A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 42
Capítulo XXXIX - O começo da guerra


Notas iniciais do capítulo

Oláaa :D
Olha eu aqui de novo em pouquíssimo tempo para mais um post ^^

Bom, o cap está beeem tenso e grandinho também. Espero que gostem.

Leiam o recadinho lá embaixo, please ;)



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XXXIX. O começo da Guerra

POV Daniel

Todas aquelas reportagens nos preocuparam extremamente e eu sentia que logo eu iria ter que interferir.

Antes que a situação ficasse fora de controle resolvi que deveria encontrar todos os seres da Lua que deviam estar espalhados pelo planeta. Nati me ajudou muito com esse processo. O fato de eu já ter localizados alguns na época em que estava morando separado de minha irmã ajudou a agilizar o processo.

A primeira que eu contataria seria a repórter. Ela era de Nova York, então viajei para lá sozinho. Nati continuaria em casa para falar com quem respondesse nossas chamadas e cuidar de Bruninha. Seria muito complicado nós pedirmos para um de nossos amigos ficarem cuidando dela, todos já estavam preocupados de mais por causa de Bella, inclusive eu que estava praticamente surtando por não conseguir falar com o Dr. Ulisses. Mas minha irmã me convencera a primeiro resolver esse problema mundial e depois me preocupar com ela... Na verdade eu não conseguia fazer isso, mas me concentrei o máximo para resolver de uma vez e então poder cuidar de minha irmãzinha.

A viagem foi tranqüila, assim que saí do aeroporto fui direto para a sede do Jornal onde Claire Neveu trabalhava.

- O que deseja senhor? – a moça da recepção me perguntou com um sorriso malicioso.

- Eu gostaria de falar com a senhorita Claire Neveu. – disse olhando em seus olhos.

- Ah! Hun, o senhor tem hora marcada? – perguntou ela escondendo um risinho.

- Não, mas diga a ela que é importante. – disse em tom sério e ela avisou pelo telefone.

- Ela disse que não recebera ninguém senhor... Depois de sua reportagem muita gente vem procurá-la a fim de gracejar, se é que o senhor me entende? – ela disse sorrindo.

Claire fez seu papel de alertar aqueles a sua volta, porém ninguém acreditou nela, e agora era tachada como louca por todos.

- Será que posso falar com ela? – disse apontando em direção ao telefone.

- Er... Desculpe mas... – antes que ela terminasse eu peguei telefone e disquei o ramal.

- EU JÁ DISSE PARA DISPENSAR QUEM QUER QUE SEJA! – gritou ela.

- Claire, aqui quem fala é Daniel, alguém que possui o mesmo colar que o seu. – disse calmamente.

- OMG! Desculpe-me, passe o telefone para a Ashley, por favor. – disse ela em tom de arrependimento e eu fiz o que ela disse.

Após assentir a tal Ashley disse para que eu subisse. No elevador encostei minhas costas no espelho e pus minhas mãos no bolso, em minha mente o sonho que eu tive com meu pai.

Papai me olhava cheio de saudades, do mesmo modo que eu o olhava. Ele estava usando uma túnica branca a qual cobria todo o seu corpo, o capuz deixava nas sombras seu rosto e a única coisa que apareciam eram seus olhos verdes como os meus.

- Pai! – estava prestes a correr até ele para abraçá-lo, mas ele ergueu o braço me fazendo parar onde eu estava.

- Escute filho, não tenho muito tempo então preste atenção. – disse ele em tom sério e eu assenti contendo toda a vontade de correr até ele e matar minhas saudades.

Ele deu um passo à frente e tirou seu capuz mostrando seu rosto com uma expressão ilegível.

- James está tomado pela loucura, mas desta vez sua raiva não é somente para com nós, mas com toda a humanidade, para ele os humanos não são dignos do planeta em que vivem, que estão destruindo-o, o que não é uma mentira... Porém ele não tem o direito de se achar o salvador... Preciso que deixe os humanos em alerta, que se protejam... James já começou a atacar com seu exercito durante a noite, mas logo ele começara a atacar durante o dia e revelará nossa espécie da pior maneira possível... Ele está pretendendo fazer algo antes que eu ainda não sei, mas eu preciso descobrir! – explicou-me tudo rapidamente, mas em sua entonação era clara.

Ele suspirou e colocou novamente o capuz.

- Esse é o seu dever meu filho, faça sozinho... Logo nos veremos. – antes que eu dissesse qualquer coisa ele desapareceu diante dos meus olhos.

Após um suspiro a porta do elevador se abriu, então eu me deparei com uma sala grande composta de diversas escrivaninhas, divisórias entre as mesas separavam o lugar de trabalho de cada um no ambiente, pessoas passavam de um lado para o outro, telefones tocavam sem parar.

Olhei para os lados perdido com tanta gente, então eu respirei fundo e procurei o cheiro de alguém de minha espécie.

Segui pelo corredor e encontrei sentada em sua mesa uma mulher, de cabelos loiros e lisos, de frente para seu computador. Estranhamente antes de eu falar qualquer coisa as pessoas que trabalhavam pararam o que estavam fazendo para observá-la escondendo risinhos debochados.

- Claire Neveu? – perguntei e ela levantou e virou-se para me fitar.

Quando seus olhos azuis bateram em mim seu coração disparou e seus olhos esbugalharam.

- OMG! Majestade! – exclamou ela e então fez uma reverência.

Fiquei sem graça, totalmente desconcertado. Nunca gostei dessas formalidades e já estava totalmente desacostumado com isso.

- Isso não é necessário Claire. – disse pondo uma mão em seu ombro fazendo-a ficar ereta novamente.

Estranhamente o silêncio imperou no ambiente e agora todos os olhares estavam sobre mim.

- Vejo que está com um pequeno problema de confiança entre seus colegas. – disse erguendo uma sobrancelha após os humanos começarem a rir baixinho.

- Eles não acreditam quando digo que precisam tomar cuidado e se eu mostrasse a eles meus dentes talvez começassem a atirar coisas em mim. – disse ela cruzando os braços e encostando-se a sua cadeira.

- Entendo... Talvez eu possa ajudar... – sorri e ela me olhou receosa.

- Mas senhor... Tem certeza que quer se revelar? – perguntou ela.

- Senhor? Ele é mais novo que eu Claire! – disse uma mulher de aproximadamente 25 anos que estava ao longe escutando a conversa, assim como todos na sala. – E muito gato por sinal! Deixe essa lunática aí e vem conversar com a gente! – completou me chamando com seu dedo, eu quis rir.

- Tenha respeito! O chamo de senhor, pois ele é o príncipe da Lua, futuro rei de meu povo! – disse Claire falando demais na hora errada.

A gargalhada de diversos humanos ecoou na sala e sumiu de repente quando eu rugi expondo meus dentes. Todos pularam para trás e se juntaram como se tentassem se proteger de mim.

Retrai meus caninos novamente e suspirei olhando para Claire que estava me olhando com os olhos esbugalhados.

- Não precisam ter medo de mim, não quero machucá-los, mas devem ficar alerta a aqueles que estão aí fora descontrolados querendo matá-los. – disse olhando para eles.

Com minha visão periférica pude enxergar um lixo de madeira voando em minha direção.

- O que foi que eu disse sobre atirarem coisas? – antes que eu tomasse qualquer atitude Claire ergueu seu braço rapidamente e um raio azul saiu de suas mãos, transformando o objeto em cinzas.

Ela rosnou expondo seus dentes.

- Querem parar de perder tempo e escutá-lo? Por que querem destruir tudo o que não conhecem? Por medo? Pois estão tendo medo dos seres errados! Nós queremos ajudar sua espécie, se não querem morrer parem de nos atacar e prestem atenção! – Claire disse tudo em meio a rosnados.

Os humanos tremiam de medo, mas com o gênio forte da moça ao meu lado, ficaram quietos.

- Acalme-se Claire, não é necessário tanto. – disse indo em direção aos humanos que agora estavam encostados no vidro da janela do prédio.

- Desculpe majestade. – disse ela me seguindo.

- Escutem, meu dever é ajudá-los, mas não posso fazer isso se vocês não quiserem ajuda.... – disse em um tom calmo. – E preciso de ajuda para ajudar o resto do mundo... – fiz uma careta por causa da repetição das palavras, mas tinha que ser de um modo fácil para que eles me compreendessem, puxei uma cadeira e sentei-me de frente para eles.

- Como.mo assim aju.judar? – perguntou gaguejando a mesma moça que a pouco me chamou com os dedos.

Sorri com a cooperação, ou pelo menos a idéia de cooperação.

- Primeiro responderei o que vocês devem estar se perguntando... O que eu sou? Um vampiro? Não, eu não sou um vampiro... Antigamente confundiam muito a nossa espécie com as dos vampiros... Eu sou um ser vivo natural da Lua, assim como a colega de vocês ao meu lado. – expliquei calmamente e observei cada expressão mudar para descrença.

- É meio difícil acreditar. – disse um garoto de aproximadamente 20 anos.

- Quer ver meus dentes de novo para ver se você acredita?! – perguntou Claire altamente estressada ao meu lado.

Ela já ia se levantar quando eu ri.

- Você precisa de férias Claire.

- Diga isso ao meu chefe. – rebateu ela emburrada e depois esbugalhou os olhos. – Desculpe pela petulância senhor. – revirei meus olhos.

- Olha, eu sei que é difícil vocês acreditarem em tudo o que eu vou contar, mas isso é culpa de seus antepassados que acharam que escondendo de seus filhos as verdadeiras histórias sobre vampiros e outros seres manteriam vocês a salvo no futuro... As histórias foram banalizadas, e hoje não passam de contos infantis de terror e muitas vezes com histórias erradas... Por exemplo, fato de vampiros terem presas... Quem tem os caninos afiados somos nós, que servem para proteção, não tomamos sangue... Já os vampiros têm todos os dentes afiados... Como diabos os humanos pensam que vampiros sugariam sangue por apenas dois míseros buraquinhos?! – perguntei meio que para mim.

Todos me olhavam com a testa franzida como se eu fosse algum ser de fora do planeta... Er... Eu sou.

- Er... Continuando... Vamos resumir os seres que existem ok? Vampiros existem, seres da lua existem e lobisomens existem, quer dizer, lobisomens foram extintos, mas humanos que se transformam em lobos sim... Mas isso são detalhes que não vem ao caso agora. – eu parecia falar com crianças.

Eles assentiram e eu voltei a explicar calmamente.

- A mais ou menos 7 mil anos antes de Cristo ainda existia vida na Lua, e foi nesse tempo que uma grande guerra aconteceu... James era um ser da Lua que estava duvidando da honestidade dos meus pais, diziam que minha irmã não era filha deles e que por tanto não deveria ser princesa, então ele se achou no direito de tomar o poder e querer governar o povo que apesar de respeitar nossa família tinham dúvidas sobre minha irmã... Só que James não tinha o poder necessário para nos tirar do trono e então fez algo proibido para a nossa espécie, ele bebeu sangue humano... Para nós o sangue humano é como se fosse uma droga alucinógena e altamente viciosa, então James ficou completamente descompensado e em sua mente nós éramos inimigos, que nós queríamos todo poder para nós, que nós éramos maus e que ele era quem salvaria o povo da Lua...

“No entanto tudo isso era mentira, o poder é passado de pai para filho e no início de tudo foi feita uma votação entre todos os seres existentes para decidir qual família ficaria com o poder eternamente, e a nossa família foi escolhida... Então sermos da realeza não é algo para o poder, nossa responsabilidade é maior, é proteger nosso povo, mas a mente alucinada de James nunca compreendeu isso e então ele começou a convencer outros seres e também convencer os vampiros, que sempre foram amigos de nossa espécie, a se juntar a sua causa... Não demorou muito para eles armarem um golpe e então nos atacarem... Mas acho que todos aqui sabem as conseqüências de uma guerra, ninguém vence...”

“E pior ainda, nosso querido astro foi devastado, milhares de seres morreram em guerra, milhares de inocentes morreram por causa de mentes inconseqüentes que não se preocuparam em saber se estava ou não a favor de quem quer que seja... Então quando minha irmã viu seu namorado morrer tentando protegê-la ela liberou todo o seu poder e graças a isso todos nós viemos para Terra...”

Nesse momento Claire me cortou.

- Foi ela?! – perguntou espantada, pelo jeito ela também era uma das incrédulas, assenti e continuei.

- A maioria renasceu e poucos como eu e minha irmã apenas chegamos por aqui como crianças e sem nenhuma memória... Conforme o tempo passou nós a recuperamos e hoje estamos aqui... Mas o único problema foi que a mente maligna de James também renasceu e ele foi novamente tentado a tomar o sangue humano, porém ele não quer só a nós, ele quer os humanos... Quer castigá-los por estarem destruindo o seu planeta. – expliquei tudo calmamente.

E quando terminei o silêncio foi total.

- Acho que devo desculpas a princesa, assim como metade da população. – murmurou Claire.

Sim, todos deviam desculpas e agradecimentos a ela, pois mesmo sendo discriminada ela salvou a todos sem distinção.

- Creio que vocês tenham algumas dúvidas. – disse olhando para os humanos a minha frente que agora estavam mais relaxados e sentados no chão me olhando atentamente.

- Eu volto a dizer que é meio difícil acreditar sem ver, por que se não fosse pelos seus dentinhos nós nunca desconfiaríamos que vocês são ETs. – disse o garoto e eu e Claire fizemos uma careta com o termo ET.

- Bem... É ai que está o problema... Facilmente vocês podem cair nas garras de um vampiro ou alguém de nossa espécie, acreditem podemos ser bem atraentes quando queremos... – alertei.

- E como... – murmurou a mulher que antes havia gaguejado.

- Depois nossa espécie que é estranha. – murmurou Claire revirando os olhos para a oferecida.

- O que podemos fazer para ajudar? – perguntou um homem de aproximadamente 45 anos em tom sério e determinado.

Era disso que eu estava falando! Pessoas determinadas em ser útil ao seu povo! Sorri satisfeito.

- Eu preciso que alertem as pessoas, para que tomem cuidado... – comecei a falar, mas fui cortado por uma das jornalistas.

- Mas... Não podemos simplesmente chegar à televisão e dizer para as pessoas tomarem cuidado com quem está ao seu lado na rua, pois ela pode ser um vampiro ou um ET... Precisamos de provas, vocês estão dispostos a mostrar seus dentinhos em rede nacional? – perguntou ela erguendo uma sobrancelha.

- Eu não me importo. – disse Claire dando de ombros.

- Mas eu sim... Claire ainda não é hora de se expor, eu sei que é realmente chato viver como humano, principalmente você que tem que fingir que não escuta fofocas... Sei que é estressante... Mas não podemos simplesmente nos revelar... Pense naqueles que estão felizes escondendo sua identidade, aqueles que encontraram seu parceiro entre os humanos... – expliquei a ela e logo seu olhar ficou triste.

- Eu entendo... – murmurou abalada e eu voltei meu olhar para os outros que se mantinham em silêncio, mas suas expressões eram de alguém que procurava soluções.

- O que podemos fazer é espalhar os boatos da nova espécie de animal. – disse uma mulher de cabelos ruivos.

- Sim! Podemos deixar as pessoas em estado de alerta! – disse outro homem animado, mas ele murchou sua expressão logo após. – Mas para isso precisamos de provas, fatos concretos.

O desanimo foi geral, mas eu sorri.

- Vocês já possuem isso. – disse e eles me olharam interrogativamente.

- Temos?

- Sim... Revejam os fatos... Em que horas os ataques ocorreram? – perguntei sorrindo e a mente de todos clareou no momento.

- É isso! Todos os ataques ocorreram na madrugada, todos durante a noite... Isso quer dizer que o tal animal possui hábitos noturnos e se nenhuma mãe quiser perder seu filho, irá proibi-los de sair à noite. – disse uma repórter e depois piscou de um olho só.

- Exatamente. – sorri. – Só tomem cuidado para não tornarem um pânico, não que não seja o caso, mas quando humanos ficam em pânico só fazem besteiras.

- Tenho que concordar com o senhor. – disse o homem de meia idade.

- Então está tudo resolvido não é? Só peço que não contem essa história por enquanto... Creio que em breve teremos que mostrar a verdade, mas ainda não é hora. – disse por fim.

- Só uma ultima pergunta senhor... – pediu uma das jornalistas e eu assenti. – Por que não acreditavam que sua irmã era de fato filha de seus pais?

Suspirei, sim essa era uma pergunta inteligente, pois foi com essas dúvidas que tudo se tornou o que é hoje.

- As mulheres de minha espécie só podem conceber um filho... Seus úteros só têm preparo para uma criança... E isso era como lei naquela época, e quando minha mãe apareceu grávida novamente ninguém conseguia acreditar... Para nós foi uma dádiva, um milagre, mas para os outros era um absurdo... Um fingimento.

- Mas isso é um absurdo. – disse ela.

- Sim, eu concordo, mas não tínhamos o mesmo pensamento que hoje... Naquela época os humanos ainda eram muito primitivos, nossa espécie era como a humana hoje para com os outros animais, e muitos de nós nos achávamos superiores, assim como alguns humanos acham hoje... A arrogância de muitos eram contra a generosidade da família real, assim como a doçura da princesa que apesar de ser tratada como um animal e muitas vezes ser atacada nunca se voltou contra seu povo e no momento mais difícil salvou todos, inclusive aqueles que a rechaçaram... O que eles queriam era um pulso firme no poder, alguém que governasse botando medo... Para nós isso seria um verdadeiro protetor... Mas acabamos mordendo a língua com nossas próprias palavras. – explicou Claire e eu me surpreendi com suas palavras.

- Você lutou contra nós. – afirmei olhando para ela que abaixou os olhos.

- Sim, e peço perdão meu príncipe... Eu era arrogante demais para perceber o que era melhor para todos... E por causa disso nosso astro foi destruído. – disse ela com olhos tristes e arrependidos.

Eu nada disse apenas pus uma mão em seu ombro.

- Eu preciso ir... Acho que vocês já sabem o que fazer não é? – olhei para os jornalistas que se levantaram em um salto e começaram a andar de um lado para o outro, fazendo ligações, voltando ao seu trabalho. – Agora eu entendo sua súplica em sua reportagem. – murmurei para Claire que estava com olhos baixos.

- O remorso me corrói dês do dia em que recuperei minha memória, mas eu não podia fazer nada sem ajuda... Tinha esperanças que se eu deixasse meu colar aparecendo outros como nós me procurariam para ajudar, mas o senhor foi o único e o mais importante. – explicou ela.

- Sua atitude foi de extrema importância e gostaria de pedir-lhe que continue, tenho certeza que outros se comunicarão, estamos contatando todos e explicando a situação... Se houver outra guerra devemos estar preparados... Nosso dever é proteger os humanos... Eles fazem muitas besteiras, mas não podem pagar pelos erros e arrogância de nossa espécie. – ela assentiu concordando e me acompanhou para a saída.

Claire seria de grande ajuda, ela era uma pessoa pública e tinha boa comunicação, poderá nos ajudar quando a verdade vier à tona.

- O senhor será um ótimo rei. – disse ela sorrindo e eu me surpreendi ficando encabulado. – Falando nisso, onde ele está?

- Eu não sei... Sinceramente quero acreditar que meus pais estão vivos, mas sinto como eles estivessem cada vez mais distantes. – murmurei triste.

- Então é melhor o senhor rezar para que eles estejam vivos majestade, pois sozinho não conseguirá vencer James. – alertou ela me olhando seriamente.

- O quer dizer?

- O senhor ainda não é rei, não tem poder suficiente para derrotar James... Olha, eu convivi no exercito dele por muito tempo e tenha certeza que seus poderes são surpreendentes, o único poder mais forte que eu senti foi do seu pai... Será difícil vencer essa guerra sem eles. – advertiu e eu fiquei sem reação. – Não quero assustá-lo príncipe e nem tirar suas esperanças, mas essa luta não é fácil como parece.

- Eu sei... Bem, tenho que ir... Veremo-nos ainda Claire. – me despedi e ela fez uma reverência antes que eu saísse pela porta.

No caminho para o aeroporto comecei a pensar em tudo. A estratégia de fazer os humanos se protegerem durante a noite não adiantaria muito, apenas deixaria nosso espaço de tempo menor para nos preparar... Pois a falta do sangue humano levaria o exercito a loucura e os fariam atacar durante o dia também... Disso eu já sabia.

Mas meu pai disse que antes de atacar de dia James iria fazer algo que ele ainda não sabia... Mas por que será que eu tenho a sensação que isso tem haver com Bella?

Meu celular tocou me tirando de meus devaneios.

- Majestade?

- Sim?

- Aqui é Ulisses.

- Doutor! Estávamos atrás do senhor.

- Eu sei, desculpe senhor, mas eu e minha família viajávamos juntos durante minhas palestras quando sofremos um ataque... Infelizmente meu celular se perdeu e minha esposa ficou ferida e eu fiquei cuidando dela e acabei esquecendo de comprar um novo aparelho.

- Entendo... Sua esposa está melhor?

- Está sim... Mas eu liguei para avisar que minha próxima palestra é na sua cidade, provavelmente na escola de sua irmã... Então semana que vem eu estarei por aí e poderei examiná-la.

- Oh! Graças! Obrigado doutor estaremos te esperando, se quiser pode se hospedar em nossa casa.

- Seria uma honra meu príncipe.

Finalmente uma notícia boa.

POV Rose

- Swan? – chamou o professor pela segunda vez.

- Ela faltou professor! – disse já perdendo a minha paciência.

- O irmão de vocês também faltou, por um acaso, eles estão juntos? – perguntou o professor de química erguendo uma sobrancelha.

Mas nenhum dos alunos fez qualquer coisa, pois todos sabiam o estado de saúde de Bella então apenas fuzilamos com o olhar aquele professor idiota que era o único que parecia não acreditar no que estava acontecendo.

- Sim eles estão juntos, mas não no sentido que o senhor está pensando. – respondeu Alice em tom de vampira, o que o fez se tremer inteiro.

- Se fosse nesse sentindo eu seria o primeiro a zoar... Bella está doente e Edward ficou cuidando dela. – disse Emm mexendo com a caneta visivelmente triste.

- Todos os professores já sabem, por que o senhor duvida? – perguntou Seth erguendo uma sobrancelha.

- Eu soube de alguns rumores que ela havia desmaiado e tido uma crise nervosa na aula de física... – contou o professor e eu o cortei.

- E certamente não acreditou... Mesmo ela dormindo em praticamente todas as suas aulas! – disse com ódio e ergui uma sobrancelha, ele deu um passo para trás.

- Rose, calma. – disse em tom baixo Jazz.

- Impossível esse cara ta me irritando! – disse no mesmo tom que ele.

- Já descobriram a cura? – perguntou Ângela baixinho.

- Ainda não... – murmurou Jacob o cachorro.

[...]

POV Edward

Depois de uma semana do dia da apresentação, Bella começou a apresentar os sintomas que ela tinha no começo do ano letivo. Sua fraqueza era eminente. Sua pele estava mais pálida e gelada do que nunca, as olheiras sob seus olhos eram gritantes. Seu estado era pior do que nunca e meu medo de perdê-la crescia a cada dia.

Ninguém sabia o que fazer, ninguém tinha uma teoria se quer sobre o que estava acontecendo.

Sentia falta de toda sua energia dançando na apresentação, sua felicidade, suas provocações, piadas e sorrisos...

No ultimo passo as luzes se apagaram e um som forte de uma batida da música fez as luzes ligarem novamente e uma nova música foi liberada pelo DJ que agora liberava os lasers.

http://www.youtube.com/watch?v=_hmWEo7D9Vw [Flo Rida ft Kesha - Right Round]

Aqueles da companhia de dança começaram uma nova coreografia, e então foram chamando o pessoal para dançar junto.

Bella veio em minha direção sorrindo lindamente e dançando na batida da música. Ela jogou seus braços sobre meu pescoço e eu enlacei sua cintura. Nossas pernas se embolaram e nós dançamos juntos seguindo a batida, totalmente envoltos no momento.

Minha princesa sabia provocar quando dançava. Meu Deus! Eu estava ficando insano com ela dançando colada a mim.

“Owww... Ela nunca dançou com ninguém assim! Também se dançasse ela não deixaria ninguém para nós.” – pensou uma mente brasileira que olhava para nós.

Só então percebi que apesar de todos estarem dançando em seus grupos, todos os olhares estavam sobre nós e minha linda nem parecia se importar.

“Caralho que gostosa!”

“Caralho que gostoso!”

“Vem dançar comigo assim gostosão!” – essa era a voz do professor de química?

“Qual é Isa... Com ele você dança assim, mas quando eu quero dançar assim você chuta meu...” – Er... Que povo invejoso!

Subi minha mão direita até a nuca de Bella e lhe beijei ardentemente sem para de dançar. Ela riu e retribuiu. Nem preciso comentar que as mentes ficaram totalmente insanas.

Algumas músicas depois Bella foi praticamente arrancada dos meus braços quando começou a tocar uma música de batidas fortes. Bella olhou para mim envergonhada.

- Promete que não vai matar ninguém hoje? – perguntou ela de longe.

- O que vai fazer? – perguntei novamente e ela sorriu maliciosa.

- Se eu te contra provavelmente você não vai deixar ou então vai matar alguém depois. – disse ela rindo.

- Prometo que não vou matar ninguém. – disse a ela que abriu um lindo sorriso e depois gargalhou.

Ela se juntou com as outras garotas que estavam praticamente todas coladas em uma fila e começaram a dançar. OMG! Como Bella acha que eu vou conseguir não matar ninguém com ela dançando assim?

http://www.youtube.com/watch?v=rGm-vQRfQYg [Cabecinha- Bonde do tigrão]

Eu estava babando junto com todos os garotos da festa, inclusive meus irmãos, pois Alice e Rose se juntaram na fila para dançar e já aprenderam a coreografia.

Devia ser proibido elas dançarem em público desse jeito, pode ter certeza que hoje o planeta ia sacudir...

Esse dia havia sido interessante... Mas uma semana depois os poderes de minha princesa começaram a oscilar novamente, seus olhos viviam piscando e ela estava cada vez mais cansada, até que os desmaios começaram a ocorrer.

A maioria foi dentro de casa e sempre nós a socorremos, mas então eles começaram a ficar mais freqüentes...

Eu fui para a nossa mesa de almoço, porém Bella me convencera de deixá-la ir sozinha até seu armário, pois ela havia esquecido alguma coisa lá.

Sentei com a minha família, mas algo em meu peito avisava a mim que alguma coisa aconteceria. Olhei em direção a entrada do refeitório e me desesperei quando vejo Quil com Bella desmaiada em seus braços.

Todos se alertaram e eu e minha família corremos até eles assim como os lobos. Senti raiva de termos de nos controlar para não correr a toda velocidade, a velocidade de uma corrida humana parecia a de uma lesma, e meu desespero só aumentava.

- Bella! – chamei assim que cheguei a eles.

- Eu a vi desmaiar no corredor. – explicou Quil.

- Obrigado. – disse sinceramente a pegando de seus braços e a pondo em cima de uma das mesas do almoço, quem estava sentado ali saíra para nos dar espaço.

- Bella, amor, acorde. – chamei a sacudindo delicadamente.

Conforme eu chamava e ela não respondia meu desespero já transparecia.

- Edward, fique calmo... – murmurou Jazz.

- Bella. – chamei mais uma vez e finalmente ela começou a abrir os olhos lentamente. – Hey... Como você se sente? – perguntei baixinho acariciando seu rosto sonolento com as costas de minha mão.

- Aconteceu de novo né? – perguntou ela com a voz embolada e olhos tristes, eu apenas assenti e a peguei no colo novamente.

- Vou te levar para casa. – disse a ela que me abraçou escondendo seu rosto em meu ombro.

- Posso dormir? – perguntou cansada.

- Não se preocupe meu anjo, eu cuido de você. – ela nada mais disse, pois já havia voltado a dormir.

Naquela vez Bella dormiu por dois dias seguidos. Eu não queria que ela voltasse a ir ao colégio, isso só fazia sua energia acabar mais rápido, mas ela teimou, bateu o pé e continuou indo para o colégio.

Seus desmaios se tornaram seguidos conforme os meses se passavam, estávamos na estação mais chuvosa de todas, nós não víamos mais o céu, ele parecia estar sintonizado com o nosso humor que era preocupado e triste.

Esse era o ultimo mês de aula e foi quinta passada que as coisas ficaram muito mais preocupantes.

Bella se remexeu me tirando dos meus devaneios e abriu os olhos.

- Boa noite Bella adormecida. – disse sorrindo e ela fez uma careta.

- Não tem graça. – murmurou desviando o olhar.

- Eu sei... – disse triste puxando seu queixo delicadamente para que ela me fitasse. – Como você está?

- Como sempre... – murmurou com cara de choro e eu a abracei tentando reconfortá-la.

Seus braços tentavam me apertar sem muito sucesso, minha namorada estava fraca, quase tanto quanto um humano. Seus braços estavam sem força, seu corpo estava sem força e eu me sentia sem forças em vê-la assim.

POV Bella

Abracei meu amor o mais forte que consegui. Senti meu corpo inteiro mole. Encostei meu rosto no peito de Edward e senti as lágrimas virem a tona, eu não chorava de tristeza eu chorava de raiva.

Raiva por não saber o que estava acontecendo comigo, raiva por todos estarem preocupados, raiva em saber que meu vampiro não vai hesitar em se jogar em minha frente novamente e eu não sei se vão conseguir segura-lo, raiva pela história querer se repetir, raiva por James ser tão otário e ganancioso a ponto de tomar sangue novamente. Será que era tão difícil ele simplesmente aproveitar sua segunda chance? Raiva por eu sentir tanto desespero e não encontrar nenhuma solução.

A crise que tive na aula de física foi puro desespero, pois não foi um desmaio comum, foi uma previsão que eu sinceramente preferia não saber. Pois se ela realizar eu juro que me mato logo depois...

A cada dia me sentia mais fraca, era visível meu estado para todos e eu morria toda vez que Edward me perguntava como eu estava. Estava cansada de tanta preocupação comigo, cansada de ver os olhares tristes de meus amigos.

Abracei-me em meu vampiro e ele sustentou meu peso como sempre e fomos para a aula de física.

Sentei em meu lugar e Edward sentou atrás de mim como sempre. Encostei minha cabeça na parede ao meu lado e fiquei observando a professora falar, toda vez que seus olhos batiam em mim ela me olhava com pena.

Senti meu corpo pesar e meu poder oscilar novamente, minha visão ficou turva e foi piorando conforme eu tentava focá-la até que tudo ficou negro.

As imagens que vieram a seguir foram assustadoras.

Eu me via presa por uma vampira ruiva, Victória. E James falava algo para mim e então me deu um tapa com as costas das mãos fazendo meu rosto virar. James sorriu satisfeito olhando para o lado e então percebi Edward avançando nele. Mas antes que ele chegasse a encostar em James o corpo de um outro vampiro chocou-se com o dele e os dois começaram a travar uma batalha. Edward segurou o vampiro pelo pescoço e o jogou na parede quebrando a mesma, ele rosnava para James que sorriu.

- Você melhorou! Mas continua o mesmo vampiro idiota de sempre! – gritou James entre sorrisos.

Ele ergueu sua mão e fez sinal. Nesse momento dois vampiros correram em direção a Edward que desviou com facilidade, mas ele se surpreendeu com algo e acabou sendo pego por eles e preso de joelhos ao chão.

- Como acha que devo trata-la? Como princesa? Então se assim deseja. – sorriu sínico e virou-se para mim. – Vossa majestade. – disse ele e fez uma reverência na minha frente.

Em um movimento rápido chutei seu rosto com toda a minha força acertando sua boca e cortando o rosto de James, Victória segurava meus braços para trás em quanto eu gritava algo para ele.

James gargalhou e voltou a falar comigo.

- O que acha de vê-lo virar pó novamente? – então ergueu a mão em direção a Edward, eu comecei a gritar, mas Victória tapou minha boca em quanto eu esperneava em seus braços. – Ou então seja melhor acabar com ela, o que acha leitor de mentes? – perguntou a Edward e então voltou seu braço em minha direção.

Vi Edward correr em minha direção então as imagens começaram a ficar turvas e tudo acontecia em flashes, Edward correndo eu chorando e cinzas na grama.

Não, não, não! Isso não pode acontecer de novo! NÃO! POR FAVOR, NÃO!

- Bella, calma meu anjo. – pediu Edward acariciando meus cabelos me fazendo voltar à realidade.

Meu coração se quebrava a cada vez que meu vampiro pedia para me acalmar, eu queria, queria mesmo me acalmar, ser forte para suportar o que estava por vir, mas eu não era. Eu era fraca e não iria poder fazer mais nada, DE NOVO a história iria se repetir.

POV Edward

Bella chorava desesperada em meu peito e eu tentava inutilmente acalmá-la, ele devia ter se lembrado da sua visão...

Eu observava Bella, seu coração batia normalmente e sua respiração era calma, mas Alice acabara de ter uma visão dela caindo da cadeira em um novo desmaio... Seu coração ficou acelerado e respiração pesada. Minha princesa cambaleou para o lado e iria cair se eu não fosse rápido o suficiente.

- Bella! – exclamei a segurando.

Sentei no chão com ela deitada em cima de minha perna esquerda. Logo todos os alunos estavam em volta.

- Dêem espaço para ela respirar! – ordenou a professora afastando os alunos.

- Bella, acorde, vamos! – chamei a sacudindo delicadamente, mas havia algo de errado nesse desmaio, pois seu coração não parou de acelerar.

Pus a mão em seu rosto e constatei sua temperatura e me alertei na hora, Bella estava fervendo em febre e eu não sabia o quão ruim isso poderia ser para a sua espécie.

- Ela está fervendo! – espantou-se a professora quando encostou sua mão na testa de minha princesa. – Eric! Jogue o termômetro que está em cima da minha mesa!

Não era necessário, ela estava com a temperatura maior que as dos lobos e isso era realmente preocupante.

- 49°C! OMG! Isso é impossível! Com essa temperatura um ser humano estaria morto! – constatou a professora depois de ver o termômetro.

- Impossível! – disse Jacob “Isso é mais quente que a nossa temperatura!” completou por pensamento.

Bella começou a se debater e empurrou a professora para longe com uma força incrível, as mentes ficaram desesperadas.

- Emm, Jazz ajudem aqui! – chamei segurando os braços de Bella, Emmett e Jasper seguraram suas pernas.

- Da onde ela está tirando tanta força? – perguntou Emm tendo trabalho em segurar sua perna direita.

- Jacob! Ajuda! – chamei, pois não estava dando conta de segurar seus braços.

Esticamos Bella no chão em quanto ela se debatia, Jacob segurou seus pulsos contra o chão em quanto Jazz e Emm seguravam suas pernas do mesmo modo, me debrucei sobre ela segurando seus ombros, Rose correu para segurar sua cabeça e Alice se abaixou ao seu lado a segurando.

- BELLA ACORDE! VAMOS! SAI DAÍ, NÃO É REAL! – não me importava mais em guardar segredo, minha princesa sofria com sua visão e eu não podia deixá-la presa.

- Assassino! Você matou meus pais! – gritava ela.

Nós trocamos olhares significativos rapidamente e então nos desesperamos para que ela acordasse. Rose e Alice começaram a chamá-la também.

- Bella! Bella!

- Sai dessa amiga!

“Edward, é o James?” perguntou Seth que se abaixou para ajudar Emm e Jazz.

- Não, é uma previsão... – murmurei baixo apreensivo.

- Não Edward, não faça isso! Ele vai matá-lo também! – gritou ela novamente e eu olhei para Alice.

“Não posso ver Edward, os lobos estão juntos” – pensou ela entendendo meu olhar.

- Não, não, não, de novo não, por favor, não. – Bella chorava e eu estava completamente desesperado.

- Bella, não vai acontecer de novo, não vai! Agora acorde, por favor! – pedi inutilmente, pois ela continuava a chorar.

Minha princesa não fazia mais força para se soltar, os alunos estavam alvoroçados sem saber o que fazer, a professora estava em choque com a força de Bella, um turbilhão de pensamentos estava me deixando louco quando ela em um grito se levantou.

- NÃO! – ela sentou rapidamente empurrando Alice e Rose para trás, Jacob caiu sentado e eu sentei ao seu lado.

Assim que Bella me encontrou me abraçou forte, Emmett, Jazz e Seth já haviam soltado suas pernas, então ela as encolheu ficando de joelhos a minha frente. Minha princesa chorava soluçando, ao abraçá-la percebi seu corpo suado e ainda quente. Nossos amigos suspiraram relaxando, mas em seus pensamentos estavam certos que o pior ainda estava por vir.

- Por favor, não! – repetia chorando em meu ombro desesperada.

- Mostre para mim, meu anjo. – pedi com a voz suave.

Fechei meus olhos e deixei que ela abrisse sua mente. Conforme as imagens apareciam seus soluços se tornavam mais altos, assim que as visões acabaram abri meus olhos surpreso, os rostos de todos nos fitavam assustados.

- Shhi... Calma... – murmurei afagando suas costas.

- Me prometa... – disse Bella entre o choro abafado em meu ombro, ela se distanciou e olhou em meus olhos.

Meu coração quebrou ao ver seu rosto molhado e inchado por causa do choro, sua expressão era desesperada.

- Me prometa que não se jogará em minha frente de novo! – quando ela disse isso nossos amigos arregalaram os olhos entendendo na hora o motivo de todo o sofrimento.

- As visões não dizem nada concreto meu anjo, elas falham no final... Não é por que apareceram no chão... – eu dizia calmamente olhando em seus olhos, mas antes que eu terminasse ela me cortou.

- ME prometa Edward, por favor, me prometa. – pedia ela desesperada e eu suspirei.

- Não posso te prometer isso Bella. – respondi com a voz firme, porém baixa, o desespero em seus olhos aumentou e ela se abraçou em mim soluçando mais forte ainda.

- Por favor, não faça isso comigo... Eu não vou agüentar te perder mais uma vez. – dizia com a voz abafada em meu peito.

Eu nada mais disse apenas tentava acalmá-la afagando suas costas.

Foi difícil acalmá-la nesse dia, seu desespero era imenso.

- Shhi... O que você acha de esquecer isso por enquanto, hã? Você deve estar louca para por alguma comida na boca não é? – perguntei sorrindo fraco e ela limpou suas lágrimas com as costas da mão do mesmo jeito que uma criança manhosa.

- Uhum... Daqui a pouco meu estômago ronca. – murmurou ela e seu estômago roncou em seguida, me fazendo sorrir torto e Bella soltar um praguejo baixo.

Ela levantou da cama para ir ao banheiro escovar seus dentes, assim que ela levantou caiu sentada novamente, eu me segurei para não ir até ela ajudá-la, pois assim ela se sentiria pior. Bella suspirou e então rapidamente foi ao banheiro e fez o que tinha que fazer voltando então para a cama deitando ao meu lado.

Após duas batidas rápidas na porta Nati entrou sorrindo largo.

- Boa noite cunhadinha! – disse ela animada sentando a beira da cama.

- Só será boa noite se você estiver com uma bandeja cheia de comida escondida atrás de seu corpinho fino. – brincou Bella e Nati riu.

Sorri fraco, pois eu sabia que minha princesa pensava que ninguém era obrigado a sentir seu mau humor ou sua tristeza, nem mesmo eu, mas comigo ela não conseguia se segurar.

- Melhor minha querida, Dan acabou de me ligar e disse que conseguiu falar com o Dr. Ulisses. – disse ela.

- Isso é ótimo! – disse sorrindo verdadeiramente.

- Tenho uma notícia ainda melhor cunhadinho... – Nati agora só me chamava assim, pois considerava Bella além de sua cunhada sua irmã.

Ela sorriu e continuou.

- O doutor terá sua ultima palestra na escola de vocês.

- Isso quer dizer que ele poderá me examinar não é? – perguntou Bella e nós assentimentos felizes. – Finalmente uma notícia boa. – suspirou e então sorriu. – Agora que tal minha cunhada favorita fazer um café da manhã perfeito para sua cunhadinha aqui?

- Bella, eu sou a única cunhada que você tem. – Nati fez cara de tédio e Bella gargalhou verdadeiramente como há muito tempo não fazia.

Eu e Nati sorrimos com sua felicidade.

- Só vou preparar, pois você me deu de presente essa risada verdadeira. – piscou de um olho só e correu para a cozinha.

Minha princesa ficou sem jeito com o comentário da cunhada.

- Já disse que você é uma péssima mentirosa meu anjo. – beijei o topo de sua cabeça e Bella se aconchegou em meu peito.

- Preciso treinar mais então. – brincou beijando meu queixo.

- Muito mais. – murmurei e abaixei meu rosto encontrando sua boca.

E como há muito tempo nos beijamos sem preocupações, apenas curtindo o momento.

POV Bella

Sorri para o meu vampiro que me retribuiu com seu famoso sorriso torto. Fiquei fitando seu rosto, prestando atenção em cada detalhe. Seu sorriso era sincero, porém Edward estava com o semblante cansado e eu entendia o porquê disso.

Durante todos esses meses ele nunca saiu do meu lado, as vezes que ficou longe foram para caçar e isso não durava mais que um dia. Meu vampiro precisava dormir, descansar de toda a pressão que estávamos vivendo.

- O que tanto me olha? – perguntou erguendo uma sobrancelha.

- Estou vendo o quanto você esta cansado. – disse suavemente e ele fez uma careta, espalmei minha mão em seu rosto e perguntei olhando em seus olhos. – Por que não dorme um pouco?

Edward suspirou, fiz movimentos circulares com meu dedão em sua bochecha.

- Não se preocupe, eu me sinto bem e prometo que não saio dessa cama. – disse fazendo-o suspirar novamente e então me beijou os lábios.

- Você não sabe o quanto eu te amo. – murmurou ele com uma emoção na voz que fizeram meus olhos brilharem.

- Sei sim... Pois te amo na mesma intensidade. – disse-lhe e meu vampiro sorriu lindamente e me beijou delicadamente.

Sentei na cama apoiando minhas costas nos travesseiros e Edward deitou do meu lado direito, ele ficou de barriga para baixo com seu rosto virado para meu corpo, seu nariz gelado encostava-se à lateral da minha cintura e seu braço direito por cima da minha barriga em um abraço singelo. Seus olhos estavam cansados, mas ele ainda lutava para não fechá-los. Repousei minha mão sobre seus cabelos e lhe fiz cafuné, só assim Edward se entregou ao sono.

Meu vampiro parecia um anjo dormindo, o mais belo dos anjos. Sua respiração era calma e sua expressão serena. Sorri para a mais linda visão de todas.

Não demorou muito e Nati entrou no quarto com seu lindo sorriso estampado em seu rosto e mais importante, uma bandeja cheia de quitutes para mim. Ela passou seus olhos rapidamente em Edward e depois sorriu maternalmente.

- Dormiu? – perguntou em tom baixo.

- Uhum. – murmurei sorrindo em quanto ela sentava do meu lado esquerdo e colocava a bandeja em seu colo já que o braço de Edward estava sobre mim.

Peguei um pãozinho com manteiga e dei uma super mordida fazendo minha cunhada rir. Ela olhou novamente para Edward e disse.

- Pela primeira vez em meses eu o vejo com um semblante tranqüilo e aparentando o garoto que realmente é. – sorri.

- Apesar de estar paralisado em seus 17 anos ele sempre teve um coração de uma criança de seis... E uma mentalidade de um velho ranzinza de 90. – completei brincando.

- Eu escutei isso. – resmungou ele e eu e Nati gargalhamos em quanto meu vampiro voltava a dormir com um sorriso brincalhão nos lábios.

Nati ligou a TV em um som baixinho, mas audível para mim. Continuei comento e fazendo cafuné em Edward. As reportagens que eram transmitidas falavam sobre o mistério da nova espécie que atacava.

- Conseguiu falar com bastante gente? – perguntei e minha cunhada sorriu satisfeita.

- Com muito mais gente que eu esperava, muitos já tinham idéia do que estava acontecendo e queriam ajudar, e melhor ainda... - sorriu mais largo -... Muitos me disseram que se encontraram com outros como nós e mantém contato, me disseram que espalharão as notícias.

- Isso é ótimo! – falei feliz.

- É sim, o engraçado é que todos estão espalhados pelo mundo, um pouco em cada continente, parece até que foram colocados a mão em cada lugar. – disse ela pensativa.

- E qual é o plano? – perguntei.

- Eu e Dan conversamos, a prioridade é proteger a humanidade e deixei isso bem claro a todos que conversei... Então... Combinamos que ninguém irá precisar sair do lugar onde vive, apenas proteger a sua área... Alertei também para que se aja alguma batalha não enfrentar sozinhos, pois não queremos mais mortes. – explicou ela.

- Não mesmo... – concordei suspirando.

Voltei meu olhar para a TV e me assustei quando vi Dan.

- Nati? – chamei, minha voz tremeu.

Ela estava tão paralisada quanto eu.

POV Daniel

Meu vôo de volta para casa foi cancelado devido ao mal tempo, então resolvi voltar para a sede do jornal em que Claire trabalhava. Ajudei no que podia por lá, todos me respeitavam e principalmente respeitavam Claire, ela me contou que depois que eu fui embora, todos vieram lhe pedir perdão.

Estávamos vendo alguns vídeos de ataques quando uma das moças que atendiam os telefones correu até nós avisando que uma pessoa havia sobrevivido ao ataque, mas ela não o deixava ser socorrida.

Não pensamos duas vezes em correr até o local. Chegando lá havia muita gente em volta e a imprensa estava em peso por lá.

- Não! Por favor, não encostem em mim! – gritava a mulher que eu não conseguia ver devido à multidão a sua volta.

Troquei um olhar rápido com Claire e então fomos empurrando as pessoas para chegarmos ao centro da confusão, mas assim que avistamos a cena simplesmente paralisamos chocados.

O cheiro forte de sangue revelava que a mulher que se contorcia no chão era da lua, mas o que mais chocava era seu corpo cheio de mordidas, pescoço, pulsos, ombros e até mesmo na barriga.

- OMG! – gritou Claire ao meu lado e eu vi seus olhos encherem de água. – Bárbara! – disse e correu até o seu lado.

- A conhece? – perguntou o paramédico que inutilmente tentava socorrê-la, mas Bárbara não deixava ninguém chegar perto.

- Era minha melhor amiga. – respondeu entre lágrimas e se ajoelhou ao seu lado.

Ajoelhei-me do outro lado analisando as mordidas, estava tão ensangüentada que não era possível saber a origem das mordidas.

Bárbara urrava de dor, seus dentes estavam expostos e ela chorava se contorcendo.

- Fique calma, não podemos ajudá-la se não nos deixar tocá-la – disse o paramédico em tom amigável tentando aproximar suas mãos.

- NÃO! Para o seu próprio bem não encoste em mim! – disse ela entre gemidos.

- Bárbara, sou eu Claire, fique calma minha amiga nós vamos ajudá-la.

- Claire, tente acalmá-la, talvez Ulisses possa nos ajudar. – pedi pegando meu celular.

- Príncipe? – perguntou Bárbara como um sussurro de dor, os paramédicos me olharam sem entender.

- Sim Bárbara... Fique calma vamos ajudá-la. – disse com a voz calma.

- Não pode... – gemeu ela. – Eu pensei que tinha nos abandonado. – murmurou ofegante.

- Nunca abandonei meu povo e nunca vou fazê-lo. – minha voz tinha uma autoridade desconhecida por mim mesmo.

                                                                                                         

Bárbara urrou mais uma vez e sorriu amargo.

- Tem razão, nós que abandonamos nossa fé e traímos o senhor. – sua voz demonstrava dor física e dor sentimental.

Em um ato rápido e desesperador ela pegou em meu pulso e uma descarga elétrica passou por todo meu corpo, mas não foi uma descarga elétrica de sentimentos, aquela sensação boa e sim algo parecido com um choque muito potente.

Rosnei apertando meus dentes e apertando meus olhos com a dor que senti. Ainda sentindo aquela dor abri meus olhos para fitar seu rosto desesperado.

- Por favor, perdão majestade. – pediu ela olhando em meus olhos em um urro de dor.

A carga elétrica que passava para meu corpo era visível para todos, Bárbara assustou-se quando percebeu o que estava fazendo e largou rapidamente meu pulso e o choque dissipou-se deixando meu corpo mais leve.

- Eu e minha família te perdoamos Bárbara, agora tente se acalmar e diga o que está sentindo. – pedi me recuperando da dor rapidamente.

- ESTÁ QUEIMANDO! – ela gritou em desespero.

- Calma minha amiga. – pediu Claire tão desesperada quanto.

Peguei meu celular, mas constatei que ele estava danificado após a onda de eletricidade.

- Claire, empresta o celular? – pedi e ela rapidamente me entregou.

Liguei para Ulisses que logo atendeu.

- Doutro ligue sua televisão, por favor. – pedi rapidamente.

- Essa não... – murmurou ele.

- Pois é! O que posso fazer para ajudá-la? – perguntei sem paciência.

- Foi ataque de vampiros não é? – disse ele em tom derrotado.

- Sim... Vampiro e pelo jeito não foi só um. – disse em tom baixo, mas tenho certeza que os paramédicos ao meu lado me ouviram.

- Não encoste nela meu príncipe você pode levar um choque. – avisou rapidamente.

- Agora que você avisa? – perguntei mal-humorado.

- Oi?

- Nada esquece! O que devo fazer para ajudá-la?

- Desculpe majestade, mas ela não irá sobreviver – disse ele em tom derrotado.

- O QUE? – quase gritei.

- A menos que a pessoa mais importante para ela esteja presente e sugue o veneno para fora... Só assim para ela se salvar. – explicou ele.

- E não tem como eu fazer isso? – perguntei em desespero.

- Não senhor, se começar a retirar o veneno os choques ficaram cada vez mais fortes até matá-lo. – disse.

- Ok, obrigado mesmo assim doutor. – desliguei e fiz sinal negativo para Claire que desabou a chorar.

- Não chore minha amiga. – disse Bárbara com um esforço imenso.

Claire não se conteve e pegou na mão da amiga a eletricidade passava para ela, porém ela segurou a dor e lentamente aquela eletricidade foi diminuindo e Bárbara em apelo apenas para Claire a olhou de um jeito que somente ela conhecia, pois a jornalista assentiu entre lágrimas e assim o coração de Bárbara parou de bater e ela faleceu com os olhos voltados para o céu.

A jornalista se levantou e saiu empurrando as pessoas, a olhei se distanciar sentindo a dor que ela emanava. Voltei meu olhar para Bárbara e fechei seus olhos lentamente. Levantei e fui atrás de Claire. As pessoas estavam tão paralisadas ou chocadas, surpresas, não sei, mas elas nem se quer se mexeram ou olharam para onde nós fomos.

Claire encostou sua cabeça na ambulância e chorou desabafando. Limitei-me apenas a passar a mão em suas costas tentando acalmá-la.

- Hey! Ela precisa de ajuda? – perguntou alguém e eu me virei para descobrir que os paramédicos estavam conosco.

- Acho que sim... Vocês têm água? – pedi e fiz Claire se sentar na traseira da ambulância.

- Claro. – disse um dos paramédicos e depois de correr até a cabine do motorista trouxe uma garrafinha de água para ela.

- São mesmo vampiros que estão atacando? – perguntou um dos paramédicos.

Troquei um breve olhar com Claire que já estava se acalmando.

- Venham amanhã até a sede do jornal, eu explicarei tudo se quiserem saber, só não comentem nada com o resto da imprensa. – os dois paramédicos se olharam e assentiram.

- Ora, ora, ora, se não é nosso querido príncipe. – uma voz grave surgiu das sombras.

Mas que inferno! Será que esse dia não vai acabar? Pus-me a frente de Claire e dos paramédicos. Logo três vampiros surgiram das sombras. Seus olhos em um vermelho rubi, escutei os corações atrás de mim acelerarem.

- Não queremos nada com o senhor, só a queremos e talvez os dois humanos para um lanchinho depois. – disse o outro vampiro chegando mais perto e passando a língua nos lábios.

- Pois terão que passar por mim para pegá-los. – disse calmamente.

- Ora, o que é isso, não queremos brigar, só queremos fazer uma proposta para nossa querida Claire. - disse o outro.

- Venha se juntar novamente a nós... Venha para o lado dos que vencerão a guerra. – disse o outro.

- NUNCA! – gritou Claire se levantando e rosnando.

- Então terá o mesmo destino que sua amiguinha. – disse o vampiro dando de ombros e então os três se prepararam para atacar.

Empurrei Claire para trás assim que ela ia atacá-los.

- Proteja os dois Claire. – disse calmamente e me concentrei.

Fechei meus olhos e senti os três seres em posição de ataque. Percebi que dois deles não tinham nenhuma esperança, eram apenas fantoches, já o terceiro ainda podia mudar, tinha um pouco de vontade própria.

Eles correram em minha direção, mas em ataques rápidos transformei os dois fantoches em cinzas, o terceiro eu segurei pelo pescoço e o joguei longe.

- Avise seu chefe que Claire Neveu está sob minha proteção! – disse em meu tom de maior autoridade.

- E sua irmã príncipe, está sob sua proteção nesse momento? – perguntou ele rindo.

Voei nele e segurei sua garganta contra o chão, agachei perto de seu rosto e expus meus dentes perto de sua garganta e então disse em tom ameaçador.

- Não me provoque, estou te deixando vivo pelo simples fato de ainda restar esperança em seu corpo, mas não me obrigue a acabar com isso agora.

O levantei ainda pelo pescoço e disse olhando em seus olhos rubi.

- Nós protegeremos a humanidade, por tanto parem de atacá-los! Chega de assassinatos! Evitaremos a todo custo à guerra que está por vir, não nos subestimem! – por fim joguei-o na parede.

- Ainda não percebeu que a guerra já começou? – perguntou o vampiro limpando suas roupas e então sumindo no relento.


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Notas finais do capítulo

Pois é gente, chegando ao final da temporada tudo fica muuuito tenso. Mas as coisas se resolveram nessa mesma temp, não se preocupem xD


Queria perguntar uma coisa a vocês. Acham necessário abrir um outro link para a postagem da segunda temporada? Ou deixa aqui mesmo? Tipo, como próximo cap sabe?