A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 66
Capítulo 16. Dance comigo (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Continuação do cap ;)



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POV Bella

O DJ chamou os alunos para a valsa e logo estavam todos em suas posições. Todos dançaram muito bem e graciosamente. Mães e avós não paravam de murmurar "ons" emocionados. Os pais estavam orgulhosos e os tios faziam piadas para provocar os sobrinhos.

- Você fez milagre Bella. – disse-me Lara.

Eu ri de suas palavras.

- Agora convido a todos a se juntar aos formandos. – chamou o DJ.

A pista ficou cheia com professores e pais. Charlie puxara Lara para dançar também. Edward beijou minha têmpora e levantou-se.

- Dança comigo? – perguntou para alguém sentada atrás de mim.

- O que? – sua voz soou tremula.

Gargalhei me voltando a Kathy.

- Que eu me lembre, vocês tinham um baile para ir... Mas seu pai a fez viajar antes. Nada mais justo que dancem agora. – sorri e então desfiz o sorriso com falsa braveza. – Mas não abusa do meu vampiro.

- Tarde demais Bella. – brincou ela enganchando no braço de Edward que se divertia com a situação.

Estreitei meus olhos e apontei para eles meus dois dedos e depois os apontei para ela.

- Estou de olho em você. – disse fazendo-os gargalhar.

- Você é tão absurda meu anjo. – disse Edward ainda rindo e puxando Kathy para a pista.

Bruna veio até onde Edward estava sentado antes e se jogou na cadeira bufando.

- Tenha paciência pequena. – disse divertida.

- Argh! – grunhiu ela me fazendo rir.

- As coisas acontecem quando você menos espera. – lhe mandei uma piscadela, mas ela ficou ainda mais emburrada em quanto observava os casais na pista.

Ela voltou a se animar quando o DJ soltou as músicas mais animadas. Suas amigas vieram puxá-la para a pista e não demorou para eu vê-la sorrir. Edward e Kathy voltaram para as mesas. Ela sorriu para  mim sentando-se na mesa ao lado e Edward sentou-se onde estava antes.

Os professores também voltaram a sentar-se começando um novo assunto.

POV Bernardo

Confesso que fiquei surpreso quando Amanda me convidou para dançar com ela. Ela era uma garota inteligente e o único contato que tive com ela durante o ano foram nas aulas de reforço de matemática na qual ela era a minha tutora. Uma garota completamente tímida que escondia sua beleza atrás de óculos enormes.

Os garotos me provocaram por estar indo ao baile acompanhado de uma garota nerd, mas eu não ligava para eles. Ninguém a conhecia, ninguém sabia o quão doce e divertida era ela. E suas bocas vieram ao chão quando a viram comigo hoje. Ela estava muito bonita.

Amanda meio que se declarou para mim quando me chamou para ser seu acompanhante. Fui sincero para ela quando disse que o sentimento não era recíproco. Ela disse não se importar e que só queria ficar comigo por uma noite, já que ela se mudaria de cidade, pois entraria em Dartmouth. Não vi mal em aceitar.

Agora estávamos todos juntos dançando animadamente a música tocada pelo DJ. Olhei rapidamente para as mesas e avistei minha avó conversando com os pais de Denis e com a professora Cullen. Pareciam animados. Meu avô vampiro também conversava, mas com o professor de história. Pareciam compenetrados no assunto. Percebi também que a mão direita do marido da professora estava sob o ombro dela fazendo um carinho inconsciente. São nesses momentos que eu entendo perfeitamente o que Bruna queria dizer quando afirmava que era horrível ver sua tia longe de seu tio, pois eles pareciam um só. Não conseguia imaginar um longe do outro.

Ele levantou-se dando um beijo no topo da cabeça da professora e foi até um lugar que não pude ver devido à quantidade de pessoas em minha frente. Alguns minutos depois ele voltou rindo e sentou-se novamente jogando um braço sobre os ombros da esposa e a puxando para mais perto.

Voltei minha atenção para a pista quando a música trocou para uma mais lenta. Sorri torto puxando Amanda para dançar. Percebi meus amigos saindo da pista. Denis em um ato corajoso veio acompanhando Érica, uma líder de torcida que se formava, porém ela era uma garota completamente chata e superficial. Então creio que ele esteja fugindo dela. Nick e Maggie eram idiotas de mais e ficavam fazendo doce para se acertarem de uma vez. E Bruna... Cadê ela?

Rodei com Amanda em meus braços procurando por minha amiga, mas não a encontrava. Até que finalmente a vi falando com sua tia e andando rumo à saída. Franzi minha testa quando notei seus ombros encolhidos e cabeça abaixada. Ela não estava legal.

- O que foi?

- Acho que aconteceu alguma coisa com a Bruna. Importa-se de irmos lá ver o que aconteceu? Depois voltamos dançar.

- Claro! Vamos lá.

Andei até meu avô vampiro.

- Para onde foi a Bruna?

- Foi tomar um ar. – respondeu a professora Cullen.

- Ela não está se sentindo bem? Parecia chateada. – perguntei olhando a saída.

- Não se preocupe com sua amiga. Bruna está frustrada. – respondeu meu avô biológico.

Olhei-o com uma interrogação e então ele me explicou.

- Quando era anônima você se lembra de como era revoltada por isso? – assenti lembrando-me das bufadas que ela dava por seu pai não permitir que ela viajasse com ele. – Exatamente. Dan sempre quis que ela tivesse uma vida normal, mas ela não entendia o porquê disso. Agora no simples fato dos garotos terem medo de chamá-la para dançar, ela percebeu que seu pai estava certo... E agora ela está com raiva de admitir isso.

- Eu vou lá falar com ela. – disse pronto para virar para Amanda e pedir que ela me aguardasse.

- Vá dançar com a sua garota Bernardo, sua amiga não está sozinha e te garanto que quando ela voltar estará com um sorriso maior que seu próprio rosto. – disse meu avô vampiro com o semblante calmo.

- Tem certeza?

- Confie em mim.

Eu confio.

- Certa vez me disseram para nunca confiar em um vampiro. – disse divertido e ele gargalhou.

- Bom conselho.

Segui o que meu avô biológico disse e resolvi puxar Amanda para dançar novamente.

- O que foi isso? – perguntou ela com os olhos arregalados para nós.

- Coisas de família. – respondi piscando somente um de meus olhos para ela que riu revirando os seus.

POV Peter

A música agitada ainda tocava e a princesa Bruna dançava com seus amigos. Eu via seus lábios esticados em um lindo sorriso, mas não via seus olhos passarem a mesma mensagem.

Meu olhar desviou dela quando o senhor Edward se aproximou.

- Como vai rapaz? – perguntou sorrindo torto.

- Vou bem senhor. – respondi formalmente.

- Não pude deixar de notar que você também percebeu o olhar de Bruninha não é? – senti minhas bochechas esquentarem por ele ter reparado, mas engoli a vergonha e comentei.

- Ela não parece muito feliz.

O senhor Edward suspirou e encostou-se a parede ficando ao meu lado. Seu olhar pareceu distante em quanto explicava.

- Os garotos estão se afastando dela, ela acha que é por eles terem medo de seu pai. Em parte é isso, mas também porque eles não sabem se portar diante de uma princesa.

Será que ela estava querendo algum namorado? Ou será que já tem alguém em vista e este alguém tem medo de se aproximar? Uma risada me tirou de meus devaneios.

- Nada disso... Ela só quer se divertir. Quer dançar com alguém que não seja de sua família, pelo simples fato de ter essa experiência assim como todas as garotas de sua idade. Assim como as personagens de séries e filmes. Devia chamá-la para dançar.

Meus olhos quase saltaram com suas ultimas palavras.

- Ela é uma princesa. – disse chocado e ele revirou seus olhos.

- Você é tão nobre... Ela pode ser uma princesa, mas antes disso é apenas uma garota que deseja sua primeira dança. – ele piscou com apenas um de seus olhos e então voltou a sua mesa.

Implicaram comigo! Só pode! Primeiro Malaky, agora o senhor Edward!

A música lenta que começou a tocar chamou-me a atenção novamente para a pista. E a cena que vi foi de quebrar o coração de um lutador de vale-tudo.

Os casais se formavam ao redor da princesa enquanto aqueles que não queriam dançar saíam da pista. Muitos garotos olharam para ela obviamente querendo chamá-la para dançar, mas desistiam na metade do caminho e chamavam outras garotas. Ela ficou por alguns instantes ali, parada, olhando esperançosa ao seu redor e então seus olhos transmitiram toda a decepção que sentiu. Ela engoliu em seco e seguiu até a mesa de sua tia.

- Eu vou lá fora tomar um ar. – avisou.

Achei impressionante sua voz ter soado normal, já que seu semblante mostrava o quanto estava chateada.

A princesa Bella concordou e logo a princesa Bruna passou por mim com a cabeça abaixada seguindo para fora. Malaky estava lá fora fazendo o perímetro... Segui a princesa.

Observei-a de longe. Ela sentou-se em um dos bancos de concreto que tinha na frente do prédio do colégio. Puxou seus joelhos contra seu peito e baixou a cabeça. Senti-me incomodado com aquilo e simplesmente estaquei quando ouvi seu soluço.

Oh não! Ela está chorando! O que eu faço?

- Devia chamá-la para dançar.

- Ela é uma princesa.

- Ela pode ser uma princesa, mas antes disso é apenas uma garota que deseja sua primeira dança.

Meus pés se movimentaram automaticamente e quando percebi já estava ao seu lado.

- Princesa? – minha voz não passou de um sussurro.

Ela ergueu a cabeça revelando seus lindos olhos azuis inundados por lágrimas.

- Não chore... Não gosto de vê-la triste. – me surpreendi com a calmaria que soava minhas palavras e do quão verdadeiras elas eram.

Suas bochechas coraram e ela fungou limpando o rosto com as costas de sua mão.

- Não estou triste, só estou com raiva de mim mesma por ter sido tão estúpida e teimosa. – explicou com a voz rouca em meio a fungadas.

- Bem... – disse em um tom falsamente sério e sentando-me ao seu lado. – Se Ângelo estivesse aqui ele diria “Vossa majestade não é estúpida, talvez um pouco teimosa, mas não estúpida. Se sente raiva por alguma atitude é porque sabe que percebeu que errou e então mais uma lição foi aprendida com sucesso!”

Imitei sua voz e sua mania de gesticular. A princesa gargalhou.

- Uau! Isso foi bom. – elogio com suas lágrimas já secas.

- Obrigado. – sorri largamente fazendo-a rir mais uma vez.

Só Deus sabe de como eu gostei de escutar seu riso tão perto e ver o quão verdadeiro ele era. E por tudo o que é mais sagrado! Era eu quem estava fazendo-a sorrir daquela maneira.

Ficamos em silêncio por alguns instantes até que ela suspirou e contou o que a estava incomodando tanto.

- Não importa o quanto interagimos com humanos ou se eles são nossos amigos ou não. Sempre seremos estranhos para eles, aberrações. Por mais que queiramos nunca vamos conseguir tratamento igual, sem diferença. E eu me sinto tão estúpida ao perceber isso somente quando um fato bobo como nenhum garoto querer dançar comigo no baile do colégio aconteceu. – disse frustrada.

- Se lhe consola princesa, nenhuma garota quis dançar comigo em nenhum baile do colégio. – disse dando de ombros.

Esse fato era verdadeiro, mas eu não me importava. Ela me olhou incrédula.

- Não acredito! Qual é Peter! Você é um cara gente boa e super bonito, não acredito que nenhuma garota tenha se interessado por você ou você por alguma! – disse indignada sem me dar espaço para sentir vergonha de seus elogios.

Encolhi meus ombros.

- Na cidade onde eu cresci os lunares não são bem vistos... E todos sabiam o que eu era dês de quando eu era uma criança. Os humanos criaram seus filhos mandando-os manter distância de mim. Então para evitar confusões eu me mantinha na minha, fingindo que não escutava o que eles diziam.

- Oh! – seu olhar tornou-se triste. – Sinto muito.

- Não me importo mais com isso, acho que nunca me importei de verdade. – dei de ombros.

- Mesmo que você não se importe, eu não acho isso justo.

- Talvez realmente não seja, mas temos que entender que estamos no planeta deles. Aos seus olhos somos intrusos.

- Eu entendo... Mas não aceito.

Gargalhei com suas palavras e me levantei ficando a sua frente.

- Não vai voltar ao baile e aos seus amigos? – perguntei hesitante.

A princesa franziu sua testa e então sorriu com as bochechas coradas.

- Acho que prefiro ficar aqui fora com você. – não posso negar que suas palavras me surpreenderam.

- Tem certeza? – perguntei franzindo minhas sobrancelhas.

Ela assentiu apertando suas mãos na barra de seu vestido. Sorri largamente e perguntei sem medo.

- Então... Dança comigo princesa? – perguntei fazendo uma reverência e estendendo minha mão.

Seus olhos brilharam acumulando lágrimas e eu estava a ponto de me desculpar.

- Mas a música que está tocando é agitada. – disse apertando seus lábios.

- E quem se importa? – perguntei divertido.

Ela sorriu deixando uma lágrima escorrer.

- Eu que não.

- Eu também não. – sussurrei assim que tive ela em meus braços.

Neste momento quem estava ali não era Peter Carter, agente em treinamento da guarda real da Lua e nem Bruna Swan, princesa da Lua. E sim Peter e Bruna, dois adolescentes dançando pela primeira vez em um baile da escola.

Ela suspirou encostando seu ouvido em meu peito. Seus braços encolhidos entre nós, aconchegada em meu corpo. Meus braços estavam a sua volta sem hesitação e nós nos balançávamos de um lado para o outro sem seguir qualquer música.

Neste momento minha mente ficou completamente vazia e a única coisa que fiz foi sentir todas as sensações que a garota em meus braços me proporcionava. Não fiquei inerte ao seu coração batendo tão calmamente quanto o meu, muito menos a sua respiração longa e tranqüila como se desse inúmeros suspiros ao mesmo tempo, exatamente como eu. E sua pele parecia emanar energia e calor diretamente para mim.

Abaixei meu olhar para enxergá-la. A princesa estava com seus olhos fechados e um leve sorriso pintava seus lábios. Seus cabelos negros emolduravam seu rosto e caíam livres sobre seus ombros nus. Sua pele estava arrepiada e eu não pude deixar de sorrir ao imaginar que eu era o causador deste fato. Ela sorriu mais largamente quando roçou seu nariz contra o meu peito.

- Você tem um cheiro bom. – sussurrou.

- Esse é algum tipo de elogio peculiar feito pela realeza? – perguntei divertido, mas minha voz também era baixa.

Ela riu abrindo seus olhos e afastando seu rosto para me olhar. Antes que ela dissesse qualquer coisa ouvi um barulho de passos se aproximando. Afastei-me da princesa e olhei em direção ao som. Quase bufei ao perceber quem era.

Malaky caminhava até nós obviamente prendendo o divertimento. Limpou a garganta e falou em tom sério.

- O perímetro está tranqüilo, mas creio que não é uma boa idéia dar trela para o perigo aqui fora. Não acha melhor entrar princesa?

- Oh! Claro Malaky, não quero dificultar o trabalho de vocês.

- Obrigada majestade.

Ela encolheu seus ombros com o vento gelado e seguiu novamente para dentro do colégio. Antes de entrar ela virou-se para mim e disse alto o suficiente para eu escutar naquela distância.

Pete! Obrigada!

Sorri abobado e respondi.

- Não. Sou eu quem tem que agradecer.

Ela riu revirando seus olhos e seguindo para dentro.

- É Pete... Você está de quatro pela princesa. – murmurou Malaky obviamente divertido.

- Cala a boca! – bufei andando até o colégio novamente.

POV Bella

Os garotos se jogaram nas cadeiras da mesa onde Kathy estava sentando junto aos pais de Denis. Conversavam animadamente sobre besteiras. Eu e meu marido viramos nossas cadeiras para entrar na conversa da outra mesa, já que os professores entraram em um papo animado entre eles. Porém as duas cadeiras não entravam. Edward na maior cara de pau do mundo me puxou para o seu colo. Senti minhas bochechas queimando, mas para ele não pareceu nada de mais.

- Edward! – repreendi em um sussurro gritado.

Ele me encarou inocente.

- O que foi meu anjo? – estreitei meus olhos e ele apenas sorriu sapeca me abraçando mais forte e aproveitou que eu estava um pouco mais alta que ele para beijar meu pescoço.

Dei um tapa de leve em seu ombro sentindo meu rosto ficar cada vez mais vermelho.

"Sossega!" – disse por pensamento e ele riu me olhando descrente.

- Não acredito que está com vergonha de mim.

- Não é vergonha de você! – me defendi. – É vergonha desta situação. – apontei para nós mesmos.

Edward me encarou por alguns instantes e então riu jogando sua cabeça para trás.

- Não é engraçado. – murmurei com uma careta. – Depois que Emm fez todo aquele escândalo eu morro de vergonha por qualquer carinho seu. – minha voz estava baixa suficiente para que somente nós dois escutássemos.

Meu vampiro segurou meu rosto entre suas mãos e disse divertido.

- Bella... Você é tão absurda! – então beijou a ponta de meu nariz rindo ainda mais ao ver meu rosto em chamas.

A partir deste momento a noite foi um inferno de quente. Edward estava impossível! Suas mãos em minhas pernas estavam mais bobas que um humano no escuro. O cara de pau ainda se divertia com a minha vergonha!

Sua brincadeira foi interrompida quando Bernardo riu.

- Tem certeza que você não vê o futuro também? – perguntou ao avô.

Edward olhou curiosamente para onde o neto olhava e sorriu. Bruna vinha em nossa direção com o sorriso mais largo do mundo. Logo se juntou a nós entrando na conversa animadamente. Estreitei meus olhos para Edward que sorriu sinalizando para algo atrás de mim. Virei-me sem me preocupar em ser discreta e abri minha boca levemente ao entender.

Peter tinha o rosto vermelho de vergonha enquanto Malaky prendia seus lábios segurando o riso. Voltei meu olhar para meu marido em dúvida. Ele deu de ombros sorrindo levemente.

- Se for isso... Porque meu irmão está tão tranqüilo? – perguntei franzindo minha testa.

- Isso me revolta sabia? – disse ele divertido e então completou mentalmente. – "Quando era eu a cortejar uma princesa tinha que fugir da fúria do príncipe e suas mãos de fogo!"

Gargalhei e bati em seu nariz levemente.

- Ciumento. – Edward riu.

"Mas acho que é porque Peter é muito nobre. Tenho certeza que ele nunca tomará a iniciativa se não dermos um empurrãozinho. Ele respeita muito o fato de Bruna ser uma princesa, até em seus pensamentos ele a respeita e se xinga com qualquer coisa impura em relação a ela."

Sorri. Vai ver por isso meu irmão ainda não deu nenhum ataque. O garoto não dá motivos para que o faça.

- Impressionante como vocês dois conseguem ignorar o mundo quando estão conversando por pensamento! – disse emburrada minha sobrinha nos tirando de nossa bolha.

- Sua tia está com vergonha de me beijar.

- Edward!

- O que? – perguntou inocente.

Os garotos gargalharam a nossa volta vendo que eu realmente estava constrangida. Fechei minha cara para Edward.

- Amor... – sua voz se arrastou se divertindo com a minha birra.

Meu vampiro aproximou sua boca da minha orelha e puxou meu lóbulo com seus dentes fazendo-me arrepiar. Edward começou a depositar beijos molhados atrás de minha orelha e foi descendo pelo meu pescoço. Meus cabelos que em sua grande parte estavam soltos escondiam o rosto de meu vampiro juntamente com o seu sorriso divertido que se encostava a minha pele.

- Você fica tão linda bravinha. – sussurrou roucamente em minha orelha. – Estou louco para a nossa viagem.

Senti-me derreter completamente.

POV Bruna

Nós riamos da cara enfezada de tia Bella e da expressão travessa de tio Ed. Ele sorriu escondendo seu rosto nos cabelos dela para dizer algo em seu ouvido. Seja lá o que for que ele disse fez os olhos de minha tia ficaram escuros enquanto ela abria a boca levemente. Tio Ed se afastou com um sorriso malicioso.

- Pare de me seduzir! - rugiu tia Bella sacudindo sua cabeça de um lado para o outro com suas bochechas completamente vermelhas de vergonha.

Nós gargalhamos alto enquanto ela bufava.

- Vampiros! Hum!

- É você quem está me seduzindo com esse vestido. – defendeu-se seu marido.

- Deus! Quem é você e o que fez com o meu marido recatado?!

- Seu marido recatado não ficou 5 anos longe de sua linda e... – ele completou algo mentalmente que fez minha tia se sentir ainda mais constrangida. – Esposa.

- Edward!

Tio Ed gargalhou e ergueu seus braços em rendição.

- Parei! Mas você ainda vai me beijar hoje e na frente de seus alunos. – ele ergueu uma sobrancelha.

- Você está impossível!

Nós rimos mais uma vez dos dois. Tia Bella e tio Ed eram um casal completamente apaixonado. Isso era óbvio para qualquer um que olhasse, pois o sentimento é praticamente palpável no ambiente. E eu acho isso simplesmente lindo. Sinto curiosidade em saber o que eles sentem. E também vontade de sentir isso algum dia.

Meus devaneios foram interrompidos por uma gargalhada de tio Ed que mais uma vez tinha uma daquelas conversas por pensamento com tia Bella. Revirei meus olhos.

- Quando vocês vão para LA? – perguntei lhes chamando a atenção.

- Depois do natal, passaremos o ano novo por lá, já que o festival é só ano que vem. – explicou tia Bella.

- Ai não acredito professora que a senhora vai dançar com o Rick. – suspirou Maggie.

- Ele é tão lindo. – suspirou Amanda.

- E gostoso. – completou Maggie.

Assenti concordando com as duas.

Tio Ed ergueu uma de suas sobrancelhas para a esposa.

- Não mencionou essas qualidades de seu amigo. – o ciúme era palpável em cada palavra de sua frase.

Tia Bella gargalhou alto.

- Para um humano até que ele dá para o gasto. – disse ela dando de ombros.

O vampiro fechou completamente a sua cara.

- Deus Edward! Você está com ciúmes do Rick?!

- Me processe! – rebateu ele nos fazendo rir.

Tia Bella tomou uma feição séria e olhou no fundo dos olhos de seu marido.

- Se fosse para te trair eu já teria o feito, não acha? – ele fez uma careta. – Depois eu sou a absurda da relação! – completou divertida.

Tio Ed sorriu e levantou juntamente com sua esposa que o olhava curiosamente em quanto ele se afastava alguns passos. Ele se curvou em uma reverencia estendendo sua mão.

- Dança comigo princesa?

- Depois que duvidastes do amor que sinto por ti?

- Perdoe-me. – respondeu ele fazendo-a sorrir docemente e repousar sua mão sobre a de tio Ed.

- E quando eu não perdôo-te?

Gargalhei alto.

- Uau tia! Desenterrou o modo de falar.

- Sabe como é pequena... Estou entrando no papel. Seu tio não me chama de princesa há... Alguns milênios. No começo do namoro é minha princesa pra lá, minha princesa pra cá... Depois de casados é, traz logo a garrafa de sangue mulher que o jogo já vai começar! – tagarelava dramaticamente.

Tio Ed revirou os olhos a puxando pela cintura para a pista de dança. Nós gargalhamos juntamente com tia Bella que beijou o rosto de tio Ed animadamente para mostrar que estava apenas brincando.

- Esse dois são hilários juntos! – comentou o pai de Denis.

- Isso por que o senhor não os conheceu na época em que apenas namoravam e papai aprontava com eles. – disse com nostalgia.

- Eu imagino, seu pai é uma criança! – concordou Bernardo.

- Como ele mesmo diz, depois de certa idade viramos crianças novamente.

Os adultos resolveram ir embora, pois já estava tarde. Os pais de Denis levaram Katharine para casa para que Bernardo pudesse aproveitar um pouco mais o baile.

- Deixe um beijo para Edward e Bella. – pediu-me.

- Claro!

- Bruna? – chamou Maggie.

- Hum?

- O que aconteceu que te deixou tão animada? Você estava meio tristonha quando chegou.

Senti minhas bochechas em chamas e intenção acabei olhando na direção de Peter.

- Oh! Meu! Deus! – sibilou quando percebeu para onde eu olhava e a minha vergonha. - Vai me dizer que vocês...?

- Shiii! Não é nada disso! – disse com meus olhos arregalados e então peguei uma caneta dentro de minha bolsa.

Escrevi em minha mão que quando voltássemos para casa falaríamos pelo MSN para não correr o risco de ninguém escutar, principalmente meu pai. Tio Ed guardaria esse segredo.

Minha amiga fez cara feia por ter que esperar até mais tarde, mas entendeu que não tinha como eu falar nada ali.

- Que coisa mais linda! - disseram as meninas da mesa de trás da nossa olhando para pista.

Olhamos também para lá e nos deparamos com tio Ed e tia Bella dançando juntos. Sorri ao escutar a voz de meu tio cantando no ouvido de sua esposa.

- É uma pena que vocês não possam escutar. – murmurei.

- O que? – perguntou a garota sentada atrás de mim virando-se para me fitar.

Sorri fitando-a.

- Tio Ed está cantando.

POV Bella

Dançamos algumas músicas agitadas juntos até que finalmente uma lenta começou a tocar. Meu coração se encheu quando a escutei, algo naquela música fazia meu peito palpitar. Pela expressão de Edward ele também reconheceu a melodia. Essa música tocava quando demos nosso primeiro beijo na Lua. Pelo que parece a música conseguiu ultrapassar milênios e gerações.

Meu vampiro me colou ao seu corpo. Suas mãos repousadas em minha cintura de maneira firme. Os meus braços estavam em torno de seu pescoço. E sua boca colada em minha orelha enquanto sua linda voz cantava com emoção aquela tão importante música para nós.

Fechei meus olhos me entregando completamente à hipnose de seus passos de dança, ao seu cheiro e à sua voz.

http://www.youtube.com/watch?v=TfVUbHYRSyE [Boyce Avenue – Iris]

Quando o solo de violão começou Edward afastou sua boca de minha orelha para então deslizar seu nariz pela minha bochecha, queixo e meu próprio nariz. Suspirei quando sua pele parou de tocar a minha. Abri meus olhos no exato momento em que apenas o teclado soava, me perdi completamente em seus olhos que estavam em um tom de verde mais escuro, mas não menos profundo. Então fechei meus olhos novamente quando o percursionista deu a primeira batida e ao mesmo tempo os lábios de meu vampiro se chocaram contra os meus.

Meus dedos deslizaram pelo seu pescoço entrando entre seus cabelos. O senti me apertar ainda mais contra seu corpo e então pedir passagem com a sua língua. Meu coração disparou vergonhosamente e uma das mãos de Edward subiu até as minhas costas, ele gostava de sentir meu coração bater tanto contra seu peito quanto contra a sua própria mão. O beijo foi profundo, foi calmo, foi delicado. E pouco a pouco o frenesi foi se acalmando e eu fui lembrando-me de onde eu estava.

Ainda de olhos fechados senti meu vampiro sorrir contra a minha boca.

- Trapaceiro. – murmurei sem descolar nossas testas e não me importando com mais nada.

Porque cantar justamente está música em meu ouvido era um grande golpe baixo. Ele poderia fazer qualquer coisa comigo depois disto que eu não ligaria. Principalmente me beijar profundamente na frente de todos os meus alunos e colegas de trabalho.

Edward riu me dando um selinho.

Dançamos mais algumas músicas agitadas junto com meus alunos. Todos estavam aproveitando o baile, mesmo que alguns não tenham se formado. Jake não ficou muito tempo, após a valsa já havia ido embora. Não estava muito para festa já que hoje fazia 7 meses dês da morte de seu pai. Optou por só marcar presença e voltar para casa ajudar Esme a cuidar de Nessie. Charlie estava se divertindo com Lara, gostei de vê-lo sorrindo já que ultimamente ele andava meio cabisbaixo. Edward me explicou que era porque Lara havia lhe pedido para que a transformasse. Primeiramente fiquei surpresa com o pedido, porém depois pensando melhor acho que eu teria feito o mesmo se estivesse em seu lugar. Se eu fosse humana eu pediria para Edward me transformar e assim passarmos a eternidade juntos.

A pista esvaziou um pouco. Em compensação as paredes lotaram. Estranho? Não, não... Eu explico. Os casais de adolescentes depois de certo ponto cansaram de dançar, mas não cansaram de beijar. E nada melhor do que uma parede para se apoiar nesses momentos...

Gargalhei ao avistar quatro casais se agarrando um ao lado do outro.

- Antigamente as coisas eram mais suaves. – murmurou Edward com suas sobrancelhas erguidas.

- Porque não comenta isso com o seu neto? – perguntei divertida apontando para a parede do lado esquerdo onde Bernardo praticamente engolia Amanda.

- Sabe o que me assusta? – perguntou suavemente voltando seu olhar para mim.

- O que?

- O amor virou algo tão banal entre os humanos. Vejo e escuto muita gente dizendo eu te amo, mas na maioria das vezes seus próprios pensamentos desmentem. Se não amam, porque dizem que o fazem? É triste.

- Concordo... Mas um dia eles aprendem. – sorri esperançosa e Edward riu beijando a ponta de meu nariz.

Voltamos a sentar a mesa sozinhos. Edward puxou minha cadeira a colocando no meio de suas pernas e me fez sentar de costas para ele para que as encostasse em seu peito. Meu vampiro me abraçou de maneira amorosa enquanto conversávamos besteiras.

POV Nati

Daniel arregalou seus olhos ao verificar a lista que Alice havia feito.

- É realmente necessário tudo isso? – perguntou ainda assombrado.

Eu e a vampira reviramos nossos olhos.

- São quantos lunares? – perguntou Alice.

- Somos atualmente em 2 mil lunares.

- Então uma festa para 2 mil e quinhentas pessoas precisa de tudo que está na lista sim.

- Eu disse 2 mil, além do mais estou contando com os mau caracteres e também com aqueles que estarão trabalhando.

- Sim, porém você não contou os agregados, os humanos os vampiros e também nenhum dos lobos.

Daniel abriu a boca em entendimento. Homens...

- Faz o seguinte... Alice e eu organizaremos tudo e você só passa o cartão. – sugeri sorrindo amistosa.

A vampira segurou um sorriso sombrio.

- Oh! Vocês vão me levar à falência. – choramingou meu marido.

- É só você dar um valor máximo para não ultrapassarmos... Não um pouco mais alto que isso. – disse Alice já prevendo o que Daniel iria dizer.

Ele fez uma careta.

- Sua filha não merece uma festa de aniversário decente? – perguntou exasperada a vampira fazendo uma chantagem emocional.

- É lógico que merece, mas...

- Mas nada! Pode abrindo a mão, ou melhor, a carteira. – Jasper riu da sala ao escutar sua companheira.

Eu o acompanhei enquanto Dan concordava com cara feia e escrevia um valor que agradasse a fadinha.

Rose juntou-se a mim e a Alice e nos ajudou com alguns palpites interessantes para a festa. Acho que estávamos mais empolgadas que a própria aniversariante. A verdade é que Bruna queria muito ter feito uma festa de debutantes quando completava 15 anos, porém só era possível fazer ou uma festa pequena para apenas a família ou então uma festa grande para todos os seus amigos, porém eu e Daniel não poderíamos aparecer já que estaríamos revelando a identidade de nossa filha.

Bruna bateu o pé revoltada com a idéia de seus próprios pais não comparecerem e não quis mais comemoração nenhuma.

Mas agora a situação é diferente, pois todos nós estamos expostos na mídia. A festa será muito maior do que esperávamos. E os 17 anos de minha filha serão comemorados de maneira inesquecível.

Ouvimos os rapazes gargalhares da sala. Emmett tentava explicar para Nessie que ele não era o papai Noel.

- Ela nunca esquecerá essa história. - disse Esme divertida após pegar uma garrafinha de sangue que colocara anteriormente no microondas.

Rimos concordando.

Esme levou a garrafa para a sala e chamou a baixinha para ir dormir. Já estava tarde para ela estar acordada.

- A não vovó. - reclamou manhosa. - Quero esperar o papai e a mamãe chegarem. - a ultima palavra foi interrompida por um bocejo.

Sorri encantada. Sinto tanta falta de quando minha filha era do tamanho de Nessie...

- Vamos Nessie, seja boazinha, seus pais não vão gostar nada de te ver acordada até tarde. - pediu Esme em seu maior tom amoroso.

Ela manhou mais alguns minutos, mas acabou cedendo. Eu e meu marido também resolvemos ir para cama. Queríamos aproveitar o máximo de tempo em que estávamos sossegados, pois após o Natal viajaríamos até Washington tratar de algumas questões políticas. Bruna iria conosco, afinal ela é a futura rainha e precisa aprender como as coisas funcionam.

Depois viajaremos para Los Angeles, veremos a apresentação de Bella e passaremos o ano novo por lá. Não preciso nem comentar que Bruna está praticamente alucinada, pois LA é um local em que se encontra muita gente famosa.

Com tantos planos para o futuro o jeito era viver um dia de cada vez.

POV Bruna

Maggie não resistiu de tanta curiosidade e me arrastou para o banheiro para que eu contasse o que havia acontecido há pouco. Confesso que ter dançado com Peter mudou completamente meu humor. Foi muito doce da parte dele.

Mas estava morrendo de vergonha de falar isso para minha amiga.

- Vamos! Me conta tudo! – exigiu assim que adentramos o banheiro externo do colégio.

Tivemos que ir nele já que o de dentro estava completamente lotado. Percebi que Peter e Malaky nos seguiram de longe.

Minha amiga me estendia seu celular sem me dar chance de dar qualquer desculpa sobre audições aguçadas. Bufei tentado disfarçar minha vergonha e comecei a digitar rapidamente tudo o que aconteceu.

Minha vergonha era absurda! Não aconteceu nada demais! Apenas uma dança... O que há de tão grande nisso?

Bem, Maggie não tinha a mesma opinião que eu já que ela sorria super largo a cada palavra lida. Soltou alguns suspiros e perdi as contas de quantos Oh! Meu! Deus!

Minhas bochechas ficavam cada vez mais coradas. Seus olhos brilhavam para mim e eu entendia perfeitamente o que significava. Ela estava se esforçando ao máximo para não berrar que nem louca e pular de um lado para o outro.

- Não faça esse escândalo, não é com a gente como é para os humanos. – murmurei constrangida fazendo-a revirar os olhos.

- Sempre que você fala sua voz transmite sabedoria, mas agora foi a coisa mais estúpida que eu já escutei! – rebateu ela gargalhando.

Suspirei resignada e deixei que um sorrisinho brotasse em meus lábios.

- Há! Eu sabia! Eu sabia! – pulava ela me abraçando e eu gargalhei revirando meus olhos.

- Ok! Agora fica quietinha e vamos voltar para o baile. – disse sorrindo.

Maggie fez que estava trancando os lábios com um zíper imaginário e seguiu para a saída do banheiro.

Fui atrás dela, mas assim que passei pela porta eu parei.

Meu coração bateu acelerado e uma grande pressão em minha cabeça me fez gemer de dor. Me encolhi parando no lugar. Meus ouvidos começaram a apitar e a última coisa que eu ouvi antes de tudo a minha volta se tornar um grande silêncio foi minha amiga gritando.

- Bruna? Bruna! O que você está sentindo? Fala comigo amiga!

POV Peter

Troquei um olhar com Malaky antes de correr até a princesa. Sua amiga estava de joelhos ao seu lado tentando chamá-la, mas ela tinha suas mãos agarradas aos seus cabelos e apertava seus lábios para não gritar. Seus olhos espremidos enquanto lágrimas tentavam sair.

Sua expressão demonstrava tanta agonia que até mesmo eu a pude sentir.

Assim que viu nossa aproximação a garota chamada Maggie disse nervosamente.

- Ela está igualzinha a vez que teve a visão do passado.

- Vou chamar a princesa Bella. - informou Malaky correndo para dentro do colégio.

Ajoelhei-me ao lado da princesa Bruna e a chamei.

- Princesa! Abra seus olhos! - me lembrei o que Benjamim dissera quando presenciou a visão dela.

Ele tinha toda razão em dizer que era horrível de assistir, pois não havia nada que pudéssemos fazer.

Maggie mordia os lábios enquanto lágrimas se acumulavam em seus olhos. Senti meu desespero crescer ao ver a princesa puxar seus cabelos com cada vez mais força. Ela estava se machucando e nem percebia por estar dentro de sua visão.

Eu não estava conseguindo acordá-la somente a chamando, mas poderia impedi-la de se machucar. Levei minhas mãos até as suas e as segurei tentando afrouxar seu aperto em seus cabelos negros. De repente eu fiquei completamente consciente da quantidade de células em minha pele, pois cada uma delas parecia se agitar.

Coloquei meus dedos entre os seus, os mexendo lentamente para que soltassem sem machucá-la. Não sei como, mas consegui fazê-la se soltar. A princesa então se encolheu e apertou seus dedos aos meus.

- Abra os olhos Bruna. - pediu sua amiga com a voz angustiada.

Eu não agüentava ver minha princesa sofrendo.

Toda a palma de minha mão estava sobre o peito da sua. Apertei meus dedos os encostando na palma da sua. Tentando transmitir alguma segurança.

- Isso não é real, basta abrir seus olhos. - minha voz soou baixa e suplicante. - Abra os olhos princesa.

Então ela os abriu.

As lágrimas espirraram pelo seu rosto. Meus dedos relaxaram dando a oportunidade dela se soltar. Foi o que ela fez. Suas mãos voaram em direção ao meu rosto o segurando entre elas.

A princesa estava de joelhos a minha frente, um tanto mais alta do que eu já que eu estava sentado sob minhas pernas. Seus olhos azuis brilhantes como nunca e desesperados como nunca quando ela disse suplicante.

- Tome cuidado, por favor! - então como se essas palavras fossem um ultimo suspiro ela desmaiou sobre mim.

Seus braços inertes ao lado de seu corpo enquanto seu rosto completamente apoiado em meu peito. O calor de sua pele era tão grande que eu conseguia senti-lo mesmo através de minha camisa social e da regata de algodão que eu usava por baixo.

 Olhei para sua amiga assustado com as palavras que a princesa proferiu. Ela tinha os olhos arregalados também, mas estava aliviada por finalmente sua amiga ter parado de se contorcer em dor.

- O que aconteceu? - escutei a voz da princesa Bella atrás de mim.

Virei meu rosto para fitá-la. Não encontrei somente ela, mas também seu marido, Malaky e o senhor Charlie. 
- A princesa me pediu para tomar cuidado e então desmaiou. - murmurei preocupado com sua febre que parecia cada vez maior.

- É normal. - disse o senhor Edward, vendo minha confusão ele explicou sorrindo. - A febre.

Assenti voltando meu olhar para a princesa.

Ela parecia tão frágil em meus braços, mas a verdade é que ela é extremamente forte para agüentar calada a dor que deve ter sentido.

- Desculpem pela demora, tivemos que sair devagar para não causar alarde. – disse a princesa Bella se ajoelhando ao meu lado e colocando o cabelo de sua sobrinha para trás de sua orelha. – Mas pelo visto cuidaram da situação muito melhor do que nós, Edward. – ela então ergueu seu olhar e sorriu docemente para mim.

Senti meu rosto entortar em uma careta sentindo-me sem graça. Malaky disfarçou sua risada em uma tosse mal feita. Segurei-me para não rosnar para ele.

- Maggie, é melhor você entrar. Tenho certeza que seus amigos não engoliram nossa saída repentina. Avise-os que está tudo bem e amanhã quando Bruna acordar faço com que ela ligue para você dizendo que está bem. – disse a princesa suavemente e então voltou seu olhar para o vampiro que a criou. – Você também Charlie, volte para dentro. Aproveite o resto da noite com Lara. – ela lhe mandou uma piscadela maliciosa.

- Olha o respeito garota. – retorquiu indignado, mas era notável o constrangimento da situação.

Sorri ao escutar as gargalhadas.

Mas meu sorriso acabou quando eu senti o calor contra a minha pele diminuir repentinamente.

- É normal a temperatura cair tão rápido? – perguntei, mas ninguém respondeu com palavras.

                                                    

As expressões diziam tudo. Não. Não era normal.

- Levem Bruna para casa, só vou me despedir de Lara e já estou a caminho. Bella, acho que ela precisará de seus lençóis térmicos. – a princesa assentiu preocupada.

A princesa em meus braços começou a bater os dentes com frio e se encolheu ainda mais contra meu corpo, buscando uma fonte de calor.

Então ela precisava se aquecer... Seu vestido poderia até estar lindo em seu corpo, porém não era algo que podemos chamar de roupa que aquece. Sem pensar duas vezes retirei meu paletó e o coloquei sobre os ombros da princesa.

- Boa idéia Peter. - disse Malaky e eu estreitei meus olhos para o seu tom provocativo.

Agora, definitivamente, não era hora para essas merdas.

Ele revirou seus olhos entendo meu aviso silencioso.

Senhor Charlie e Maggie foram para dentro do ginásio enquanto nós nos dirigimos para a mansão da princesa. O senhor Edward pediu-me para levar sua sobrinha já que ele não poderia fazer sem esfriá-la ainda mais. Fiz sem problemas, mas sabia que meu parceiro iria infernizar minha vida mais tarde.

Acompanhei a princesa Bella até o quarto de sua sobrinha.

- Coloque-a na cama Peter, vou buscar os lençóis térmicos.

Assenti e andei até a cama de casal para colocar a princesa ali. Fiz com cuidado para não acordá-la. Estava preocupado com a princesa. E preocupado pelo o que ela disse para mim também. Seu rosto agora transmitia muita serenidade e percebi que suas bochechas estavam mais coradas. Seus lábios também voltaram ao seu tom normal. Repousei minha mão sobre sua testa e sorri constatando que sua temperatura já estava normal.

Sentindo-me aliviado acabei por fazer algo sem pensar. Aproximei meu rosto e beijei sua testa. Afastei-me rapidamente ao escutar passos se aproximando, mas mesmo assim me condenei por fazer algo completamente ousado e minha mente gritava: Ela é a princesa de seu povo! Tenha mais respeito! Mas a sensação que ficaram em meus lábios silenciava qualquer tentativa de evitar o que eu estava começando a sentir.

POV Bella

Oh! Deus! Edward estava certo. Peter estava apaixonado por Bruna e a pequena também. Não tinha como negar. Estava escrito na testa dos dois. Porém segundo meu marido eles estavam naquela fase: Me sinto confuso, o que está acontecendo comigo? Meu vampiro ainda constatou que Peter estava passando por algo que ele passou também. Ed gargalhava por pensamento cada vez que escutava a mente do garoto gritar: Ela é uma princesa! E não foram poucas as vezes que o escutei gargalhar.

Não queria atrapalhar, mas já estava há muito tempo fora do quarto. Então quando entrei avistei o rosto de Peter um tanto quanto surpreso.

- Esme preparou os quartos de hospedes para você e para Malaky. E nem adianta falar que não era necessário. Malaky contou que vocês entram de férias amanhã, então provavelmente Esme os deixe sair após o café da manhã. - tagarelei.

O garoto apenas assentiu ainda atônito. Resolvi me calar para deixá-lo com seus próprios pensamentos.

Joguei o lençol sobre minha sobrinha e depois o liguei na tomada, mas creio que não será preciso por muito tempo ela já aparenta estar melhor. Tirei suas sandálias e as coloquei ao lado de sua cama.

- Majestade?

- Sim Peter?

- Se a princesa só enxerga o passado, porque ela pediu para que eu tomasse cuidado?

Franzi a testa e o olhei. Sua expressão era confusa e preocupada.

- Não deve se preocupar com isso. Não que você não deva sempre tomar cuidado, mas é que geralmente, no meu caso pelo menos, naquele segundo em que acabo de retornar de uma visão eu não consigo distinguir o tempo presente do tempo em que estive. O que eu quero dizer é que a visão de Bruninha foi tão intensa que quando ela retornou não conseguiu perceber que não era mais uma visão. Ela pedia para alguém, em sua visão, tomar cuidado, não era você.

- Deve ter sido muito desesperador o que ela viu, pois realmente me assustou. – murmurou.

Resolvi deixá-lo com seus pensamentos. Logo ele se despediu e foi até o quarto de hospedes. Ah! O amor adolescente...

Ouvi uma risada as minhas costas. Virei-me com falsa braveza.

- Do que o senhor está rindo hein?

- Nada meu anjo, só achei graça em sua expressão e em seu suspiro. – respondeu enlaçando minha cintura e me puxando para ele.

Revirei meus olhos.

- Ainda bem que te divirto. Aproveite rir agora, pois amanhã Alice nos enlouquecerá com os preparativos do Natal.

- Ow! Nem me fale nisso. – pediu com um ar cansado repousando seu queixo em meu ombro.

[...]

Nosso natal foi animado como há 5 anos não era. Com Edward entre nós ninguém se sentia nostálgico ou triste. Também não havia mais todo aquele esforço para animar Nessie e esconder a tristeza da família. Além do mais tínhamos motivos em dobro para comemorar. A entrada de Bernardo e Lara na família.

Foi simplesmente hilário ver Charlie cumprimentar os pais de sua namorada. Ele parecia um adolescente que busca pela primeira vez uma garota para o baile da escola. Os pais de minha colega eram pessoas bem agradáveis, moravam em uma outra cidade devido a problemas de saúde e optaram por um local que possuísse um hospital de qualidade perto de casa. Eles pareciam surpresos com a nossa família, acho que não imaginavam que levássemos as coisas tão na brincadeira.

Meu pai pedia a toda hora desculpas pelos modos das "crianças", mas a verdade é que ele estava se segurando para não rosnar para todos que lhe enchiam o saco. E nós nos divertíamos ainda mais com isso.

Edward estava nas nuvens, ele também sentiu muita falta desses momentos em família. Sua alegria era ainda maior, pois Bernardo o aceitava muito bem. O garoto já fazia parte dos irmãos Cullen, sua risada estava sempre ecoando com as palhaçadas de Emm. Kathy parecia extremamente satisfeita com aquilo. Meu vampiro dizia que o neto se referia a ele em seus pensamentos como meu avô vampiro ou então vovô vamp, este último foi somente uma vez e fez com que Edward gargalhasse alto, o que levou Emmett a dizer o quão assustador seu irmão era, resultando em uma nova queda de braço da qual foi hilária de assistir.  

Bem... Não foi hilária para Esme que teve sua mesa preferida transformada em lenha. Edward ganhou, apesar do verde de seus olhos não estar mais tão esmeralda e sim puxado para o castanho quase na cor normal que seus olhos ficam quando está bem alimentado de sangue animal, meu vampiro ainda era mais forte. Mas acho que Esme escondia sua força, pois assim que ouviu o som de algo rachando deu um de seus gritos de mãe.

- Emmett McCarty Cullen e Edward Antony Masen Cullen! Quantas vezes vou ter que dizer para vocês não quebrarem as minhas mesas?! - perguntava ela retoricamente puxando os dois por suas orelhas.

Os dois choramingavam como duas crianças nos fazendo chorar de tanto rir. Esme no meio de dois homens feitos sorria satisfeita vendo-os se curvarem para o lado por causa dos puxões de orelha.

Após cearmos, sentados no sofá já que a mesa foi-se, voltamos a conversar amenidades. Até que finalmente chegou a hora dos presentes. Nessie fez a festa praticamente desaparecendo em meio a tantos papeis de presente picados.

A noite foi muito agradável. Todos se divertiram enormemente. Até mesmo Bruninha que ficou um tanto tristonha desde manhã quando acordou e Esme lhe informou que Peter e Malaky já haviam ido embora. Minha sobrinha não quis conversar sobre sua visão, disse que não se lembrava muito bem. Jasper murmurou que ela estava com medo. Deduzimos que esse medo fosse da dor que ela sente quando tem uma visão. Ela ficou deitada em sua cama durante a tarde toda dizendo que se sentia cansada.

Quando fui ver como ela estava, a encontrei dormindo com o rosto enterrado no paletó que Peter deixara com ela. Sorri confidente e a deixei descansar.

Após a festa do Natal fomos descansar quase quando amanhecia o que não foi muito legal para mim já que tínhamos vôo marcado para bem cedo no dia seguinte. Acabei por dormir por todo o caminho até o aeroporto, Nessie me acompanhou nos sonhos enquanto Edward e Jasper conversavam nos bancos da frente.

Dan, Nati e Bruna viajariam mais tarde. Iriam para Washington para conversas políticas, depois iriam para Nova Iorque para entrevistas para redes de televisão e só então iriam para LA para passar o ano novo conosco e então ver minha apresentação.

Despedimo-nos de Jasper e entramos no aeroporto. Nessie andava de mãos dadas comigo e com Edward. Ela estava adorando toda aquela movimentação nova.

Meu vampiro fez o cheq-in enquanto eu mostrava para Nessie os aviões decolando. Seu olhinhos brilhavam ao olhá-los decolando. Acho tão engraçado essa fascinação que as crianças têm por aviões. Bem... Talvez eu não tenha porque posso voar...

Nessie confirmou minhas suspeitas quando colocou sua mãozinha em meu rosto e mostrou a sua imagem voando juntamente com os pássaros no céu. Fiz uma careta quando sua imaginação mostrou-me ela esticando os bracinhos no céu e pegando uma das aves para tomar o sangue.

- Renéesme! – a repreendi.

Seu rostinho ficou vermelho de vergonha.

- Eu to com sede mamãe. – sussurrou em meu ouvido.

- Nessie, não seja gulosa, você tomou bastante sangue antes de sair de casa. – a repreendi novamente.

Minha filha tinha sério problemas em fazer uma alimentação balanceada. É como uma criança humana que só come Mcdonalds. Sim, ela precisa de sangue, mas também precisa de comida. Mas a segunda parte ela dispensa.

Nessie fez um biquinho.

- Sua mãe já está te cortando as asinhas é meu anjinho? – perguntou Edward estendo os braços para Nessie que pulou em seu colo prontamente.

Estreitei os olhos para meu marido.

- Não a mime. – disse em um bufar.

Edward e Nessie se entreolharam e bateram continência.

- Sim, senhora! – disseram juntos.

Tentei fazer cara feia, mas acabei explodindo em uma gargalhada.

Nosso momento de família de comercial de margarina não foi ignorado por olhares no aeroporto. Obviamente todos sabiam quem nós éramos e não foi surpresa ver algumas câmeras apontadas para nós. Mas ignoramos, incomodava toda aquela atenção voltada para nós, mas eram conseqüências que tínhamos que encarar.

Nosso vôo foi anunciado e logo seguimos para o avião. A hesitação das pessoas era muito interessante. Naturalmente Edward as mantinha longe, mas eu e Nessie trazíamos para perto exalando confiança para os seus extintos.

Ficamos na primeira classe, Nessie grudou na janela assim que chegamos aos nossos acentos. Edward comprou quatro passagens para que não houvessem problemas com humanos que não desejavam sentar com um vampiro ou coisa parecida. Logicamente isso era injusto, mas não queríamos armar confusão.

Durante a viagem o avião passou por uma grande turbulência e minha filha não gostou nada da história. Seus olhinhos se encheram d’água e ela se jogou no colo do pai. 

- Hey baixinha, não precisa ter medo. – murmurava ele contra sua orelha.

Vi que a aeromoça passava por todos os acentos pedindo para que aqueles que ainda não apertaram os seus cintos o fizessem. Quando ela chegou a Edward ela hesitou, seu coração disparando em seu peito.

- Não se preocupe, meus braços são mais seguros que esses cintos. – disse ele sem deixar de abraçar Nessie.

A aeromoça apenas assentiu engolindo em seco. As palavras de Edward soaram de tal maneira que não dava chances dele desgrudar de sua filha.

- Porque ta tudo tremendo papai? – perguntou chorosa. – Faz parar.

Meu vampiro a abraçou mais forte e abriu sua mente para mim.

“Bella, acho melhor você ir dar uma olhada na cabine, tem algo errado.”

Assenti e suspirei ao me levantar.

Segui até a cabine me apoiando nas poltronas enquanto tudo tremia. As pessoas me olhavam apavoradas. As máscaras de oxigênio já caíam do teto e eu ouvia choramingos apavorados vindo de todo avião. As aeromoças também não estavam alegres com a situação e pelas suas feições tenho certeza que a turbulência estava muito mais forte do que o normal.

Elas me fitaram com seus olhos arregalados.

- Eu posso ajudar, me deixem falar com o piloto. - disse suavemente tentando acalmá-las com a minha voz.

As mulheres se entreolharam por um momento, mas o avião deu mais um tranco forte fazendo-as se encolher. A que estava próxima do interfone botou um foda-se na hesitação e falou rapidamente.

- A princesa quer falar com o senhor! - então me entregou o aparelho.

Assim que coloquei o aparelho na orelha uma voz jovem soou.

- Entre!

Franzi a testa e o fiz.

- O que está havendo? - perguntei calmamente, o desespero dentro do avião já era grande o suficiente para eu dar uma de histérica.

- Problemas elétricos, estamos sem o controle do avião. - respondeu o jovem co-piloto nervosamente.

O piloto me olhou pedindo ajuda com seus olhos enquanto não parava de tentar falar com a torre de comando.

- Falta muito para chegarmos? - perguntei.

- Seriam mais 20 minutos de viagem.

Assenti. Minha mente voou em mil possibilidades.

- Vou ajudá-los, só me deixem pensar numa maneira segura.

- A senhora poderia sair do avião e carregá-lo? - tentou ajudar o co-piloto.

- Creio que não nessa situação. Estamos em grande altitude e velocidade. Mesmo que eu saia pelos trens de pouso não conseguiria segurar. Além do mais o ar nesta altitude é muito rarefeito.

Eles me olhavam nervosamente. Mas Edward me chamou a atenção abrindo sua mente.

"Telecinese"

- Isso pode funcionar. - murmurei. - "Mas nunca fiz isso com algo nessa velocidade e comigo dentro."

"Faça um escudo em torno, desta maneira comandara apenas a estabilidade e a velocidade talvez não tenha sido atingida pelos problemas elétricos."

"Obrigada Ed"

- Já sei o que fazer. Vou estabilizar o avião ok? Quanto a velocidade é com vocês. - os dois assentiram receosos.

Fechei meus olhos me concentrando. Como uma grande manta, envolvi todo o avião. Deixei bem firme e concentrei minhas forças para estabilizá-lo. Era pesado, ofeguei abrindo meus olhos.

- Deu certo! - comemorou o piloto.

- Sim, veja se consegue controlar a direção? - pedi.

- Não... Estamos indo em linha reta agora.

- Ok... Nunca pilotei um avião então me direcionem, por favor.

Confesso que não foi fácil, principalmente no momento do pouso. Mas as vozes mais calmas me tranqüilizaram o suficiente para que tudo ocorresse bem. Deixei-me escorregar pela porta da cabine respirando pesadamente. Oh Deus! Porque as confusões me perseguem?

- Obrigado. - agradeceram os dois.

Sorri fracamente.

- Sem problemas, só peço que pelo amor de Deus verifiquem melhor os aviões antes que eles saiam do chão. - pedi me levantando.

Os dois assentiram.

Segui até Edward que tinha Nessie dormindo em seu colo.

- Obrigada meu amor. - disse me jogando na poltrona ao seu lado.

Ele sorriu divertido.

- O avião já pousou meu anjo, temos que ir.

- Oh não, eu quero dormir. - choraminguei fazendo-o rir.

Fomos os últimos a sair do avião. E assim que chegamos ao aeroporto sentimos flashes chovendo em nossa direção. Nada muito próximo, mas acabou acordando minha filha.

Ela esfregou os olhinhos sonolenta.

- Bom dia dorminhoca. - brincou Edward sorrindo torto.

Nessie bocejou e se jogou novamente no ombro do pai. Ri do seu jeito e segui com meu vampiro para fora antes que as notícias do ocorrido no avião se espalhassem.

Hospedamos-nos em um hotel 5 estrelas que já estava acostumado com hospedes de outra espécie, então não tivemos muitos problemas. Os funcionários estavam bem treinamos e por mais que seus corações batessem acelerados eles não deixavam transparecer em suas expressões. O que era hilário de se ver.

Nosso quarto era conjunto com um outro de solteiro. Foi ali que Edward deixou Nessie dormindo enquanto eu ligava para Rick avisar que já havíamos chego e saber aonde nos encontraríamos.

Ah, então... Tenho uma surpresa para você mais tarde. - dizia ele.

Revirei meus olhos deitando metade do meu corpo na cama, já que eu estava sentada na beirada.

- Porque é que eu não me surpreendo por você ter uma surpresa para mim? - perguntei retoricamente fazendo-o rir.

Era tão tipicamente a cara dele essas merdas.

- Só espero que não seja um palco cheio de gente para eu improvisar. - engasguei na última palavra, pois senti meus sapatos sendo retirados e meus pés beijados sensualmente por um vampiro, que diga-se de passagem, é meu marido.

Er, não vai estar lotado. - disse meu amigo sem graça do outro lado da linha.

Suspirei. Mas não era de chateação... Estava difícil prestar atenção ao telefone quando Edward vinha serpenteando pelas minhas pernas até estar sobre mim.

Na verdade são duas surpresas...

- Não diga... - meus olhos estavam em Edward que estava de joelhos sobre a cama e eu estava entre suas cochas.

Você não vai ligar para uma delas, mas acredito que seu marido não vá gostar da outra. - Edward ergueu uma sobrancelha.

- Não se preocupe com isso. - meu vampiro sorriu zombeteiro e deslizou um dedo pelos botões de meu casaco.

Ótimo então! Nós nos encontramos ainda hoje na... - meus ouvidos simplesmente não captavam nada mais além do meu coração que batia forte em meu peito.

Os dedos gelados de Edward arrepiavam a minha pele enquanto ele deslizava o casaco pelos meus braços. Ergui um pouco do meu corpo para facilitar o possesso. Aproveitando a posição Edward livrou-se de minha blusa. Meu corpo voltou a se chocar contra o colchão.

Meu vampiro sorriu e se aproximou de meu pescoço soltando sua respiração gelada em minha pele. Segurei um gemido quando seus lábios começaram a traçar um caminho pela minha pele. Seus beijos foram percorrendo pelo meu pescoço, peito, descendo entre meus seios, minha barriga, circulando meu umbigo...

- Deus! - ofeguei quando ele mordeu o cós de minha calça e o ergueu um pouco.

Seu sorriso era de pura malicia quando ele puxou um pouco mais forte soltando o botão, meus olhos já estavam revirando quando ele parou.

Olhei com cara feia e ele riu baixinho mandando um olhar significativo para uma de minhas mãos jogadas na cama.

Er... Isa, o que você está fazendo? - o calor em meu rosto ficou imensamente maior quando percebi que eu não havia desligado o telefone.

Limpei minha garganta levando o aparelho até a orelha.

- Er... Eu tropecei na cama... Depois nos falamos Rick... Tchau! - apertei o botão para desligar e joguei o celular longe.

Ignorei completamente o sorriso divertido de meu marido e levantei metade do meu corpo para puxá-lo para um beijo. Nossas línguas se embolando em uma batalhe que dificilmente teria um vencedor.

[...]


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Notas finais do capítulo

Ainda não acabou... *correndo postar continuação*



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