A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 40
Capítulo XXXVII. Depois da calmaria vem a tempesta


Notas iniciais do capítulo

Olá :D Primeiramente quero agradecer todos os comentários que venho recebendo. Vocês são demais!

Gente, no cap passado eu disse que a fic estava acabando... Mas não é a fic, é a PRIMEIRA temporada. Já estou escrevendo a segunda há algum tempo, na verdade já passei da metade. E tenho certeza que muita gente vai me abandonar quando eu estiver postando a segunda temp, porque os capítulos são simplesmentye gigantes... Tenho por exemplo um cap com mais de 63 paginas do word...

Espero que vocês me aturem xD

Mas a parte boa é que mesmo com os capítulos imensos, a qualidade da escrita está muito melhor ^^


Mas agora chega de falar e vamos ao cap :D



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XXXVII. Depois da calmaria vem a tempestade

POV Bella

As aulas retornaram há quase dois meses e dês do ano novo que eu ando sonhando com meus pais, em seus olhares eu via preocupação como se eles quisessem avisar sobre algo, mas não podiam fazer nada.

Levantei da cama e fui tomar meu banho para ver se a tensão saía dos meus ombros. Ontem à noite Edward disse que Alice previra que hoje faria sol por volta das sete da manhã, então eles aproveitariam para ir caçar, por isso ele não dormiu comigo e nem iria para a aula hoje.

POV Daniel

Acordei muito cedo, estava com uma sensação estranha, um aperto no peito. Virei-me  e depositei um beijo na testa de Nati.

- Amor, eu vou à padaria, quer alguma coisa? – perguntei acariciando seu rosto com as costas de minha mão.

- Não... – murmurou beijando minha palma e depois voltando a dormir.

Como todos os dias eu tomei meu banho e fui para a padaria comprar o café da manhã.

Abri a porta de vidro e a sineta tocou, andei até o balcão onde o senhor que era dono do local estava... Mas havia algo de errado, pois o mesmo estava com o semblante assustado e as mãos trêmulas.

Franzi a testa, seu coração estava disparado, mas ao prestar melhor atenção percebi que não era apenas um coração que batia e sim três. E mais dois corações, só que mais distantes.

Senti algo frio tocando minhas costas.

- Não se mexa isso é um assalto. – disse uma voz grave atrás de mim.

O senhor a minha frente estava com os olhos esbugalhados e olhava ora para mim ora para a assaltante que estava ao seu lado com uma arma apontada para a sua cabeça. Eu poderia acabar facilmente com eles, porém não podia arriscar a vida daquele senhor.

A mulher que apontava a arma para o senhor olhou para mim e mandou um sorriso malicioso eu a olhei com indiferença. Os dois bandidos nos conduziram até o escritório e lá nos amarraram e nos trancaram.

- Não se preocupe garoto eu toquei o alarme silencioso e a policia já deve estar chegando. – disse ele... Mal sabe que eu sou mais velho que seu tataravô...

- Tudo bem. – dei de ombros. – O senhor estava sozinho aqui ou tinha mais alguém? – perguntei lembrando-me dos dois batimentos que ouvi antes.

- Minha neta estava no deposito, espero que ela tenha ficado escondida. – disse ele com dor na voz.

- Quietinha!Quietinha! – dizia a voz de um homem que eu ainda não havia escutado e um choro de mulher era audível.

- Minha neta! – exclamou o senhor nervoso tentando se soltar.

Essa não! A polícia não ia chegar a tempo, não a tempo de salvar a pobre garota. Minhas mãos estavam amarradas com uma corda uma na outra, sem muitos problemas forcei-a e estourei o fio e me libertei. O senhor olhou espantado para mim, mas não conseguiu dizer nada, soltei suas mãos e disse.

- Fique embaixo daquela escrivaninha, vou ajudar sua neta, confie em mim. – eu disse me dirigindo para a porta e notando que ela estava trancada.

Não pensei duas vezes, meti o pé nela e a mesma voou batendo na parede da padaria.

- Ei! – gritou a mulher me apontando à arma sendo seguida do outro homem.

Eles começaram a falar algo, mas eu não escutei, a raiva me dominou quando vi a cena. A pobre garota aparentava ter uns 16 anos tinha o cabelo ruivo e olhos verdes. Estava com a roupa rasgada, tinha vermelhões pelo corpo inteiro e chorava desesperada em quanto o outro homem tentava tocá-la.

Nesse momento eu rosnei alto fazendo todos os presentes hesitarem, homem nojento! Em minha mente me veio minha irmã, minha mulher e minha filha... No lugar dessa garota podiam ser elas...

Não hesitei e corri em velocidade na direção do homem que segurava a garota. Prensei seu corpo na parede o segurando pelo pescoço, mostrando os meus dentes bem perto do seu rosto. Eu rosnei o mais alto que consegui, a raiva me dominou quase que por completo.

- Solte el.e – gaguejou o outro bandido me apontando a arma.

Eu continuei segurando o infeliz, virei meu rosto para olhar os outros dois bandidos que apontavam suas armas com as mãos trêmulas.

- Se não sol.tá-lo ir.ei atir.ar – gaguejou a mulher.

- Atire. – disse entre dentes rosnando novamente.

Os dois não hesitaram e começaram a atirar diversas vezes.

Sem nenhum movimento, fixei meu olhar nos projéteis e os parei no ar. Todos me olharam espantados e com medo... Quem está com medo agora han?

Joguei o homem que estava em minhas mãos junto com os outros dois, ele após um gemido perguntou gaguejando.

- O qu.e é voc.ê ?

- Seu pior pesadelo. – respondi fazendo um movimento com as mãos e uma rajada de ar juntou os três um de costas para o outro.

Peguei a corrente que era usada para sinalizar a fila do caixa e amarrei os bandidos. Olhei feio para eles.

- Vocês não têm vergonha na cara não? Apostos que suas mães não se esforçaram tanto para alimentá-los para virarem esse tipo de criatura desprezível. – disse virando de costas e indo em direção a garota que estava no chão abraçada aos próprios joelhos enquanto chorava baixinho.

Tirei meu casaco e coloquei em torno dela.

- Ficará bem agora. – disse com a voz suave e sorrindo.

Ela levantou o rosto com o os olhos transbordando lágrimas. Olhei para o local onde estava a porta e vi o senhor escorado nela me olhando com os olhos esbugalhados.

Levantei-me e fui pegar nas prateleiras as coisas para o café da manhã. O silêncio seria incrível dentro da loja se não fossem os corações disparados.

- O senhor tem chocolate ao leite? – perguntei apenas virando minha cabeça, iria levar um agrado para minha filha.

Ele apontou o dedo trêmulo para uma prateleira.

- Ah! Obrigado. – disse indo em direção aos chocolates.

Levei minhas coisas até o caixa e pus tudo dentro de um saco de papel... Temos que pensar no meio ambiente né? Fui até o senhor e lhe entreguei uma nota de 50.

- Desculpe pela porta, eu lhe mando o dinheiro assim que chegar em casa. – disse a ele que assentiu com a cabeça, virei para a garota e disse sorrindo. – Pode ficar com o casaco.

- Obrigada, por tudo. – murmurou ela em um sussurro inaudível para humanos, sorri.

- Não há de que. – dei um tchauzinho e segui rumo à porta, mas paralisei ao ver uma câmera de vídeo filmando tudo... Ow!

Voltei até o dono da loja e pedi.

- Será que o senhor poderia manter em segredo aquela fita da policia? – perguntei baixo para apenas ele escutar.

- Tudo bem. – disse ele após puxar o ar.

- Obrigado.

E finalmente segui meu caminho assim que ouvi as sirenes da policia a três quadras da padaria.

POV Bella

- Demorou hein! – disse assim que meu irmão entrou em casa com a roupa encharcada e o cabelo pingando.

- A padaria estava sendo assaltada, tive que dar uma ajudinha. – respondeu se tremendo todo para a água escorrer, Bruninha que estava ao meu lado gargalhou.

Nati foi até ele e depois de lhe dar um selinho pegou as compras de suas mãos.

- Está chovendo muito lá fora? – perguntei tomando um gole de suco.

Ele ergueu uma sobrancelha me olhando como eu fosse alguma retardada.

- Que? – perguntei com a voz de taquara rachada.

Meu irmão revirou os olhos e subiu as escadas.

Ok né? Tomei meu café rapidamente e fui para o colégio com Bruninha. A chuva já havia passado. Nós íamos andando de mãos dadas, ela balançava meu braço e cantarolava uma música infantil, eu gargalhava da peste que agora até parecia um anjinho, mas sempre dava um jeito de fazer das suas traquinagens.

Cheguei até a árvore onde sempre ficávamos com os outros e encontrei os lobos sentados na grama. Como Alice previra as nuvens que antes estavam negras no céu se dissiparam e o sol brilhava glorioso.

- Olá cachorrada. – brinquei sorrindo sapeca.

Eles reviraram os olhos ao mesmo tempo fazendo minha sobrinha gargalhar alto.

- Vem cá pequena! – chamou Jake abrindo os braços e a pequena dos olhos azuis se jogou no colo do tio postiço.

- Onde estão os sanguessugas? – perguntou Paul com a voz transparecendo suas intenções de fazer algum comentário maldoso.

- Foram caçar. – disse simplesmente e olhei no estacionamento um ônibus de viagem, na lateral escrito em português. “Escola de artes modernas Olhos do amanhã”.

OMG! Essa era a escola de dança que eu freqüentava!

Quase pulei de alegria, já fazia muito tempo que eu não via ninguém... Com a minha visão periférica pude notar que não tinha mais ninguém no ônibus, mas vi uma garota de cabelos cacheados correr até lá e entrar rapidamente para então sair em seguida com uma mala enorme.

Eu não a reconheci, deveria ser alguma aluna nova... Mas o silêncio atrás de mim me chamou a atenção, assim que virei Bruninha perguntou.

- O que aconteceu com o Seth?

Só então eu percebi que Seth olhava apaixonadamente para a garota que carregava a mala com dificuldade. Fui até ele e lhe dei um tapa na nuca tirando-o do transe. Ele me olhou confuso.

- O que está esperando? Vá ajudá-la! – praticamente ordenei em quanto o lobo piscava os olhos repetidas vezes, revirei os olhos e o empurrei. – Vai lá Seth!

POV Seth

Meu coração batia descompassado conforme eu andava, a sanguessuga vidente estava certa e eu me sentia muito bem por isso.

A garota carregava a mala com muita dificuldade, ela tinha cabelos cacheados e um tom castanho que reluzia ao sol. De repente ela tropeçou e sua mala caiu, a garota bateu o pé visivelmente irritada e  murmurou com raiva.

- Mala idiota! – segurei o riso e me aproximei lentamente. – Argh! – então ela puxou o pé para trás para chutar a mala, mas antes acertou minha canela.

- Ai! – dissemos eu e ela ao mesmo tempo, então a garota virou o corpo assustada e eu finalmente encontrei o seu olhar.

Seus olhos tinham a cor de mel, lindos e expressivos. Fiquei completamente preso neles e meu coração batia descompassado.

- Desculpe... – murmurei, pois ela deve ter machucado o pé quando bateu em minha perna.

Com a minha palavra ela pareceu sair do transe e balançou a cabeça como se dissipasse pensamentos, seu rosto corou e ela abaixou a cabeça constrangida.

- Quem pede desculpas sou eu, já que fui eu que te chutei. – disse em inglês com um sotaque bastante carregado, só então eu lembrei que ela deveria ser brasileira.

- Sem problemas. – disse em português e ela me olhou curiosa, abri meu melhor sorriso e após corar mais ainda retribuiu.

- Você fala português? – foi mais uma afirmação.

- Tenho uma amiga que morava no Brasil, eu ia freqüentemente para lá. – expliquei e ela assentiu sorrindo novamente, seu sorriso era o mais lindo que já vi, só em vê-lo eu me sentia nas nuvens. – Deixe-me ajudá-la. – fui em direção a sua mala.

- Não precisa eu consigo carregá-la. – disse vindo em minha direção.

- Faço questão.

- Mas...

- Não se preocupe eu levo. – disse já andando.

[...]

Nós seguimos o caminho conversando, o assunto fluía naturalmente e aquele silêncio desconfortável nunca aparecia. Ela me contou que ela e o pessoal de sua escola ganharam um concurso e o premio era intercambio para os dançarinos com direito a turnê. Eles iriam ficar estudando aqui até o fim do ano letivo e a ultima apresentação da turnê seria aqui em Forks na semana que vem.

Logo chegamos aos fundos do colégio, lá tinha um parquinho para crianças... Nunca tinha vindo para esses lados... No corredor ao lado do prédio avistei uma porta aberta lá um monte de gente saía e entrava, ria, conversava.

- Chegamos... – murmurou ela.

- Sim. – disse já me sentindo triste por ter que ir.

A garota então levou sua mão em direção a minha para pegar sua mala, mas ao encostar sua pele a minha uma sensação incrível se apoderou do meu corpo, como se eu sentisse o seu coração junto ao meu. E acho que ela sentiu o mesmo, pois olhou para mim assustada, mas logo relaxou.

- Bem... Obrigada pela ajuda... Oh! Não acredito que conversamos tanto e eu nem sei o seu nome! – exclamou ela colocando a mão na boca.

Tive que gargalhar com sua expressão.

- Seth e o seu? – perguntei após segurar o riso.

- Raquel. – disse sorrindo.

Cheguei mais perto dela e escutei seu coração disparar, me inclinei e sussurrei em sua orelha.

- Foi um prazer conhecê-la. – e então beijei sua bochecha sentindo novamente aquela sensação e escutei seu coração bater em falso juntamente com o meu, senti em meus lábios sua pele macia e o contraste de temperatura foi incrível.

Distanciei-me e após sorrir para ela me virei e fui em direção a minha sala de aula. Ainda pude escutar um “Ai meu Deus.” Dito por ela e então um monte de meninas perguntando a ela. “Quem era aquele gato?” “Se meche garota!” “Dá para responder ou ta difícil?”

[...]

POV Bella

Eu me sentia tão solitária quando Edward tinha que faltar as aulas, suspirei pela qüinquagésima vez na aula de biologia, virei meu rosto para o lado observando meus amigos.

Jake estava babando na mesa, segurei o riso, onde está Alice com sua máquina numa hora dessas? Ao seu lado Seth desenhava em seu caderno com um sorriso de orelha a orelha, assim que ele havia chego em sala nos contou tudo sobre a tal Raquel, esse negocio de impressão realmente era incrível. Na bancada de trás, Quil prestava atenção na aula e escrevia em seu caderno compenetrado. Paul olhava para a aula entediado, mas assim que viu que eu estava olhando para eles, escreveu em seu caderno rapidamente e ergueu ele para mim para que eu lesse.

NERD >

A flechinha apontava para Quil, eu comecei a rir.

- Minha aula está engraçada senhorita Swan? – perguntou o professor entrando em minha frente de braços cruzados.

Sério é perseguição! Se ele fosse mulher eu diria que era mal comida...

Vi Jake erguendo a cabeça após um cutucam de Seth, estranhei, pois os dois olharam para trás e um murmurinho começou, o professor olhou para trás bem a tempo de ver Quil irritado dar um soco no ombro de Paul que sorria matreiro.

- Parem agora! – disse Jake com uma autoridade na voz que eu nunca tinha visto antes, os dois abaixaram o olhar e voltaram sua atenção para o quadro.

Acho que o professor perdeu o rebolado, ou ficou com medo de brigar com eles já que cada um dava dois do corpinho do profe mal comido...

[...]

No intervalo o diretor reuniu todos os alunos para fazer um discurso, ele estava em um tipo de palco e atrás dele alunos da escola de dança. Assim que os avistei reconhecia a maioria e assim que uma de minhas amigas me viu logo foi cutucando e avisando quem estava do lado, até que todos me olhavam e sorriam, retribui escutando o que o diretor falava.

- Esses são dançarinos de uma escola de dança brasileira, eles ganharam como premio a oportunidade de fazer um intercambio e a nossa escola foi sorteada para recebê-los... Quero pedir a todos que os recebam bem, pois isso será também trocas de experiências entre vocês... Como agradecimento eles farão um show na semana que vem que começará em horário de aula e depois liberaremos o DJ para tocar até a noite. – nesse momento a galera fez festa e o diretor não conseguiu falar mais nada.

Percebi meus amigos descerem rapidamente do palco e virem rapidamente até mim, a primeira a chegar foi Gaby me dando um abraço de urso.

- Isa! Que saudades! – dizia ela me balançando de um lado para o outro.

Não deu tempo de eu falar nada, pois logo senti outros braços a minha volta e vários que saudades.

Nunca tive uma melhor amiga ou amigo, a verdade é que todos eram meus amigos igualmente. Eu sempre me senti péssima por estar sempre inventando mentiras sobre Charlie ou meu irmão, e até mesmo sobre mim, mas o que mais eu poderia fazer? Infelizmente ser quem eu sou requer certas medidas.

Todos me abraçavam calorosamente como bons brasileiros, mas eu já estava ficando tonta de virar para todos os lados.

- Calma ai galera! Eu estou ficando sem ar já! – disse me abanando e sorrindo para aqueles rostos tão conhecidos da minha infância.

- Isa... Você está muito gata! – disse Flávio e eu e todas as meninas reviramos os olhos.

Flávio era aquele tipo de garoto feio que nem um demônio e que tentava a todo o custo conquistar uma garota.

Nessa hora um braço quente passou por cima de meus ombros, as garotas olharam babando e Flávio esbugalhou os olhos e eu revirei os meus.

- Povo esse é o Jake, Jake esse é o povo. – apresentei apontando para eles.

- Oi Povo. – disse Jake divertido em português e mostrando seu sorriso de “vem que tem”.

As meninas suspiraram e eu dei um soco de leve na barriga dele.

- Deixa de ser galinha! – disse em inglês e sua gargalhada contagiou os outros lobos que já estavam por perto.

Apresentei todos um por um, nome por nome, quase fiquei sem voz, mas tudo bem né...

- Por que te chamam de Isa? – perguntou Paul.

- Por que em português bela quer dizer bonita... E fica meio estranho... Sem dizer que tem aquele filme, a Bella e a Fera. – expliquei rapidamente.

- Não vejo problema algum nisso, já que você é linda e namora um animal. – disse Quil e os lobos gargalharam.

- Háhá! Engraçadões! Eu namoraria um animal se fosse com algum de vocês! - fiz minha melhor cara de tédio para eles.

- Ai! Essa doeu em mim. – disse Flavio de entrosa na conversa, eu lhe mandei o mesmo olhar e ele ergueu os braços. – Não falo mais nada.

Então fomos até a árvore que sempre ficávamos e começamos a conversar, contar as novidades e tudo que aconteceu, Seth e Raquel estavam em um papo particular entre eles em quanto os outros interagiam conosco, até que Ana me perguntou.

- Isa, onde está seu namorado?

- Deve estar em alguma caverna. – disse Quil.

- Ou dormindo em seu caixão. – entrou Paul na brincadeira.

- Provavelmente atrás de algum veado. – disse por fim Jake e os três caíram na gargalhada.

- Querem parar de latir?! – disse brava e eles se calaram me olhando assustados. – Viu como é bom? – perguntei tentando erguer uma sobrancelha.

- Desculpe. – falaram os três juntos com o olhar baixo.

Meus amigos nos olhavam sem entender nada em quanto eu mandava meu olhar mortal pára os três cachorros ao meu lado.

Suspirei e voltei a falar.

- Edward viajou com a família, amanhã ele virá para a aula. – disse sorrindo.

Elas fizeram uma cara maliciosa e eu estreitei os olhos.

- Nem pensem nisso, eu não divido e sabem disso! – cortei o mal pela raiz, conhecia muito bem aquelas garotas e sabia exatamente do que eram capazes de fazer por homem.

De repente um calafrio percorreu minha espinha e eu olhei diretamente para a floresta que ficava em frente ao colégio e novamente aqueles olhos vermelhos me prenderam.

Escutei os lobos rosnarem baixo e o sinal tocar, mas não pude me mexer, acho que mais por medo do que outra coisa.

POV Jacob

Aquele cara de novo! O sinal tocou e os amigos de Bella já se levantavam do chão, acho que nem repararam no que estava acontecendo.

Paul ameaçou levantar para ir atrás do individuo, mas eu pus uma mão em seu ombro e o fiz ficar no lugar.

- Por quê? – perguntou ele entre dentes.

- Não vá atrás dele agora, isso é uma ordem Paul. – disse com minha voz de Alpha.

Seth e Quil me olhavam angustiados apenas esperando uma ordem, mas eu não podia simplesmente chamá-los e sair correndo atrás dele... Como Bella se defenderia? Ela parecia totalmente vulnerável a esse tal de James.

- O que está acontecendo? – perguntou em um sussurro Raquel para Seth.

- Apenas volte para o alojamento ok? Depois eu te explico, mas não saia de lá por nada nesse mundo. – a voz de Seth era preocupada e ao mesmo tempo alarmante, a garota assentiu com a cabeça e pelas batidas do seu coração ela sentiu a gravidade da situação.

Voltei meu olhar para Bella que estava vidrada na floresta, do mesmo jeito que ela ficou em Bariloche. Eu não sabia o que fazer, pois daquela vez ela despertou com a ajuda de Edward, mas agora ele não está aqui...

Tudo aconteceu muito rápido. Uma movimentação estranha na floresta chamou minha atenção, era possível até mesmo para mim, sentir um grande poder vindo de lá. E como fumaça, os olhos vermelho desapareceram na escuridão e Bella puxou o ar alto, como se ela tivesse há muito tempo sem respirar.

POV Bella

Novamente aqueles olhos me atraíram, como uma flor carnívora atraindo sua presa. O medo me dominou... A voz de Jake se distanciava e meu amigo que sempre fora meu porto seguro agora ficara cada vez mais distante. Um oceano aberto e solitário dominou meus pensamentos... Eu estava só.

Toda vez que estive em perigo Edward estava ao meu lado me protegendo, me dando segurança... Mas hoje ele não estava por perto... Sei que é egoísmo e até mesmo ingratidão, mas apenas com Edward eu realmente me sentia segura e protegida... Sempre me acharam poderosa, mas nunca consegui lutar sozinha, meus pais sempre estavam por perto, meu irmão sempre estava comigo, Jake sempre me acompanhou e Edward nunca saiu do meu lado... Eu sou totalmente dependente daqueles que me cercam... São eles que me dão forças para lutar e continuar a viver... E agora eu me encontrava sozinha... Minha única companhia eram aqueles olhos vermelhos, os quais me davam medo e calafrios.

Edward?! Por favor, me ajuda! Tire-me desse beco sem saída!Gritei por pensamento, mas algo me dizia que ele não viria.

Mas se como um simples aroma me puxasse de volta à realidade eu respirei fundo sentindo aquele cheiro tão conhecido, tão reconfortante entrar pelas minhas narinas e inundar meu peito de segurança e paz.

Senti um grande poder e eu conhecia aquele poder, eu conhecia aquele cheiro, mas era difícil acreditar... Meu pai, vivo? Sim, pois esse poder e esse cheiro pertencem a ele. E esse é o tipo de coisa que eu não me confundo... Mas se é realmente ele, por que não veio falar comigo ou com Dan?

- Bella? Você está bem? – perguntou Jake em minha orelha me tirando dos meus devaneios.

Virei lentamente e assenti olhando em seus olhos preocupados, Jake me ajudou a levantar e então notei que ninguém havia percebido o que tinha acontecido... Apenas Raquel que olhava para Seth aflita.

- Nós vamos indo então, vocês têm aula agora não é? – perguntou Gaby

- É sim. – sorri do melhor jeito que consegui e eles foram, Seth não deixou Raquel ir, eu entendia por que... Ele teria que contar a ela se queria algum futuro com a garota.

- Seth, pode ir... – disse Jake após um olhar sugestivo de Seth, que assentiu e puxou sua futura mulher pela mão em direção ao alojamento.

POV Seth

- Seth, o que está acontecendo? – perguntou Raquel com a feição preocupada.

Nós andávamos em direção ao alojamento, mas eu parei no meio do caminho, olhei para trás e pude ver Jake e Quil tentando controlar Paul que estava visivelmente alterado. Bella estava com as mãos no peito e olhava para a floresta com uma expressão preocupada. Voltei meu olhar para a garota a minha frente... Ela era linda e eu já a amava mais do que minha própria vida... E por amá-la tanto que eu daria a ela o direito de escolher se queria ficar comigo mesmo depois de eu lhe contar o que sou.

- Olha, o que eu estou prestes a te contar vai parecer loucura e você vai me chamar de pirado... Mas eu preciso te falar por tudo o que eu senti por você quando coloquei meus olhos em ti. – comecei meio embolado com as palavras, eu realmente não sei como contar a ela, mas antes que eu divagasse mais ela começou a falar rapidamente.

- Seth, eu não sei como isso é possível, mas acho que estou apaixonada por você, mesmo eu te conhecendo há apenas algumas horas... Não sei como explicar, é algo muito forte, como eu nunca senti antes... E é bom, o melhor sentimento que já tive! E não quero que isso se perca... Então não importa o que você diga, não vou desistir de te conquistar! – sua voz era tremula, mas ao mesmo tempo determinada, seus olhos cor de mel brilhavam intensamente

Não pude deixar de sorrir, achei que quem fosse se declarar era eu, mas ela tinha uma personalidade forte e era determinada... E uma segurança me dominou quando olhei em seus olhos. Nesse momento eu sabia que ela ficaria comigo mesmo quando descobrisse tudo.

Meu sorriso se alargou mais ainda com meu pensamento e como se meu corpo agisse de forma automática eu cheguei mais perto dela, o vento jogou alguns cachos de seus cabelos em seu rosto, meus dedos correram pela sua bochecha e empurraram os fios para trás de sua orelha, ela fechou os olhos apenas sentindo aquela sensação. E não me segurando mais espalmei minha mão em sua nuca e a puxei delicadamente mais para perto e finalmente encerrei a distância entre nossos lábios.

Nossas bocas não tinham pressa, ao contrário dos nossos corações que batiam de forma rápida e descompassada. Seu beijo era doce e delicado, o melhor que já provei... Nossas línguas dançavam em sincronia e eu não queria mais solta-la... Mas senti que ela estava suando com tamanha proximidade ao meu corpo.

- Você é quente... – disse ela em um sussurro ainda contra minha boca.

- Você é perfeita... – disse recuperando meu fôlego e finalmente abrindo meus olhos, acariciei sua bochecha com as costas de minha mão e lhe dei um selinho fazendo-a sorrir.

Segurei sua mão e a puxei para sentar-se ao meu lado na grama.

- Está pronta para escutar uma longa história?

Ela assentiu empolgada com a cabeça e se enroscando em meu braço.

- Primeiro quero que saiba que eu nunca mentiria para você e que tudo o que eu falar é a mais pura verdade, por mais que pareça absurda não me interrompa, espere eu terminar e no fim tire as suas conclusões... – disse olhando em seus olhos.

- Acho que sou louca suficiente para acreditar na sua história. – sorriu ela e eu correspondi fracamente.

- Espero que você seja louca suficiente para continuar comigo mesmo depois de tudo contado... – murmurei e comecei a falar.

Conforme eu dizia suas expressões mudavam, estranhamente eu não vi descrença em seu olhar, apenas surpresa e curiosidade. Eu ainda estava no começo da história quando nós olhamos para a árvore.

Eu levantei em um salto enquanto Raquel exclamava rapidamente em um susto.

- CARALHO!

POV Bella

- Por que não me deixou ir lá Jake!? – gritou Paul se tremendo e querendo ir para a floresta.

- Relaxa ai Paul. – tentou segura-lo Quil.

Eles continuaram discutindo, mas eu não consegui prestar atenção, vasculhei com o olhar a floresta atrás de alguma pista dizendo que eu não estava louca, que tudo o que senti foi real... E quem estava ali era meu pai.

Não sei quanto tempo fiquei sem me mexer, mas minha mente voltou para a realidade quando escutei um rosnado e um grito de Jake.

- NÃO! PAUL PARE! – voltei meu olhar para eles e Paul tremia seu corpo como se estivesse tendo uma convulsão.

Quil correu para o meu lado e me puxou para longe no mesmo momento que Paul em uma explosão se transformou em lobo e correu em direção à floresta.

- Mas que merda! – gralhou Jake já tirando a blusa e jogando-a em cima de mim.

- O que aconteceu? – perguntou Seth que chegou correndo com Raquel em suas costas, ele a desceu lhe deixando ao meu lado.

- Paul é muito estressado... – murmurou Quil.

- Seth, Quil, fiquem aqui e protejam a princesa e a garota eu vou tentar esfriar aquele cabeça quente! – disse Jake agora ele desabotoava a calça.

- Pelo amor de Deu Jake, eu não to a fim de ver a sua bunda! – disse emburrada e ele sorriu sem graça e correu em direção à floresta.

- Onde eu parei mesmo? – perguntou Seth para Raquel que estava com os olhos esbugalhados.

- Boa sorte. – disse Quil se jogando na grama e encostando as costas na árvore.

Deixei-os conversando e subi na árvore em um salto e liguei para Edward.

POV Edward

Acabara de terminar de me alimentar de um leão da montanha, fiz isso rapidamente em quanto minha família e Charlie se divertiam caçando, mas algo me incomodava. Uma sensação estranha estava em meu peito, uma preocupação que até eu achava exagero. Sentia que havia algo errado com Bella, sentia como se ela me chamasse, gritasse por socorro, por minha ajuda.

- Por que tanta preocupação Edward? – perguntou Jasper confuso.

- Eu não sei... – murmurei suspirando e um silêncio digno de filme de terror se instalou na floresta.

Até mesmo Emmett que era extremamente escandaloso caçando ficou de repente em silêncio. Aquilo foi realmente estranho e ainda como num filme de terror meu celular tocou sobressaltando a todos.

Olhando no visor vi que era Bella e por um momento pensei que meu coração voltaria a bater.

- Bella está tudo bem? – perguntei já ansioso, eu sentia que algo estava errado.

- Oi amor, agora está. – disse ela com a voz trêmula, eu conhecia minha namorada o suficiente para saber que ela reprimia o choro.

- Amor? O que aconteceu? – disse o mais calmo possível, tentando tranqüilizá-la.

- Ja.mes esteve aqui perto. – respondeu ela gaguejando.

- Ele te atacou? Bella o que foi que aconteceu? – perguntei mais alarmado e logo todos estavam em minha volta me fazendo milhares de perguntas por suas mentes.

Tentei me fixar apenas na voz baixa de Bella.

- Não, mas acho que ele pretendia...

- Estou indo para aí! – disse correndo pela floresta indo em direção ao meu carro.

- Não precisa! Sério! Está tudo bem agora, não aconteceu nada demais, alguém o expulsou da floresta, volte a caçar... Se soubesse que iria atrapalhar não tinha ligado. – disse ela soando arrependida.

- Ora, pare de falar besteira! Não se preocupe com a nossa caça, já havíamos terminado... E nunca pense que você atrapalharia alguma coisa Bella, sabe que nunca fez isso. – ouvi ela suspirar do outro lado da linha. – Agora escute, por favor, não saia de perto dos lobos e a qualquer sinal de perigo me ligue sem pestanejar ok?

- Uhum. – murmurou ela e a escutei fungar.

- Amor você está chorando? – perguntei me sentido horrível por ter que deixá-la sozinha por alguns dias.

Eu já estava dentro do carro a caminho do colégio, os outros me seguia fazendo perguntas por pensamentos as quais não fiz questão de responder.

- Não se preocupe, eu estou bem. – murmurou ela.

- Quantas vezes eu vou ter que te dizer que você é uma péssima mentirosa?

- Algumas vezes mais. – disse ela e por um momento pude ver seu sorriso tristonho em sua linda face.

- Chego ao final da aula.

- Ta bem...

- Eu te amo.

- Eu sei. – ouvi sua risada baixinha ao fundo e isso aliviou um pouco da tensão em meu corpo, ela já estava melhor. – Eu te amo mais.

- Impossível. – respondi e como sempre, antes de encerrar a ligação dissemos em uníssono um te amo.

POV Daniel

Fui até o escritório, pois finalmente resolvi trabalhar, o tempo que meu chefe dera para eu me instalar ainda não havia expirado, porém eu não precisei ir atrás de lugares para montar um escritório já que trabalharia no escritório de casa, eu estava apenas enrolando mesmo...

Nati sentou-se ao meu lado, pôs uma xícara de café em cima da escrivaninha para mim e levou a sua até sua boca, ela gostava de me ajudar no meu trabalho, geralmente me dava ótimas idéias e soluções para alguns problemas.

Assim que abria a página da internet franzi minha testa em sinal de surpresa e preocupação ao mesmo tempo. A manchete sensacionalista dizia.

Pessoas desaparecidas, corpos encontrados sem sangue com seus pescoços estraçalhados, alguns encontrados com apenas dois furinhos. Chupa cabra? Vampiros? Os cientistas dizem que isso é obra de uma nova espécie de animal, mas aqueles que presenciaram os ataques juram que foram vampiros...

E a reportagem continuava dizendo que o surto estava ocorrendo em diversos lugares do mundo e ainda mostrava um vídeo amador de um ataque, onde mesmo com a imagem ruim e trêmula era possível ver um homem segurando uma garota e chupando seu sangue.

Minha boca foi ao chão e percebi minha mulher tendo a mesma reação. Continuamos vendo as outras reportagens em silêncio e cada vez mais espantados e preocupados.

- Isso foi causado por uma espécie de animal ainda não identificado... – dizia o cientista a uma repórter.

- Mas tem possibilidades de ser um vampiro? – ela perguntou seriamente, o cientista deu um sorrisinho debochado.

- Vampiros são lendas urbanas, nunca existiram... São histórias da cabeça das pessoas. – disse ele ainda debochado.

- Mas como o senhor explica o vídeo que um estudante fez... – ele não a deixou terminar.

- Adolescentes adoram aparecer, com certeza o vídeo é uma fraude. – a arrogância do homem já estava irritando a repórter.

- E quanto aos corpos sem sangue? E seus pescoços estarem em pedaços? – ela ergueu uma sobrancelha.

- Desculpe, mas nada disso é informação oficial. – disse ele tomando um tom sério.

Era fato que ele sabia de algo e que não queria divulgar.

A repórter encerrou a conversa e depois voltou seu olhar para a câmera.

- Mesmo com um vídeo feito por nossa equipe mostrando o corpo de uma adolescente, meio azulado devido à falta de sangue e com seu pescoço mordi... Quero dizer machucado, os cientistas insistem em dizer que a informação não é oficial... O que afinal eles não nos querem revelar?Como nos protegeremos do desconhecido? – a repórter tinha um tom sério de alerta, algumas pessoas estavam em volta vendo a reportagem, as mais humildes tinham o semblante assustado, os esnobes riam e faziam gracinhas para a câmera.

Em sua ultima pergunta ela tinha um olhar sugestivo que parecia direcionado para mim, o que foi realmente estranho.

Mas o que nos chamou a atenção foi o semblante da repórter, era visível que ela sabia de mais algo, mas não podia revelar, pelo fato também dela quase ter dito mordida... Para quem não conhecia um ataque de um vampiro, nunca diria que a marca no pescoço era uma mordida.

Quando o sol bateu em seu rosto e um brilho foi visto entre os botões de sua camisa, um pingente em forma de lua foi revelado, daqueles que só nós lunares tínhamos. Então as coisas esclareceram.

- Explicado. – disse Nati.

- Sim... Mas isso está estranho não acha? Os Volturi não deveriam estar cuidando disso? – perguntei.

- Segundo suas próprias regras sim, mas por que ainda não se mexeram?

- Eu não sei meu amor, mas algo me preocupa mais... Não são só vampiros que estão atacando humanos...

Depois daquele momento tenso nós vimos mais algumas reportagens, algumas sérias, outras sarcásticas... Essa história nos deixou realmente preocupados, mas então eu resolvi fazer o meu trabalho.

[...]

Nati foi para a cozinha preparar o almoço e eu fui para o lado de fora sentir um pouco do sol batendo em meu rosto, já que era tão raro ver sol nessa cidade fim do mundo, olhei a floresta a minha frente do outro lado da rua e os raios de sol ultrapassavam as folhagens mostrando um caminho de luz na escuridão da mata densa.

Eu observava tranquilamente quando um vulto passou remexendo as plantas, era um vulto branco como se usasse um manto branco como a neve que voava com o vento. Assustei-me e corri até lá para ver o quem era, mas assim que cheguei ao rastro meu coração pareceu pular para fora.

- Mãe?!

Não era possível, aquele cheiro era de minha mãe, eu tinha certeza absoluta. Mas como? Por que ela não parou quando chamei? E por que seu rastro desapareceu de repente?

Senti um misto de emoções chegarem ao meu ser, meu coração se apertou em meu peito e a saudades chegou como nunca antes. As lágrimas que prendi ao ver sua morte caíram no dia em que Bella recuperou a memória e as lágrimas de saudades que não saíram durante anos estavam saindo agora.

- Dan?! – chamou Nati ao longe, mas eu não me mexi. – Daniel? – chamou novamente, mas agora ela estava mais perto. – Dan o que houve? – perguntou docemente pondo uma mão em meu ombro me virando de frente a ela.

Assim que viu meu olhar vago e minhas lágrimas simplesmente escorrendo pelo meu rosto, me abraçou como só ela conseguia, fazendo minha segurança voltar, sendo o meu pedestal, aquela que nunca me deixaria cair, que sempre estaria ao meu lado para tudo o que eu precisasse.

- Eu devo estar louco Nati. – disse a ela com dor na voz.

- O que aconteceu meu amor? – perguntou ela fitando meus olhos.

- Eu vi minha mãe. – disse abalado e sua expressão mudou para de surpresa e então me abraçou mais forte me consolando.

POV Bella

Enxuguei minhas lágrimas que teimavam a cair, esses dias eu estava muito carente, meu sistema nervoso estava realmente nervoso. Essa sensação de que algo estava para acontecer estava fazendo uma tempestade em meus dias e só Edward conseguia fazê-la parecer apenas uma garoa.

Pulei da árvore caindo em pé sem nenhum problema. Seth estava abraçado com Raquel que parecia estar assimilando tudo o que viu com toda a história que ouviu. Sorri fraco para eles que me retribuíram com um olhar preocupado.

O sinal tocou para o almoço, então nós fomos até o refeitório e nos juntamos com o pessoal do Brasil, Quil disse que eles me animariam. Jake e Paul ainda não haviam voltado e eu não sabia se eles voltariam, já que Paul deixou que suas roupas se rasgassem com a transformação.

- Isa como você entende eles falando tão rápido? – perguntou uma das meninas, mas eu estava tão distraída que não prestei muita atenção.

- Oi? – perguntei a fitando.

- Você está bem? – perguntou Gaby.

- Eu... – ok fui cortada quando Jake entrou sem camisa no refeitório, ao lado de Paul que estava com uma calça jeans surrada e uma camiseta, sabe quando todos ficam em silencio de repente? Então estava acontecendo isso agora.

O pessoal do colégio estava quieto, mas já as brasileiras, meu Deus! Só faltavam pular nele. Elas o secavam descaradamente em quanto ele ria de algo com Paul. Quando ele chegou a nossa mesa as meninas não se seguraram e assoviaram vários Fiu-fius. Jake começou a rir sem graça.

- Deixa de ser metido! – disse jogando sua camiseta que estava ao meu lado na sua cara.

- Ah! Qual é Isa? – reclamaram e eu mandei a língua para elas e depois ri como todas.

Paul me explicou que tinha uma calça extra no seu armário e Jake uma camiseta extra, então ele lhe emprestou a camiseta.

Mas o momento feliz passou rapidamente e a preocupação tomou conta novamente.

- Jake? – chamei baixinho e ele olhou para mim. – Encontraram algo por lá? – sua expressão era séria e ele veio até o meu lado para conversar.

- Seguimos o rastro do cheiro, era o mesmo que sentimos em Bariloche e do mesmo jeito que aquela vez sumiu do nada. – explicou ele emburrado.

- Nenhum cheiro diferente? – perguntei, não é possível que apenas eu tenha sentido.

- Não, pelo menos nenhum de nós reconheceu rastros diferentes, por quê?

- Não, nada, deixe quieto... – definitivamente eu estava louca.

O sinal tocou e fomos para a sala, ter as duas ultimas aulas desse dia tão turbulento.

POV Edward

Após falar com Bella, liguei para todos que estavam nos carros logo atrás de mim e informei o que Bella havia contado e tranqüilizei a todos. Mas mesmo assim a velocidade não diminuiu e nós seguimos diretamente até o colégio.

Através das mentes dos estudantes escutei os motores de nossos carros chegarem à entrada principal do colégio e parar cantando pneus no estacionamento. Olhei rapidamente para o céu e vi que o tempo bom estava indo embora e nuvens finas cobriam o sol.

Desci rapidamente do carro e olhei em direção ao colégio procurando por Bella, logo a avistei junto com um pessoal que eu não conhecia e por seus pensamentos eram todos brasileiros... Finalmente chegaram... Ela estava com o olhar triste e com a feição abatida. Os lobos estavam junto e olhavam para mim sugestivamente.

Dei um passo para ir até eles, mas Alice pôs a mão em meu ombro me impedindo. “Espere Edward, o sol vai aparecer.” avisou por pensamento e eu assenti.

Percebendo o impasse minha princesa veio em minha direção, andando rapidamente e sendo seguida pelos lobos.

A visão era meio cômica, ela parecia estar sendo seguida por guarda-costas. Os quatro lobos faziam uma parede atrás de Bella. Assim que chegaram minha namorada parou em minha frente em quanto eles iam falar com Charlie e meu pai.

- Hey. – disse a abraçando. – Como você está?

- Louca? – respondeu ela revoltada e eu ri me encostando ao carro e a deixando no meio de minhas pernas.

- Sério amor, como você está? – perguntei passando as costas de minha mão em seu rosto.

Ela suspirou e me abraçou.

- Agora melhor. – beijei o topo de sua cabeça e seguimos abraçados até onde todos estavam conversando sobre o ocorrido.

[...]

- Você sabe quem os expulsou não é? – perguntei a Bella que estava com a cabeça encostada no vidro do carro olhando a mata ao lado.

Jacob nos disse que sentiu um grande poder expulsa-los e pensou que tinha sido Bella, porém ela confirmou que não foi, mas algo em seu olhar me dizia que ela sabia.

Minha princesa virou-se lentamente e olhou em meus olhos.

- Não tem como eu estar errada Edward, tenho certeza que o poder e o cheiro que eu senti eram do meu pai. – disse ela e eu fiquei surpreso.

Fitei seus lindos olhos chocolate tristes e preocupados olhando o horizonte.

- Eu só não entendo o porquê de ele ainda não ter vindo até mim, ou até o Dan... – sua voz era distante e eu a puxei em um abraço assim que paramos na frente de sua casa.

Os tempos de calmaria estavam perto do fim.


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Notas finais do capítulo

Sim, mamis e papis estão dando sinal de vida... Será que eles vão aparecer?



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