O Cometa escrita por Carol, thammy horan jones, renatatwifan


Capítulo 25
25. Infortúnios - P.O.V Leah Clearwater


Notas iniciais do capítulo

Digam que me amaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaam! Por favor, né, gente... Menos de uma semana é tempo recorde! E esse capítulo é mega especial, eu fiz com muito carinho.
Um POV da Leah para tirar um pouquinho da curiosidade de vocês ;)


Dica: leiam o cap com essa música:
http://www.youtube.com/watch?v=oofSnsGkops



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25.   Infortúnios - P.O.V Leah Clearwater

-Eu já disse que não quero, mãe, que droga! Me deixa! - empurrei o sanduíche de volta para ela e me levantei do sofá bruscamente.

Sue me olhou estupefata, e eu me senti ainda pior com aquilo.

Lancei-lhe um olhar de desculpas e rumei para a porta rapidamente, sair de casa era a melhor coisa que eu podia fazer. Pelo menos não ficaria enchendo meus pais e irmão com o meu humor insuportável.

A pior parte é que nem me transformar eu podia, a não ser que quisesse expor a todos o pandemônio que estava meu coração. Transmutar seria bem mais fácil: seguir apenas os instintos animais, meus sentidos primitivos. Visão, audição e olfato - eu queria ser o Lobo-Leah. Apenas o Lobo-Leah. A humanidade era uma droga, sentimentos eram uma droga. Eu não queria sentir mais nada que não fosse concreto, real.

Palpável.

Mas era justo aí que morava o problema. Que inferno! Aquele sentimento não era nem de longe algo abstrato. Eu sentia de verdade, como ferro quente em minha carne. Aquilo era real! Tão real que chegava a ser palpável, então o que eu poderia fazer? É isso aí, garota, temos um problema dos grandes por aqui.

Cheguei à praia em poucos minutos, ela estava vazia e silenciosa. Acho que pelo vento frio que fazia. Deitei-me na areia e fiquei encarando o céu forrado de nuvens pesadas e escuras. 

Um casal de namorados passeava, longe... Talvez meros frutos da minha imaginação. Eles estavam completamente envoltos por uma bolha, caminhavam dentro dela, e cada vez que sorriam um para o outro ou trocavam alguma carícia era como se zombassem de mim. A vida zombava de mim naquele momento.

“Anomalia!Você é a coisa mais estranha e indigna de amor que o mundo já viu, Leah.”

Uma lágrima, que eu nem sabia ter derramado, morreu em meus lábios. Na sequência dela vieram várias outras, enquanto minha garganta fechava de agonia.

O meu amor já tinha um amor. Como eu podia lidar com aquilo? Eles eram destinados um para o outro, pertenciam um ao outro. E eu? Eu sobrei! De novo.

Saber que já era a segunda vez que eu passava por uma situação como aquela era desesperador. E dessa vez o negócio era ainda pior: com Sam eu não sabia de nada, achava apenas que ele tinha se apaixonado por outra e ponto. Mas agora eu sabia. Sabia que não havia chances para mim. Imprinting maldito.

Fechei os olhos com força, desejando que quando os abrisse novamente, minha vida voltasse ao normal. Mas, pensando bem, ela nunca foi normal.

Céus! Como podia existir no mundo alguém tão esquisita quanto eu? O único lobo-mulher da história, apaixonada pela impressão de seu alfa.

Jacob com certeza iria querer me matar se visse isso em minha mente. “Como você pôde, Leah?!” - ele gritaria, irado.

Mas o que eu podia fazer?

“Como você pôde?” - eu gritaria de volta - “Tantas garotas no mundo, e você foi ter imprinting logo com aquela que me fez esquecer todo o sofrimento provocado por Sam.”

E ele pularia no meu pescoço.

Mas - volto a perguntar - o que eu podia fazer?

Renesmee era um anjo, um lindo anjo. Mas não era o meu anjo. Um soluço alto escapou por minha garganta.

Não tinha sido amor à primeira vista, quando a vi eu apenas achei que seríamos grandes amigas. Entretanto, quando Stacey - a minha vontade de matá-la ainda era incontrolável - resolveu acertar as contas com Nessie por causa de Jacob - impossível não pensar no nome dele com rancor, ladrão de amores -, eu queria pegar a boneca ruiva em meus braços e protegê-la de tudo.

Mas até aquele ponto, tudo bem. Eu ainda conseguia disfarçar bem, pois nem sabia direito o que estava sentindo.

As coisas pioraram muito quando fiquei sabendo do cheiro de sanguessugas em seus objetos pessoais. Eu entrei em desespero. Não! Não com a minha Nessie - não do Jacob, minha. Foi aí que eu me vi completamente apaixonada por ela, a prometida do meu alfa. E me pus disposta a enfrentar o que fosse para ajudar a protegê-la.

-Você está me deixando preocupado, Lee. - Embry falou às minhas costas.

Limpei o rosto com as costas das mãos e me virei para encará-lo. De tão absorta que eu estava em meus pensamentos, acabei nem notando sua aproximação.

-Oi, Embry. - minha voz estava fraca e rouca. Sem vida.

-É sério, garota. - ele se sentou ao meu lado - Jake também está muito louco com isso, ele acha que você está chateada com ele. Acha que fez alguma coisa de muito grave para te deixar assim.

Bufei, ele estava absolutamente certo. Meu problema era mesmo com ele.

-Jacob é um tolo, ele acha que tem que se responsabilizar por tudo o que acontece a nós só porque é o alfa... Argh!

Embry balançou a cabeça, indignado.

-Desde quando essa preocupação dele conosco te incomoda, hein?

Desde quando eu me apaixonei pela namorada dele! Tudo nele me incomoda! - tive vontade de falar, de uma vez por todas.

Mas não o fiz. Apenas dei de ombros.

-É um saco, só isso. - virei meu rosto para o mar novamente, e fitei o horizonte.

-Tudo bem, você está com algum problema e não quer contar a ninguém. É uma escolha sua, mas não precisa ficar ranzinza por causa disso.

Enterrei meus dedos na areia, trincando os dentes.

-Se você soubesse pelo que eu estou passando, diria até que estou reagindo muito bem a tudo isso. - falei secamente.

-Que seja. - Embry disse, indiferente - Você não quer a ajuda de ninguém, então eu não vou dar uma de idiota. Só vim aqui avisar que Jacob mandou chamar, tem reunião na clareira. É um comunicado importante, pelo que ele me adiantou...

Abri a boca para objetar, mas fui interrompida.

-Não! - ele disse duramente - Você não pode faltar.

-Mas eu já sei o que ele vai dizer...

-Não interessa! - interrompeu-me novamente - Ele disse que todos devem estar presentes.

Revirei os olhos.

-Aff, Embry, você é um pau mandado! - falei, tentando não lhe dar o belo murro que ele estava merecendo.

-E você é uma velha caquética e chata. - rebateu, levantando-se da areia.

Estendeu-me a mão.

-Vamos?

Inspirei o ar e o soltei lentamente.

-Ok, já que eu não tenho escolha. - me rendi, azeda, aceitando sua mão.

Ele me puxou do chão e, em um movimento inesperado, envolveu-me em seus braços. Seu abraço era aconchegante.

-Eu detesto te ver desse jeito, irmãzinha. - sussurrou para mim.

Afundei o rosto em seu peito, temendo não conseguir conter as lágrimas.

-Agora temos de ir, se não vamos nos atrasar. - falou, carinhoso, e caminhamos de mãos dadas em direção à floresta.

[...]

-Aaaaaah, finalmente, os dois atrasados! - Quil exclamou assim que Embry e eu chegamos à clareira.

Nós éramos os únicos que faltavam, todo o resto da matilha já estava presente. Sam também estava ali, o que me deixou confusa.

-Eu quero saber quais são as informações tão importantes que Jacob tem. - informou-me, provavelmente notando o meu olhar inquisitivo - Depois repasso para a minha alcateia.

Dei de ombros, indiferente. Aquilo não me interessava.

-Bom, pessoal, eu acho que é melhor que vocês vejam o que eu tenho a dizer... - Jacob começou a falar, mas foi interrompido.

-Hein? - Seth perguntou em confusão - Como assim?

-Dãah! - Chris rebateu, batendo na cabeça dele - Nós vamos nos transformar, né, daí podemos ver tudo na cabeça do Jake. Certo, chefe?

Jacob revirou os olhos, e eu bufei. Garoto puxa-saco.

-Isso aí, Chris. - ele confirmou - Mas eu não sou seu chefe.

Seth riu alto. Não que aquilo tenha sido engraçado.

-Sem chance! - fui logo dizendo - Eu não vou me transformar.

Jacob fechou os olhos com força.

-Leah, por favor...

-Não! - encarei-o - Eu já sei o que você tem a dizer, Nessie já me contou! - não consegui conter o tom orgulhoso ao proferir aquela frase, pois Renesmee confiara mais em mim do que nele. Eu havia sido a primeira a saber.

Ele estreitou os olhos para mim, notando o jeito soberbo como eu falei.

-Não faz mal se você já sabe, eu quero a participação de todos. - tentou me convencer, falando de forma suave - Por favor, Leah, colabora.

-Jacob, eu não quero...

-Mas eu quero! - falou, autoritário - Sinto muito, Lee, você sabe que eu detesto isso, mas... Eu ordeno que você se transforme.

Dei um sorriso forçado.

-Você sabe que essa autoridade imbecil só funciona quando já estamos transformados. - falei, cruzando os braços.

-Eu sei... - disse ele, cauteloso, dando um passo à frente.

Uma lágrima idiota rolou por meu rosto ao vê-lo avançar para mim.

-Então é isso? - perguntei acuada, vendo os garotos com expressões assustadas à nossa volta - Você vai literalmente me obrigar? Vai me ferir para que eu me transforme?

Ele deu mais um passo e então parou, derrotado.

-Não. - falou, parecendo envergonhado - Desculpe-me por sequer ter cogitado essa ideia, Leah... Eu jamais seria capaz.

-Não sei se quero te desculpar por isso. - falei, verdadeiramente magoada.

-E você tem toda a razão... - virou-se para os outros - Bem, pessoal, eu acho que já podemos nos transformar. Leah já sabe do que se trata.

Eles assentiram e começaram a se despir. Eu nem me dei ao trabalho de fechar os olhos, apenas abaixei a cabeça e encarei meus pés descalços.

Jacob agora contaria a eles tudo aquilo que eu já sabia: que a família da Nessie era amiga a longa data de um clã de vampiros “vegetarianos”, e que ela era muito apegada a eles. Eu até ficava curiosa para saber o que ele diria aos garotos, qual seria sua ordem. Ser cordial com os sanguessugas? Fingir que não se importavam com a presença deles? Bem, para mim não fazia diferença, já que eu iria embora de La Push mesmo.

Confesso que, quando fiquei sabendo dessa história louca, eu fiquei desesperada. Aqueles monstros eram crueis demais, e se alguma coisa acontecesse a ela? Não, isso era terrível de se idealizar! Era inaceitável imaginar uma criatura tão doce nas mãos daqueles seres demoníacos.

Eu fui até meio rude com Nessie quando ela reuniu toda a sua coragem e depositou sua mão delicada em meu rosto, confiando-me seu segredo. Eu disse a ela que, a não ser que ela quisesse seus amiguinhos mortos, eu não podia fazer nada para ajudá-la. Naquele momento, eu vi mágoa e decepção em seus lindos olhos chocolate, mas mesmo me sentindo péssima com isso, não cedi. A verdade é que eu esperava que Jacob gritasse mesmo com ela, e tirasse de sua cabeça meio pancada aquela ideia maluca.

Entretanto, eu não deveria ter contado com isso. É claro que Jacob cederia a toda e qualquer vontade de sua impressão, e eu podia bem imaginar como foi que ela conseguiu convencê-lo. Ao desenhar a cena dos dois se amando em minha cabeça, o monstro do ciúme rugiu alto dentro de mim, provocando-me a vontade de arrebentar a cara do meu oponente. Eu até o faria se ele não fosse muito mais forte do que eu. Além do mais, ele tinha uma coisa que eu nunca teria: o amor dela. Eu podia até matá-lo, mas isso não mudaria nada. Renesmee pertenceria a ele para todo o sempre.

Fui despertada de minhas divagações por um rosnado alto. Ergui a cabeça confusamente, e Jacob rosnou novamente. Gelei por um instante: mesmo sabendo que nossas mentes só ficavam “conectadas” quando estávamos transformados, sua postura ameaçadora me assustou, era como se ele estivesse vendo tudo o que eu pensava e sentia por sua impressão.

Ao vê-lo avançar lentamente para Sam - que recuava, fazendo com que os dois se movessem em círculos -, quase suspirei de alívio. Eu sabia que estava ficando meio paranoica com relação a essa situação, afinal, é óbvio que ele não tinha como saber o que eu estava pensando. Mas não havia muita coisa que eu pudesse fazer com relação a isso, eu sentia muito medo da reação de Jacob, se descobrisse tudo.

Fiquei bastante curiosa com o que se passava ali: Sam e Jacob se encarando mortalmente, rosnando um para o outro, e os outros lobos paralisados assistindo à cena.

Já era de se imaginar que Sam não reagiria muito bem à notícia, mas aquela reação de Jacob me parecia superexagerada. Eu não via motivo para aquele quase-ataque dele, a não ser, é claro, que Sam tivesse insultado Nessie de alguma forma. O que era bem possível se levássemos em conta a sua personalidade, Sam sempre fora meio pavio-curto.

Arriei os ombros, entediada ao extremo, e fiquei lá apenas esperando que os dois alfas terminassem logo com sua ceninha de suprema maturidade.

[...]

-E quando você pretende voltar? - Seth perguntou, ao me deixar na rodoviária.

Era segunda-feira, e eu estava indo para Port Angeles, procurar um emprego por lá. Tinha uma rede de ensino financiada pelo estado que estava dando uns cursos técnicos bem legais. Se eu conseguisse um trabalho por lá, apenas para me manter, podia estudar e morar em Port Angeles.

É claro que eu sentiria falta da minha terra-natal, mas sair de La Push era a minha única opção. A não ser que eu quisesse ter minha cabeça arrancada pelo Jacob.

Suspirei.

-Hoje mesmo, moleque. Eu não tenho grana para um hotel. - falei, jogando minha mochila sobre os ombros.

Ele me abraçou e beijou o topo da minha cabeça.

-Se cuida, maninha. Vou guardar o seu jantar no forno.

Sorri, Seth era meu irmãozinho lindo. Não merecia toda aquela rudeza com que eu o estava tratando ultimamente.

-Ok, papai. - sorrimos os dois.

Dei as costas a ele e entrei no ônibus.

Ao chegar, encarei a cidade que se tornaria meu lar em breve e suspirei. Sequei uma única lágrima que rolou por meu rosto, e caminhei até o prédio grande e cinza que era e cede das inscrições para o meu curso.


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Notas finais do capítulo

HAHAHAHA, já posso prever as reações! Fala sério, né, vocês não esperavam por isso! Kkkkkk’
A questão é que eu já planejava essa paixonite da Leah pela Nessie desde o início da fic, e se vocês tivessem prestado bastante atenção, veriam que eu dei todas as dicas no capítulo 20.
E agora me presenteiem com muitos reviews, indicações, e afins por eu ter sido praticamente o The Flash.
SE eu ficar beeem motivada, pode ser que os capítulos comecem a vir mais rápido, mesmo que eu esteja superenrolada com o trabalho. O que acham? Uma troca justa, não? ^-^
Beeeeijo, tchutchucas! E até o próximo...