Depois do deu pra ver ela no chão e aquelas meninas que estavam andando com ela me olhando assustadas e uma mulher entrou na sala e gritou:

- Wade Melody! DETENÇÃO! AGORA!

Ela parecia mesmo brava! Mas fazer o que? Pra onde será que é a detenção?

~*~

Espera um pouco aí, não sou eu que tenho que ir para detenção aqui, é aquela louca com cara de “Zira”.

- Por que eu, não a “Zira”? – perguntei falando baixo a parte do “Zira”, é parece que ela tem um apelido.

- Por que você? E ainda pergunta senhorita Wade? – perguntou sarcasticamente grossa – Por ser aluna nova e não manter uma conduta correta dentro de nossa escola, fora que induziu a senhorita Morita, uma das nossas alunas exemplo a se meter com esse tipo de coisa! – A mulher de longos cabelos negros que vestia um tipo de terninho falou com certo tom de superioridade, ai se eu pudesse dava-lhe um soco bem dado também.

- Que seja! – murmurei, não tinha jeito mesmo. – Onde fica a... – fui interrompida por um grito que vinha da sala ao lado que fez todos pararem de me olhar com uma cara de “Se ferrou, otária” e prestarem atenção.

- RYU! NÃO VOU ATURAR MAIS VOCÊ! DETENÇÃO AGORAA! – uma voz feminina gritava, é parece que alguém também se ferrou.

- Melody, sala 29 agora, é só seguir o Ryu, como sempre... – disse ela com uma expressão dolorida por falar desse garoto.

- Huum... - saí da sala e pude ouvir os comentários da Zira, segui esse tal de Ryu até a sala 29 sem trocar nenhuma palavra.

Chegamos lá e uma senhora carrancuda estava sentada na mesa, cuidando de meia dúzia de gato pingado da sala. Assim que ele abriu a porta, a senhora deu um sorriso torto, como pude perceber? Eu sou demais!

- Sempre o senhor né, Ryu? – perguntou sarcástica sem notar minha presença – Sente-se... – Ele nada disse, apenas sentou com um sorrisinho de superioridade, confesso que aquele sorriso me desmanchou, mas deixa quieto. – Ora, ora, ora... O que temos aqui! – falou surpresa, revirei os olhos em um ato de indiferença. – Nome e turma? – perguntou séria

- Melody Wade Hill King, turma 366. – assim que disse ela abriu uma gaveta da mesa e tirou um bolo de fixas. E escreveu alguma coisa assim que achou meu nome.

- Sente-se ao lado do senhor Ueno. – ela disse, Ueno é o mesmo sobrenome da Yuka, será? Não... Fiquei meio perdida não sabia quem era o “Ueno”

- Ali! – apontou para o lado do garoto que me acompanhou até a sala. Não creio, só pode ser muita coincidência ou é ele mesmo.

Sentei-me ao lado dele e abaixei a cabeça, fiquei uns cinco minutos assim antes de sentir que estavam me bombardeando de bolinhas de papel, levantei a cabeça e notei que a velha não estava na sala, olhei para o lado me segurando para não dar na cara do indivíduo, por mais que eu me mexesse ele não parava.

Chegou ao ponto crítico, me virei para trás com a face queimando de raiva.

- QUAL É O SEU PROBLEMA!? É DOENTE DA CABEÇA? – gritei enquanto pegava uma bolinha e jogava com violência na cara desse indivíduo, não satisfeito ele sorriu cinicamente e jogou outra bem na minha cara. Meu sangue subiu, levantei-me da cadeira com o punho cerrado pronta para dar um belo de um olho roxo quando eu ia acertá-lo escuto uma voz vindo da porta.

- Wade! Sente-se agora! – falou a velha, me virei com o rosto queimando de ódio e com uma carranca que dava medo e me sentei.

Olhei para o lado e vi o garoto vestido com um sorriso torto, posso dizer uma coisa, ele era lindo... Ele tinha um cabelo preto bem escuro, que lembrava a noite, num corte despenteado, seus olhos negros como as sombras eram levemente puxados, mas  faziam contraste perfeito com a pele branca como porcelana francesa, por um tempo fiquei admirando aquele “japa” um dos mais gatos que já vi, depois de alguns minutos percebi que eu estava com cara de uma idiota apaixonada, e virei meu rosto bruscamente corado, Melody Wade não pode estar corada, nunca!

A hora passava e a detenção não acabava, estava quase dormindo quando eu escutei o refrão de uma música muito conhecida minha... “Fuck you and meet death, scream and crawl to the gates of hell...” Foda-se e conheça a morte, grite e rasteje para as portas do inferno... “Ele também gosta? Como pode?” – Me perguntei.

- Ryu, por favor, o telefone! – reclamou a velha.

Olhei para o lado com um sorriso idiota, não acredito que eu estou assim, e perguntei:

- Liars é? – perguntei fazendo um bico, ai meu Deus o que está acontecendo eu estou gamada no o garoto vestido?

- Você conhece? – perguntou com um sorriso enorme, mostrando seus dentes perfeitos numa boca desenhada por anjos, ai meu Deus!

- Fã número 1! – me gabei, por saber que realmente sou - Fui a todos os shows deles e tenho todos os Cd’s. – ele deu uma risadinha muito, mas muito gostosa.

- Eu tenho todos os Cd’s, mas não fui a nenhum show, que tenso... – ele se inclinou da cadeira para chegar mais perto – E você ficou sabendo que o... – foi interrompido pela voz de uma certa velha que já estava me irritando.

- Interrompo? – enfiou a cara entre nós dois.

Depois disso, não falei mais nada com o garoto vestido, ficamos mais um tempo esperando a detenção acabar, até que aquela coordenadora, diretora, assistente, seja o que for, veio para a sala.

- Espero que tenham aprendido uma lição, e que não repitam mais os atos que lhes trouxeram aqui. – disse isso me encarando, pra mim é que não foi não fui eu quem começou. – Podem voltar as suas devidas salas...

Todos levantamos, saímos e seguimos para as nossas devidas salas... Eu e o garoto vestido estávamos no corredor indo em direção as nossas respectivas salas que são uma do lado da outra, assim que chegamos me despedi e sem querer deixei escapar...

- Tchau Melody! – deu um sorriso torto.

- Tchau... Garoto vestido! – ele me olhou com uma cara de surpresa e eu entrei rapidamente na sala.

Segunda-feira havia passado bem rápido, cheguei em casa e fui direto para o meu quarto pensar em tudo que aconteceu no meu primeiro dia... Yuka, Zira, detenção, Ueno, Ryu... Tantas coisas que acabei dormindo entre meus pensamentos.

Terça-feira foi a mesma coisa, acordei com o meu pai me gritando, comi aquelas benditas salsichinhas, só tem isso aqui?, Fui para a escola com aquele carro alegórico do meu pai, quando cheguei à escola pude ver o estado que a Zira havia ficado... Eu ri tanto, ela estava com os olhos inchados e roxos, ninguém mandou se meter com Melody Wade.

Passei o almoço com o Ryu, ou melhor, garoto vestido... Tive o resto das aulas normais, voltei para casa com o típico carro alegórico e dormi... Acho que foi isso.

Quarta-feira foi um pouco tensa, amanheci com Sayako me acordando, foi estranho não ter sido meu pai, me arrumei, como sempre parecia uma boneca, que nojo, fui para escola e graças a Deus eu não fui com aquele carro alegórico, fui num carro normal, as aulas foram chata, tudo foi chato, cheguei em casa e meu pai não estava, se ele não estava com quem eu vou implicar?

Resolvi ir à casa da Ueno... Mas afinal onde ela mora? Aah o Yuri me leva lá, Yuri? Yuri é o outro chofer que meu pai insiste em ter, pedi para que ele me levasse até a casa da Ueno e ele assim fez...

Toquei a campainha do apartamento e esperei me atenderem...

Dentro do apartamento.

*DINGDONG... DINGDONG* (N/A: Não reparem na tentativa tosca de onomatopéia inútil...).

- Ryu, atenda a porta para mim! –dizia a mulher tirando uma das agulhas da boca.

- Assim? – perguntava o garoto apontando para o vestido branco estilo debutante.

- Vai logo lá... – disse séria. – Não vai ser ninguém que você conhece...

O garoto caminhou a passos lentos pelo corredor enquanto apertavam insistentemente a campainha...

Do lado de fora do apartamento.

- JÁ VAI! – gritou já nervoso por tamanha impaciência da pessoa do outro lado. – Será que não dava par... – se calou assim que me viu. – Melody... Como... Você... Ahhãm? – ele estava confuso e envergonhado ao mesmo tempo.

- Acho melhor eu voltar em outra hora... Garoto vestido... – disse me segurando para não rir, em meio aos risos Yuka apareceu.

- Ryu, quem... Melody queridinha! – disse vindo me abraçar.

- Yuka-sama... – disse abraçando ela. – Viu já estou aprendendo, sorri, era inevitável não sorrir, ainda mais com a imagem que eu vi, a cara de LOUCO DOENTIO CONFUSO do Garoto vestido.

- Eim?? – murmurou confuso – Como, é... Ahãm?? Vocês se conhecem?

- Já vi que vamos ter que explicar bem devagar... – disse entre risos.

Explicamos tudo beeeem devagar e como era de se esperar Ryu-kun, olha a intimidade, ficou com uma cara de LOUCO DOENTIO CONFUSO. Rimos milhares de vezes da cara dele, por fim tomamos sorvete e assistimos o filme Apartamento 1303, era um terrorzinho básico, nada comparado com Hellraiser que é muito mais sangue, quando deu mais ou menos umas onze, tive que voltar pra casa senão meu pai iria arrancar meus olhos com os dentes....  

Voltei para casa com um enorme sorriso, mas logo passou, a carranca do meu pai era totalmente monstruosa, levei uma bronca, novidade, mas mesmo assim continuei feliz, nunca tinha me divertido tanto quanto hoje, isso era novidade para mim... Tomei banho, vesti meu pijama e fui dormir.