A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 49
Capítulo 3 - Sinto sua falta


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente vamos aos agradecimentos de recomendações *o*VicDurque, Bia_Sarah e eduarda-du1! Obrigada vocês são demais!!Agora vamos ao cap... Preparem os lencinhos ;)Recadão lá embaixo...



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Capítulo 3 – Sinto sua falta

POV Carlisle

- Isso é impossível Bella. – disse descrente ao celular.

Como era possível? Não tem como! A família Masen não era daquelas famílias que se proliferam no mundo, era uma família de nobres, com apenas um filho homem por casal.

- Eu sei... Mas o que incomoda mais não é o fato do sobrenome. – disse ela com certa tristeza na voz. Mas o que pode incomodar mais que isso? Não tem como ficar pior!

- O que aconteceu?

- Bem... O garoto é uma versão humana de Edward aos seus 15 anos. – retiro o que eu disse isso realmente é pior.

- Impossível Bella, sem chance.

- Eu sei, deve ser difícil imaginar... Vocês verão quando chegarem aqui na cidade, a propósito quando vão vir?

- Estou vendo uma transferência para o hospital mais próximo da cidade, acho que em algumas semanas estamos nos mudando.

- Espero vocês então... Tchau Carlisle.

- Tchau.

O que diabos está acontecendo?

POV Bruna

A conversa em minha volta era descontraída, mas não fiquei prestando atenção nela, meus olhos e meus ouvidos estavam em tia Bella que conversava com Carlisle.

Ficou óbvio que não tinha chances de meu amigo e meu tio serem parentes, então isso parecia que Bernardo era apenas sósia de tio Ed... Coisa estranha...

Suspirei, eu estava com saudades dos Cullens, principalmente do tio Emm, dês que eu era criança a gente se divertia demais juntos... Sentia falta de papai e mamãe também, eles estavam sempre tão ocupados e queriam sempre que eu ficasse longe de seu trabalho... Tudo para não me expor... Mas que merda eu não me importo em me expor!

- Você está legal? – perguntou em tom baixo Bernardo que agora estava ao meu lado me olhando estranho, pisquei varias vezes e olhei para os lados e todos ainda conversavam.

- To sim... – murmurei e ele franziu a testa me analisando.

- Tem certeza? – sorri para ele, sua preocupação era verdadeira.

- Claro. – tranqüilizei-o, eu senti que agora aqui uma amizade começava a se fortalecer.

Ele sorriu retribuindo.

- A qual é deixa de ser fura olho Bernardo! – disse Denis como se alguém tivesse pego seu brinquedo.

- Deixem a garota em paz! – disse Maggie percebendo meu desconforto, sibilei um obrigada e ela sorriu dando de ombros.

- Escuta Bruna, mas o sobrenome da sua tia não é Cullen? Como seu tio é Masen? – perguntou Bernardo em tom baixo para que somente eu escutasse.

- Tio Ed foi adotado e então adotou o sobrenome dos pais adotivos, no caso Cullen, bem e o nome completo da minha tia é Isabella Marie Swan Masen Cullen. – expliquei no mesmo tom, minha tia já se aproximava de nós.

- Obrigada pequena. – disse ela jogando o celular para mim e eu fiz careta.

- Não sou mais pequena. – disse emburrada e ela apenas riu baixinho indo em direção a sua mesa.

O sinal logo tocou e nós fomos para as ultimas aulas, que passaram rapidamente.

Bernardo me acompanhou até a sala de minha prima para apanhá-la, já que tia Bella tinha uns materiais para entregar ao diretor e nos encontraria na saída. Estava meio receosa que meu novo amigo viesse comigo, vai que Ness o chama de papai?

Mas ao contrario do que eu pensava isso não aconteceu. Assim que Ness me viu correu até mim se jogando em meus braços ela apenas olhou para Bernardo como se ele fosse um amigo meu qualquer, eu amo demais minha priminha, ela é muito mais controlada do que eu na idade dela, quando papai vinha me buscar eu sempre acabava correndo mais rápido que um ser humano... Ela me deu um beijo estalado em minha bochecha e então a pus no chão pegando em sua mão caminhando para a saída do colégio.

- Como foi o primeiro dia de aula Ness? – perguntei e ela fez careta.

Bernardo a olhava curioso e ao mesmo tempo admirado pela criança ao meu lado, era aparente a semelhança entre eles, podiam confundi-los tranquilamente pensando que eram irmãos.

- Tão ruim assim? – insisti e ela ergueu a mãozinha para encostá-la em meu rosto e me mostrar, mas eu lhe mandei um olhar a advertindo e então após um rápido olhar como meu amigo ela entendeu, Ness é extremamente inteligente.

- A comida é horrível. – disse ela rapidamente nos fazendo gargalhar.

Chegamos até o estacionamento e Tia Bella já nos aguardava, ela sorriu largo para a pequena que correu até seus braços.

- Oi mamãe, como foi seu dia? – perguntou ela e tia Bella apenas sorriu para ela.

- Ei Bruna, porque não vão na sorveteria no fim de semana? – chamou Bernardo e eu o olhei sorrindo.

- Claro.

- Er... Bem não estou te chamando para sair é que... Bom o pessoa costuma se encontrar na praça para conversar e tomar soverte... – disse atrapalhado e eu ri.

- Não se preocupe não achei que estava me chamando para sair... Bem preciso falar com minha tia, mas acho que ela deixa. – sorri novamente e ele assentiu me dando um beijo na bochecha e seguindo seu caminho.

POV Bella

- Meu dia foi igual a todos os dias de trabalho... E o seu como foi? – perguntei sorrindo e ela pôs a mãozinha em meu rosto me mostrando tudo o que ela tinha gostado e o que não tinha gostado também.

Mostrou-me que a professora era muito amorosa e prestativa e lhe vazia lembrar sua vovó Esme, mostrou também as crianças brincando com ela no parquinho e uma menininha que caiu do escorregador e ralou o joelho, mas ela não fez nada contra a menina apenas correu até a professora e mostrou a coleguinha machucada.

- Muito bem meu anjinho. – orgulhei-me por ela ser tão controlada e minha filha continuou a mostrar seu dia.

Do seu jeitinho Nessie me disse que a comida era horrível e que não queria comer mais... Isso não me surpreendeu, mas logo ela me enrolou mostrando os trabalhos com macinha.

- Então você gostou da nova escola?

- Uhum. – sorriu assentindo e eu retribui a colocando no chão e seguindo para casa.

Bruna vinha nos acompanhando andando tranquilamente, minha filha balançava o bracinho solto de um lado para o outro, a serenidade em seu rosto me fazia relaxar. Aquela pequena traquina era aquilo que eu mais amava em todo o mundo.

- Ei Ness, você não achou o meu amigo parecido com ninguém que você conhece não? – perguntou Bruna curiosa e minha filha deu de ombros.

- Ele é parecido com o papai, mas é diferente... Ele não tem o mesmo cheiro que o papai e nem a mesma altura, e a cor dos olhos do papai é diferente também... – explicou ela com seu jeito inocente surpreendendo a mim e a sua prima por conseguir detalhar tão bem, mesmo sendo apenas uma criança.

- Nessie tem razão, apesar de serem bem parecidos, são diferentes ao mesmo tempo, mas Bernardo tem um coração bom também. – disse pensativa.

- Ele é bem legal. – concordou Bruna sorrindo.

[...]

O dia se passou rapidamente, logo que cheguei em casa preparei meus planos de aula para o dia seguinte, preparei a janta e nós três comemos conversando sobre as novidades no colégio. Disse a elas que os Cullens logo viriam morar conosco e elas se alegraram. Não só elas como eu também... Sinto muito a falta de meus cunhados e de minha sogra e sogro, eles faziam grande falta em minha vida.

O telefone tocou e Bruna correu atende-lo, o sorriso se espalhou pelo seu rosto, era Dan e Nati que ligavam para saber das novidades, ela se jogou no sofá com as pernas para cima e começou a contar tudo.

Sorri para a cena e depois olhei para minha pequenina.

- Vamos tomar banho? – perguntei e ela após um sorriso travesso correu para o andar de cima me fazendo rir.

Ness simplesmente amava a água, se pudesse virava um peixe, Edward costumava levá-la para nadar no lago, a pequenina se pendurava no pescoço do pai e segurava a respiração em quanto eles mergulhavam em uma velocidade tremenda pela água. Minha filha adorava as bolhas de ar que ficavam para trás, os dois se divertiam como duas crianças e seus risos se espalhavam pelo bosque como uma serenata de anjos.

Enxagüei o cabelo de Nessie e ela fechou os olhinhos por causa do xampu, sorri para minha princesinha que logo ria das bolhas de espuma que flutuavam a volta da grande banheira.

Nada me alegrava mais que o sorriso inocente de criança daquela que me faz continuar a viver.

[...]

Já se passavam das onze da noite quando minha filha dormiu em meus braços, aconcheguei-a em sua cama a cobrindo com o edredom e após dar um beijo em sua testa sai do quarto.

Caminhei pelo corredor e espiei o quarto de Bruna, ela estava escrevendo alguma mensagem no celular, lhe desejei boa noite e encostei a porta.

As noites ultimamente estavam sendo muito solitárias, são nessas horas que me sinto tão perdida. Para mim Edward era o meu farol, meu ponto de referencia e quando ele desapareceu esse ponto se foi com ele, mas mesmo não sabendo onde este ponto de luz estava eu sentia o brilho, o calor, o amor em meu coração.

Caminhei lentamente pelo meu quarto e me escorei na janela, olhando para o céu, as nuvens estavam densas e uma fina garoa precipitava. Suspirei e sai pela janela com um salto, sem tocar ao chão abri minhas asas e subi.

As gotículas de água batiam em meu rosto e com a velocidade que eu subia logo fiquei encharcada. Minhas asas eram fortes e eu mal fazia esforços para voar, mesmo com a chuva. Não tive muitos problemas para atravessar a camada de nuvens e finalmente ver um céu azul, quase negro.

As estrelas brilhavam majestosas e a Lua me contemplava com sua energia. Depois que descobri que o que me dava forças era esse astro eu notei que realmente eu me sentia melhor sobre essa luz. Era algo tão natural e tão tranqüilo, me deixava com uma sensação de paz.

Fechei meus olhos e deitei sobre as nuvens apenas sentindo a energia penetrar em meu corpo. Isso virou uma espécie de rotina, era como tomar banho todos os dias, algo muito prazeroso, apesar de ser uma ação solitária.

E pensar que tivemos tantos problemas para descobrir tudo isso, essa época passou-se tão rápido e foi ao mesmo tempo tão feliz e tão dolorosa. Definiria como estar correndo feliz em uma praia ensolarada e de repente cair em um buraco frio e escuro... Estava tão feliz com a descoberta da “cura” da minha “doença”, tão feliz por meus pais estarem conosco, tão feliz com o meu noivado... E então tudo aconteceu muito rápido, sem eu ter tempo de fazer nada para evitar.

Lembro-me perfeitamente quando fomos a Volterra falar com os Volturi, aquela viagem foi o início de tudo...

POV Narrador

A casa nunca esteve tão cheia e tão alegre, os problemas pareciam não ter forças para prejudicar o humor daqueles seres de espécies tão distintas, mas que possuíam um só coração. Uma família unida não somente por laços de sangue, mas unida pelo amor.

O otimismo aumentava a cada dia, juntamente com os ataques que ocorriam pelo mundo e misteriosamente eram controlados... Bem, misteriosamente somente para os humanos que ainda lutavam para entender o que diabos estava os atacando. Mas a noticia entre os seres da lua se espalhou rapidamente, finalmente o rei e a rainha apareceram e já tomavam providencias para acabar com o mal.

A maioria que teve essa segunda chance milagrosamente, de uma nova vida, de um recomeço, compreendeu tudo o que haviam feito de errado. Que os verdadeiros culpados pela destruição de seu tão amado astro não fora nem James, nem a princesa e nem os dois, mas todos. Sim, todos. Pois deixaram que a arrogância, a inveja, a cede pelo poder os subissem pela cabeça e se deixaram levar para a ruína sem nem se quer reagir.

E agora que entenderam que a ganância deles mesmos foi quem destruiu seu lar não deixariam que o mesmo erro se repetisse e não hesitariam em lutar com unhas e dentes para proteger a Terra, o planeta que os abrigou, o planeta que os fez rever os seus conceitos e os tornar mais humildes. E conseqüentemente proteger a humanidade, essa raça irmã que ainda tinha tanto o que aprender.

Mas nem todos pensavam assim, e muitos caíram em tentação novamente, alguns por não agüentarem e outros por medo do que James poderia fazer a eles. Eles não podiam ser condenados por isso, afinal, quem não tem medo de um ser totalmente maligno com extremo poder como James? Até mesmo a própria princesa com todo o seu poder ficava aterrorizada perto dele.

As noticias nos jornais eram confusas, já que ninguém sabia exatamente o que estava acontecendo. Pela manhã a manchete era de terror dizendo que demônios com dentes compridos e olhos vermelhos estavam ferindo pessoas inocentes, pela tarde a noticia dizia que anjos desceram dos céus para salvar os pecadores.

A partir da primeira filmagem de um ser da lua voando para ajudar um amigo que estava sendo atacado pelos seguidores de James, diversas procissões religiosas iniciaram por todo o mundo. Em tempos entre anjos e demônios não existiam mais ateus no mundo.

O desespero de James em conseguir mais adeptos estava sendo visível, em outros tempos teria feito as coisas com mais calma, mas algo que ele não entendia era a súbita mudança de idéia daqueles que antes o seguiam e agora não mais acreditavam em suas palavras. Quando James renasceu na Terra teve a graça de ser criado por uma mulher incrível, uma mãe que lhe deu todo o amor e carinho e que lhe ensinara que seus “dons divinos” deveriam ser usados com sabedoria e justiça, até então ele ainda não havia recuperado sua memória, mas dentro de si sabia que sua amada mãe estava certa.

Ela o criou com simplicidade e humildade, e só amava mais ainda seu filho por ele ser “especial” com todos aqueles poderes a mais, seu maior medo era que o poder subisse a cabeça do filho e tornasse o bom garoto que era em alguém perverso. Mas o que ela menos imaginava era que futuramente um assaltante entraria em sua casa e a machucaria tanto a ponto de ficar a beira da morte e quando seu filho a visse recobraria toda a memória, lembraria de todas as maldades que fez com muitas mães, com muitos filhos, sentiria o pior sentimento de todos: o remorso. Culpa. Mas outro sentimento o dominaria, um sentimento pelo qual ele se apegaria com unhas e dentes assim que sua mãe falecesse em seus braços. Vingança.

Sem a chance de dizer a James que continuasse sendo bom como era a mulher se foi deixando seu corpo nos braços do tão amado filho que sentiu raiva do mundo por ser tão cruel com alguém que não merecia. Do que adiantava afinal ser bom se ele não era forte o suficiente para proteger sua mãe? Por que sentia tanta culpa já que aqueles que machucou haviam sido maus e mereciam punição? A mente insana se misturava com a mente sana, os ensinamentos de sua mãe se distorceram e a loucura o dominou novamente o levando a beber o sangue de sua própria mãe que jazia em seus braços.

O ser se revoltou com o mundo, com a humanidade e nada mais importava para ele, a única coisa que queria era vingar a morte de sua mãe e proteger aqueles que eram bons como ela. O problema é que ele não conseguia ver bondade nas pessoas e a solução desse problema, em sua mente distorcida, era exterminar a espécie.

Em quanto James se irritava em suas batalhas frustradas, a família real se preparava para evitar a verdadeira guerra.

Anita e Arthur já sabiam há muito tempo que seu tempo já havia chego ao fim, e foi uma grande surpresa para eles quando renasceram, mas logo entenderam que ainda tinha algo pendente a fazer: passar o poder a Dan e se possível acabar com James. Até mesmo os imortais precisavam partir um dia.

Apesar de sentirem por ter que deixar seu povo, sua família, seus amigos, estavam felizes, pois partiriam juntos, seja lá para onde iriam... Iriam juntos, e isso era a única coisa que realmente importava.

O rei e a rainha estavam com um sentimento de dever comprido em quanto observavam seus filhos que agora já eram adultos e já formavam suas próprias famílias. Estavam encantados com sua netinha, a pequenina é tão inocente e ao mesmo tempo justiceira, tem um coraçãozinho de ouro... E principalmente era matreira como o pai e adorava aprontar travessuras contra a tia... Um verdadeiro anjinho travesso.

O amor era recíproco, pois Bruninha amou os avós dês do primeiro momento, já que não conheceu seus avós maternos que já haviam falecido há algum tempo ela não possuía uma figura de avó e avô, o mais próximo disso era “vovô” Charlie o avô postiço, mas ele se sentia tão estranho sendo chamado de avô mesmo que amando aquela traquina como neta, nunca teve uma companheira apesar dos séculos vividos, as vezes pensava que estava encalhado ou que o problema era ele “cintilar como purpurina”, pelo menos que foi isso que o príncipe disse antes de cair na gargalhada quando ainda era uma criança e viu seu pai ao sol. Isso o traumatizou por muito tempo.

Charlie sentia falta de uma figura feminina ao seu lado, mas sabia que o negocio estava feio para o seu lado. Mal sabia ele que alguém apareceria em sua vida no momento em que ele menos esperar.

- Eu quero ir também. – resmungou Bruninha fazendo bico em quanto via os adultos se ajeitarem para uma viagem.

Charlie, Arthur, Anita, Carlisle, Daniel, Bella e Edward iam para Volterra falar com os Volturi.

- Mas sua mãe ficará contigo princesa. - disse Arthur amorosamente abaixando para ficar em sua altura.

Bruninha cruzou os braços no peito e fez bico, seu avô sorriu.

- Mas eu queria ir com o senhor vovô.

- Oh! Minha querida, não vai ser divertido... Só vai ter gente velha e chata por lá. – disse ele segurando o riso no final e a pequena fez careta.

- Promete que vai brincar de boneca comigo quando voltar? – perguntou esperançosa dando saltinhos, habito que pegou de sua tia Alice.

O rei coçou a cabeça em quanto todos que observavam a cena seguravam o riso, mas quando Arthur olhou os olhinhos brilhantes de sua neta não pode deixar de sorrir e concordar.

- Prometo.

- Ebaaaaaaaaa! – comemorou Bruna se jogando no pescoço do avô que a abraçou pegando-a no colo. Quem estava à volta riu.

[...]

A viagem seria rápida, pois o objetivo era rápido: Chegar a Volterra, ir até o covil dos Volturi, informá-los sobre as ultimas noticias e depois de pedir ajuda voltar para casa.

Não demorou muito para que a família real estivesse caminhando pelo corredor subterrâneo que levava até as instalações dos Volturi. Edward e Bella caminhavam a frente de mãos dadas, o vampiro já conhecia o local de outros tempos, mas a princesa observava tudo curiosamente.

O corredor não era parecido com um esgoto como havia imaginado, mas sim muito moderno e agradável, apesar de frio. Diversas obras de arte estavam penduradas nas paredes ao longo do caminho, um grande tapete vermelho forrava o chão uniforme, tudo muito limpo e iluminado.

Atrás do casal estava Carlisle, em seguida Arthur e Anita e então finalmente Charlie e Daniel. Os sete andavam praticamente flutuando, seu andar leve sobre o tapete. Até que finalmente pararam na frente de uma grande porta de ferro. Edward soltou a mão de Bella para abrir a porta e se deparar com uma vampira de estatura baixa.

A vampira tinha os olhos rubi tenebrosos, do tipo que faz qualquer humano tremer em apenas olhar por alguns segundos, em contraste, seu rosto era infantil com traços delicados e perfeitos. Seus cabelos estavam presos em um coque milimetricamente ajeitado e uma grande túnica vermelha a cobria.

- Edward! – disse ela com um sorriso malicioso.

- Jane. – respondeu ele com indiferença e certo receio na voz e nos olhos.

- Vejo que trouxe lanchinhos para nós. – seu tom era presunçoso e irônico.

Edward estreitou os olhos ao ouvir na mente da vampira. Nada vivo sai deste lugar. Ela não tinha idéia de quem eram essas pessoas. Bella sentiu sua espinha se arrepiar tamanho era a maldade que aquela vampira emitia, nada comparado a James, mas Jane sentia prazer em causar a dor. A princesa sentiu suas presas crescerem e um rosnado baixo sair de seus lábios, puro instinto de defesa. Seu noivo pegou novamente em sua mão para acalmá-la.

Jane ficou curiosa quando percebeu que os donos daqueles corações pulsantes eram diferentes, não entendia o cheiro diferente que sentia.

- Precisamos falar com Aro, leve-nos até ele. – disse Carlisle seriamente.

A vampira estreitou os olhos, mas fez o que ele pediu.

- Sigam-me.

Em silencio seguiram a vampira, passando por um grande salão onde diversos vampiros de olhos vermelhos estavam reunidos, todos pararam de conversar para observar os estranhos que ali entravam.

Um dos vampiros ao sentir o cheiro não se conteve, já estava há tempo demais sem se alimentar, e correu para atacar a princesa. Edward ao perceber a mente que se destacava entre os outros, puxou sua princesa para trás e com as duas mãos bateu no peito do vampiro o jogando para longe, rosnados ecoaram por todos os lados e todos os presentes tomaram posições, alguns de ataque outros de defesa.

- Já chega! Ninguém fará nada até que Aro os receba! – disse Jane em tom autoritário e por um motivo desconhecido por Bella, todos respeitaram a ordem.

Não precisava ter me puxado, eu poderia me defender sozinha. Pensou a princesa com a mente aberta, deixando que seu noivo a escutasse. Ele sorriu torto a puxando para perto, abraçou-a de lado depositando um beijo no topo de sua cabeça. Sabe que não gosto de vê-la em perigo, e mesmo que saiba que você pode se defender perfeitamente abomino a possibilidade de você lutando... Não tenho nenhuma recordação boa das vezes que precisou lutar... Respondeu o vampiro em tom triste e Bella apertou mais a cintura de seu noivo, como se aquilo fosse capaz de tirar a dor de seu amado.

Os dois não eram os únicos a conversar por pensamento, Arthur e Anita também estavam com suas mentes abertas um para o outro. Eles tinham certo receio de como os três lideres dos Volturi reagiriam quando reencontrá-los.

- Aguardem aqui, perguntarei se nossos mestres podem recebê-los. – avisou a vampira antes de abrir uma grande porta e entrar em um salão, fechando a passagem logo em seguida.

O grupo de visitantes se reuniu em uma rodinha particular.

- Eles se acham os reis né? – comentou Anita revirando os olhos.

- E de certa forma são majestade... Os Volturi são respeitados entre os vampiros já faz alguns milênios... Eles criaram a única lei que todos são obrigados a respeitar, pois ou respeitam ou morrem... Bem... Depende do interesse deles no vampiro... Duvido muito que eles fizessem algum mal há alguém com talentos como de Edward ou de Alice, provavelmente o chamariam para a sua guarda... Tudo por mais poder. – explicou Charlie.

- Já me chamaram... Na época que morei por aqui... – murmurou Edward.

- Seus tempos de rebelde. – completou Carlisle erguendo suas duas sobrancelhas para o filho que fez careta.

- Acho que sim... Bem, mas não aceitei... Se você vai entrar para a guarda Volturi deve se resignar inteiramente aos três “reis”. – explicou Edward fazendo aspas no ar. – Não pode desobedecer a suas ordens, deve fazer tudo o que lhe é mandando... Quando digo tudo, é tudo mesmo, não importa o que for, se contradiz seus princípios ou não.

A rainha fechou o cenho e disse de cara fechada.

- Uma verdadeira ditadura.

- Sabe que não podemos nos meter Anita... Vampiros têm suas leis e nós temos as nossas. – disse o rei olhando nos olhos de sua esposa e ela suspirou.

- É eu sei...

O dialogo foi interrompido pela porta que se abriu com um grande estrondo.

- Carlisle, meu amigo! Como está? – a voz de Aro ecoou no grande salão.

Ele vinha sendo seguido de Marcus e Caius. Os três usavam mantos vermelhos, em um tom de bordo quase vinho. Junto a eles uma vampira que tinha o poder de fazer um escudo para proteger quem ela quisesse. Ela se mantinha perto, ao contrario dos três vampiros da “realeza” ela estava totalmente encapuzada, nada além de sua boca era visível.

- Estou bem Aro, apesar de que as coisas poderiam estar melhores. – respondeu Carlisle finalmente se virando para fitar Aro.

Só então os três vampiros milenares se deram conta de quem estava junto, seis olhos esbugalharam ao mesmo tempo. Anita e Arthur tomaram a frente analisando as expressões dos três.

- Impossível. – murmurou anestesiado Marcus.

A guarda estava em peso dentro do salão e observavam toda a cena desconfiados, mas as bocas se escancararam quando Aro, Marcus e Caius se jogaram de joelhos na frente daqueles estranhos.

- Majestades! Eu não posso acreditar! – disse Aro em tom admirado em quanto se ajoelhava ao chão.

- Isso não é necessário. Ergam-se. – disse Arthur sem paciência.

O rei tinha plena consciência da falsidade daqueles vampiros.

- Amigos! Esses são a realeza da Lua, daquela história que vêem sendo repassada em forma de lenda... O que acontece é que a história é verdadeira. – disse o líder dos vampiros em seu tom psicótico. [N/A: Sério gente, me deu muito medo o Aro do filme... Ficou com muita cara de louco... kkkkkk] – O que trás os senhores até nosso humilde lar? – perguntou finalmente se voltando para Arthur e Anita.

- Creio que não estão assistindo os noticiários dos humanos e nem lido nenhum jornal não é mesmo? – perguntou o rei em tom serio.

- Ora majestade, não perdemos tempo em saber como vai à vida da nossa refeição. – desdenhou Caius.

- E nem perdem tempo em saber se irão ou não prejudicar o meio ambiente extinguindo uma espécie importante como fizeram com os lobisomens. – as palavras de Daniel foram acidas fazendo com que os três vampiros dessem um passo para trás.

Aqueles que observavam a cena, não entendiam o porquê de nenhum dos três Volturi os atacaram ou ordenaram que atacassem. Estranharam o estranho respeito vindo daquele que não respeitam ninguém. A guarda rosnou dando um passo em direção aos estrangeiros, Aro ergueu uma mão para que parassem e disse seriamente.

- Perdoem-no majestades pelo tom desrespeitoso de meu irmão. – o vampiro mandou um olhar de advertência a Caius que ficou com a expressão assassina. – E quanto aos lobisomens não sei do que estão falando.

- Realmente está tentando mentir em minha presença? – falou descrente Charlie.

- Receito que seu radar esteja com problemas meu velho amigo. – provocou Aro.

O rosnado soou alto e Charlie rapidamente estava segurando Aro pelo pescoço.

- Não me menospreze Aro, não seria tão respeitado se os que te rodeiam conhecessem seu passado como eu conheço! – disse Charlie furiosamente e então jogou o vampiro na parede quebrando a mesma.

A guarda antes estagnada de surpresa pela coragem de um vampiro enfrentar Aro, rosnou alto e atacou os visitantes. Mas estranhamente foram parados por uma parede invisível. Bella construíra um campo de força e impediu uma batalha, nem mesmo o poder de Jane foi capaz de perfurar a defesa da princesa e isso deixou a vampira dos olhos rubi extremamente irritada.

Bella sentia um poder tentando perfurar seu escudo, mas não se abalou, apenas segurou firme em Edward que olhava furioso para Jane.

- Charlie, por favor, não viemos aqui para isso. – disse Carlisle colocando uma mão sobre o ombro do amigo que soltou um muxoxo e voltou a ficar junto de sua família.

Aro levantou-se com um sorriso sarcástico no rosto, ele não tinha noção do perigo de irritar Charlie. Pensava apenas em tomar cuidado com a realeza, eles sim podiam acabar com eles.

- Não viemos para brigar. Se controle Charlie. E Aro, controle sua guarda e peça, por favor, para que Jane para de atacar minha filha. – disse o rei seriamente.

- Já chega meus queridos, já provaram sua lealdade, Jane pare de atacá-la. – disse Aro em seu tom superior a todos e depois voltou seu olhara ara Bella. – Se tornaste uma linda mulher princesa. – sorriu malicioso e Edward rosnou. - Agora irei conversar a sós com vossa alteza. – disse Aro fazendo uma reverencia para Arthur e então virando de costas seguindo para o salão de onde saíra anteriormente. Dispensou qualquer proteção e mandou um olhar para seus irmãos, os advertindo para que não fizessem qualquer besteira.

Assim que ficaram a sós Arthur iniciou seriamente.

- Deves saber que James voltou não é? E também deves saber que ele expôs os vampiros e nós também?

- Se soubesse já teria feito alguma coisa majestade. – respondeu o vampiro com falsidade.

- Não irá me irritar hoje Aro, não queira mentir para mim, conheço suas intenções, mas sabes que o problema maior é que James quer extinguir os humanos, e se isso acontecer vocês terão problemas em falta de alimentação, creio que não irão mudar sua dieta não é mesmo?

- Perdoe-me se fiz com que minhas intenções parecessem dessa forma meu rei... Quanto a James não posso fazer nada, ele é de sua espécie e não posso me meter.

- Não estou pedindo que cuide de James, nós mesmos faremos isso. Mas a questão é que vampiros estão trabalhando junto com ele e tenho certeza que não se importam em quebrar as leis impostas por você. Creio que está perdendo o trono entre os vampiros para um ser da Lua.

Arthur atingiu o ponto fraco de Aro, pois a expressão sarcástica do rosto do vampiro desapareceu.

- Não sou rei.

- Mas age como um.

- Sou amado como um

O rei riu.

- Isso não me interessa, o fato de ser ou não um rei entre eles não é problema meu... Mas o fato de James querer acabar com os humanos é problema nosso e quero saber se vai ajudar ou não.

- Irei majestade, quanto a isso não se preocupe, no momento certo eu e minha guarda apareceremos. – Aro tomou um to serio e o rei sorriu firme.

- Agora que essa questão está decidida pulemos para a próxima.

- E qual seria meu senhor?

- Por que extinguiram os lobisomens?

Aro não se abalou pela tom de voz de Arthur.

- Eles estavam matando e destruindo tudo o que viam pela frente majestade. – explicou em tom serio, mas em seus lábios um sorriso se escondia. Arthur ergueu uma sobrancelha e seu tom tornou-se irritado.

- Claro, não seria nada relacionado por eles serem seus inimigos naturais não é mesmo? Nada relacionado com a facilidade de viver em um mundo sem lobisomens... Vocês têm noção que causaram um desequilíbrio entre as espécies?

- Esse trabalho não é nosso, não somos nós os responsáveis por manter o equilíbrio.

O rei rosnou alto mostrando suas presas.

- Tem razão, falhamos em nosso dever, falhamos em manter o equilíbrio, mas não se esqueça que podemos querer consertar isso... Vampiros controlam a população de humanos e os lobisomens controlavam a população de vampiros... Agora que não existem mais lobisomens... – Arthur deixou a frase no ar e Aro tratou logo de falar.

- A população de vampiros está bem controlada.

- Assim espero, ou seremos obrigados a interferir.

- Isso não será necessário, lhe garanto, nossas leis são claras e ninguém nos desobedece... E quanto às transformações são poucas também.

Arthur assentiu e seguiu para a porta.

- Em breve meu filho assumirá o meu lugar, creio que ficará muito mais poderoso que eu, respeite-o, ele não será tão paciente quanto eu.

O rei se retirou com sua família, recebendo os olhares assustados e raivosos dos vampiros da guarda, mais tarde Aro iria ter uma importante conversa com todos.

- Aro me tira do serio! – disse nervosamente Charlie.

- Não é só a você que ele faz isso. – murmurou Daniel irritado.

Arthur estava certo quanto ao seu filho.

POV Bella

A claridade do dia nascendo me tirou de meus devaneios. Suspirei. Mais uma noite sem dormir. Olhei ao horizonte e os primeiros raios de sol cortavam o céu azul acima de mim.

Não me demorei a voltar para casa, atravessei rapidamente as nuvens e agora o céu estava cinzento, exatamente como a minha vida.

Entrei pela janela do meu quarto, tomei um banho rápido e fui acordar minha filha que não teve pesadelos graças a Deus.

[...]

A semana passou relativamente rápida, depois que desenvolvemos uma rotina não sentimos tanto os dias passarem. Bruna me pediu para ir a sorveteria de Bernardo no sábado e quando Nessie ouviu ficou quicando em minha frente para a gente ir junto, um habito que pegou de Alice... Se ninguém consegue resistir a carinha de pidona de Alice que já tem bastante idade, imagina se alguém resiste a carinha de pidona de uma criança linda como minha filha.

Tive que concordar e amanhã no final da tarde nós iríamos na tal sorveteria, segundo a previsão do tempo o sol apareceria o que é realmente um milagre por aqui.

- Dorme comigo hoje mamãe? – me pediu Nessie assim que saímos do banho.

- Claro meu anjinho.

Ela se agarrou em mim e eu nos cobri com o edredom, a noite estava agradável. Logo minha filha já estava dormindo, sorri vendo-a tão tranqüila e escutando o som de seu coraçãozinho logo peguei no sono.

Era um lugar tão escuro, olhava para todos os lados e não via nada, mas era estranho, pois quando olhei para mim mesma pude ver meu corpo, via minhas roupas e até mesmo a cor delas, era como se eu emitisse luz.

Comecei a caminhar, olhei para o chão e com a luz que sai de mim pude ver que era de madeira, uma madeira velha cheia de falhas, continuei andando até que cheguei em uma parede, ela também era de madeira, encostei minha mão e constatei que era fria, muito fria.

Segui para a esquerda raspando meus dedos na parede, tudo estava tão escuro, só consegui ver o que estava pouco a minha frente graças a luz que meu corpo emitia.

Eu sei que estou em um sonho, mas não é um simples sonho, é uma previsão. Existia algo novo nela, eu só não sabia ainda o que era, mas depois de mais alguns passos eu descobri. Meu coração quase saiu pela boca e senti minhas lagrimas escorrendo pelo meu rosto.

Eu queria correr até lá, queria abraçá-lo, beijá-lo, senti-lo... Mas meu medo foi maior, medo por eu acordar ao me aproximar, como ocorria sempre que eu tinha uma previsão com Edward.

Abracei meus braços e controlei ao máximo meus soluços, apesar de estar vendo Edward eu não estava feliz, pois ele não estava bem... Meu vampiro está muito pior que a ultima vez que eu o vi. Seus pulsos ainda estão presos por correntes ao lado de sua cabeça, seu corpo estava mole sendo sustentado pelas correntes, suas roupas sujas e rasgadas, sua pele estava mais pálida do que nunca, seus olhos fechados e sua boca tinha algumas rachaduras. Mas o que me deixou mais assustada foram algumas feridas abertas, cortes que não cicatrizaram.

Como era possível que um vampiro estivesse machucado a esse ponto? Em batalhas eles se machucam se cortam, mas as cicatrizes se fecham em alguns segundos! Porque as feridas de Edward não estavam fechando? A minha preocupação era tamanha que não consegui evitar mais um passo em sua direção.

Olhava com preocupação e saudades meu vampiro, nunca imaginei ser possível vê-lo de maneira tão frágil.

- Bella? – sussurrou baixo, ele tinha os olhos fechados e a cabeça ainda baixa. Aspirou o ar com mais força e então sorriu fracamente.

http://www.youtube.com/watch?v=HKAqp2ZE4BI [Mariah Carey - I Wanna Know What Love is]

Um soluço rompeu meu peito.

- Não chore meu anjo. – sussurrou ele erguendo a cabeça e abrindo seus olhos.

- Você pode me ver? – perguntei entre o choro e ele sorriu cansado assentindo.

Eu não conseguia mais ficar longe, corri até ele e para a minha surpresa e alegria eu não acordei. Abracei-o chorando, sentindo seu corpo frio colado ao meu, acabando com aquela saudade de tantos anos, acabando com toda a minha solidão. Lembrando-me do que é o amor.

Segurei seu rosto entre minhas mãos e beijei seus lábios repetidas vezes, eu não conseguia parar de chorar e senti que meu vampiro também chorava, um choro seco e baixo. Encostei minha testa a dele ainda de olhos fechados.

- Eu te amo Edward, amo demais, eu preciso de você ao meu lado.

- Eu também Bella, eu amo você meu anjo.

Joguei meus braços em torno de seu pescoço e o abracei forte, ele escondeu seu rosto na curvatura do meu pescoço.

- Acalma-te. – pediu ele com a voz fraca.

- Eu vou te tirar daqui Edward. – repetia varias vezes. – Eu juro que vou!

Eu estava tremula de nervoso, levei minhas mãos até a corrente de seu braço direito e quando eu ia estourar a mesma meu vampiro me parou.

- Não Bella. – disse ele serio.

- Por que não? Edward eu vou te soltar, você vai voltar para casa! Vai voltar para mim e para Nessie! – disse rapidamente entre minhas lagrimas.

Ele suspirou e então me olhou ternamente.

- Eu estou fraco meu anjo, estou há muito tempo sem beber sangue, não vou conseguir sair daqui. – explicou.

- Beba meu sangue então! – disse desesperada levando meu pulso aos meus dentes.

- Pare! – ele ergueu sua voz me olhando serio.

- Por quê? – minha voz soava desesperada entre o choro.

- Porque se eu beber seu sangue quem ficará fraca é você e não conseguirá sair deste lugar Bella, não pode ficar presa aqui, precisa voltar, precisa cuidar de nossa filha.

- Então me diga que lugar é esse eu virei te buscar. – seu olhar se tornou perdido e ele suspirou.

- Eu não sei onde estou, mas tudo é muito silencioso e frio, neste lugar não entra nenhuma luz.

Meu choro era desesperado.

- Bella, me escuta, por favor. – pediu fazendo com que eu erguesse o olhar para ele. – Eu tenho sonhado meu anjo. – disse ele sorrindo, em seus olhos um brilho de felicidade.

- Você sempre quis sonhar não é mesmo? – murmurei tentando controlar meu desespero. Ele assentiu ainda sorrindo.

- Tenho sonhado com você e com Nessie, mas não a vejo sorrir Bella... Não quero que fique triste meu anjo, quero ver o sorriso em seu rosto... Precisa seguir sua vida sem se prender a mim.

- Por tudo o que é mais sagrado não me peça isso Edward! – disse seriamente e ele ainda me olhava amorosamente. – Não me peça para esquecê-lo! Isso é impossível! Não me peça para desistir de você! Pois isso eu não vou fazer! Não ouse me deixar!

Segurava seu rosto entre minhas mãos e olhava em seus olhos, eles estavam negros e cansados.

- Acalma teu coração Bella, não sou Alice para afirmar o futuro. – disse ele sorrindo torto em uma tentativa de me acalmar.

- Ela não pode te ver. – murmurei o abraçando e ele suspirou.

- Sinto falta de meus irmãos, de meus pais, de meus amigos... Eu sinto sua falta meu anjo, e sinto falta do nosso anjinho. – murmurou nostalgicamente.

- Todos sentem sua falta Edward. – disse olhando seu rosto que aparentava tanto cansaço e fraqueza.

As lagrimas lotaram meus olhos.

- Eu sinto sua falta meu amor. – disse com a voz entrecortada e deixando as lagrimas caírem.

- Eu te amo Bella e quero sempre te ver feliz, nunca se esqueça disso. – murmurou Edward.

- MAMÃE! – escutei a voz de minha filha e virei meu rosto rapidamente.

- Mamãe, você está bem? – perguntou Nessie com uma ruga na testa.

Virei meu rosto para todos os lados procurando por Edward, mas não encontrei. Eu acabara de acordar. Senti meus olhos lotarem d’água.

- Estou bem meu anjinho. – respondi baixinho a puxando para mais perto do meu corpo e ela me abraçou forte.

Respirei fundo reprimindo o choro, minha filha fazia carinho em minha cabeça com suas pequeninas mãos e aos poucos fui me acalmando.

- Melhor? – perguntou Nessie e eu assenti.

Ela saiu do meu abraço com uma ruga na testa e me olhou com uma duvida estampada em seu rostinho.

- Mamãe... Você está com o cheiro do papai. – disse ela ainda sem entender o por que disso e eu me sentei rapidamente na cama cheirando minhas roupa e minha pele.

Ela tinha razão, eu estava com o cheiro de Edward, o que significa que não foi um sonho, eu realmente estive com ele.

- Vamos voltar a dormir meu bem, mais tarde iremos a sorveteria ok?

- Está bem. – disse ela se aconchegando em meus braços e fungando em meu pescoço. Eu sabia o que Nessie estava fazendo... Estava matando as saudades do cheiro do pai.

Abracei-a forte e logo ela voltou a dormir serenamente ao contrario de mim que apenas velei seu sono, tentando ao máximo deixar minha mente vaga. Ação em que eu não tive nenhum sucesso.

[...]

POV Bruna

A pracinha estava cheia, não é à toa já que o dia está ensolarado, as pessoas pareciam mais felizes com a visita do sol. Muita gente usava bermudas e regatas. Nada como um pouco de vitamina B para alegra um ambiente!

Eu não era exceção, estava feliz com a visita do sol e mais feliz em poder usar uma roupa mais leve, como uma saia jeans e uma blusinha leve.

Tia Bella estava muito triste hoje, pior do que nesses dias passados, nem minha prima estava conseguindo fazê-la sorrir, percebi que seus olhos estavam inchados, provavelmente ela andou chorando...

Nessie segurava a mão de sua mãe e se balançava de um lado para o outro, sua pele brilhava suavemente e somente olhos mais aguçados são capazes de enxergar.

- É ali. – apontei para a pequena casa com uma placa com um desenho de sorvete.

Avistei Bernardo conversando com uma senhora na frente do local, deveria ser sua avó... Ele disse que ela tinha 97 anos, mas pelo que vejo aparenta muito menos. Assim que nos aproximamos ele sorriu e se levantou.

- Hey você veio. – disse ele sorrindo.

- Eu disse que eu vinha. – devolvi o sorriso.

- Então você é a amiga de meu neto? Muito prazer querida, é muito bonita. – disse a senhora dos olhos verdes.

- Obrigada, o prazer é todo meu. – disse segurando sua mão e sorrindo em resposta.

Ela olhou para alguém atrás de mim e me virei para constatar minha tia com uma ruga imensa na testa, a avó de Bernardo então disse.

- Olá Bella. – tia Bella demorou um pouco a responder, mas quando o fez um sorriso torto apareceu em seus lábios.

- Como vai Kathy?

Fim do Capítulo.


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Notas finais do capítulo

Tãnãnã... Agora toca aquela musiquinha de suspense... Uashuahsuahsuhsa... Bom gente, aí está o capitulo para vocês, espero que tenham gostado :D ... Onde é que está Edward?! Isso eu ainda não vou responder x) *corre das pedradas* Bom, ainda teremos muito POV Narrador, alguns serão mais curtos, outros mais longos. Perguntaram-me quantos capítulos essa temporada terá já que eu tinha falado uma vez que ela seria mais curta que a outra, a minha idéia inicial era fazer menor, mas estão surgindo cada vez mais idéias em minha cabeça e acho que ela será maior do que eu imaginava, bom, tudo depende se vocês continuaram me acompanhando ou não... Quanto ao Bernardo, após muitas teorias criativas como: “É o Edward sem memória”, “É um carinho do mal”, “A tia Vic clonou o Ed!” 0.o “É o Edward tenho certeza!”, e muitas “É filho do Edward com a Biscateira duma figa!”... Enfim, muita gente chegou perto e muita gente acertou, mas isso eu vou explicar no próximo capitulo detalhadamente... Quem não lembra quem é a biscateira duma figa(apelido dado carinhosamente pelas meninas do Orkut)... Dê uma conferida no Bônus da primeira temporada Meu anjo da guarda... E... Como ela sabe quem é a Bella?! Tirem suas próprias conclusões ;)*Gente, esse recadinho ficou gigante! Como eu falo! 0.oBeijinhos amores e não se esqueçam de comentar :*