O Cometa escrita por Carol, thammy horan jones, renatatwifan


Capítulo 28
28. Jet Lag.


Notas iniciais do capítulo

então, gente.. vergonha é pouco para o que eu estou sentindo por ter abandonado a fic por tanto tempo :S mesmo que vcs saibam dos meus motivos, ainda assim eu me sinto uma vadia irresponsável #cryalot
mas aí, tirei inspiração não sei de onde, e escrevi um novo cap pra vocês :)
porém, antes da leitura, acho importante uma recapitulação pra que não haja confusão ou dúvida na sequência dos acontecimentos:
Nessie é uma garota humana com um "dom especial" que vai à La Push passar suas férias de verão na casa dos avós Carlisle e Esme. Lá ela conhece o Jake, lobo gostoso, lindo e corajoso, e... *baba*. Logo ela descobre o segredo dele, assim como ele descobre o dela, e depois Jacob conta à ela sobre a magia do imprinting.
Quando tudo parecia perfeito, vem o negócio dos amigos da familia da Ness, que ela descobre serem vampiros. Depois do drama que ela passa pra contar pro Jake e pra ele aceitar, suas férias acabam e ela tem que voltar pra casa.
E agora, o tããão demorado capítulo, com a Nessie de volta a NY...



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28.  Jet Lag.

Jacob sorriu para mim, acariciando a minha bochecha com as pontas dos dedos. Eu sorri de volta, tombando a cabeça para o lado para aproveitar melhor a carícia.

-Eu te amo, Jake. Te amo! - declarei.

Ele alargou o sorriso e aproximou seu rosto do meu, mas não chegou a me beijar...

Porque a porra do meu celular me acordou.

A melodia preenchia o ambiente, implorando para que eu atendesse à ligação, mas eu estava morrendo de sono...

Estendi a mão até o criado-mudo, com toda a preguiça do mundo, e nem me dei ao trabalho de olhar quem estava me ligando no identificador. Apenas apertei o botãozinho verde e esperei...

Mas, aparentemente, a pessoa no outro lado estava esperando que eu me manifestasse de alguma forma.

-Hmm - grunhi.

Era o cumprimento mais simpático que eu conseguia dispensar a alguém que me ligava de madrugada, atrapalhando o meu sonho com Jacob.

Mais um curto silêncio.

-Nessie?- ele perguntou meio incerto.

Meu coração saltou ao ouvir aquela voz rouca que eu tanto amava. Sentei-me na cama rapidamente.

-Jake! Que bom ouvir a sua...UÁAAAH! - bocejei longamente, espreguiçando o corpo - A sua voz.

-Você estava dormindo? - seu tom tinha uma pontinha de preocupação.

Eu ri.

-É... Como eu não tenho o meu namorado lindo e delicioso aqui comigo...

-Namorado?... - interrompeu-me - Você já arrumou outro? Nossa!

Rolei os olhos, sorrindo.

-Tudo bem, me deixa reformular a frase: Como eu não tenho o meu noivo lindo e delicioso aqui comigo, para me manter acordada às duas da manhã... Sim, eu estava dormindo.

-Duas da manhã? Ah, desculpa, amor... Eu esqueci do fuso-horário, aqui são onze da noite. Eu posso ligar outra hora, ou...

-Não! - falei rapidamente, ele deu uma risadinha - Não precisa... - tentei não parecer mais tão desesperada - Um dia desses eu te ligo às seis e meia da manhã, então aí serão três e meia e nós estaremos quites.

Rimos os dois. Aquela sensação era muito boa... Digo, a de ouvir o trovejar de seu riso. Era como um bálsamo sobre a ferida que a saudade estava abrindo em meu peito.

-Oh, não. Não faça isso, por favor. Eu estou acordando às quatro horas todos os dias, e perder meia hora de sono é muita coisa para mim.

Franzi o cenho, totalmente desentendida. Quatro da manhã? Que eu sabia, a oficina onde Jake trabalha abria às oito horas em ponto, todos os dias, então por que ele acordava tão cedo?

-Por que às quatro, Jake?

Jacob ficou em silêncio por um instante.

-É que eu estou fazendo uns trabalhos extras... Você sabe, pra gente poder se casar logo, construir uma casa... - eu tinha certeza de que ele estava coçando a nuca agora, completamente embaraçado.

Sorri bobamente de seu jeitinho fofo, mas me prendi a outro detalhe da informação...

-Que tipo de trabalhos extras, Jacob Black? - perguntei desconfiada.

Ele riu alto.

-Hei, eu não sou nenhum tipo de goo goo boy ou amante profissional, ok?

Estiquei o beiço lá nos pés.

-Piada sem-graça.

Jacob riu mais ainda, e eu senti vontade de chorar. Não pela piadinha dele, claro que não. Eu sabia que ele era o homem mais fiel e apaixonado que já pisara nesse planeta, e que seus ‘trabalhos extras’ certamente estavam relacionados ao conserto de carros... A minha tristeza era por ouvi-lo rir daquele jeito, imaginar seu olhar de menino, seu corpo enorme esparramado no sofá de forma descontraída, e saber que eu estava a mais de duas mil milhas de distância. Saber que eu não estava lá para me deitar sobre ele enchê-lo de mordidas.

Um soluço baixinho escapou por minha garganta, ele parou de rir imediatamente.

- Ah, Ness, eu só estava brincando, meu amor... Esses trabalhos extras são na oficina mesmo, consertando carros e motos, você sabe. - apressou-se em explicar, eu funguei - Você está chorando?

Balancei a cabeça, enxugando os olhos.

-N-não, eu...

-Não minta para mim... E, por favor, não chora. - pediu, torturado - Isso me mata.

-Aah, Jake... - abracei meu travesseiro, deixando as lágrimas rolarem.

-Nessie, já faz três semanas que você foi. Nós nos falamos todas as noites, e todas as noites você chora. Se continuar assim, eu não vou mais te ligar. - avisou seriamente.

Meu lábio inferior tremeu.

-Jacob! - falei, manhosa.

Ele nada disse.

-Você sabe que eu não quero isso... não quero te deixar preocupado, mas eu estou com saudades, droga!

Jacob suspirou longamente no outro lado da linha.

-Eu sei, pequena. Sei melhor do que ninguém... - pigarreou, provavelmente para desfazer o nó que se formava em sua garganta. Do mesmo modo que acontecia comigo - Pegue toda a sua saudade, toda a sua tristeza, e multiplique por cem... Nem assim você conseguiria saber como é a dor que eu estou sentindo por estar longe do meu imprinting.

Senti-me envergonhada ao ouvir aquilo. Jacob devia estar sofrendo horrores com a distância e eu, com todo o meu egoísmo, ainda conseguia deixá-lo pior a cada vez que nos falávamos.

-Desculpe-me... - pedi com a voz fraquinha - Eu prometo me comportar de agora em diante.

Ele fez um muxoxo.

-Não se preocupe comigo, ok? Apenas fique bem, fazendo isso você já estará garantindo a minha sanidade.

Assenti.

-Tudo bem, eu faço o que você quiser. - falei convicta.

E era a mais pura verdade, eu faria qualquer coisa por ele.

-Eu amo você, minha princesa...

Eu sorri, engolindo o choro.

-Também te amo, Jake.

-Agora vá dormir, você tem aula amanhã cedo.

-Hoje cedo. - corrigi, sorrindo.

Ele riu, e eu quase podia vê-lo revirando os olhos.

-Certo, hoje cedo. Durma bem, e sonhe com os anjos.

­-Anjos não existem. Eu prefiro sonhar com você.

-Ótimo, eu também prefiro que você sonhe comigo.

Rimos juntos.

-Boa noite, meu amor. - desejei.

Esfreguei os olhos e me deitei de barriga para cima, fitando o teto.

-Boa noite, Ness.

Desliguei o celular e fechei meus olhos, esperando pelo sono que logo veio.

[...]

-Bom dia, Jenna. - cumprimentei a governanta gordinha, que atravessava a sala de jantar equilibrando um prato de panquecas com uma destreza admirável.

-Bom dia, Nessie. - beijou-me a testa - Dormiu bem? Está com uma carinha de sono!

Ajeitei-me melhor na cadeira, apoiando os cotovelos na mesa, e o queixo nas mãos.

-É, eu... – bocejei longamente, recompondo-me em seguida - Jake me ligou de madrugada, ele se esqueceu da pequena diferença de três horas no fuso-horário, então... - dei de ombros - A gente ficou conversando.

 Jenna sorriu, servindo-me uma xícara de seu café quentinho. Sentou-se na cadeira ao meu lado e me olhou daquele jeito que eu já conhecia bem: um olhar maternal, de quem cuidou de mim desde quando eu era apenas um bebê. Ela me conhecia tão bem que às vezes chegava a me assustar.

-Você gosta muito desse rapaz, não é mesmo?

Sorri.

-Eu o amo mais do que a mim mesma. - falei com convicção, Jenna riu - Não... É sério, Jen! Eu sei que essa frase é meio clichê e tal, mas é a que melhor descreve o que eu sinto: O fato de que eu daria a minha vida por ele.

Ela assentiu, e acariciou meus cabelos.

-Eu acredito em você, minha querida. A forma como os seus olhos brilham a cada vez que você fala dele, mas... Eu tenho medo. - suspirou com pesar - Você o conhece há tão pouco tempo, e... Eu não suportaria vê-la sofrendo novamente, você sabe, sentindo a dor que sentiu com Alex... Tudo ainda é tão recente que eu temo por...

-Jenna, relaxa. - interrompi-a com um sorriso nos lábios, ela precisava ver que eu estava tranqüila quanto àquilo tudo - Jacob e eu... É diferente. Diferente de tudo o que você já possa ter visto: a nossa relação é meio mágica, literalmente.

Ela franziu a testa.

-Tem a ver com o seu dom? - perguntou desconfiada.

Eu ri.

-Com o meu, não... Tem a ver com o dele. 

Jenna arregalou os olhos, levando a mão à boca.

-S-sério? Ele é como você? - a descrença era presente em sua voz.

Torci os lábios, enrolando uma mecha do cabelo com o dedo indicador.

-Não exatamente, ele... Ah, desculpe-me, Jen, eu não posso contar. É segredo.

Ela tombou a cabeça para o lado, analisando as minhas expressões. Como eu estava muito calma, aquilo pareceu lhe bastar.

-Tudo bem. - sorriu - Se você está feliz, e seu segredo está seguro com esse rapaz, então eu já me dou por satisfeita. Embora ainda tenha que conhecê-lo e passar-lhe algumas recomendações.

Sorri e me joguei em cima dela, sufocando-a em um abraço.

-Tudo bem, mamãe, como a senhora quiser. - falei sorrindo e saí correndo em direção ao meu quarto para terminar de me arrumar. Já estava quase atrasada.

-NESSIE, SEU CAFÉ! - Jenna gritou.

Corri de volta até a sala de jantar e virei a xícara de café na boca de uma vez só. A governanta riu, balançando a cabeça.

-Velhos hábitos nunca morrem...

[...]

-Você sabe que, uma hora ou outra, terá que conversar com ele, certo? - Bree falou, olhando sobre o ombro.

Olhei também, e vi que Alex estava cada vez mais perto de nós.

-Droga, que garoto mais grudento! - resmunguei.

-Nessie, eu só acho que você deve contar a ele sobre o seu namorado e tal, pode ser que ele desista e pare de te encher o saco. - aconselhou ela.

Fitei-a em dúvida... Bree era uma garota bem legal, e eu quase podia considerá-la uma amiga. Eu digo “quase” porque, apesar de a nossa relação parecer uma amizade vista de fora, nós não éramos muito íntimas. O motivo? Muito simples: eu nunca tivera coragem o suficiente para contar a ela o meu segredo, então eu não podia dizer que éramos grandes amigas e blábláblá, éramos apenas colegas de aula. Eu a mantinha fora de qualquer assunto mais confidencial da minha vida.

-Não sei... Eu não devo satisfações a ele. - falei, ainda duvidosa.

Ela balançou a cabeça, impaciente.

-Não é satisfação, Nessie... Você só vai colocá-lo no seu lugar: um pé na bunda oficial, sabe? Tipo uma vingança por tudo o que ele fez a você.

Cocei o queixo, analisando a ideia. Era realmente muito tentador imaginá-lo com dor de cotovelo, e seria bem-feito para ele, afinal, quem mandou me trair?

Um sorrisinho maligno foi se formando em meu rosto à medida que eu me virava para trás, para esperar pacientemente que o garoto chegasse até nós.

-Você tem razão, Bree. Eu vou dar a ele o que ele merece. - falei, aumentando o meu sorriso.

Alex sorriu em reflexo, a me ver esperando por ele, e aumentou o passo... Tão ingênuo, tadinho.

-Só pega leve, Nessie, não vai avançar no pescoço dele aqui no meio do campus, ok?

Assenti, revirando os olhos.

-Eu sou civilizada, Bree.

Ela riu e beijou a minha bochecha.

-Eu vou indo... Deixar vocês a sós.

-Ok. - aceitei seu cumprimento, sem tirar os olhos do verme que se aproximava.

Encostei-me à parede e mantive o nosso contato visual, até que Alex chegou a mim.

-Finalmente resolveu me escutar, minha linda? - perguntou com aquele sorrisinho galante que, antigamente, teria me feito ficar boba.

Agora eu só conseguia achar idiota da parte dele.

Eu estaria mentindo se dissesse que Alex não era bonito, charmoso, ou até mesmo... gostoso. Ele era, mas não tinha mais graça nenhuma a meus olhos. Porque compará-lo - ou comparar qualquer outro homem - a Jacob era meio, hm... posso dizer que era injusto. Perto dele, todos os homens - todas as pessoas - pareciam tão normais, tão... substituíveis.

E mesmo assim, ali estava aquele babaca do Alex, se achando o gás da Coca, como se fosse melhor do que todos. Tive que me segurar muito para não rir da cara dele.

-Pois é... - pousei as mãos nos quadris - Eu estou disposta a te ouvir, mas não tenho muito tempo. Então seja rápido.

Ele franziu a testa.

-Nossa, gatinha, eu sei que errei, mas estou querendo reparar tudo o que fiz... Não precisa ser grosseira comigo.

Reprimi a vontade de bufar.

-Você tem dois minutos.

Alex arqueou um sobrancelha.

-Por que tanta pressa? Você costumava ser mais atenciosa quando o assunto era nós dois.

Dei uma risadinha irônica, balançando a cabeça.

-“Nós dois”? Isso não existe faz tempo, querido. - pensei por um instante - Na verdade, acho que nunca existiu. E eu achei que já havia deixado isso bem claro quando nos falamos pela última vez.

Ele riu, parecendo perdido em lembranças.

-Quando você socou a minha cara, você quer dizer?

Assenti.

-É. Bem isso.

Alex sorriu e se aproximou de mim.

-Eu sinto a sua falta... - pousou a mão em meu rosto - Todos os dias. Só queria que você me desse mais uma chance, Nessie, eu te amo de verdade. Me perdoa.

Analisei-o. Ele parecia sincero, seu arrependimento parecia real.

-Eu já esqueci de tudo, Alex. - falei suavemente - De tudo o que você me fez. - coloquei minha mão sobre a sua, que estava em minha bochecha.

Seus olhos brilharam, transmitindo alegria.

-É... é sério? - gaguejou, descrente.

Fiz que sim com a cabeça e, num movimento inesperado, ele me puxou pela cintura e grudou sua boca na minha.

Arregalei os olhos... Cara, ele estava me beijando? Que sem noção!

Não pude deixar de comparar o toque dos seus lábios com os de Jake, e não chegava nem perto! Jacob me deixava sem ar, acariciava minha boca em cada movimento, enquanto Alex apenas tentava invadir minha boca com sua língua - buscando apenas o próprio prazer, sem se preocupar comigo.

Fechei as mãos em punhos e soquei seu peito, tentando afastá-lo. Mas não surtiu muito efeito: ele apenas me agarrou com mais força, grudando-me à parede.

Então eu não tenho alternativa - pensei, malvadinha, e mordi seu lábio inferior com força.

Alex se afastou imediatamente, curvando-se para frente com a mão na boca.

-Por que fez isso, sua louca? - perguntou, confuso e irritado.

Sorri com máxima satisfação ao ver um filete de sangue em seu lábio.

-Eu fiz isso... - me aproximei, apontando o dedo indicador quase na cara dele - Para você aprender que não se deve beijar uma pessoa sem o seu consentimento.

Ele piscou duas vezes, me olhando sem entender. Agora sua expressão não tinha mais o mínimo de irritação, era apenas confusão.

-Hã? Mas você... você...

Rolei os olhos.

-Eu disse que esqueci tudo o que você me fez... - sorri amargamente - Mas não pense que eu sou uma alma boa, ou algo do tipo, a questão é que eu não deixei para trás só a sua traição: eu já te superei, Alex. Te esqueci, mas isso não quer dizer que eu te perdoei. Eu estou em outra.

Era bom falar tudo aquilo que estava entalado em minha garanta. Cuspir em cima dele todo o mal que havia me feito tempos atrás. É bem como dizem: a vingança é um prato que se come frio.

Ele abriu a boca em um pequeno ‘o’, totalmente surpreso.

-Está em outra?

Assenti, sorrindo.

-Estou namorando. - mostrei-lhe a minha pulseira de promessa Quileute - Não é linda? O Jake mesmo que fez!

Alex inflou as narinas.

-Jake? Aquele panaca do terceiro semestre de engenharia?

Eu gargalhei.

-Não seja tolo, Alex. O meu Jacob não estuda aqui... Ele nem sequer mora em Nova York. Eu o conheci durante as férias que passei em Washington, ele mora na reserva de La Push, já ouviu falar? - ele negou com a cabeça - Não sabe o que está perdendo, é tudo lindo por lá... - dei uma risadinha - Tudo mesmo. Jacob, por exemplo, é o homem mais bonito, e, devo acrescentar, gostoso, que eu já vi em toda a minha vida.

Ele apertou o maxilar, ficando vermelho de raiva.

-Gostoso? - perguntou, bravo - Então quer dizer que você já abriu as pernas para esse cara? Porque nós namoramos por quase um ano e eu nunca nem te vi pelada!

Eu ri com prazer, e soltei minha pérola:

-Pra você ver... - me aproximei, ronronando - Se fosse mais competente, tipo o meu índio gostoso, poderia ter feito comigo tudo o que ele fez. Mas quer saber? Eu tenho a leve impressão de que eu iria achar horrível.

Ele rosnou e me prendeu na parede novamente.

-Ah, é assim, sua vadia? Então você vai ver o “horrível”!

E avançou sobre o meu pescoço, chupando-o com força. Eu nem sei de onde arranquei forças para desprender a minha mão de seu aperto... Só sei que em um segundo eu estava ali, indefesa, e no outro, meus cinco dedos estavam estampados em sua face. 

-Nunca mais... - avisei, sentindo meu sangue ferver de ódio - Nunca mais chegue perto de mim. Acredite, você não iria gostar nem um pouquinho se o Jacob viesse tirar satisfações por isso que acabou de acontecer aqui. Recado dado.

Dei-lhe as costas e saí marchando furiosa pelo corredor.

[...]

Era incrível como o tempo parecia se arrastar na cidade que nunca dorme. Eu me sentia um organismo morto e desinteressante, apenas uma pecinha sem importância naquele sistema: um mecanismo enorme, capitalista e incansável, onde não se pode parar. E eu tinha vontade, céus, como eu tinha vontade de parar! Porque as coisas pareciam tão chatas sem ele ao meu lado. Era como se Jacob fosse mais necessário do que o oxigênio para mim: a força que eu necessitava para viver.

Aumentei um pouco o volume do rádio e acelerei ainda mais em direção à Quinta Avenida. Eu estava indo para a agência porque, sim, eu tinha que trabalhar. E isso não passava de uma obrigação para mim agora - se eu pudesse escolher, passaria o dia inteiro jogada na cama, comendo chocolate e chorando agarrada à camiseta de Jake - uma que eu trouxe para poder sentir o seu cheiro sempre que quisesse.

Estacionei na minha vaga, peguei minha bolsa no banco de trás, ajeitei o cabelo e saí do carro. Arrastei-me até a entrada do prédio, onde encontrei uma Alice saltitante, que exibia sua barriga de sete meses em uma blusa justinha.

-Oi, flor. - jogou seus braços em torno do meu pescoço e beijou a minha bochecha.

-Oi, tia Allie. - se não fosse trágico, seria cômico o contraste entre os nossos cumprimentos: ela, sempre tão animada, e eu, uma morta-viva.

Alice fez um muxoxo.

-Ah, não... Pode deixar esse desânimo para lá, mocinha! Agora falta menos de duas semanas para o seu aniversário.

Ela me deu a mão e me puxou, guiando-nos para dentro do prédio. Fiz beicinho.

-Parece que ainda vai demorar tanto. - falei, acenando com a cabeça para Jessica, nossa secretária.

Alice jogou um beijinho para ela e continuou me rebocando. Entramos no elevador, ela esperou a porta se fechar e postou-se à minha frente, com as mãos na cintura.

-Eu não agüento mais te ver assim depressiva, garota. - ralhou, tentando ser dura - Quando eu disse que Jacob te ensinaria as coisas boas da vida, não imaginei que ele te deixaria tão viciada assim no negócio.

Senti-me corar.

-Ai, tia, nada a ver!

Ela balançou a cabeça.

-Tudo a ver. - deu um sorrisinho malicioso - Você fica aí, com essa cara amarrada e esse humor que chega a dar medo... Está escrito em sua testa: “eu preciso do meu lobo mau”.

Arregalei os olhos.

-Meu Deus, Alice! O jeito que você fala faz parecer que eu sou uma ninfomaníaca ou algo assim...

Ela apenas riu e me puxou para fora do elevador quando as portas se abriram.

-Aonde vamos? Esse não é o andar da fotografia!

Alice abriu sua sala e me convidou a entrar.

-Nós precisamos conversar, Nessie. - seu tom sério me deixou alerta.

Caminhou até a poltrona branca que tinha sob a enorme janela, que nos dava uma visão perfeita da selva de pedra lá embaixo, e sentou-se. Deu um tapinha na poltrona ao seu lado, chamando-me a me sentar também.

Fui até ela, caminhando desconfiada, e me sentei.

-Sobre...? - perguntei cautelosamente.

Ela abriu um sorrisão.

-Sobre o seu aniversário! - gritou animada e bateu palminhas.

Eu rolei os olhos.

- Ah, tia, eu não estou com cabeça para isso agora, eu...

-Você tem que estar com cabeça para isso, Renesmee. - ela me interrompeu com uma expressão assassina - Faltam duas semanas! Eu já organizei tudo, mas tem alguns detalhes em que eu preciso da sua opinião.

-A tia Rose pode te ajudar, Allie. Ligue para a mamãe, se for preciso, mas...

-Mas nada! - interrompeu-me novamente - Nessie, Nessie... Não se esqueça que o seu Jacob vai vir para a festa, você não quer que esteja tudo perfeito para ele?

Sorri, a ideia de ver Jake me animou bastante.

-Tudo bem, tia... - abracei-a pelos ombros - Fale-me da decoração.

Ela deu um sorriso três vezes maior do que meu e correu até a sua mesa para pegar seu laptop, que continha todos os planejamentos para a minha superfesta.

Mas, devo confessar, eu não prestei atenção a nada que ela dizia. Minha cabeça estava longe... Ou, não tão longe assim. Eu estava pensando no meu reencontro com o meu lobo, dentro de duas semanas. Só de imaginar, minha cabeça se inundava de pensamentos pervertidos - afinal, o aniversário era meu mas o presente seria nosso. Porque a saudade era grande demais.

E o desejo também.


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Notas finais do capítulo

E aí? muito ruim? to enferrujada, já?
Fala sério: todo mundo vai deixar review, menos a Luíza que está no Canadá. haha
sorry, não resisti.
Beeeeeeeijos, gurias. E, por favor, digam que ainda me amam O_o