22. Quem tem medo do lobo mau? - parte I

Sorri ainda de olhos fechados, sentindo vários beijinhos que eram distribuídos em minhas costas nuas. Seu cheiro amadeirado e delicioso me envolveu... Um cheiro de homem - do meu homem!

Virei-me na cama e gemi, preguiçosa, arrancando-lhe um riso alegre. Abri os olhos devagar... Jacob estava sentado à beirada da cama, fitando-me com suas orbes negras transbordando de amor, e nos lábios, seu sorriso perfeito.

-Vamos acordar, dorminhoca? - acariciou meus cabelos.

Eu não conseguia parar de sorrir, estava tão feliz! Perguntei-me, por um momento, se tudo não passava de um sonho. Mas, ao que tudo indicava - e quero deixar bem claro aqui que esse “tudo” era a leve ardência entre minhas pernas -, a nossa noite perfeita havia acontecido mesmo.

-Ah, Jake... - resmunguei, manhosa - Eu queria ficar na cama mais um pouco.

-Preguiçosa! - ele fingiu me repreender, mas não conseguia tirar o sorriso bobo do rosto.

Eu segurei sua mão em minha bochecha e beijei-lhe a palma.

-Não é preguiça! - exclamei com falsa indignação - É cansaço.

A última frase mal saiu da minha boca, e eu já me toquei da besteira que tinha falado. Seu sorriso tornou-se malicioso na hora. Ele se inclinou sobre mim e afundou o rosto na curva do meu pescoço, cheirando minha pele.

-Então... - sussurrou provocante em meu ouvido - Você está cansada? - indagou, depositando um beijo molhado por ali em seguida.

Estremeci.

-A-aham... - murmurei, enlaçando seu pescoço com meus braços.

Ele deixou seu peso cair sobre mim e desceu seus beijos para o meu colo. Nesse momento minha barriga roncou.

Jacob riu e beijou minha bochecha.

-Fome? - perguntou, divertido.

-Sim, mas eu acho que posso aguentar. - falei, puxando-o de volta para mim.

Ele balançou a cabeça, rindo que nem criança.

-Eu fiz seu café da manhã, você não quer comer?

-Fez? Que lindo, Jake!

Jacob passou as mãos pelos cabelos, sorrindo.

-Eu sei, eu sei. - falou, balançando a cabeça.

Eu ri alto e me sentei, apoiando-me nos travesseiros. Estiquei meu corpo, espreguiçando-me, e então me dei conta de algo...

-Jacob, você me vestiu? - perguntei, encabulada.

Ele sorriu timidamente.

-Espero que não se importe... Eu acordei de madrugada, e você parecia estar com frio, então... - coçou a nuca, parecendo envergonhado.

-É claro que eu não me importo, meu amor. - sorri para ele e encostei meus lábios de leve nos seus - Aliás... você não se cansa de ser tão fofo, não?

Jake revirou os olhos, sorrindo.

-Eu amo você, Ness. - declarou inesperadamente, e me envolveu em seus braços - Agora, vamos comer?

-Claro, claro. - falei a frase que era sua, sentindo-me tão feliz que poderia sair voando a qualquer momento.

Ele se virou para outro lado e pegou uma bandeja - que até então eu não havia notado - que estava sobre o criado-mudo, com o nosso café da manhã.

-Huum. - murmurei, gulosa, enquanto avançava sobre um pedaço de bolo de chocolate.

Jacob riu e me acompanhou, pegando um grande pedaço para ele também.

Assim que terminamos de comer, fomos escovar os dentes e depois começamos a arrumar o quarto.

-Err, Nessie? - Jake me chamou, meio inseguro.

-Sim? - perguntei, distraída, recolhendo sua calça que estava jogada no chão.

-Eu te, hm... Eu te machuquei muito? - indagou, temeroso - Pode falar a verdade, sério.

Cheguei mais perto dele para entender o motivo de sua pergunta. Jacob fitava o lençol, onde havia uma mancha de sangue.

-Ah, não se preocupe, isso é normal. - tranquilizei-o - Eu era uma donzela, lembra? - fiz graça - E agora que você tirou a minha honra antes do casamento, eu sou só mais uma alma que vai queimar eternamente no fogo do inferno. - dei de ombros, rindo.

Jacob riu, mas só um pouco.

-É sério, Ness... Eu sei que você sentiu dor. - havia uma pontinha de angústia em sua voz.

Revirei os olhos, sorrindo.

-É claro que eu senti, dããh! Mas como eu já disse: isso é normal, Jacob. - sorri, maliciosa - Ainda mais pelo fato de seu amiguinho aí ser tamanho família, né...

Ele ainda parecia um pouco preocupado.

-Ah, qual é, Jake! - tentei descontrair - Até parece que você não desvirginou nenhuma outra garota antes de mim... - agora minha voz soou um pouco ciumenta.

Ele sorriu e chegou mais perto de mim, passando o dedo indicador em meus lábios.

-Sabe como eu faço para acabar com esse beicinho? - perguntou, inclinando-se para mim.

Encostou seus lábios de leve nos meus, me abraçando carinhosamente. Ele sabia que o seu passado era um assunto um tanto delicado para mim.

-Sabe... - sussurrou em minha boca - Ontem à noite foi a primeira vez que eu fiz amor em toda a minha vida, e o resto é resto.

Sorri, emocionada, e fiquei na ponta dos pés para beijá-lo. Ele soltou o que tinha nas mãos e me apertou contra seu corpo.

-Jake, foco... Nós temos que arrumar o quarto. - falei, parando-o, quando o beijo começou a esquentar.

Voltamos à tentativa de organização daquela bagunça, e até que nossa faxina rendeu. Em pouco tempo já estávamos com quase tudo pronto.

Senti meu rosto esquentar muito quando encontrei a minha calcinha branca - ou o que um dia fora a minha calcinha branca - jogada aos pés da cama, arrebentada. Mostrei a ele, que riu maliciosamente.

-Eu acho que vou ter que te comprar uma outra, né? - falou de um jeito muito safado, enlaçando minha cintura com os dois braços.

-Concordo plenamente... - murmurei, entrando em seu joguinho.

Ele se inclinou, mordiscou minha orelha e beijou meu pescoço.

-Mas é uma pena o fato de não ter mais conserto para essa... - tirou a peça de minha mão e analisou-a - Sabe, eu gostava muito dela.

-Ah, eu também gostava. - ronronei para ele - Ela até que caía bem em mim.

Jacob me colocou contra a parede e começou a descer a alça da minha camisola.

-Pois é, ela ficava perfeita em você... - sussurrou enquanto beijava meu colo e ombros - E é por isso que eu acho que você vai ter que ir junto comigo à loja, sabe, quando eu for comprar uma nova... Aí você prova, eu olho, e digo se ficou tão bem quanto essa aqui.

Eu ri baixinho.

-Isso é uma proposta muito indecente, Black. - enlacei seu pescoço com meus braços - E muito tentadora também... - sussurrei em seu ouvido.

Ele arqueou uma sobrancelha.

-E...?

-Eu acho que não tenho como recusar. - beijei seu pescoço, e me soltei de seu abraço.

Jacob me olhou confuso.

-Aonde você vai? - perguntou ao me ver sair do quarto.

Olhei-o  por cima do ombro.

-Vou tomar um banho... - falei de forma inocente - E sim, isso é mesmo um convite. - lancei-lhe uma piscadela.

Encaminhei-me para o banheiro, rindo da cara de bobo com que ele ficou em seu quarto. Ainda no corredor, tirei minha camisola e deixei-a no chão, no meio do caminho. Cheguei ao banheiro, liguei o chuveiro e entrei no boxe despreocupadamente.

-Come on let me hold you, touch you, feel you, always... Kiss you, taste you, all night, always... - comecei a cantar, feliz, sentindo a água morna escorrer por meu corpo. -Let’s start this, again, for real... So here I am, I’m trying... So here I am, are you ready?... So here I am, I’m trying...

-So here I am, are you ready? - ouvi sua voz rouca continuar a estrofe, e um arrepio gostoso passou por minha coluna. Aquele verso era bastante sugestivo.

Virei-me para olhá-lo: Jake estava parado à porta do banheiro, com minha camisola em suas mãos, e um sorriso maravilhoso nos lábios.

Ele entrou no boxe com roupa e tudo.

-Jacob! - exclamei, rindo, ao ser praticamente agarrada e prensada contra a parede.

-Você ainda vai me enlouqucer! - ele falou, balançando a cabeça, seus olhos queimando de desejo.

Passei as pontas dos dedos por seu peito, sustentando seu olhar com firmeza.

-É essa a ideia. - coloquei minhas mãos em suas costas, colando ainda mais nossos corpos e roçando meus seios em seu torso nu.

-Nessie... - sua voz estava rouca - Não devemos brincar com fogo, sabia?

Eu ri de forma sapeca.

-Mas eu nem fiz nada, Jake... Eu só te convidei para tomar um banho.

Ele estreitou os olhos para a minha falsa inocência.

-Só para tomar um banho? - indagou, tirando a calça e a cueca de uma só vez - Tudo bem, vamos tomar um banho, então. - ele disse com malícia, percebendo o estado de torpor que fiquei no momento em que tirou a roupa.

Fitei seu rosto, tentando prever suas intenções. Jacob me prendeu em seu peito, e me deu um beijo na testa. Eu abracei sua cintura e sorri ao vê-lo pegar o sabonete e a esponja.

-Você vai me dar banho? - perguntei, rindo.

Jake apenas sorriu, e começou a me ensaboar. Pegou a esponja e esfregou minhas costas, meus ombros, coxas, bumbum... Eu não parava de suspirar.

-Acho que eu assumo aqui. - falei, corada, quando ele chegou à minha intimidade.

Tomei o sabonete de suas mãos e ele fez uma carinha de pidão que me deu vontade de morder.

-Aah, Ness... Justo na minha parte favorita? - falou, dengoso.

Eu ri baixinho e abaixei a cabeça, agora mais vermelha do que um pimentão. Ah, qual é? Ontem tinha sido a nossa primeira vez, eu ainda tinha um pouco de vergonha!

Jacob pôs a mão sob meu queixo e ergueu meu rosto, fazendo-me olhar em seus olhos.

-Tão tímida... - sussurrou - Linda!

Eu sorri e lhe beijei. Ele era o homem mais carinhoso do mundo, eu tinha certeza disso, e não havia motivos para a minha vergonha boba.

Peguei em sua mão e eu mesma lhe guiei até a minha parte mais quente. Jake me deu seu melhor sorriso. Começou a me massagear devagar, com a palma da mão, em movimentos circulares. Seu outro braço segurava firmemente a minha cintura, pois eu estava tão mole em seus braços que, se não tivesse apoio, acabaria caindo no chão.

-Jaaake... - eu gemi baixinho, ele grunhiu em resposta. 

Mordi meu lábio inferior com muita força quando seus dedos, indicador e polegar, encontraram meu clitóris, brincando com ele.

-Oooh! - exclamei, surpresa e meio desorientada, quando ele apertou-o levemente entre seus dedos, e depois começou a fazer pequenos círculos a sua volta.

-Você gosta assim, amor? - perguntou sussurrando em meu ouvido.

-S-sim... - respondi com a voz fraca - Gosto m-muuuito... - minha última palavra saiu arrastada, em função do que ele começava a fazer.

Penetrou-me com um dedo, devagar, movimentando-o lentamente dentro de mim. Retirou-o, e repetiu o ato, utilizando dois dedos agora. Tirou, e voltou a introduzi-los, tirou, e voltou a introduzi-los... E foi nesse movimento de vai-e-vem até ver que eu estava atingindo o meu ápice.

E a sensação maravilhosa voltou, com a mesma intensidade de ontem... Meu baixo ventre se contraiu, assim como todos os músculos do meu corpo. Eu sentia leves espasmos que começavam em meu sexo e se espalhavam por meu corpo inteiro, até as pontas dos pés, e até o último fio de cabelo.

Era como se uma bola de fogo estivesse se formando dentro de mim, e o fogo era ótimo!  Ele vinha crescendo e ganhando intensidade, subindo por minha garganta até explodir em meus lábios, em um gemido tão alto que mais parecia um grito:

-Jakeeeeeeeeeey!

Ele sorriu e me beijou. Sua boca parecia com fome de mim, e suas mãos se tornaram ainda mais ágeis, tocando-me em todos os lugares possíveis e imagináveis.

Eu ainda estava entorpecida - tipo, lerda mesmo -, e mal conseguia retribuir ao seu beijo. Minhas pernas me sustentavam no chão com a mesma eficiência que teriam se fossem feitas de gelatina, na verdade eu acho que meu corpo inteiro tremia como gelatina naquele momento.

Jacob desceu seus beijos para meu pescoço, colo, até chegar a meus seios. Abocanhou o esquerdo, enlouquecido, enquanto suas mãos apertavam com força meu bumbum e minhas coxas.

-Huuuuuuuuuuuum - fechei meus olhos e mordi meu lábio inferior fortemente, acho que até cheguei a arrancar sangue.

Puxei seus cabelos sem muita delicadeza, trazendo-o para cima para que sua boca voltasse a colar na minha. Seu beijo era tão cheio de volúpia que eu quase tive outro orgasmo só de sentir sua língua brincar com a minha. Sua boca parecia querer me engolir.

-Ness, eu não aguento mais... - sussurrou, rouco e ofegante entre meus lábios.

Eu nem precisei de maiores explicações para entender sua frase: seu membro, extremamente duro, roçou em minha barriga e eu vi que Jacob entraria em combustão espontânea se não me possuísse naquele momento.

-Então faça, meu amor. - sussurrei de volta, e me sobressaltei ao notar o quão provocante minha voz soou.

Ele grunhiu e me ergueu em seus braços fortes, fazendo com que eu entrelaçasse minhas pernas em seu quadril. Entrou em mim de uma vez só, com força, fazendo-me gritar de dor e prazer. Sua mão direita apertava meu seio e brincava com meu mamilo, enquanto a esquerda segurava e apalpava a parte traseira de minha coxa.

Começou, então, um beijo lento e apaixonado, que não condizia nada com seus movimentos lá de baixo: suas investidas contra o meu corpo eram firmes e autoritárias, mas ao mesmo tempo, cuidadosas. Eu sabia o pavor que ele tinha de me machucar.

Deixei meu corpo cair para trás, apoiando-me à parede, enquanto minhas mãos continuavam firmes em seus ombros, apertando-o e arranhando-o. Eu gemia, ele gemia. Juntos, a sincronia era perfeita.

Joguei meu quadril para frente, instigando-o a ir mais fundo, e já comecei a sentir outro clímax se aproximando.

-Jake, eu vou...

Ele sorriu e aumentou seu ritmo, mordendo meu ombro.

-Vem comigo, Ness... - céus, aquela voz rouca era tão sexy! - Vem para mim... Gostosa.

Aquilo foi o que bastou.

-Ãhhhhhhhhhn! - gemi alto, meu coração querendo sair pela boca.

Ele veio logo em seguida, depois de uma última investida contra o meu corpo, gemendo longamente.

Abraçou-me e beijou meus lábios com ternura, sorrindo que nem um abobado - bem, não que o meu sorriso não estivesse assim também, né...

Depois disso, nós tomamos banho rapidamente, e nos vestimos.

-Jake, será que você pode me levar à casa de meus avós? - pedi quando terminamos de lavar a louça do café da manhã - É que tia Rose e tio Emm vão embora hoje, e eu queria me despedir... - suspirei pesarosamente - Dar um beijo em Henry...

Ele percebeu a minha tristeza, sabia que eu não queria que eles fossem. Eu sentiria saudades.

-Sem problema, eu te levo. - sorriu e me abraçou, reconfortando-me.

P.O.V Jacob Black

Depois do banho delicioso que Nessie e eu tomamos juntos, eu levei-a até a casa de seus avós. É claro que Esme - eu já falei que adoro a avó da minha garota? - insistiu para que eu ficasse para o almoço, e eu aceitei na hora. É sério, aquela mulher tinha o dom para cozinhar, era até melhor do que Rachel - que minha querida irmã não me ouça.

A questão é que eu até tentava não comer muito na frente da família de Nessie, afinal, eles eram apenas humanos normais e eu... Bem, eu comia como um lobo - trocadilho infame. Mas era meio que impossível se controlar com aquela comida divina.

Quando terminamos de almoçar, os tios de Ness foram se arrumar para a viagem.

-Eu vou acompanhá-los até o aeroporto. - ela anunciou tristemente, puxando-me para que eu me sentasse ao seu lado no sofá - Quero me despedir, sentirei muito a falta deles.

-Tudo bem, eu levo você para que não volte sozinha.

Abracei seus ombros, ela se aconchegou em meus braços.

-Não precisa, amor. Vó Esme vai levá-los, e eu vou atrás com o carro de tia Allie. Ela e Jazz chegarão do Alasca no início da noite, provavelmente, e nós ficaremos em Seattle esperando por eles.

Assenti.

-Ahn, nesse caso, vou ficar por aqui. Eu preciso conversar com os garotos sobre o que você me contou ontem, explicar toda a situação a eles.

Nessie se encolheu, temerosa.

-Você acha que eles vão entender? Quero dizer... Será que não vão achar ruim, ou...?

Eu ri tranquilamente.

-Relaxa, pequena. A parte mais difícil você mesma já fez: contar a mim. Eu sou o mais chato de todos, acredite. - falei, fazendo com que ela risse docemente.

-Se você diz...