava ter que esconder coisas dela, mas que opção eu tinha? Nati, ao contrário de nós, não viu novamente seus pais. Cresceu com pais humanos que faleceram quando ela ainda era adolescente, sua avó que fora a única parente que lhe restara faleceu alguns meses após eu reencontrá-la. Voltar para a Lua implicava muito mais do que apenas retornar para o lugar onde nascemos. As  lembranças que viriam junto seriam de extrema força. 

Percebi de repente meu cunhado me olhando com olhos arregalados. Droga! Mantenha em segredo, por favor. Essa história já está mexendo demais com a minha cabeça, imagine com a cabeça dos outros... Bella principalmente, suas últimas lembranças da Lua não são nada boas. 

Ele assentiu levemente de uma maneira que somente eu percebesse. 

"Quando você vai me contar o que está acontecendo?" - a voz de Nati soou em minha cabeça. 

Olhei para ela que estava do outro lado do salão pegando o livros de presenças.

"Desculpe amor, sei que não gosta que eu faça isso e saiba que eu gosto menos ainda... Mas não posso falar enquanto não tiver certeza."

"Do que tem medo?" - até sua voz mental soava como um sussurro triste. 

Suspirei.

"Tenho medo das reações."

Nati me olhava confusa, mas ela sabia que eu não diria mais nada. 

- Papai, estamos indo? - minha filha tinha os olhos tristes, porém brilhantes. 

Fiz uma careta ao identificar o sentimento em seus olhos. Ela já sentia falta do garoto.

- Sim pequena, vá pegar suas coisas. 

POV Bruna

Maggie veio me abraçar dizendo que tinha adorado a festa, logo meus outros amigos também vieram me dar tchau de maneira animada. Iriam todos de carona com Nick. Falando nele tenho que dar uma prensa em minha amiga para ela dar uma chance para o garoto. Ele a amava, era quase palpável e mesmo assim ela continuava iludida com o idiota da cidade vizinha... Mas enfim, segunda-feira eu começo com isso. 

Denis sorriu largamente e me abraçou desejando mais uma vez feliz aniversário. Gargalhei, finalmente ele havia perdido o medo de me abraçar. Logo em seguida vieram Natalia e Carolina, elas erma as mais tímidas do grupo. 

- Obrigada por ter nos convidado. - disse Nati timidamente. 

Sem que ela esperasse a abracei. Não me surpreendi quando fui correspondida. 

- Eu que agradeço a presença de vocês. - disse ao me separar então estreitei os olhos para Carol e sorri. - Vem me dar um abraço também Campbel!

Ela sorriu alegre e veio me abraçar. 

O fato das duas terem sido duas cobrinhas quando cheguei no colégio não me importava mais. Elas se mostraram amigas com o passar do tempo. 

- Eu realmente gostei do presente de vocês! - disse a todos. 

Eles fizeram um álbum todo artesanal, com colagens de revistas, fios, fitas, tecidos, desenhos loucos... Tudo extremamente colorido. Em cada página uma foto de um momento marcante, ou então uma foto de revista que fazia menção a algum momento que vivemos juntos. Então abaixo tinha um pequeno texto contando o que tinha acontecido no tal dia. O scrapbook ficou muito bonito e sinceramente eu adorei. 

Eles foram se despedir de Ber que estava conversando com tio Ed. 

- Até mais princesa. - a voz de Malaky me chamou a atenção. 

Sorri lhe abraçando. Ele riu em minha orelha. 

- Vai acabar deixando o garoto Carter com ciúmes. - sussurrou antes de se afastar com o olhar astuto. 

Revirei meus olhos. 

- Ele já foi embora. - limpei minha garganta em seguida quando ouvi as palavras soando tão tristemente. - Deveria parar de provocá-lo. - sugeri sorridente. 

- Eu não resisto. - sorriu mais largamente ainda. - É o mais próximo que tenho de um amigo. 

- Isso é muito solitário Malaky... - murmurei. - Tem uma amiga aqui também. - lhe mandei uma piscadela. 

- Obrigado princesa. - sua voz soou profunda e um tanto emocionada. 

Então ele sorriu. 

- Feliz aniversário. - beijou minha mão com delicadeza e foi embora. 

Então em seguida veio Ângelo, ao seu lado uma mulher muito bonita. Alta, com olhos castanhos e cabelos curtos e escuros. Ela tinha um cheiro diferente, percebi ser igual ao cheiro da mãe de Anne. Era uma humana que casou-se com um lunar. 

- Não tive oportunidade de apresentar minha esposa, princesa. - disse ele sorrindo largamente. 

- Olá! Prazer em conhecê-la. - disse para a moça que sorria timidamente.

- Prazer. - disse ela. - Sou Ariel. 

- Como a sereia? - os dois riram. 

- Como a sereia. - respondeu ela.

- Queria tê-la apresentado mais cedo, mas Ariel só chegou quando todos já dançavam. As vezes tenho dúvidas de quem ela mais ama, eu ou o trabalho. - provocou Ângelo fazendo sua esposa corar envergonhada. 

- Não seja injusto chefe Jackson... Sei muito bem que o senhor praticamente vive para a guarda. - provoquei fazendo-o rir. 

Sorri.

- Acho que encontrou a parceira perfeita. Alguém que ame seu trabalho tanto quanto você. 

- Concordo princesa. - sorriu Ângelo. - Estamos indo, feliz aniversário.

- Feliz aniversário. - desejou Ariel.

- Obrigada.

- Bruna! - chamou Anne. 

Me virei para falar com ela. 

- Já vou indo com papai e mamãe. 

- Obrigada por terem vindo. - sorri. 

- Não faltaria por nada. - piscou. 

[...]

Bocejei cansada e entrei no carro de papai. Fechei o paletó de Peter em torno do meu corpo e deitei no banco traseiro. O cheiro dele me invadia e me levava a sonhos bons. Definitivamente eu estava completamente apaixonada. 

- Para onde mandou o garoto? - escutei minha mãe perguntar a papai.

Estava tão cansada, mas o assunto entre meus pais me chamou a atenção. Permaneci de olhos fechados fingindo dormir. 

- Para uma missão importante.

- É sobre o assunto que não quer me contar? - papai estava escondendo assuntos de mamãe? Essa é nova para mim.

- Sim... Peter é o único que pode me substituir nessa missão. - o tom de papai era muito sério. 

- Por ele ser seu sucessor?

Senti minha barriga gelar. Eu sabia que eles sabiam que algo rolava, mas não sabia que eles tinham tanta certeza. 

- Também. - sussurrou meu pai.

- Ok! Não vou mais te pressionar. Mas saiba que eu não gosto disso. 

- Já conversamos sobre isso Nati... Só quero proteger vocês.

- Está começando a me assustar.

- Não fique assustada. Se Carter confirmar o que eu estou esperando tudo vai melhorar, creio eu. 

- Se é uma coisa boa, porque você não conta?

- Porque não quero quebrar corações... E agora chega! Não direi mais nada! 

Minha mãe bufou contrariada e eu caí na inconsciência rezando para que a missão que Peter foi não seja perigosa. 

[...][...][...]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vou postar a segunda parte ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Lenda da Lua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.