Nada pior que acordar cedo! A tem sim! Acordar cedo e ser eu!

Meu nome é Melody Wade, tenho 16 anos, tenho cabelos negros e olhos verdes, e na minha opinião sou bem normal só não sei se na sua eu sou.

-Melody desça, precisamos conversar! Gritou uma voz grave e autoritária, a voz do meu pai.

Eu realmente tenho problemas sérios com ele, desde de que minha mãe morreu, ele se tornou um homem frio e calculista e conseqüentemente uma pessoa horrível.

Desci o lance de escadas desanimada e tão lentamente que ele teve o prazer de me chamar de novo.

-Fala. Terminei de descer as escadas e respondi ao chamado grossamente, não que eu odeie ele, mas ele me irrita.

-Nós vamos nos mudar. Disse friamente, folheando o jornal sem o menor interesse.

-Por que? Perguntei nervosa, justo agora que estava começando a me ajustar nessa cidade, não que tivesse amigos e tudo mais, mas eu estava começando a me acostumar.

-Estou tendo alguns problemas com a filial japonesa e para resolver isso vamos morar lá. Respondeu sem nem olhar pra mim.

-Japão? Até parece que eu vou me mudar por causa de um emprego idiota, pai!

- Ah , você vai sim, enquanto você for menor de idade e morar debaixo do meu teto você vai! E vai mudar esse seu jeitinho de rockeira maluca! Disse abaixando o jornal e me encarando, como se eu tivesse medo de cara feia.
- Você não é ninguém para me fazer mudar! Gritei nervosa, era um desaforo me obrigar a mudar assim do nada.
- ABAIXA O TOM PRA FALAR COMIGO! VOCÊ VAI E PONTO FINAL VAI DEIXAR DE SER ESSA MELODRAMÁTICA QUE POR TUDO QUER EXPLODIR! Dessa vez me provocou.
- EU NÃO VOU VOC...
- Se eu escutar mais uma vez isso Melody, você pode acreditar que eu vou tomar uma decisão ainda mais extrema.
- O que Vai me bater, espancar até a morte É isso pai. Disse furiosa.
- Melody presta a atenção, VOCÊ não quer ficar pobre e morar debaixo do viaduto não é ENTÃO NÃO RECLAME! VOCÊ VAI E PRONTO! Disse voltando a folhear o jornal.

Sai da sala emburrada, como ele tinha coragem de fazer isso? Eu estava com tanta raiva que quando cheguei no quarto chutei tudo que tinha na minha frente.

-E a senhorita que não quebre nada! E se arruma pra ir a escola! Viajamos amanha! Gritou lá de baixo, me deixando ainda mais nervosa.

Olhei no relógio se eu não me apresasse chegaria atrasada, mas de que importava? Me arrumei devagar sem vontade me vesti como sempre, uma blusa preta, calça jeans escura, botas e meu colar da sorte que era um coração com uma flecha atravessada, eu tinha ganhado isso da minha mãe dois dias antes de ela ser internada no hospital, sai pela janela não queria passar por ele de jeito nenhum.

Meu quarto era no segundo andar, mas tinham grades para sustentar algumas plantas na parece por onde eu descia.

Fui para escola, peguei um ônibus e logo cheguei, uma mulher que trabalhava lá me disse pra esperar até bater o sinal da segunda aula, Eu sentei e esperei, como sempre as pessoas que passavam por mim me olhavam estranhas.

O sinal bateu e eu subi até minha sala, como sempre estava uma bagunça, mas não importava me sentei no meu lugar de costume... No fundo.

A aula passou chata como sempre, com aquele mesmo bla bla bla.

Quando eu percebi a aula já tinha acabado juntei minhas coisas e sai da sala, desci as escadas e sai da escola, acho que já perceberam a monotonia que é minha vida.

Resolvi não ir pra casa, fiquei vagando pela cidade, pode ter certeza de que não havia lugar mais interessante no mundo! Adora usar sarcasmo.

Depois de um tempo percebi que tinha anoitecido, peguei o celular e vi que tinham varias ligações perdidas e já eram mais de dez horas.

Então eu voltei e pelo mesmo lugar que tinha ido... Pela janela, assim que entrei no quarto abri a porta de leve e vi que a casa já estava vazia, vi ele subindo as escadas e quando ele estava chegando perto do meu quarto eu abri a porta e disse:

-Já cheguei!

-Eu ouvi! E é bom arrumar logo suas coisas! Disse frio.

Entrei no quarto bufando de raiva! Peguei uma mala grande que estava em cima do armário e joguei tudo de qualquer jeito lá dentro, menos meu violino, ele era da minha mãe e pra mim significava muito, depois pequei meu celular e coloquei na minha musica predileta “In the Darkness” do Liars, que era minha banda favorita, pra falar a verdade eu só gosto dessa.

Por que? Eles simplesmente são os melhores! Mas pra muitas pessoas eles são estranhos, ainda não achei ninguém que gostasse deles.

Acabei adormecendo ouvindo aquele refrão “Alone in the darkness to find you” Eu já estava n a escuridão há muito tempo e ainda não tinha encontrado ninguém.

Acordei com batidas fortes e insistentes na porta acompanhados de gritos:

-Acorda Melody! E desça logo saímos em 15 minutos!

-Ta! Respondi virando pro outro lado.

-Ta nada! Levanta logo! Disse batendo ainda mais forte na porta.

Era impressionante como ele conseguia me deixar cabreira logo de manha! Levantei e abri a porta bruscamente:

-Já vou! Gritei na frente dele.

-É bom mesmo.

Quando ele saiu, eu peguei minha mala e sai arrastando escada abaixo, xingando-o das piores coisas possíveis.

Quando cheguei lá fora ele me esperava já dentro do carro e ainda aquele carro espalhafatoso, me fala pra que ter uma limusine? Ele só vai ate o aeroporto! Não podia ir com um carro normal?

Coloquei minha mala na parte de trás do carro, odeio quando os empregados dele vem e tomam as coisas da minha mão.

Depois de um tempo já tínhamos chegado no aeroporto e depois de uns 10 minutos já podíamos ouvir as chamadas para o vôo.

Peguei minhas coisas e fui atrás de varias pessoas e longe do meu pai, eu me sentia triste não tinha ninguém pra me dizer “Adeus” ou “Vamos sentir sua falta” não tinha nenhum amigo pra chorar minha partida.

E eu também não choraria, eles vão ver eu seria muito diferente do que sou agora! A Rockeira Maluca ia endoidar de vez!