"Você não precisa acreditar em mim. Você só precisa olhar à sua volta."

Foi o que aquele homem disse. Ele era diferente, e não era por causa da sua pele frágil, dos seus olhos pretos e enigmáticos, do seu jeito engraçado de vestir… Ele era diferente porque ele tinha ideias muito perigosas. Diante do caos no Pelourinho e dos protestos por toda a cidade de Salvador, as pessoas o apontavam como o porta-voz da revolução: os repórteres o tratavam como um perigo, os governantes, como um marginal, e os civis, como um homem louco.

Mas, para que um barril de pólvora exploda, basta que alguém provoque a fagulha: para que aquelas ideias sejam levadas a sério, basta apenas que alguém as ouça.