A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 51
Capítulo 5 - Faça o que quiser, eu não desisto!


Notas iniciais do capítulo

Oláaa :D
Gente estou pensando em mudar as postagens de segunda para domingo ok?

Bem... Acho que vocês vão gostar do cap, tem um POV de alguém que vocês estão doidinhos de saudades ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/105240/chapter/51

Capítulo 5 – Faça o que quiser, eu não desisto!

POV Bella

Passei como um borrão indo direto para a floresta, se meu irmão está aqui é por que algo ruim estava prestes a acontecer. Olhei rapidamente para praça e eu vi Bruna se contorcer, eu tenho certeza que ela está louca para vir ajudar, mas por mais boa vontade que ela tenha minha sobrinha não tem preparo para uma luta de verdade. Mesmo que ela saiba tudo sobre lutas ela nunca lutou contra alguém realmente e sua falta de experiência poderia ser sua ruína.

Concentrei-me nas batidas no chão de um vampiro correndo, de acordo com o som ele estava indo para o oeste... Então se eu correr um pouquinho mais rápido por aqui...

POV Bernardo

Isso foi tão estranho... Eu estava em um sonho, algo diferente que me fez perder completamente a noção de espaço e tempo. Simplesmente não enxergava mais nada a minha volta como se algo me prendesse em um ponto fixo... Como se aquela árvore a minha frente fosse a coisa mais interessante do mundo. Como se eu estivesse dormindo, sonhando, sem nenhum controle sob meus sonhos e isso estava começando a me assustar.

Mas antes que eu entrasse em desespero senti mãos gentis em meu rosto, mãos frias e macias e então imagens começaram a aparecer. O lugar estava escuro, apenas iluminado com uma leve luz azul, percebi que era um quarto de criança e agora eu também escutava um choro abafado, logo uma sombra pelo quarto escuro passou como um borrão e pegou o bebezinho no colo.

- Shihh... Meu anjinho foi só um pesadelo. – disse a voz grave suavemente e então começou a cantarolar uma melodia baixa, mas que senti acalmar meu espírito.

A canção era tão suave e bonita, me fez sentir certa nostalgia. A menininha colocou suas mãozinhas no rosto do homem, ela ainda fungava quando ele disse.

- Não chore meu amor, papai estará sempre com você bem aqui. – ele pôs sua mão no peito da criança. – Sabe por quê? Porque eu e sua mãe te amamos mais do que tudo e isso ninguém pode tirar de nós Nessie.

- Edward? – uma voz soou e eu reconheci na hora, aquela voz era da professora Cullen.

E foi neste momento que a imagem se dissipou dando lugar há um rostinho infantil lindo com olhinhos verdes que transmitiam tanta pureza e inocência que eu não pude deixar de sorrir. Nessie realmente era um anjinho.

Apesar de não entender o que foram essas imagens eu suspeitava, ou melhor, tinha certeza de quem eram seus personagens. Todos me perguntavam o que tinha acontecido e eu respondia que não sabia. E isso era a mais pura verdade, eu realmente estava me sentindo atônito com tudo o que acabou de acontecer.

Um grande estrondo na floresta me tirou de meus devaneios.

- O que foi isso? – perguntou Maggie assustada olhando para a floresta.

Todos olhavam para lá paralisados, exceto uma pessoa. Bruna. Ela segurava suas mãos em punho e percebi que ela estava inquieta. Ela virou o rosto para me olhar, minha amiga tinha olhos ansiosos, mas antes que eu pudesse perguntar o porquê à pequena que antes estava em meus braços foi até a prima.

- Mamãe pediu para você ficar aqui. – disse ela baixinho.

- Eu sei Ness, mas eu preciso...

- Por favor, não me deixa sozinha. – pediu com a voz de choro e isso quebrou completamente a expressão de Bruna que a pegou no colo imediatamente a abraçando firme.

Bruna sentou-se ao meu lado com Nessie em seu colo. Ela ergueu as mãozinhas colocando-as no rosto da prima que logo perdeu completamente o brilho nos olhos e sua expressão tornou-se vazia.

Eu olhava embasbacado a cena, sentia meus olhos arregalados para elas. De repente o brilho voltou aos olhos de Bruna que suspirou abraçando a pequena e então olhou para mim com uma expressão torturada, minha língua coçou para enchê-la de perguntas.

- Por favor, eu não quero mentir para você então não me faça perguntas por enquanto... Nessie é uma criança muito especial... Eu sei que está curioso, mas eu só posso falar isso. – sussurrou ela e eu assenti, por alguma razão senti que tinha que guardar esse segredo.

POV Daniel

Corri o mais rápido que pude, a dor já havia passado e eu já podia me movimentar sem contratempos. As árvores passavam como borrões a minha volta até que finalmente parei. Olhei com a boca levemente aberta para a cena.

O vampiro estava parado em meio a uma clareira com os braços erguidos, a sua frente minha irmã estava com seu arco e flecha de fogo apontado para ele. O olhar de Bella era serio, como se ela fosse prendê-lo apenas com o olhar.

Ela desviou seus olhos azuis para mim e me mandou um sorriso zombeteiro.

- Está perdendo o jeito maninho. – disse ela e eu fiz uma careta.

- Tem certeza? Acho que quem perdeu o jeito foi você maninha. – falei sorrindo e cruzando os braços, lancei meu olhar para o vampiro que fugia.

Bella tinha um olhar confuso, mas assim que seguiu meu olhar revirou os olhos correndo em uma velocidade incrível ficando a frente do vampiro e o jogando contra uma árvore que caiu com um grande estrondo.

- Pensa que vai aonde? – perguntou ela de cenho fechado.

A resposta foi um grande rugido, isso eu já suspeitava. O vampiro já estava totalmente sem vontade própria, tudo o que emanava dele era ruim, o que significava que claramente ele estava sendo controlado por alguém. Infelizmente não existia solução e tínhamos que acabar com ele.

Ele correu contra Bella e nisso ela soltou sua flecha e mais uma vez minha irmã me surpreendeu. O que antes era fogo virou gelo em pleno vôo cravando o vampiro contra uma das árvores, olhei sem entender para ela que mantinha a expressão seria.

- Por que não terminou com isso de uma vez? Bella ele não tem mais nenhuma chance de voltar a ser o que era... O corpo é apenas um corpo, sua alma foi corrompida. – expliquei, mas ela nem sequer olhou na minha cara.

- Eu sei disso, mas preciso fazer algumas perguntas. – respondeu caminhando até o vampiro.

POV Bella

Eu realmente estava cansada de tantas perguntas sem respostas e agora esse vampiro é minha melhor oportunidade de descobrir uma pista sobre Edward.

- Qual é o seu nome? – perguntei, em minha voz a autoridade de alguém da realeza.

Meu irmão apenas me observava seus olhos preocupados... Ele sabia onde eu queria chegar.

- Riley. – respondeu automaticamente sua expressão vazia e ele não me olhava nos olhos.

- E o que faz por aqui Riley?

- Vim pegar a princesa. – respondeu com um sorriso psicótico nos lábios. Dan rosnou com sua declaração.

- Seu... – esbravejou ele para bater no vampiro.

- Calma Dan. – pedi pondo uma mão em seu peito, meu irmão rosnou mais uma vez e fixou seu olhar em Riley.

- E quem lhe mandou? – perguntei e finalmente ele olhou em meus olhos, confesso que um arrepio subiu pela minha espinha.

- Sabe esta resposta, então por que a pergunta?

- Victória? – o sorriso de Riley aumentou com a minha suposição.

Era óbvio que eu sabia quem havia mandado um vampiro para acabar com minha sobrinha. Algo tão baixo só poderia vir daquela vampira.

- Onde ela está?

- Acha mesmo que eu vou lhe responder isso?

- Não sei, por que você não me diz?

Riley gargalhou alto, estreitei meus olhos.

- Não vou traí-la por causa de uma garotinha metida a princesa como você. – respondeu e eu revirei meus olhos.

- Vocês não trocam o disco não? Sempre o mesmo papinho sem fundamento! Já disse que pouco me importo se vocês acham que eu sou ou não princesa! Isso não importa! Agora me diga onde está Victória? – perguntei me estressando e deixando minha flecha na mira do seu peito.

- Sinceramente... Eu vou ser morto de qualquer forma, se eu ficar vivo e Victória souber que eu disse onde é seu esconderijo ela me matará da pior maneira que existe e se eu não contar para você irá me matar também... Acho que escolho ser morto por você que será rápido e sem dor. – disse ele divagando.

Eu não via em seus olhos vida, eu não via nada... Era apenas um boneco sendo manipulado... Mente e corpo sob o controle daquela vampira vingativa.

- Que seja feita a sua vontade. – disse com olhos fechados e soltei a flecha.

Riley virou cinzas e a única coisa de concreto que sobrou foi a flecha de gelo que o prendera pela barriga na árvore.

Em minha mente cenas passadas vieram a tona e eu fechei os olhos tentando manter a dor em meu peito quietinha.

- Você está bem? – perguntou meu irmão segurando meus ombros.

Engoli em seco e abri meus olhos para encontras as íris verdes de Dan me encarando. Sorri tentando passar tranqüilidade e disse.

- Estou bem. – minha voz saiu mais esganiçada do que eu queria e meu irmão me puxou em um abraço forte.

- Não sei como acreditam quando você diz que tem vinte e poucos anos... Bella você é uma péssima mentirosa. – disse ele afagando meus cabelos.

Fiquei em silencio apenas sentindo os carinhos do meu irmão.

- Sentimos falta de vocês conosco Dan. – murmurei.

POV Dan

Suspirei.

- Eu também maninha, mas você sabe que nós ainda não podemos morar em apenas um lugar, a nossa vida e a de vocês viraria um inferno, sabe disso.

- Uhum... Vem vamos voltar para a cidade, não sou a única a sentir sua falta, Bruna sonha todos os dias com vocês... Não deviam ficar tanto tempo sem nos visitar. – disse ela se afastando do meu abraço e me olhando com uma cara esquisita de quem quer erguer uma sobrancelha.

Fiz uma careta para ela que sorriu levemente.

- Prometo vir mais vezes, ainda mais depois de hoje, não quero mais vocês sozinhas por aqui... Nem sempre Nati conseguirá prever um ataque.

- Nati teve uma previsão?

- Sim, e nela Bruna se machucava e você se expunha... – respondi e ela me olhou surpresa, logo adivinhei o porquê. – Pois é as visões dela são mais parecidas com as de Alice... É possível impedir. – Bella sorriu de uma maneira aliviada.

- Isso é bom, é triste e totalmente desesperador saber que não podemos mudar o futuro...

Começamos a andar pela floresta voltando para a praça, percebi que o céu já escurecia. Fomos conversando sobre as novidades. Contei como andava as conversas, as entrevistas e tudo pelo que lutávamos pelo nosso povo, mas sempre parecia que algo faltava para que todos acreditassem em nossas palavras. Bella contou-me que acabara de descobrir quem o tal Bernardo era e me deixou de boca aberta.

- Ele é neto de Edward. – o modo como minha irmã disse essa frase foi tão natural que me assustou.

- E não era para você estar xingando-o por ele nunca ter contado que teve um filho ou então com raiva, ou triste e até mesmo batendo na mulher?[N/A: Homenagem a todos que querem bater na biscateira duma figa] – perguntei embasbacado, qualquer dessas reações seria normal... Mas eu havia me esquecido que Bella não é normal.

- E por que eu faria isso? Edward não sabia que tinha um filho e muito menos sabia quem eu era quando o fez... Não posso cobrar sobre um passado do qual eu não participei, pelo menos não fisicamente...

Realmente Bella tinha um coração enorme para pensar desta maneira, se fosse comigo eu estaria arrancando meus cabelos...

- Sabe... Eu acho que Bruna precisa aprender a lutar de verdade. – começou ela.

- Bruna sabe lutar. – rebati já não gostando da idéia.

- Há claro... A visão de Nati foi por causa da insolação. – disse sarcástica e eu fiz uma careta em resposta. – Dan... Eu sei que você não suporta a idéia de vê-la em uma batalha, mas eu preciso interceder por ela agora assim como você intercedeu por mim convencendo o papai a me ensinar a lutar... Por causa disso eu escapei muitas vezes de belas enrascadas... Não cometa o erro de achar que ela nunca precisará lutar, não queira protegê-la tanto, pois uma hora ela não estará mais de baixo de suas asas.

Só Deus sabia o quanto eu concordava com suas palavras, mas meu coração se apertava em pensar na minha menininha lutando contra um brutamonte.

- Ensine-a. – murmurei e minha irmã sorriu docemente e por um breve momento não tive preocupações.

- Espere por aqui vou dizer a ela que te encontre ok? – perguntou carinhosamente e eu assenti.

Abracei-a de forma afetuosa e beijei-lhe a testa.

- Fique bem ok? – Bella suspirou e correu em direção à praça.

POV Bruna

Fiquei em silencio com Ness no colo, eu realmente não queria mentir para ele. Bernardo se tornou uma pessoa muito especial em minha vida. Um amigo difícil de encontrar por aí.

Sentia seus olhos me observando, mas não tive coragem de fitar seu rosto. Nossos amigos ainda estavam observando a floresta e procuravam por alguma coisa por lá.

- Eu não gostei nada disso, vou para casa. – murmurou Maggie com a voz entrecortada.

- Fica assim não gatinha, eu te levo. – falou Nicholas passando um dos braços sobre ela, após acenarem eles foram para a direção da casa de Maggie.

Depois disso não demorou muito para os outros terem a mesma idéia.

- Vamos também, sua tia deve estar lá em casa. – disse Bernardo se levantando, porém acho que ele não conseguiu firmar as pernas.

Levantei rapidamente dando apoio e Denis me ajudou segurando-o do outro lado.

- Cara o que você tem? – perguntou preocupado.

- Eu... Só fiquei tonto quando eu levantei. – respondeu confuso.

- É melhor a gente te levar até em casa, você precisa descansar. – disse preocupada. – Ness segura na barra da minha blusa.

- Não precisa eu já estou melhor. – afirmou Bernardo saindo de nossa ajuda.

- Hey! – disse minha tia do outro lado da rua e a atravessou correndo até nós.

Pelo o que eu vejo ela já havia resolvido o caso junto com seja lá quem for que tenha puxado o vampiro para a floresta.

- Oi mamãe! – exclamou Nessie se jogando nos braços de tia Bella.

- Oi meu amor! – respondeu tia Bella sorrindo para sua filha e depois voltou seu olhar para Bernardo.

Seu semblante era serio e preocupado, ela se aproximou e pôs uma mão na testa de meu amigo.

- É melhor descansar Bernardo você não me parece bem.

- Estou bem... – murmurou emburrado e minha tia revirou os olhos.

- Vim chamá-los para jantar, Katharine preparou uma canja e nos convidou para ficar.

- Oh cara a canja da vó do Ber! Mano acho que vou jantar na sua casa hoje! – exclamou Denis lambendo os lábios.

- Como se você nunca jantasse lá. – comentou Bernardo revirando os olhos e nós rimos.

Caminhamos conversando besteiras até a casa de meu amigo, minha tia cochichou para que somente eu ouvisse.

- Seu pai está te esperando na floresta. – não pude evitar um sorriso e então disse rapidamente.

- Ai! Esqueci minha bolsa lá na praça! Já volto. – não dei brecha para ninguém falar nada, simplesmente corri me contendo para não exagerar na velocidade.

O céu já estava escuro e uma sombra estava encostada a uma das árvores da praça. Olhei rapidamente para os lados para ter certeza que ninguém me observava e então corri pulando nos braços de meu pai.

- Pai!

- Oh minha pequena, como você está?

- Com saudades!

- Eu também...

POV Dan

Como era bom abraçar minha filha, ainda mais depois daquela visão. Segurei-a firme em meus braços matando toda a saudade que eu estava sentindo.

- Então foi você que puxou o vampiro? – não foi bem uma pergunta, coloquei-a no chão e segurei seu rosto para que ela observasse a seriedade de minhas palavras.

- Sua mãe teve essa visão com o vampiro e envolvia você e sua tia... Por favor, não cometa a loucura tentar fazer algo sozinha. – pedi, mas minha voz soou como uma súplica.

Bruna franziu a testa e perguntou inocentemente, mas fez com que eu ficasse sem fala por alguns segundos.

- Mas pai esse não é o nosso dever? Proteger...

Respirei fundo pensando em um modo de respondê-la, pois sim esse era o nosso dever, mas como explicar a ela que eu não queria ver minha filhinha em perigo?

- Sim Bruna, mas... – ela foi mais rápida e fechou a cara.

- Eu não acredito que você está de novo com a história de super proteção! – sorri sem graça em quanto ela bufava. – Não pode me proteger para sempre pai. – murmurou cansada.

- Eu sempre vou fazer de tudo para proteger minha família e você está sempre em primeiro lugar minha filha.

- Eu sei, mas precisa me deixar andar com as minhas próprias pernas acho que já sou adulta suficiente não acha? – não pude evitar sorrir.

- Você é ainda uma criança.

- Eu já tenho 16 anos!

- Ou seja, criança. – ela bufou e cruzou os braços no peito deixando um enorme bico a mostra.

Como não rir de uma cena desta? Por que é tão difícil os filhos entenderem que para nós pais eles sempre serão aqueles bebezinhos que segurávamos com o maior cuidado nos braços?

- Meu amor eu tenho mais de sete mil anos e você apenas dezesseis... Se compararmos as idades você é praticamente uma recém nascida. - disse sorrindo e ela revirou os olhos.

- Não importa quantos anos eu tenha, o senhor sempre me tratará como criança!

- Exatamente! – ela bufou mais uma vez.

- Isso é tão injusto! Eu queria ajudar você e a mamãe, mas pelo jeito eu nunca vou poder.

Er, quando entramos nesse assunto?

- Já conversamos sobre isso Bruna... Eu quero que você tenha uma vida normal, pelo menos na sua infância. – disse em tom serio.

POV Bruna

A vida é tão injusta! Como alguém como eu pode ter uma vida normal? Hellow! Eu tenho asas! Alguém normal por um acaso tem asas?!

- Não fique brava comigo, quando ficar mais velha vai entender. – disse papai me abraçando e eu retribui, minha revolta era muito menor que minha saudade.

Ficamos alguns minutos em silencio apenas abraçados até que eu acabei com o silencio.

- Hun... Pai, então você pode assinar uma autorização para o colégio? – perguntei como quem não quer nada, mas eu já devia saber que meu pai me conhece tão bem quanto a palma de sua mão.

- Autorização para?

- Para o teste de... Líder de torcida. – disse rapidamente e preparando os ouvidos para o sermão já que meu pai se afogou com a saliva e me olhou com os olhos esbugalhados.

- Para o que?! – sua voz saiu esganiçada.

- Para o teste de líder de torcida, será semana que vem e é preciso da autorização dos pais...

- Nem pensar. – disse ele com a cara fechada.

- Mas pai...

- Sem mais já disse que não.

- Por que não? – fiz cara de cão sem dono e ele me olhou como se eu fosse alguma retardada.

- Você usando aquelas micro-saias? Com os garotos todos babando em você? Na minha filhinha?! Mas nem fodendo! – disse irado.

- Pai! – disse espantada pelas suas palavras sem nenhuma delicadeza.

O olhei com os olhos arregalados.

- O que?! Estou dizendo a mais pura verdade!

- Inacreditável! Há cinco minutos o senhor me diz que quer que eu seja apenas uma garota normal, mas quando eu digo que quero ser líder de torcida assim como minhas amigas normais o senhor nega! – disse exasperada.

Papai me olhava com o cenho fechado.

- Por que líder de torcida? Você sempre gostou da área das artes... Desenho, pintura, música... Por que não volta a tocar piano? Por que tem que ser justo algo que exponha o seu corpo?

- Por Deus pai! Não é como se eu estivesse perguntando a você se posso posar nua para a play boy! Estou falando de ser líder de torcida, algo que a maioria das garotas da minha idade quer e gosta de fazer! Que mal há nisso? Além do mais desenhar e pintar são coisas pessoais, gosto de fazer isso para a família e amigos, não tenho vontade de expor isso para o mundo. – disse erguendo uma sobrancelha. – E quanto ao piano não tenho coragem de tocar na presença da titia, não sei se isso faria bem a ela. – murmurei tristemente.

POV Dan

Discutir com alguém da realeza é horrível, pois os argumentos são infinitos e a capacidade de dialogo é superior naturalmente... É como se estivesse no sangue. E não é a toa que Bruna é tão boa em fazer discursos, ela tinha um dom para isso. Sua sinceridade é tão forte que seus argumentos são bons... Mas eu tenho vários milênios de experiência a mais do que ela e eu não vou a deixar vencer está discução, mas nunca que eu irei deixar que ela use aquelas saias que mais parecem cintos!

Ela foi bem experta em argumentar sobre o piano por último, isso realmente amoleceu meu coração.

- Talvez você tenha razão quanto ao piano... É melhor eu ir agora, quando saí de lá sua mãe não estava passando muito bem, em breve venho visitá-las e então continuaremos esse assunto.

- O que a mamãe tem? – perguntou, sua expressão mudando para uma altamente preocupada.

- Não se preocupe, ela ficará bem... Parece que a visão retirou muita energia dela e juntou com o nervosismo... – expliquei suspirando.

- Por que mamãe ficou tão nervosa? – perguntou em um sussurro.

- Pelo mesmo motivo de que sua tia vai ensiná-la a lutar.

- Mas eu sei lutar...

- Por Deus Bruna! Por que tem que discordar de tudo o que eu falo? – perguntei bagunçando meus cabelos e ela riu nervosamente.

- Desculpe é automático. – disse envergonhada.

Suspirei a puxando em mais um abraço e beijei sua testa.

- Fique bem, prometo não ficar tanto tempo sem vir visitá-la.

- Eu te amo pai.

- Eu também meu amor.

POV Bruna

Papai se distanciou andando para o centro da praça. Observei suas asas aparecerem e ele voar para Nova Iorque novamente. Particularmente eu achava algo muito bonito de se ver... Digo, voar é algo natural para minha espécie nós já estávamos acostumados a ver uns os outros voando pelo céu, mas quando as asas materializam em nossas costas é muito bonito de se ver.

Uma espécie de luz branca brilha em uma linha horizontal a nossas costas, a linha vai se alargando e depois a mesma luz vai enfraquecendo voltando ao centro deixando à mostra as asas brancas. Tudo isso acontecia em milésimos de segundo, para os olhos humanos é apenas um clarão rápido e asas “de anjo” aparecem.

E quando elas desaparecem o processo é quase igual, as asas brilham virando apenas um clarão branco e de fora para dentro a luz desaparece juntamente com as asas. [N/A: Como a Juuh Cullen me perguntou e eu prometi esclarecer, aí está como as asas aparecem e desaparecem x)]

Adoro pintar sobre isso, meu ultimo quadro eu fiz o papai de costas, um clarão em suas costas e seu rosto de perfil como se estivesse olhando para trás. Minha mãe adorou.

Parei de viajar em meus pensamentos e corri para a casa de Bernardo, eu já estava há uns dez minutos fora eles provavelmente estavam preocupados... Peguei o celular na mão a fim de contar qualquer desculpa.

POV Bella

- Não comentem que eu passei mal perto da minha avó, não quero que ela se preocupe. – pediu Bernardo com as mãos no bolso olhando para baixo antes de chegarmos à entrada da sua casa.

- Fica tranqüilo eu sou um tumulo, promessa de escoteiro! – disse Denis batendo continência e nesse exato momento eu me lembrei do Emm, que saudades eu estava daquele grandão!

- Meu, se mata depois dessa. – respondeu Bernardo revirando os olhos e eu ri deles fazendo negativo com a cabeça.

Assim que meu enteado-neto, chamá-lo assim é tão estranho, abriu a porta para nós eu entrei primeiro com Ness no colo e no caminho disse a ele.

- Sua avó é mais forte do que pensa. – ele me olhou estranho, mas eu ignorei voltando meu olhar para Kathy que estava com sua feição aflita.

Sorri tranqüilizando-a e ela suspirou aliviada.

- Desculpe pela demora, o papo estava bom na praça. – disse piscando de um olho só em quanto Ness brincava com a ponta de meu rabo de cavalo.

- Sem problemas Bella. – sorriu Kathy indo abraçar o neto.

- Oi vó. – murmurou ele abraçando-a e depois beijando o topo de sua cabeça e então foi se jogar no sofá. Bernardo estava meio pálido e aposto que Katharine percebeu.

- Como está a minha futura esposa? – perguntou Denis abraçando Kathy a tirando do chão, impossível não rir.

- Quer parar de dar em cima da minha avó, ela é uma senhora de respeito! – disse Bernardo com falsa braveza.

- A cara, você sabe né? Vovó Katharine me conquistou pelo estomago! – nós rimos mais uma vez.

- Está faltando uma não é? – perguntou minha amiga confusa.

- A Bru esqueceu a bolsa na praça... Aquela lá só não perde a cabeça por que está grudada! – disse Nessie descendo do meu colo e sorrindo largamente quando viu a todos rir.

Eu, minha pequena e Kathy fomos para a cozinha ajeitar a mesa em quanto os garotos se esparramavam no sofá vendo o final de um jogo de basquete que passava na TV. Assim que chagamos ao cômodo, pus Ness sentadinha em cima da bancada e pedi.

- Nessie, mostra para a mamãe o que aconteceu antes de eu chegar. – ela assentiu colocando as mãozinhas em minhas bochechas.

Fechei meus olhos e as imagens foram passando rapidamente, mostrando tudo o que havia acontecido. Depois que ela terminou eu suspirei e sorri olhando para aqueles olhinhos verdes como esmeraldas.

- Obrigada meu amor. – ela sorriu largo.

Voltei meu olhar para o armário para pegar os pratos e só agora percebi que Kathy nos olhava sem entender muita coisa, eu sorri e expliquei.

- Esqueci de te dizer, Nessie é capaz de transmitir imagens com o tato. – ela não disse nada, ainda me olhava sem entender. – Venha cá... Ness pode mostrar algo para Kathy?

- O que a senhora quer ver? – perguntou ela assim que Kathy ficou perto o suficiente.

- O que quiser mostrar querida. – respondeu sorrindo amorosamente. Minha filha retribuiu o sorriso e então encostou as mãozinhas no rosto de minha amiga.

Em quanto Kathy sorria com as imagens aproveitei para agilizar o processo com os pratos e talheres. Usei a mente para locomovê-los até a mesa. Se um dos garotos entrasse agora na cozinha veria utensílios voando de um lado para o outro, mas esse perigo não existia já que eu escutava claramente eles discutindo sobre uma jogada de basquete.

Apurei mais meus ouvidos e escutei Bruna se aproximando e batendo na porta.

- Nossa você demorou. – disse Bernardo em tom brincalhão, eu podia imaginar o sorriso sem graça de minha sobrinha.

- Er, estava falando com meu pai. – respondeu ela... Mente tão bem quanto eu...

- Chega mais Brubs, está passando um jogo muito bom. – chamou Denis animado.

- Brubs? – perguntaram Bruna e Bernardo juntos.

- Você acaba de ser apelidada! – respondeu ele normalmente.

- Eu acho que ele tem algum problema na cabeça. – cochichou Bernardo.

- Eu tenho certeza. – cochichou Bruna novamente e então riram.

Escutei o som de algo voando e imagino ser uma almofada.

- Deixem de ser chatos vocês! – reclamou Denis e então os três gargalharam.

Sorri para mim mesma, era bom ver que Bruna estava fazendo amizades e se divertindo. Às vezes achava-a tão triste e solitária, ainda mais por esses meses que estamos morando só nós três. Duas gargalhadas doces me tiraram de meus devaneios. Voltei meu olhar para bancada constatando duas almas brilhantes de felicidade.

- Que dom divino criança! – exclamou Kathy contente e Nessie riu mais uma vez.

Sorri, pela primeira vez em muito tempo, verdadeiramente. A gargalhada de minha filha alegrou meu coração e durante alguns segundos senti meus ombros leves. Senti em meu rosto pela primeira vez que não existiam vestígios de tristeza e isso me deixou um pouco atordoada e sinceramente desesperada.

- Bom, parece que sua mãe já agilizou o processo. – comentou Katharine colocando Nessie no chão. – Por que não chama os garotos para jantar? – sugeriu e minha filha sorriu assentindo e seguiu correndo até a sala.

Senti uma mão encostar-se a meu ombro e olhos azuis me fitarem com cautela.

- Você está bem? – soltei o ar com a pergunta e assenti tentando sorrir.

- Estou bem. – espero que Deus um dia me perdoe por mentir tantas vezes a respeito disso.

[...]

Eu e Bruna olhávamos embasbacadas para a cena. Nessie tomava a canja com vontade, como se estivesse com fome. Não reclamou da comida e nem enganou tomando apenas duas colheradas como sempre fazia.

- Ok, agora a senhorita pode me explicar por que não come assim em casa? – perguntei e ela me olhou sapeca.

- Essa comida está muito boa mamãe. – respondeu colocando mais uma colher na boca.

- Traduzindo: Você cozinha muito, mas muito mal mesmo mamãe. – disse Bruna rindo e os outros a acompanharam em quanto eu fazia uma careta de falsa ofendida.

- Ora! Não seja injusta, Nessie nunca foi muito fã de alimentação adequada. – disse fazendo bico e todos riram novamente.

- Não é verdade mamãe, eu gosto da comida da vovó Esme... Do vovô Charlie... Da tia Rose... E do papai principalmente! – exclamou ela sorrindo largo não me deixando escolha a não ser retribuir.

- Não acredito! Edward cozinhando? Isso é difícil de imaginar. – disse Kathy rindo.

- Isso é tão injusto, em quanto eu me esforço para tentar aprender a fazer um prato simples ele faz pratos deliciosos apenas de assistir programas culinários. – reclamei fazendo careta em quanto Kathy e Nessie riam de mim.

POV Bruna

Alguém pode pelo amor de Deus me explicar que porra está acontecendo aqui? Elas falavam do tio Ed tão naturalmente, como se ele estivesse na casa de um amigo assistindo a um jogo de futebol e mais tarde viria nos buscar... Como se ele ainda estivesse entre nós! Coisa que ele não está! Por que é tão difícil tia Bella aceitar que ele não voltará mais? Por que ela insiste nesta fé sem fundamento, apenas aguardando o momento do retorno de seu marido morto que não voltará?!

Eu sei, talvez seja frieza da minha parte pensar desse jeito, mas eu não entendo como tia Bella pode acreditar tão fielmente nessa fantasia e o pior é que ela leva Ness junto... Tenho medo do que acontecerá com a pequena quando ela perceber que o pai não voltará mais.

Outra coisa que eu não estou entendendo é como que a avó de Bernardo sabe tanto sobre o tio Ed! Porque ninguém nunca me fala porra nenhuma?!

- Que cara é essa Brubs? – perguntou Denis me tirando de meus devaneios.

- Oi? – perguntei distraída.

- Você está com uma cara de... Vou te matar no final do jantar. – explicou Bernardo rindo.

- Er... – fiquei vermelha, mas então me lembrei de outra coisa que estava me deixando “P” da vida. – Meu pai deu um verdadeiro piti quando eu falei de fazer o teste para líder de torcida. – disse emburrada e minha tia se afogou com o suco.

- Perguntou na lata para ele? – perguntou ela segurando o riso.

- Perguntei. – disse inocente e ela riu.

- Essa eu queria ter visto... Aposto que Dan disse um sonoro não. – sorriu ela.

- Na verdade ele disse um sonoro, desculpe a palavra Katharine, nem fodendo. – disse emburrada e meus amigos gargalharam.

Denis estava quase chorando de rir.

- Meu, seu pai é uma figura! – disse ele entre risos.

- Não é a toa Bruna, seu pai é o ser mais ciumento que eu conheço! Você ter pedido para ser líder de torcida foi o mesmo que na cabeça enciumada de meu irmão pedir para posar nua. – disse tia Bella e eu sorri orgulhosa de mim mesma.

- Foi exatamente esse argumento que usei. – todos me olharam confusos. – Disse que não era como se eu tivesse pedindo para posar nua na play boy e sim apenas algo inocente como ser líder de torcida. – eles riram mais uma vez. – Tia bem que você podia assinar minha autorização né? – fiz cara de cão sem dono.

- Nem venha com essa cara pequena, se você realmente disse isso ao seu pai ele deve estar louco, ainda mais que seu argumento deve ter deixado-o sem fala. – sorri confirmando. – Pois é, não estou a fim de brigar com meu irmão.

- Isso é tão injusto... Papai nunca foi tão ciumento com você nem com a mamãe! Por que ele é assim comigo? – murmurei fazendo um bico imenso, os garotos choravam de rir de mim e Kathy sorria amigavelmente.

- Nunca? Por um acaso você não lembra quando seu pai te mandando sentar entre eu e Edward quando estávamos no sofá? Ou de quando ele nos separava cada vez que chegávamos perto, ou então quando ele fazia terrorismo com meu namorado dizendo que se ele ultrapassasse a barreira iria rolar um Fight? – perguntou ela tentando erguer uma sobrancelha para mim que já não pude conter meu riso, os garotos gargalhavam.

Eu realmente me lembrava de como papai era chato com tia Bella em relação ao namoro.

- Verdade. Acho que vocês levaram quase dois meses para poder ficar de mãos dadas na frente do papai. – completei rindo.

- Cara, tenho pena do seu futuro namorado. – disse Ber rindo junto com Denis.

- Eu também. – murmurei fazendo bico e rindo em seguida.

[...]

Meus olhos estavam prestes a fechar, o filme que passava na TV já não era mais tão interessante. Denis ligara para seus pais avisando que iria dormir hoje na casa de Ber, ele me convidou para fica também, mas minha tia alegou que papai a mataria se ele soubesse que eu dormira na casa de um garoto, mesmo que esse garoto fosse apenas um amigo... E bem, não se pode esconder nada do papai.

Bom, mas agora tia Bella conversava com Katharine na cozinha, eu estava jogada no sofá quase dormindo, Nessie já aproveitava seu sono deitada em minhas pernas. Ber estava jogado no outro lado do sofá, totalmente esparramado, de um jeito hilário, pois seus braços estavam para cima e sua boca aberta em um ronco engraçado, seu pé esquerdo na bochecha de Denis que estava deitado no chão totalmente jogado e roncava igualmente. Eu iria gargalhar se não estivesse prestes a entra no mundo dos sonhos, graças a Deus amanhã é domingo.

POV Bella

- Nossa já está tarde! Preciso ir para casa Kathy. – disse me levantando.

- Não se preocupe com o horário, eu costumo dormir tarde mesmo, além do mais é perigoso andar a essa hora na rua, mesmo nessa cidade pacata. – disse ela séria e eu sorri tranquilamente até que ele deu um leve tapa em sua própria testa. – Ok, esqueça o que eu acabei de falar, aposto que não existe perigo para você.

- Obrigada pela preocupação minha amiga, perigo de ser assaltada ou algo assim realmente não tem, já que hoje eu vou pelo céu. – sorri para ela que assentiu.

Quando chegamos a sala tivemos que conter o riso, pois quatro roncos diferentes ecoavam pelo ambiente.

- Onde está Alice com sua maquina fotográfica nesses momentos! – murmurei fazendo negativo com a cabeça e indo em direção a minha filha e minha sobrinha.

- Bella? – chamou Kathy e eu me virei para escutá-la já que sua voz tornou-se seria.

- O que foi Kathy?

- Eu gostaria de te pedir um favor.

- Claro, se for possível eu farei com o maior prazer. – sorri tranqüilizando-a e então ela pediu olhando em meus olhos.

- Gostaria que me prometesse cuidar de Bernardo quando eu não estiver mais aqui.

- Do que está falando?

- Ora Bella, não sou mais nenhuma mocinha, já vivi de mais sendo uma simples humana, não é qualquer um que chega aos 97 anos. – sorriu alegremente.

Minha testa se enrugou com a naturalidade que ela falava que sua vida estava acabando.

- Não me olhe assim, eu estou feliz, finalmente vou encontrar o meu grande amor onde quer que ele esteja e estou feliz com isso... Não me arrependo das coisas que fiz em minha vida e principalmente não me arrependo de nada que aconteceu comigo e com Edward, pois ele me deu os melhores presentes que eu podia ter...

POV Bernardo

Eu sei que é errado escutar conversas alheias, mas essa conversa estava muito estranha e minha curiosidade me fez fingir estar dormindo.

- Ele me deu Bernardo, que eu amo tanto... – continuou minha avó.

Como assim? Eu fui dado? Que porra está acontecendo?

- E vou ser eternamente grata a ele... Mas eu não viverei para sempre e temo partir antes que Bernardo possa tomar seus próprios caminhos, ele ainda é tão novo, não é justo que fique sozinho no mundo... Talvez por esse motivo eu ainda esteja viva, para encaminhar meu tão amado neto... Mas infelizmente não sou vampira e nem nasci na Lua para ser imortal não é mesmo... Não posso lutar contra o tempo Bella... E eu não vejo pessoa e família melhor do que a sua para cuidar de meu neto... Nessie me mostrou o quão unido são e o quão felizes são quando estão todos reunidos e tenho certeza que são o melhor para ele, vocês têm a força para protegê-lo de qualquer mal e possuem o caráter para ele se espelhar... Por favor, prometa que olhará ele por mim quando eu não estiver mais presente.

Confesso que eu quase abri meus olhos para olhar espantado para minha avó, esse papo estava muito estranho e sinceramente estava me assustando!

- Kathy acalma teu coração, olha eu tenho certeza que ainda viverá muito tempo, és uma mulher forte e de um coração enorme, queria eu encarar a vida como você encara... Não tema pelo seu neto, ele é um garoto de ouro eu vejo isso claramente... E quanto a olhar por ele você nem precisava pedir, ele pode não ter meu sangue, mas tem o sangue de Edward, ele já faz parte da família muito antes de imaginarmos sobre a sua existência... E tenho certeza que todos o receberam com grande alegria, mas sinceramente espero que isso demore a acontecer, pelo menos se a condição for a sua partida... Minha verdadeira vontade é tê-la junto conosco, mas se isso não for possível não se preocupe cuidarei dele como se fosse meu neto de sangue.

- Obrigada.

Então esse tal de Edward é realmente meu parente? Mas como assim eu fui dado por ele? Será que ele é algum tio, ou sei lá, talvez meu... Pai? Deus será que sou adotado?!

POV Bella

Coloquei Bruna em minhas costas e segurei Nessie em meus braços, despedi-me rapidamente de Kathy e voei para casa. Coloquei minha sobrinha na cama e o mesmo fiz com minha filha.

Suspirei indo até a cozinha para beber um copo de água, mas no meio do caminho senti uma pontada no peito. Apertei meus olhos com a dor perfurante. Mas o que mais incomodava não era a dor e sim a angustia que vinha junto.

POV Esme

Ainda era difícil falar sobre Edward sem que todos ficassem mal, principalmente Alice. Ela se sentia a pior pessoa do mundo quando tinha que afirmar que Bella estava errada, que meu filho realmente estava morto.

Juro por Deus que eu realmente gostaria de acreditar em Bella, acreditar que meu filho está vivo, acreditar que ele está em algum lugar precisando de ajuda, mas nunca ninguém apostou contra Alice e existe um motivo para isso... Ela nunca erra.

Por anos e anos ela prevê cada acontecimento, cada escolha, cada decisão e nunca errou nada. A nossa confiança em suas visões se tornou tão grande que nossas mentes não aceitam que ela possa estar errada. Porém meu coração de mãe quer que eu tenha esperança, uma esperança inútil comandada pela saudade. Eu sei que ele não vai voltar, mas não posso impedir minha mente de imaginar ele entrando pela porta aqui de casa e dizendo mal-humorado o quanto Emm só pensa em ursos... Ou compondo mais uma de suas belíssimas músicas inspirado em Bella ou em minha única neta...

Bem, mas agora não tenho somente uma neta, mas tenho também um bisneto... Alice acabara de nos contar sobre a história de Katharine. Quem poderia imaginar que Edward poderia ter tido um filho ainda quando humano? É algo realmente de se pensar.

Essa notícia encheu meu coração de alegria e eu via nos olhos de meus filhos e de Carl que eles sentiam o mesmo que eu. Todos estavam em silêncio, mas em suas mentes eu tinha certeza que rodava diversas informações e confusões... Eu não duvido nada que se Edward estivesse aqui ele bufaria e sairia correr para ficar a sós com seus pensamentos...

Meu filho pode ter ido, mas ele deixou para a nossa alegria duas partes dele. Nessie, minha princesinha que eu estava morta de saudades, a garotinha que conquista a todos com apenas um lindo sorriso gentil. E Bernardo, um garoto que ainda descobriríamos como era, não só a aparência já que Alice nos avisara que a semelhança física com Edward é impressionante, mas conheceríamos seu coração e sendo descendente de meu filho eu tenho certeza que ele é uma linda pessoa.

- Poxa, e eu que achava que meu irmão era gay antes de conhecer Bella... Ele sempre foi um garanhão. – murmurou Emm e nós não pudemos deixar de rir, um riso repleto de saudades subentendido.

Após alguns segundos meu amor nos comunicou.

- Eu consegui uma transferência para o hospital da cidade vizinha a City of the Angels, acho que dentro de algumas semanas já poderemos nos mudar.

- Isso é ótimo, estou morrendo de saudades da minha pimpolha. – disse Rose sorrindo largo assim como todos.

Não podemos mudar o passado, não podemos trazer de volta aqueles que já foram, mas devemos seguir em frente e viver o presente e construir um futuro cada vez melhor, por nós e por aqueles que já foram.

POV Daniel

Já era noite quando eu cheguei à Nova Iorque, antes de seguir para o prédio onde estava Nati, passei em uma vidraçaria e deixei pago um vidro para recolocar na janela que eu quebrei... Er, meu pai sempre me ensinou a pagar as vidraças quebradas... Claro que nem sempre eu as quebrava com o meu corpo, mas geralmente era com bolas de futebol... Aprontei muito quando criança... Pobres senhoras que eu quase matei do coração jogando bolas dentro de suas casas...

Logo cheguei a recepção do prédio, agora todos os jornalistas faziam suas reportagens olhando direto para as câmeras.

“O rei da Lua se jogou pela janela e saiu voando, ainda não se sabe o motivo...”

“A rainha desmaiou, parecia muito debilitada e foi examinada por um de seus súditos... Será que ela está doente?”

“Absurdo! Quem eles pensam que são? Quer dizer que saem quebrando as coisas alheias sem nem se quer se preocupar?!”

“A rainha passou mal e teve um desmaio por volta das 17h00min, segundo fontes, sua pressão baixou e conseqüentemente ficou inconsciente, mas não é possível afirmar já que o rei saiu voando deixando sua esposa a mercê de um de seus súditos...”

“Os lideres políticos não quiseram comentar sobre a reunião com a realeza da lua, ao que tudo indica não conseguiram chegar a um acordo, logo depois a rainha passou mal e o rei saiu em disparada pela janela...”

“Ao que tudo indica a rainha está doente, agora a pergunta que não quer calar: Sua doença pode passar para os humanos?”

Suspirei com alguns absurdos que ouvi e vasculhei rapidamente com o olhar onde estava minha esposa. Alguns jornalistas já me enxergavam e câmeras já me filmavam, uma pequena multidão vinha em minha direção apontando microfones e olhares determinados... Onde foi parar o medo dessa gente?

Entre os segundos que fiquei perdido em devaneios, encontrei Nati sentada em um sofá com os olhos fechados encostada na parede, seu rosto um pouco mais pálido do que o normal e suas mãos em punho sobre os joelhos, seu rosto preocupado e ao mesmo tempo abatido. Senti meu coração apertar, gostaria de ser mais de um para sempre estar com todos que amo.

Neste momento a única coisa que importava para mim era o meu amor ali em minha frente, não pensei duas vezes antes de ir até Nati passando como um borrão entre os humanos, deixando-os com feições embasbacadas.

Ajoelhei-me a frente dela e segurei suas mãos olhando em seu rosto delicado. Minha esposa abriu os olhos demonstrando toda a preocupação que tinha.

- Aquieta teu coração, Bruninha está bem. – disse calmamente e Nati suspirou.

- O que aconteceu? Sua camisa está toda rasgada. – disse ela. Ow, será que foi por isso que os atendentes da vidraçaria me olhavam de forma, er, estranha?

Sorri envergonhado. E lhe expliquei o probleminha com o vampiro que foi resolvido pela minha irmã. Nati assentiu finalmente se tranqüilizando.

- E você como está? – perguntei passando as costas de minha mão em sua bochecha.

- Estou bem... – respondeu em tom monótono e eu ergui uma sobrancelha.

- Bem ela não está, mas com um bom descanso ela ficará. – disse Charlie que estava ao lado em pé conversando com Claire Neveu que agora se tornará uma excelente porta voz da nossa espécie.

Ela ainda continuou sendo repórter e apesar de muito preconceito de algumas pessoas, seu trabalho serio era respeitado pela maioria da população mundial, por ela acabei conhecendo muitos seres da lua, os quais queriam ajudar para uma melhor convivência com a sociedade humana, todos tinham plena consciência de que não valia à pena brigar, de que a vida entre os humanos estava sendo muito mais feliz do que antes, pelo menos para eles... E era incrível a quantidade de pedidos de desculpas que minha irmã recebia.

- Bem se a senhora precisa de descanso vamos para casa. – disse divertido para Nati que assentiu.

- Mas antes precisa dar explicações, já que as especulações estão ficando cada vez mais absurdas. – avisou sorrindo tranquilamente e me dando um selinho suave.

- Eu sei... – murmurei me levantando. – É melhor ficar aqui, não sei se com a quantidade de flashes você não passará mal novamente. – ela revirou os olhos, mas ficou.

Claire sentou ao seu lado e começaram a conversar amenidades. Segui para os jornalistas andando calmamente. Charlie me seguiu e antes que chegasse ao meu destino, meu pai me parou e me perguntou com o semblante preocupado.

- Como está Bella? – sua voz era torturada, eu não era o único a sofrer com a distância de minha irmã, ela sempre foi como uma filha para Charlie assim como eu sou um filho para ele, e ele sofre por imaginar a tristeza de minha irmã.

Suspirei pesadamente, não era possível mentir para meu pai, nem mesmo que fosse com o intuito de deixá-lo calmo, além disso, a situação não era para ser tratada como um exagero e sim com muita preocupação...

- Ela está visivelmente pior... – murmurei. – Por mais que tente não transparecer, ela está mal, e sinceramente eu estou muito preocupado com que ela possa fazer quando não agüentar mais... Você sabe que uma hora ela vai surtar não é?

- É por Nessie que ela ainda não enlouqueceu. – disse Charlie seriamente e eu assenti.

- Sim, mas tenho medo de que ela faça alguma loucura.

- Eu também, e por isso eu quero avisá-lo de uma decisão que tomei após pensar muito.

- Claro, diga.

- Eu vou voltar a morar com Bella, não posso deixá-la sozinha, ela é minha filha de coração e ficar sem suas notícias está me deixando completamente insano... Tenho medo de que ela... – suas palavras morreram em sua boca e eu entendia claramente o que ele pensava.

Engoli em seco com a possibilidade e após respirar fundo, abracei Charlie e disse.

- Obrigado, queria eu estar lá cuidando dela, mas sabe que não posso.

- Não se preocupe, prometi aos seus pais que sempre olharia por vocês dois e faço isso não pela promessa, mas por que os amo como meus filhos e faria de tudo por vocês... Mas não pense que eu perdi meu cargo, meu celular estará sempre à disposição para o que precisar. – disse divertido me tranqüilizando.

- Claro. – sorri me despedindo e Charlie foi em direção a Nati para despedir-se dela também.

Segui em direção aos jornalistas, meu pensamento rodando em Bella... Quando será que ela aceitará que Edward não voltará mais? Porém a contraposto a essa pergunta eu rezo que ela não aceite, pois tenho certeza de que quando ela aceitar simplesmente desmoronará.

POV Edward

Onde eu estou? Essa é a pergunta que passa incansavelmente pela minha mente. Tudo que vejo a minha volta é vazio, paredes de madeira, chão de madeira, sem móveis nem nada, apenas o vazio. As poucas janelas são tapadas por blackouts, se eu não fosse um vampiro tenho certeza que não enxergaria nada. A porta de acesso está sempre bem trancada, não que eu possa chegar até ela, mas sempre escuto o barulho do metal chocando-se e o barulho de uma grande tranca.

Neste lugar não tenho idéia de quanto tempo já se passou, dias, meses, anos, eu não sei. Mas percebo meu corpo cada vez mais cansado, sinto-me tão frágil...

No começo eu ainda lutava para me soltar, tinha forças para lutar contra as agarras em meus pulsos e muitas vezes me soltei, mas de repente a paisagem a minha volta ficava clara e tudo o que eu via era uma floresta escura e que não tinha saída, para qualquer lado que eu corresse a paisagem não mudava, era algo totalmente desesperador. Porém já faz tempo que eu não vejo essa floresta, talvez por eu não ter mais forças...

Meu corpo está tão machucado que não consigo mais recuperar meus ferimentos, minha garganta queima de forma que nunca pensei ser possível queimar e se aproveitando disso Victória sempre faz a mesma proposta, e sempre o monstro dentro de mim luta para que eu aceite, mas então em minha mente a imagem de Bella aparece, seu olhar preocupado, torturado, sua feição triste, em seu colo Nessie com seus olhinhos verdes úmidos com suas lágrimas e então a minha força de vontade vencia o monstro e sempre recusava as propostas sem fundamento da vampira.

Já faz algum tempo que ela não aparece, e isso quer dizer que logo ela vem me fazer uma de suas “visitas”.

Respirei fundo tentando me acalmar, há tempos venho lutando contra o desespero... Desespero por estar preso, desespero por estar a ponto de morrer de cede... E principalmente desespero por estar longe de minha família.

Porém existe algo que está me dando forças, forças para continuar vivo. Estou sempre sonhando com Nessie e com Bella, as duas estão sempre tristes e são raros os momentos que as vejo sorrindo ou se divertindo e por elas preciso me manter inteiro. Elas precisão de mim!

A visita de Bella me deixou sem chão, o modo como seu desespero apareceu a me ver, me fez chorar por um bom tempo, eu não agüentava mais de saudades, eu precisava dela tanto que ela nem imaginava. Sentia como um pedaço de mim estivesse faltando.

Deixei mais um espasmo escapar. Porque Alice não me enxerga de uma vez?! Não sei mais quanto tempo vou agüentar!

- Ora! Não agüenta mais não é? – a voz de Victória ecoou pelo espaço assim que a porta se abriu.

Não a respondi e nem me mexi, apenas continuei olhando para o chão controlando minha respiração.

Escutei seus passos leves se aproximando e sua mão pousou delicadamente em meu queixo o erguendo para que eu a fitasse nos olhos. Eu via através de sua mente o quão devastado eu aparentava. A mente da vampira era completamente insana e ela ria internamente, porém sua feição mostrava compaixão... A falsidade era tanta que eu senti meu estomago embrulhar.

- Sabe que não precisa passar por isso não é? – perguntou sua voz baixa e doce.

Continuei em silêncio.

- Minha proposta não é ruim Edward, pense bem... Você é um dos vampiros mais inteligentes que existe, saberá fazer a escolha sábia. – sua voz ainda era doce, mas sua loucura faiscava em seu rosto revezando com a máscara de serenidade.

- Assim como você fez? – perguntei, me assustei com a rouquidão de minha voz e o quão morta ela soava.

Victória sorriu, se eu não conhecesse sua mente diria que sua feição era angelical.

- Sim... Ela não é uma opção ruim, e bem... Do jeito que você está... Porque não aceita de uma vez Edward? Aposto que seu corpo não está mais agüentando não é mesmo? Sente sua pele sensível a qualquer toque... – ela espremeu seu corpo ao meu e jogou seus braços juntos aos meus que estavam presos acima de minha cabeça.

Engoli em seco com o que viria a seguir. Suas unhas desceram pelos meus braços arranhando de forma sutil, fechei meus olhos apertados e rosnei quando ela cravou suas unhas e continuou o movimento rasgando minha pele.

- Pare! – pedi em um rosnado de dor e ela riu se afastando.

- Sente suas entranhas arderem não é mesmo? A fraqueza tomando conta e seu extinto de sobrevivência te deixando louco... A cede queima não é mesmo? – perguntou me olhando sobre seus cílios de forma diabólica.

A cada palavra que saia da boca de Victória fazia minha cede acender, o monstro lambia os lábios com a imagem de sangue que sua mente transmitia. Ela estava me enlouquecendo completamente, meu corpo já não possuía meu controle e meu extinto estava em alerta máximo. Ela acordou o predador de dentro do meu ser. Não! Eu não podia desistir!

- Faça o que quiser! Eu não desisto! – disse entre dentes, mas ela ignorou minhas palavras.

- Está sentindo esse cheiro? Hum... Parece que temos lanchinhos... – dizia ela como um anjo do mal, rosnei em resposta.

Escutei um ronronar e olhei em direção a porta, um gatinho vinha andando lentamente em direção a vampira a minha frente, mas tudo o que eu enxergava era o vermelho que percorria nas veias daquele animal.

- Roberszinho... Veio ver nosso amigo teimoso é? – disse ela docemente para o gato o pegando no colo, o bicho ronronou novamente no colo da dona.

Minha boca se encheu de veneno, minha cede estava mexendo com a minha mente.

- Edward, Edward... Sua garganta está queimando é? Vejo que está perdendo o controle meu querido. – disse ela sinicamente olhando para os meus braços que já se mexiam automaticamente tentando se soltar das amarras... Inutilmente devo acrescentar. – Bem, é uma pena que não queira aceitar a minha proposta...

A vampira seguiu em direção a porta, o monstro dentro de mim enlouqueceu... Ele queria sangue. Eu queria sangue! Queria o sangue descendo por minha garganta a qualquer custo.

- Eu aceito sua proposta! – gritei em um rosnado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Primeiramente desculpem pelos erros ortográficos, não estou corrigindo a segunda temporada antes de postar aqui já que ela é extremamente longa.

Bom, espero que tenham gostado do capítulo, vocês devem ter percebido que a Bella e a Nessie são as únicas que realmente acreditam que o Ed esteja vivo não é mesmo? Pois então, teremos boas discussões por causa disso... O aparecimento do Edward será lá pelo capítulo 10. O que acharam do POV Ed? Muito forte? E o qual será a proposta que ele loucamente aceitou? Perceberam também que o Bernardo logo vai descobrir o que a Bruna é? Pois é, próximos capítulos teremos uma investigaçãozinha do clone do nosso Edinho... Uashuahsuahsuahsuahs... No próximo capítulo também teremos um novo personagem apaixonado... Já sabem qual? Bem, vou ficando por aqui, não esqueçam de comentar ok? Beijinhos!