Alfred observava do sofá da sala seu irmão saboreando um prato com panquecas e o amado maple syrup. O estadunidense, enquanto isso, tinha um hambúrguer em mãos e pensava: Panquecas eram mesmo tão viciantes assim?
Para ele eram boas no café da manhã, as vezes... Prefiria um sanduíche de pasta de amendoim com geléia acompanhado de um copo de leite.

Mordeu mais um pedaço do hambúrguer, vendo o canadense levar mais um pedaço a boca. Comia calmamente, algumas vezes colocando a calda sobre a parte sem vãos do garfo para saboreá-la separadamente...

Bufou e se levantou do sofá, tomou um gole de água do copo que estava sobre a mesinha e esqueceu-se do hamburguer. Foi até Matthew, puxou uma das cadeiras da mesa da sala de jantar e se sentou.

- Mattie... Por que você gosta tanto de panquecas?

Não obeteve nenhuma resposta. Chamou pelo nome do canadense de novo, mas nada. Imaginou que estava sendo ignorado, mas ao olhar melhor, reparou que o outro usava fones de ouvido. E parou de comer para poder cantar:

- J'veux ton amour... Et je veux ton revanche... J'veux ton amour, I don't wanna be friends! - Cantou, baixo, mas o estadunidense pode ouvir perfeitamente. E Matthew cantava bem. Mas desde quando gosta de Lady GaGa? ... Não vem ao caso.

- Matthew! - Puxou os fones dele, quase o machucando no ato.

- Maple! - O canadense se assutou e acabou derrubando o garfo no chão. Pareçeu mais aliviado ao ver o irmão. - Sorry... Disse alguma coisa?

Ignorou o sentimento de culpa que veio por lembrar de que ninguém quase não via Matthew: - Por que você gosta tanto de panquecas? - Repitiu a pergunta.

- Na verdade, é mais o maple. - Respondeu, sorrindo.

- Por quê?

- Porque... Porque sim, eu acho.

- "Porque sim" não é resposta. - Retrucou de modo infantil.

- Ah, eu gosto, é gostoso...

Alfred passou dois dedos sobre o maple que ainda tinha no prato e mexeu ele entre os dígitos, forçando uma cara de nojo. Gostava de maple também... Mas...

- Você não enjoa não? - Algo em excesso acabava enjoando, exeto seus hambúrgueres.

- Não. - Matthew segurou o pulso do estadunidense. O ato seguinte fez o coração do maior ir parar na garganta.

O canadense lambeu o maple dos dedos do americano. Alfred fechou os olhos, corando fortemente - nem conseguindo impedí-lo. E ainda por cima Mattew fazia o favor de fazer aquilo bem devagar.
Chupou os dedos alheios até recolher todos os vestigios de calda da pele do outro.

O estadunidense abriu os olhos, gaguejando qualquer coisa sem sentido, mas tendo como recompensa de ver a língua do irmão deixar seus dedos.

Matthew rodeou o pescoço do outro com os braços e lhe roubou um beijo. Durante o contato, que não demorou a ser correspondido, o sabor de maple syrup se misturava com a saliva dos irmãos norte-americanos.

Ao final do beijo, Alfred inconcientemente se inclinou, buscando pelos lábios do menor. Voltou a se afastar, encostando-se com força na cadeira, sentindo seu rosto quente.

- Desde quando você gosta de Lady GaGa? - Desviou completamente do assunto.

- Há um tempinho. - Respondeu, com o gentil de sempre. O canadense pegou o prato e sumiu na direção da cozinha.

Uma 'paródia' foi ouvida da cozinha:
"Maple kisses,
My lips they miss his, oh yeah
Where did you go now?
Where did you go?
Maple kisses"

Alfred afundou-se na cadeira, tentando esconder o constrangimento. "I need you around, maple kisses" - sua mente continuou.

Daquele jeito, maple syrup nunca seria enjoativo.