The Reason escrita por Princess


Capítulo 17
Forbidden Forest


Notas iniciais do capítulo

Galeraaa! Olha eu aqui depois de quatro dias! Capitulo novo :D Tentei deixa-lo beeem grande ;) Eu gostei de escreve-lo, mas não gostei do que escrevi ¬¬ Achei que ficou fraco. O que acharam dele? Sejam sinceros, plisss

Espero que gostem ;D



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Scorpius Malfoy

 Assim que nos viu, a diretora ficou tão vermelha quanto o uniforme da Grifinória e nos mandou ir para a sala dela imediatamente.

 Fizemos o que ela mandou.

 Estávamos na sala dela há uma hora. Ela não havia aparecido ainda, o que significava que estávamos ferrados.

 Todos estávamos ali, até Cassie que não tinha nada haver com aquilo. Somente Bianca não estava lá.

 - O que você fez há minha irmã? – Rayra perguntou a Noah segurando com muita força no braço da cadeira onde estava sentada.

 Ele não respondeu, apenas abaixou a cabeça.

 - Ela te fez uma pergunta. – Tiago disse cruzando os braços de forma ameaçadora.

 - Eu beijei ela, satisfeitos? – ele disse se levantando.

 - Você o que? – eu e Luke perguntamos completamente pasmos.

 - Eu beijei ela. – ele disse novamente.

 - Nossa! – eu disse sorrindo.

 - E ela ficou daquele jeito por que você a beijou? – Alvo perguntou sem entender.

 - Na verdade... O beijo fazia parte de uma aposta. – ele confessou suspirando.

 - Você beijou minha irmã por causa de uma aposta? – Rayra perguntou se levantando.

 Noah olhou para ela.

 - Eu sou um idiota por isso, eu sei! – ele disse.

 - Você é um estupido por isso! Você sabia que o primeiro beijo da minha irmã também foi assim? Roubado por um imbecil que tinha que pagar uma aposta! – Rayra disse avançando para cima dele.

 - Eu não sabia, tá legal? – Noah disse.

 - Se a minha irmã ficar mau por sua causa eu juro que arranco todos os cabelos do seu corpo! – Rayra disse usando o mesmo tom que Bianca usaria naquela situação.

 - O que está acontecendo aqui? – a diretora McGonagall disse entrando em sua sala.

 - Nada de muito interessante. – Rayra disse olhando ameaçadoramente para Noah.

 - Eu quero saber, exatamente, o que vocês fizeram. E eu quero saber agora. – a Sra. disse se sentando em sua mesa.

 - É bem simples. – eu disse. – Estávamos na Biblioteca, um imbecil nos trancou e ficamos lá por um tempo. Depois, a Bianca quebrou a parede da escola. Fim!

 - Qual nosso castigo? – Alvo perguntou.

 - Castigo? – a diretora disse cética. – Isso é caso de expulsão! Vocês destruíram a escola, pelo amor de Merlin!

 - Não há nenhuma regra que diga isso. – Rose Weasley disse se levantando. – O Estatuto diz que é um caso de expulsão quando o aluno faz isso intencionalmente e não tivemos intenção alguma.

 - Está me desafiando, Senhorita Weasley? – a diretora perguntou.

 - Está indo contra um juramento sagrado feito diante do Ministro... Diretora? – a ruiva perguntou calmamente.

 A diretora vacilou e se sentou.

 - Pois bem... Quero o responsável pela explosão. A pessoa intencionada ou não. – ela disse.

 - Foi minha irmã, Bianca Black. – Rayra disse.

 - Ah, um Black! Era de se esperar. – a diretora McGonagall disse baixinho. – Então, onde ela está? – perguntou.

 - Não sabemos. – Louise respondeu.

 - Ela saiu antes de a Sra. chegar. – Luke completou.

 - Então encontrem-na! – disse batendo em sua mesa com o punho fechado.

 - Temos permissão para procurar fora da escola? – Rayra perguntou.

 - Hagrid os acompanhará. – a diretora McGonagall disse se acalmando. – Ele está lá embaixo, no Grande Salão. Vocês têm uma hora para encontra-la. – disse por fim.

 Concordamos com a cabeça e saímos rapidamente dali.

 - Quando Bianca está realmente chateada, ela vai ou para os jardins ou para o lago. Ela acredita que a água acalma a alma dela. – Rayra disse descendo as escadas rapidamente.

 - E se ela não estiver lá? – Rose perguntou.

 - Vamos nos dividir. – Tiago disse. – Rayra vai para os jardins com Luke, Améllia, Rose, Lilly e Alvo. Eu e os outros olhamos no Lago.

 - E eu? – Cassie perguntou.

 - Você fica aqui no Castelo. – eu disse à ela. – Você sabe o que pode fazer.

 Ela concordou com a cabeça e continuou nos acompanhando.

 - Precisamos da companhia do Hagrid. – Líllian disse. – Não vamos poder nos dividir.

 Já estávamos no corredor. Passávamos por fantasmas e alunos que nos olhavam espantados, ou melhor, indignados por termos destruído a preciosa escola de Hogwarts.

 - Vocês vão com ele! – Tiago disse andando mais rápido.

 - Mas e vocês? – Rose perguntou. – Aquele lugar é perigoso à noite!

 Meu ego devia estar muito inchado, pois eu podia jurar que ela havia olhado para mim ao dizer aquilo.

 - Não se preocupe, nós somos durões. – Louise disse tirando a varinha do bolso.

 Assim que chegamos ao corredor que ligava o Grande Salão e a entrada da escola, nos separamos. Tiago, Noah, Danny, Louise e eu corremos a todo vapor para não sermos pegos já que estávamos sem supervisão. Sempre que víamos um aluno ou professor mais a frente, nos escondíamos ou desviávamos.

 Quando já estávamos no jardim, há caminho do Lago, percebi algo no chão. Eram pegadas, algumas sujas de sangue, outras com um liquido escuro. Louise e Noah perceberam que eu havia parado e pararam também.

 Abaixei minha mão e toquei o liquido escuro. Ele estava gelado e era um pouco consistente.

 - Sabe o que é isso? – Louise me perguntou.

 - Poção Polissuco. – Noah disse franzindo a testa. – As pegadas são diferentes. – ele comentou.

 E de fato eram. A manchada de sangue era mais larga e deixava marcas irregulares na grama, como se o dono estivesse mancando (o que explicaria o sangue). A outra era mais pequena, como o pé de uma garota de 12 anos.

 - Hey, vejam isso! – Tiago gritou mais da frente.

 Nos levantamos rapidamente e corremos até ele. Ele e Danny observavam um pingente no chão. Uma cobra prateada que formava um S com algumas pedrinhas. Bianca havia ganhado da avó antes de ela morrer. Ela nunca tirava, há não ser em ocasiões especiais.

 - Ela jogou isso na sua cabeça quando você chamou ela de Nerd na aula de poções, se lembra? – perguntei a Noah.

 - É claro. Ainda tenho a cicatriz no pescoço. – ele disse passando a mão no cabelo.

 - Isso significa que ela passou por aqui. – Danny disse olhando para frente.

 - Não é um bom sinal. – Louise disse segurando sua varinha com força.

 - Encontrei sangue e poção Polissuco no chão. – eu disse indicando o lugar atrás de nós.

 - Vamos! – Danny disse correndo para mais perto do Lago.

 O seguimos. Quando paramos novamente já estávamos de frente para o lago. Olhamos tudo ao nosso redor. Louise mantinha sua varinha em punho e olhava para todas as direções.

 - Não tem nada aqui! – Noah disse nervoso.

 - Fique calmo. – Tiago disse olhando para a árvore atrás de nós.

 Ele se aproximou dele e o observou.

 - Estão sentido esse cheiro? – Tiago perguntou.

 - Devíamos? – Danny perguntou olhando para ele perto da árvore.

 - Meu tio Gui foi atacado por um lobisomem na época da guerra contra Lord Voldemort. Como não estava na lua cheia, ele não foi transformado; mas algumas características ficaram... Como o cheiro. – Tiago disse se virando para nós. – Aqui tem o cheiro dele.

 - Acha que ela... Está na Floresta? – Louise perguntou olhando para o pedaço de da Floresta que invadia o gramado perto de nós.

 - Talvez sim. – Tiago disse com a voz baixa.

 Olhamos para as árvores assustados. Pegamos nossas varinhas e as colocamos em punho, esperando por alguém.

 - Melhor voltarmos para o Castelo. – Louise sugeriu.

 Nós concordamos. Fomos caminhando cuidadosamente até onde não deveria mais haver perigo, depois corremos como loucos. Quando chegamos perto da entrada do Castelo e vimos Rayra andando de um lado para o outro, Danny nos parou.

 - Não digam nada a nenhum deles, principalmente à Rayra. Ela vai surtar. – Danny pediu.

 - Fica tranquilo. – eu disse batendo em seu ombro.

 Sorri de leve e terminamos de percorrer o caminho que faltava até chegarmos a eles.

 - Até que enfim! – Rayra disse abraçando Daniel. – Encontraram alguma coisa?

 - Não. – ele disse beijando o rosto da garota. – Sinto muito.

 - Ela... Ela não pode ter ido longe! – Rayra disse começando a chorar.

 Danny a abraçou enquanto ela balbuciava coisas sem sentido.

 - Talvez... – Hagrid disse olhando para seus pés. – Talvez ela tenha se escondido no Castelo, na Sala Precisa.

 - Ela nunca conseguiu entrar lá. – Améllia disse um pouco triste.

 - Talvez ela tenha conseguido entrar e não saiba como sair. – Louise disse.

 Olhei para ela e percebi o que ela estava tentando fazer. Ela estava tentando dar alguma esperança a Rayra.

 - Por que você não vai dormir Rayra? – Tiago sugeriu. – Eu vou falar com a diretora. – disse.

 Ela concordou com a cabeça e foi com Améllia para dentro do Castelo. Cassie olhou para mim, com a expressão curiosa, e seguiu as garotas.

 Alvo, Luke, Líllian e Rose ficaram e nos encararam.

 - Vocês estão escondendo algo. – Luke disse espremendo os olhos.

 - Vocês encontraram algo, não foi? – Hagrid perguntou se balançando em suas grandes pernas.

 - Não sabemos o que significa, mas... – Tiago começou, mas não conseguiu terminar.

 - Ainda temos esperança que Bianca esteja aqui dentro, por que se não estiver... Ela está ferrada. – Louise disse completando a frase de Tiago.

 - O que vocês encontraram? – o guarda-caças perguntou curioso.

 Explicamos à ele. Desde as marcas de pegadas ao cheiro estranho. Hagrid apenas nos encarou e coçou sua barba.

 - Sabe, vocês me lembram muito os pais de vocês. – ele disse sorrindo. – E por isso, eu tenho certeza que vocês não me escutariam se eu dissesse para deixar isso com os adultos.

 - Absolutamente não. – Louise disse.

 - Percebi uma movimentação estranha na Floresta desde que as aulas voltaram depois do Natal. – Hagrid disse olhando sombriamente para algumas árvores que se balançavam perto de nós.

 - E o que isso significa Hagrid? – Líllian disse tentando olha-lo nos olhos.

 - Que, se eu fosse vocês, não entraria ali. – respondeu friamente. – E se vocês fizerem isso, terei que alertar a direção.

 Ele nos olhou, um por um, e depois saiu há passos rápidos, indo na direção de sua casa. Nós o observamos por longos minutos, até que ele sumiu de vista.

 Olhei para as pessoas ali comigo.

 A maioria eram meus amigos há muito tempo, minha família. Eu faria qualquer coisa por eles. Seria a coisa certa a se fazer? E desde quando eu fazia a coisa certa? Eu sempre fui o cara que fazia tudo errado, não faria diferente dessa vez.

 - Eu vou procurar por ela. – eu disse quebrando o silêncio.

 - Você é insano? – Líllian perguntou. – A Floresta Proibida é proibida. Não entendeu?

 - Vou com você. – Luke disse me olhando.

 Acenei com a cabeça. Luke nunca me deixaria fazer uma loucura dessas sozinho. É claro que ele iria comigo.

 - Não posso deixar os dois indivíduos mais estúpidos da minha família fazerem isso sem mim. – Louise disse com um sorrisinho no rosto.

 - Vocês todos são insanos. – Líllian disse nos olhando como se fossemos doidos.

 - Se vocês vão, também vou. – Noah disse se aproximando de Louise.

 - Se não fosse por Bianca, eu e Rayra não estaríamos juntos. E, além do mais, ela é minha cunhada; faz parte da família. – Daniel disse.

 - Bem, eu sou um Potter, né? – Tiago disse juntando as mãos atrás da cabeça. – Eu sempre me meto nessas confusões, então... Contem comigo!

 - Se o Tiago for também irei. – Alvo disse dando de ombros.

 - Vocês precisam me vigiar, e não podem fazer isso da Floresta Proibida. Vou também. – Líllian disse rolando os olhos.

 - O quê?! – Rose exclamou. – Vocês são loucos! Não podem fazer isso! Vocês vão morrer! – ela disse desesperada.

 Ela nos olhava apavorada. Senti um aperto no coração. Não queria me afastar dela, principalmente para entrar na Floresta Proibida, um lugar do qual eu morria de medo. Mas... As palavras de Cassandra no Natal. Weasley... Rose Weasley. Ela estaria em perigo e eu deveria protegê-la. Mas como eu me concentraria em procurar Bianca preocupado com sua segurança?!

 - Rose, nós precisamos ir. – Alvo disse tentando acalma-la.

 - Não, não precisam! Essa garota é suicida, ela entrou lá por que quis! – a ruiva disse desesperada. – Vocês não podem arriscar suas vidas por ela, não vale a pena.

 - Sabe o que não vale a pena? – Louise disse se aproximando dela ameaçadoramente. – Você. Você e a sua prima são idênticas, pensam só em si mesmas e na satisfação que vão sentir. Bianca se importava conosco. Se um de nós precisasse, ela enfrentaria o Lord das Trevas. Mas você, você é egoísta.

 Louise disse tudo aquilo olhando-a com nojo. Rose apenas se encolhia a cada palavra de minha prima. Eu não podia fazer nada em relação aquilo. Louise estava certa em algumas partes.

 - Se os seus primos estão fazendo isso, é por que eles tem um pouco do pai deles. Eles não pensam nas consequências, eles pensam em ajudar quem precisa. E você... Você é a mistura perfeita dos seus pais. Pensa demais como a sua mãe e é covarde como seu pai. – Louise continuou.

 - Cale a boca! – Rose disse ao escutar aquelas ultimas palavras.

 Puxei Louise pelo braço.

 - Chega. – eu disse à ela.

 Ela se soltou de mim e olhou uma ultima vez para Rose antes de se sentar um pouco afastados de nós. Me virei para os outros. Eles estavam um pouco assustados com o que havia acabado de acontecer.

 - Escute... – eu disse à Rose. – Você não pode nos impedir de ir, mas ninguém está pedido para você vir conosco.

 Dito aquilo, me dirigi a Tiago.

 - Temos que ir essa noite.

 - Vamos nos encontrar todos aqui há meia-noite em ponto. – Tiago disse um pouco desconfortável.

 Concordamos com ele e voltamos para dentro do castelo, exceto por Louise que continuou sentada onde estava. Ela devia estar com os nervos a flor da pele. Olhei-a por alguns segundos e entrei no castelo também. Luke, Danny e eu fomos direto para as masmorras. Chegando lá, Danny foi procurar por Rayra e sua irmã, ele queria se despedir. Eu e Luke fomos para nossos dormitórios. Peguei uma mochila debaixo da cama de alguém e comecei a colocar o que eu provavelmente precisaria.

 Já havia pego lanterna, um cobertor, pilhas, um casaco, algumas comidas para viagem e várias outras coisas quando Luke entrou. Ele não parecia estar pronto, o que era bom se não quiséssemos que ninguém desconfiasse.

 - Parecia uma boa ideia à meia hora atrás. – ele disse se sentando em minha cama.

 - Luke, se você não quiser ir, não precisa.

 Eu disse vendo o garotinho que gostava de brincar com meus tênis em minha frente e não o garoto forte que Luke havia se tornado. Ele ainda possuía algumas cicatrizes da surra que Sam havia lhe dado, me passando a imagem de um garoto vulnerável. Como ele voltaria de lá?

 Suspirei e me sentei ao seu lado.

 - Foi estupidez minha permitir que vocês concordassem em ir.  Por mais que Bianca seja importante para todos nós, não vale a pena todos vocês arriscarem seus pescoços.

 - Nem você. – ele disse me cutucando. – Você ficaria horrível sem cabeça.

 - E você também! – eu disse bagunçando seu cabelo.

 - Você deveria esconder isso. – Luke disse indicando a mochila que eu havia pego emprestada. – Vão desconfiar.

 Peguei-a e a coloquei debaixo de minha cama. Aproveitei para tirar meu malão de lá de baixo.

 - Acha que voltaremos inteiros de lá? – Luke perguntou sério.

 - Não sei. – eu disse suspirando. – Mas vou fazer o possível para você e Louise voltarem, prometi isso aos seus pais.

 Luke suspirou pesadamente e se deitou em minha cama. Me sentei no chão e pensei sobre isso. Que estupidez a minha! Eu os estava levando para seus túmulos. Entrar na Floresta Proibida? Onde eu estava com a cabeça?

 Mas... Bianca provavelmente estava lá. Como eu ficaria aqui parado sabendo que uma de minhas melhores amigas estava lá, naquele lugar horrível sozinha?

 É um dilema bem incomodo esse. Saber que é errado, mas não poder deixar de fazer.

 - Vou para meu quarto. – Luke disse se levantando. – Vou tentar dormir um pouco.

 - Vou tentar também. – eu disse olhando para ele.

 Luke assentiu e saiu do quarto. Fiquei um pouco mais sentado, pensando nas coisas certas e erradas. Depois me deitei. Olhei para o relógio perto de mim e vi que eram quase oito horas. Ainda estava cedo e eu poderia dormir por um bom tempo.

 Assim que fechei meus olhos, dormi imediatamente.

Louise Knight

 Assim que terminei de dizer aquelas coisas a ruiva Weasley, me arrependi. Sabia que ela não merecia a maioria delas, mas foi inevitável não dizer. Aquilo estava entalado em minha garganta há muito tempo.

 Fiquei sentada naquele lugar por um longo tempo, pensando. Pensei em tudo. Em como meu dia havia começado, no que eu havia comido, em como eu havia despencado feito uma jaca mole de uma altura de 12 metros, no que eu havia pensado quando Tiago me segurou (ou tentou)... Em como eu estava envergonhada. Pensei também em como Bianca estaria, se eu voltaria, se meus pais sentiriam minha falta, se alguém sentiria minha falta.

 Naquele momento, quando eu estava pensando se eu morreria, pensei se eu viveria. Será que eu me casaria? Me imaginei em um vestido bonito, com um buque nas mãos andando até o altar, onde um cara alto, musculoso, de cabelos loiros me 

esperaria. Imaginei nossos filhos; dois pirralhos extremamente brancos e loiros com olhos claros e travessos.

 Sorri ao pensar naquilo.

 Me levantei e entrei no castelo. Algumas pessoas me olhavam, outras nem ligavam se eu existia. Eu estava em um corredor perto das masmorras quando alguém me chamou. Olhei para trás. Tiago e Alvo caminhavam em minha direção.

 - A diretora McGonagall mandou todos os fantasmas procurarem por Bianca no castelo. – Alvo falou assim que chegou perto o suficiente para que outras pessoas não ouvissem.

 - Ela não sabe sobre o que encontramos. – Tiago comentou. – Mas está desconfiada, por isso precisamos voltar antes que alguém desconfie.

 - Quer que nós andemos por toda a Floresta em uma noite? – perguntei incrédula.

 - Não, seria impossível. – ele disse rolando os olhos. - Mas precisamos voltar amanhã.

 - Ok. – eu disse assentindo. – Vou falar com os outros.

 - Vocês... Vocês têm certeza que querem fazer isso? – Alvo perguntou.

 - Sabe Potter, - eu disse sorrindo. – eu estou com medo, mas não vou desistir.

 - Também não vamos. – ele disse. – Mas sabemos que isso é estupidez e estamos tentando convencer nossa irmã a não ir.

 - Queria tentar com Luke, mas é impossível fazê-lo mudar de ideia. – eu disse rolando os olhos.

 - Temos que voltar. – Tiago disse pondo as mãos nos bolsos da calça. – Nos vemos mais tarde.

 Assenti e fiquei os observando se afastarem. Depois de alguns minutos, me virei e foi para as masmorras. Já na entrada, vi Danny e Rayra abraçados. Améllia explicava alguma coisa à alguns alunos, mas parou e acenou para mim. Retribui o aceno e foi para o dormitório. Havia algumas garotas lá, mas não me incomodei. Foi para o banheiro e tomei um banho longo e demorado. Quando terminei, coloquei uma calça jeans, uma blusa básica, um suéter grosso por cima e me deitei.

 Fechei os olhos e cochilei um pouco. Quando os abri novamente, Améllia e Rayra dormiam na cama de Bianca e a maioria das garotas dali já estavam dormindo há muito tempo, apenas algumas continuavam acordadas.

 Me levantei puxei um travesseiro e o joguei no chão. Me sentei em cima dele e comecei a mexer em minhas coisas. Disfarçadamente tirei uma mochila, uma garrafa térmica de agua e um cobertor. Guardei os dois últimos dentro da mochila e a deixei em um canto.

 Voltei a me deitar na cama, mas dessa vez não dormi. Apenas fiquei esperando.

 Devo ter cochilado, por que quando abri os olhos novamente o dormitório estava em silencio. Améllia já estava em sua própria cama e todas as outras garotas já dormiam.

 Sem fazer barulho, coloquei minhas botas de caminhada, peguei a mochila e a coloquei em meu ombro esquerdo. Puxei minha varinha debaixo de meu travesseiro e lancei em mim um feitiço que me permitira ficar invisível por um tempo. Andei na ponta dos pés para fora do dormitório, mas antes dei uma última olhada em tudo.

 Fui até o Salão Comunal e pude ver Scorpius, Daniel e Luke descendo as escadas silenciosamente. Me aproximei deles e falei baixinho:

 - Precisamos ir rápido.

 Luke se assustou e deu um pulo.

 - Sua insana, quase me matou do coração – disse baixinho.

 - Cale a boca! – eu disse. – A diretora pôs os fantasmas para procurar por Bianca, eles vão nos achar se não formos rápidos.

 - Ela está certa. – Scorpius disse tentando me encontrar. – Vamos!

 - Mas falta o Noah. – eu disse olhando por onde eles haviam vindo.

 - Ele não está no quarto, então já deve ter ido. – Danny disse.

 Concordei e fomos saindo das masmorras.

 O Barão Sangrento, o fantasma de nossa casa, estava parado em nossa frente há alguns metros. Os meninos pararam e fizeram silêncio. Ficamos ali por longos minutos, até que ele saiu de nosso caminho indo para outra parte do castelo.

 Suspirei aliviada. Eu e os meninos caminhamos mais rápido até uma janela baixa. Eu a pulei e olhei ao redor. Tudo estava vazio. Os chamei e eles vieram. Caminhamos até onde havíamos combinado de nos encontrarmos. Apenas Noah estava lá, encolhido debaixo de uma árvore perto do lago.

 Ele se assustou ao nos ver, mas logo relaxou. Ficamos junto com ele por alguns minutos, até escutamos passos. Sai de perto deles e me aproximei do barulho; seja lá o que fosse, não poderia me ver.

 Tiago, Alvo e Líllian vinham caminhando rapidamente com Rose Weasley.

 Suspirei. Aquilo seria torturante.

 Voltei para perto dos outros e lhes disse que eram os Potter. Eles ficaram de pé, já preparados para partirmos.

 Assim que Rose apareceu, toda a cor do rosto de meu primo sumiu.

 - O que está fazendo aqui? – ele perguntou tentando não gritar.

 - Vou com vocês. – Rose respondeu.

 Ele iria lhe dizer algo, mas apenas grunhiu e chutou uma pedra perto de seu pé.

 - Se alguma coisa acontecer com você... – ele disse vermelho de raiva.

 - Nós vamos protegê-la, primo. – eu disse retirando o feitiço de mim.

 Alvo e Tiago se assustaram, mas se recompuseram rápido.

 - É o seguinte, - Tiago disse. – temos que entrar, procurar por Bianca e sair rápido! Se não a encontrarmos até amanhã às três da tarde, nós vamos voltar. Estamos entendidos?

 Ele olhou para todos. Eu fui a primeira a concordar, mas os outros acabaram cedendo.

 - Ótimo! – ele disse assentindo. – Rose têm um mapa da Floresta, nós vamos segui-lo.

 Assentimos.

 A ruiva puxou do bolso um pedaço de papel velho e o abriu.

 - Nós estamos aqui. – disse apontando o lago desenhado no papel. – Minha mãe me dizia que quando as pessoas se perdem aqui e sobrevivem, elas sempre vão para o centro da Floresta. Então devemos seguir sempre em linha reta até aqui. – ela disse traçando uma linha até o meio do papel.

 - E se Bianca não se perdeu? – Luke perguntou.

 - Então nós voltaremos e nossos pais vão comer nossos vigados. – Alvo disse normalmente.

 - E vamos deixá-la lá? – Noah perguntou.

 - Nós não podemos fazer nada mais que isso. – Rose disse guardando seu mapa.

 - Se alguém quiser desistir, essa é a hora. – eu disse cruzando os baços na frente do corpo.

 Ninguém disse nada. Encarei aquilo como um “Vamos lá!” e dei de ombros. Todos nos olhamos uma ultima vez antes de caminharmos na direção da Floresta Proibida.

Bianca Black

 Eu sentia todo meu corpo balançar. Havia algo em minha boca e meus olhos estavam muito embaçados. Percebi que eu estava sendo carregada no ombro de alguém e imaginei que fizesse parte da aposta de Noah, mas me lembrei da mulher assustadora perto do Lago.

 Me sacudi tentando me soltar, mas a pessoa que me carregava apertou meu pé me fazendo gemer de dor. Uma lágrima desceu por meu rosto tamanha a minha dor.

 - A pirralha acordou! – a pessoa que me carregava disse para alguém mais a frente.

 A voz era grossa e assustadora, de um homem provavelmente.

 Ele parou e pude perceber que a pessoa há sua frente voltava. Tentei me soltar novamente, mas não consegui. A mulher que eu havia visto perto do Lago, estava agora em minha frente. Ela sorria diabolicamente. Um sorriso que eu conhecia, mas não conseguia me lembrar de onde. A loiro pegou algo no chão e o bateu em minha cabeça.

 Logo eu não conseguia ver mais nada.


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Notas finais do capítulo

Se quiserem me xingar, eu entendo :( Estou meio sem inspiração! Me perdoeem ;) Eu amo vocês e essa fic, por isso me digam o que estão achando, OK?

ScopBeeijos =*