O Cometa escrita por Carol, thammy horan jones, renatatwifan


Capítulo 18
18. Protelando.


Notas iniciais do capítulo

Aaaaaah, eu queria agradecer muito muito à tatasantista pela recomendação... Muito obrigado, amore ♥. Tendo recomendado, você foi elevada à categoria de Leitora Diva! Não é o máximo?Bem, quero agradecer também à todas as meninas que comentam e acompanham 'OC' =) Agora, o capítulo para vocês.Boa leitura...



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17. Protelando.

-Só espero que ele não pire muito quando souber... - eu falava sozinha, dirigindo lentamente em direção à casa de Jacob.

Eu ainda não sabia como iria contar a ele sobre meus tios, e menos ainda quando o faria. Eu só torcia para que sua reação não fosse exageradamente ruim, mas a verdade é que - eu bem sabia - ele iria ter um ataque.

Nenhum dos lobos estava me acompanhando, como Billy tinha pedido, isso porque eu sabia que não tinha necessidade. Não havia nenhuma ameaça contra mim. Só um problema. Um problemão: Como é que você conta ao seu namorado lobisomem que amigos íntimos seus - considerados como parte da família - são, na verdade, vampiros?

Com certeza não havia nenhum guia ilustrado que ensinasse a fazer isso.

-Tia Nessieeeee! - um grito fino de criança me tirou de meus devaneios, e só aí percebi que eu já havia estacionado o carro há uns dez minutos, e estava apenas parada olhando para o nada.

Abri a porta e saí.

-Olá, Claire... Quanto tempo, né?

Ela desceu do colo de Seth e veio correndo em minha direção. Eu me abaixei e ela jogou seus bracinhos gordinhos em torno de meu pescoço.

-Eu estava com saudaaaaaade! - cantarolou para mim.

Sorri.

-Eu também, querida. - beijei sua bochecha - Hey, Seth! - cumprimentei, levantando-me do chão com a pequenina em meu colo.

-Oi, Nessie, que bom que você decidiu aparecer! - ele estava claramente agradecido - Jacob esteve insuportável durante esses dias.

Eu já esperava por aquilo. Ele devia estar superestressado por causa do negócio do cheiro do vampiro.

-Ah, eu posso imaginar. - falei - Sinto muito, Seth.

Ele sorriu.

-Tudo bem... ele é um chato, mas ainda é nosso alfa. - deu de ombros, fazendo-me rir.

Passei Claire novamente para seu colo.

-E então, te fizeram de babá hoje? - perguntei a ele.

Seth revirou os olhos.

-Pois é... O Quil foi fazer ronda e deixou a Claire na casa da Emily. Quando eu cheguei lá, ela abriu um berreiro, dizendo que queria passear com o Quil, mas como ele não estava, eu decidi socorrer a Emily e dar uma volta com a pestinha aqui. Emmi até sugeriu que a minha irmã viesse junto, sabe, ela acha que eu não sei cuidar de crianças - bufou - Mas a Leah está num mau humor que, sério, dá até medo. Aí elas me mandaram vir sozinho mesmo.

Sorri de seu jeito. Seth era uma criança grande, assim como tio Emmet.

-E você decidiu trazê-la para brincar aqui? - perguntei, confusa.

-Oh, não aqui. Eu estou levando ela para a praia.

-Paiaaaaa­aa! - Claire gritou, batendo palminhas.

Seth e eu rimos de sua empolgação.

-Tudo bem, então. Divirtam-se.

-Até mais, Ness. - Seth beijou minha bochecha.

-Xaaau, tia Nessie.

-Tchau, gente.

Caminhei até a casinha vermelha de madeira - já tão conhecida - e bati na porta. Paul atendeu.

-Olá, Nessie. - me cumprimentou sorrindo - Pode entrar.

-Obrigado.

Ele fechou a porta atrás de mim e, em passos largos, acabou com a distância entre o seu corpo e o sofá, esparramando-se em frente à TV que transmitia algum jogo de baseball. Billy também estava assistindo.

-Nessie, querida, que bom que veio! - saudou-me - Eu estive muito preocupado com você, fico mais calmo agora que está aqui.

Dei-lhe um sorriso amarelo. Essa preocupação de todos comigo me fazia sentir cada vez mais culpada - mesmo sabendo que eu era tão inocente quanto eles. A questão é que os amigos vampiros eram meus, e, ainda que indiretamente, eu era meio que a ‘responsável’ pelo encontro desses dois mundos. Encontro esse que podia acabar nada bem.

-Eu também gosto de estar aqui, Billy. - sorri para ele - Red Sox? - perguntei, apontando para a TV.

Ele assentiu.

-Contra Yankees. - sorriu largamente - Um clássico.

Rachel apareceu na porta da cozinha e, quando me viu, veio me abraçar.

-Finalmente... - sussurrou em meu ouvido - Chegou o remédio para acabar com o mau humor do meu irmão, espero que você o deixe bem satisfeito. - e deu uma gargalhada, atraindo a atenção dos outros dois.

Paul nos olhou divertido. Esse negócio de sentidos aguçados às vezes me irritava muito.

Encostei-me na parede e fiquei vendo o jogo, até que não aguentei mais esperar.

-Ah, Billy... Jake está dormindo?

O velho sorriu.

-Achei que não fosse perguntar. Sim, ele está dormindo, mas pode ir lá chamá-lo se quiser. Agora já é quase meio-dia, e ele está dormindo desde ontem quando chegou, no final da tarde.

-Tudo bem, vou acordá-lo, então.

[...]

-A Leah tem me deixado preocupado ultimamente... - Jake desabafou enquanto dava a partida em meu carro.

Nós estávamos indo almoçar na casa de meus avós, eu queria apresentá-lo a toda a família.

-Por que, amor? - perguntei, passando o cinto de segurança.

Ele respirou fundo.

-Sei lá, ela já estava meio estranha... Todos os garotos notaram, não fui só eu. Mas de qualquer forma, de uns dias para cá o negócio ficou pior: ela não quer mais se transformar enquanto tiver qualquer outro lobo junto e, quando perguntei o porquê, ela gritou: “será que eu não posso ter privacidade nem na minha mente?” - Jacob estava indignado - E agora ela faz suas rondas em forma humana, disse que, se aparecer algum problema, ela é bem rápida e tem tempo de sobra para entrar em fase. Isso está me deixando doido, Ness... Ela pode até ser chata e tal, mas não é de fazer birra. Se não quer se transformar junto com ninguém é porque tem algo em sua cabeça que ela não quer que ninguém veja: algum pensamento ou sentimento...

Acariciei seu rosto.

-E por que isso te deixa tão preocupado? Talvez ela só precise de um tempo para colocar as ideias no lugar e, bem, eu também não iria querer a participação de um bando de lobos nisso. - me estiquei o máximo que o cinto permitia e beijei sua bochecha carinhosamente. Jake fechou os olhos, mas os abriu rapidamente quando, suponho eu, lembrou que estava dirigindo.

Ele meneou a cabeça para o lado.

-É... Talvez. - concordou meio relutante - Mas mesmo assim eu me preocupo. Eu tenho um sentimento meio que, hm... paternal com relação aos lobos da minha alcateia, entende? Não gosto de vê-los com problemas. Nem mesmo o marmanjo do Embry - Jake riu - E olha que ele é mais velho que eu.

Eu ri junto com ele, mas me derreti por dentro. A forma como ele protegia seus amigos, sua família, e a forma como me protegia, me fazia ver o homem incrível que estava ao meu lado. E a sorte que eu tive de encontrá-lo.

-Mas o que mais me preocupa é que ela está agindo estranho comigo, pequena. Ela me olha estranho, e eu não saberia descrever as emoções que se passam em seu rosto quando o faz. Mágoa? Arrependimento? Medo?... Tem muito mais, só que a maioria não tem como desvendar.

Franzi o cenho. Desde que a conheci, nunca imaginei Leah dessa forma, ela sempre foi tão alto-astral!

-Eu acho que você deveria ao menos tentar conversar com ela, Jake. - sugeri - Vai ser um pouco difícil no começo, mas quem sabe ela não consegue se abrir? Não seria ótimo? Só dê um tempinho a ela, para que ela possa definir o que está se passando em seu próprio coração.

Jacob pegou meu pulso esquerdo e beijou as costas de minha mão demoradamente

-Tudo bem, você tem razão. - sorriu - Você é perfeita, sabia? Perfeita! Eu te amo.

Sorri largamente, ele era muito mais do que eu poderia sonhar.

-Eu também te amo. - declarei, encostando de leve meus lábios em seu ombro coberto pela camiseta.

O resto do caminho foi silencioso, mas não um silêncio incômodo. A nossa relação não era algo superficial, que precisava de palavras o tempo todo: entendíamo-nos apenas com o olhar, e aquilo era ótimo.

Finalmente chegamos, o caminho pareceu bem mais longo do que de costume. Acho que pelo estado de nervos em que eu me encontrava, pois ainda procurava a melhor forma de contar a ele a ‘novidade’.

A verdade é que, tenho que confessar, eu estava enrolando demais. O mais certo que eu poderia fazer era contar a ele ainda hoje, para que ele parasse de sobrecarregar a si mesmo e aos outros com reforço nas rondas e tal. Mas eu tinha medo. Sim, medo. Eu temia que ele não entendesse.

Jake desceu do carro, deu a volta, abriu a porta para mim e então caminhamos de mãos dadas em direção a casa de meus avós.

-Será que eles vão gostar de mim? - ele passava as mãos pelos cabelos nervosamente.

-Calma, amor - segurei sua mão com mais força - É claro que eles vão gostar de você. Aliás, tem como não gostar?

Ele sorriu.

-Obrigado, Ness. - mordeu de leve o lábio inferior - Na verdade eu não estou com medo, sabe? Não é como se eu temesse uma proibição, ou... - revirou os olhos - Eu só que eu acho que eles podem não... Sei lá, eles podem não me aprovar.

Jake parou de andar e pôs as duas mãos em meus ombros, para que eu o encarasse.

-Você sabe que eu mudei muito depois de te conhecer, né? Antes eu não era muito, hm, descente com as mulheres, e tenho certeza de que não é esse o tipo de namorado que todo pai deseja para sua filha, então...

Eu até estava tentando, mas não pude mais me conter, e caí na risada. Gargalhada, na verdade.

P.O.V Jacob Black

Fiquei estático enquanto assistia a garota à minha frente quase rolar no chão de tanto rir. Qual era a graça?

-Ness...? - chamei, incerto - Hey, qual é a piada?

Sei lá, acho que a minha princesa estava com probleminha. Só um palpite, né.

Um tempo depois, quando ela finalmente voltou ao normal, tentou explicar:

-Sério, Jake, você é hilário. - deu mais uma risadinha - Não é como se nós estivéssemos no século dezessete e você fosse pedir a minha mão. Eu só vou te apresentar aos meus pais e, bom, eles não têm que aprovar nada, meu amor. Eu já sou bem grandinha e posso cuidar da minha vida.

Se ela está dizendo... - pensei. Mas a verdade é que eu realmente me preocupava com isso. Antes da impressão, eu era um verdadeiro cafajeste, e nunca tratei as mulheres como mereciam. O meu medo era que a família de Nessie não gostasse de mim, pois eu sabia que, antes de mim, seu único namorado foi um bostinha que fez com ela o que eu já tinha feito com muitas garotas.

-Tudo bem - concordei por fim - Vamos, então. Nada no mundo pode me separar de você, pequena. - afirmei, mais para mim mesmo do que para ela - Não há o que temer.

Ela riu novamente.

-É claro que não há o que temer... A não ser que você, o grande lobo alfa, tenha medo de que o meu pai magrelo e cinquentão te jogue pela janela.

Essa foi a minha vez de rir.

-É, talvez seja isso. - enlacei sua cintura fina com um dos braços e grudei meus lábios em sua orelha - Eu só quero que esse almoço acabe logo, sabe?... - sussurrei - Estava com muita saudade de você.

Ousei descer um pouquinho mais a mão que estava na base de suas costas e apertei seu bumbum perfeito. Nessie arregalou os olhos, um pouco assustada, mas quando pensei que fosse protestar ou, sei lá, me bater, ela me surpreendeu. Abriu um sorriso malicioso absurdamente sexy e me puxou para baixo, passando os dois braços em torno de meu pescoço.

-Muita saudade? - indagou em um sussurro que era quase um ronronar.

Engoli em seco. Ela não tinha ideia do poder que exercia sobre mim.

-Muita. - respondi, avançando sobre seu pescoço.

Seu cheiro era embriagante, definitivamente a melhor fragrância do mundo. E sua pele macia era como um ímã para meus lábios. Nessie gemeu e se esfregou em mim quando passei a língua em seu pescoço, e aquilo me deixou muito excitado.

Eu tentava não olhá-la com leviandade, afinal, ela era tudo o que importava para mim e merecia todo o meu respeito. Mas às vezes o negócio complicava um pouco, porque, cara, ela era muito gostosa. Seu corpo me deixava completamente louco, eu a queria como nunca quis mulher nenhuma na vida. Na verdade, a comparação era até ridícula, pois se eu juntasse todo o desejo que já senti por outras garotas durante a minha vida inteira, nem chegaria perto do que eu sentia agora. Do que eu sentia por ela. Ela. Minha Ness. Eu não queria apenas tocar seu corpo: eu queria habitar sua alma, assim como ela já fazia comigo desde a primeira vez em que a vi.

Subi meus lábios até sua boca, beijando-a com vontade. Ela retribuiu - ainda meio assustada com aquela empolgação toda da minha parte. Sua língua deliciosa acariciava meu lábio inferior de uma forma maravilhosamente prazerosa, e eu não conseguia não imaginar o quão perfeito seria fazer amor com ela. Eu sabia que minha pequena nunca havia chegado tão longe, e - mesmo que soe um pouco machista - isso me dava uma felicidade inenarrável. Saber que seria eu a ensiná-la, que seria comigo que ela sentiria prazer. Porque sim, eu sabia que - quando acontecesse - seria perfeito para ela. Eu iria aos poucos, sempre até onde ela permitisse, e quando ela estivesse totalmente entregue... Bom, nós não sairíamos da cama por um bom tempo.

-Huum... Jake? - Nessie me chamou, com a respiração completamente irregular.

Seus batimentos cardíacos também estavam desregulados, e eu senti um sorriso satisfeito se formar em meu rosto ao constatar este fato.

-Sim? - perguntei com a voz rouca.

Ela afastou um pouco o rosto e me encarou com suas enormes orbes de chocolate.

-Eu acho que meus pais estão nos esperando. - informou calmamente - Vamos?

Sorri, nervoso.

-Claro.

[...]

Ok, Jacob, seu covarde, nem foi tão difícil assim!

Tudo bem que, quando entramos na casa, o pai dela nos olhou de olhos arregalados, tipo: “quem é essa coisa enorme ao lado da minha filhinha?”, mas agora eu podia ver que ele era muito gente boa. Assim como sua mãe, seus tios e seu priminho.

Estávamos todos sentados à mesa do almoço, e Nessie ainda não havia contado a eles que eu era seu namorado - não que precisasse, todos eles já haviam notado isso.

-Ei, pessoal! - ela chamou a atenção de seus familiares, batendo palminhas animadas - Gente!

Todos pararam suas conversas paralelas - as mulheres sobre algum salão de beleza na França; os homens sobre futebol e a bolsa de valores - e voltaram sua atenção para a minha Ness, que começava a corar levemente agora.

-Eu queria apresentar o Jake a vocês. - se pôs de pé, sorrindo lindamente.

Seu tio judoca, Emmet, franziu a testa para ela, parecendo muito confuso.

-Ãhm, baixinha...? - chamou, meio inseguro - Você já nos apresentou ao Jacob, lembra? Quando chegaram aqui em casa.

Ele me olhou pedindo ajuda, como se quisesse que eu confirmasse o fato.

Nessie revirou os olhos.

-Eu sei, ursão. - falou rindo - Mas eu ainda não contei o mais importante...

-Que vocês estão namorando? - sua tia loira, uma mulher muito bonita e simpática, interrompeu-a sorrindo de canto - Meio óbvio, né.

Toda a sua família concordou - até mesmo seu primo de cinco anos. Ness os olhou surpresa.

-Sério que estava assim na cara? - perguntou, incrédula.

Todos sorriram, e sua avó foi quem respondeu.

-A forma como vocês se olham, ou como se movem em sincronia, o jeito que conversam... É, estava na cara. - Esme sorriu docemente.

Nessie e eu trocamos um olhar cúmplice, sorrindo como bobos.

-Mas eu vou logo avisando, irmão... - o pequeno Henry se pôs de pé sobre a cadeira, usando as gírias da rua, e apontou o dedo indicador para a minha cara - Se você fizer a Nessie chorar uma vezinha sequer, como o babaca do Alex fez, vai acertar as contas comigo. - cruzou os braços - Sabe, o meu pai me ensinou uns golpes de judô.

Todos caíram na gargalhada.

Ergui as mãos, rindo também.

-Não precisa se preocupar, cara. - eu falei, e então fiquei sério, pois a promessa que estava prestes a fazer era sim muito séria - A Nessie nunca vai chorar por minha causa, que espécie de monstro eu seria se a fizesse sofrer?

Ness deu uma risadinha e colocou a mão em minha perna, por baixo da mesa. ‘Um lobisomem?’ - sua voz doce e risonha invadiu minha mente.

Eu ri junto com ela. Realmente, o negócio de “que espécie de monstro” soou meio inapropriado para o meu caso.

O povo nos olhou confuso, provavelmente se perguntando que parte da conversa haviam perdido.

-Pronto! - Alice falou - Já estão presos em sua bolha particular! Acho que agora nós sobramos, pessoal.

Sorri. “Presos em nossa bolha particular...” - aquela era uma boa definição.

[...]

P.O.V Nessie

-E aí, o que você achou deles? - perguntei ansiosamente.

Estávamos no sofá da sala assistindo TV. Meus pais, tios e avós haviam subido para seus quartos tirar um cochilo. Henry brincava no jardim.

-Eles são ótimos, adorei conhecê-los. - ele respondeu sorrindo, brincando com uma madeixa do meu cabelo.

Eu - que estava deitada com a cabeça em seu colo - me virei para olhá-lo nos olhos.

-Viu? Eu disse que não havia com o que se preocupar.

Sorrimos um para o outro.

Esperei alguns minutos, mas acabei não aguentando de curiosidade.

-Jake?

-Hum? - ele murmurou, distraído.

-Eu notei algo... - comecei, incerta de como continuar - Enquanto servia o almoço, a Marie te olhou de um jeito estranho, creio que você também tenha percebido... Por quê?

Jacob ficou absurdamente desconfortável. Envergonhado.

Levantei a cabeça de seu colo e fitei-o profundamente, estreitando os olhos.

-Jacob, por quê? - indaguei, desconfiada.

Ele suspirou fortemente.

-É exatamente o que você está pensando. - confirmou minha suspeita - Eu já saí com ela... algumas vezes. - admitiu derrotado, como se estivesse confessando um crime.

Arqueei uma sobrancelha.

-Algumas vezes?

Jacob assentiu.

-Duas ou três vezes, mas dei um basta no negócio quando percebi que estava ficando mais sério do que eu esperava.

Assenti, meio aérea. Eu não imaginara que ficaria tão triste quando me deparasse com uma situação como essa. E, acredite, eu sabia muito bem que isso, uma hora ou outra, viria a acontecer.

-Olha só, amor. - Jake esperou até que eu olhasse em seus olhos - Eu sei que essa situação não é nada confortável para nenhum de nós dois. Mas era óbvio que aconteceria alguma hora, certo? Eu só quero que você entenda uma coisa: eu sou seu! Esse negócio de ficar com várias garotas, sabe, pegar todas, isso é passado. Aquele era um outro Jacob, um Jacob sem Renesmee. Um Jacob incompleto. Eu já nem lembro mais o porquê de todas aquelas besteiras, o motivo pelo qual eu fazia tantas garotas sofrerem. Eu era um animal estúpido, mas agora tenho orgulho de mim mesmo. E sabe por quê? Porque eu tenho você como uma parte de mim. A melhor parte.

Sorri para ele, emocionada, e enlacei seu pescoço em um abraço quase sufocante. Não havia mais nada a ser dito e ele sabia disso, então apenas grudou nossos lábios.

Eu subi em seu colo, sentando-me de frente para ele e passando uma perna de cada lado de seu quadril. Jacob rapidamente pôs as mãos em minha cintura e tratou de juntar ainda mais nossos corpos. Sua boca quente não se manteve muito tempo em meus lábios, descendo em uma trilha úmida por meu pescoço, até chegar a minha clavícula.

Eu enterrei meus dedos em seus cabelos e tombei a cabeça para o lado, dando-lhe livre acesso ao meu pescoço e colo. Uma de suas mãos entrou em minha blusa, ele acariciou minha barriga e subiu lenta e tortuosamente até meu seio esquerdo. Apertou-o gentilmente ainda por cima do sutiã, e eu me senti muito úmida naquele momento.

Jake fazia isso comigo: excitava-me com apenas um toque, com o calor de sua pele, e por um momento eu me perguntei se era capaz de causar isso nele também. Decidi constatar, rebolando timidamente em seu colo. Ele grunhiu, e sua excitação, que até então já era bem perceptível, agora estava quase me causando vertigem.

Comecei a tirar minha blusa com muita dificuldade, pois minhas mãos tremiam de nervosismo, mas não obtive muito sucesso com o resto. Jacob colocou suas mãos sobre as minhas, e quando pensei que fosse me ajudar, ele me impediu de continuar. Isso mesmo: Ele me impediu! Olhei-o com um misto de irritação e indignação. Jacob deu uma risadinha, pegou minhas duas mãos e beijou a palma de cada uma demoradamente.

-Jake... - gemi,  frustrada - Eu quero!

Ele sorriu.

-Não mais do que eu. - respondeu, sua voz muito rouca - Mas não estamos no lugar nem na hora apropriados, amor. Já pensou se somos pegos aqui? Na casa de seus avós? Não seria muito legal.

Pensei por um instante.

-Tudo bem - me rendi, azeda - Você está certo.

Jacob me tirou de seu colo delicadamente e eu o fuzilei com os olhos, agora muito indignada.

-Henry está vindo. - explicou, acariciando o meu rosto.

Arregalei os olhos e me sentei corretamente no sofá, Jake deitou a cabeça em meu colo e colocou  uma almofada ‘casualmente’ entre as pernas.

Enquanto fitava seus olhos negros que transbordavam de amor, tomei a decisão: era agora! Eu tinha que contar a ele, não podia continuar omitindo um fato tão sério. Ele merecia saber que eu não corria perigo nenhum, era egoísmo demais esconder aquilo dele. Tomei fôlego.

-Jake, tem algo que eu preciso te contar... - anunciei devagar, pensando em qual seria a melhor maneira de começar.

Ele se ajeitou melhor e me fitou profundamente.

-Claro - concordou, apreensivo - Pode falar.

-Hey, Ness - Henry entrou na sala, as mãos e a roupa completamente sujas de terra - Você não vai brincar comigo no jardim um pouquinho? Eu deixo o Jacob vir junto se você quiser.

Assenti nervosamente, e lá se ia minha coragem ralo a baixo. Jacob me olhava fixamente, curioso - e um pouco nervoso, devo acrescentar.

Mas nossa conversa teria que ficar para outra hora e, tenho que confessar, no momento eu me sentia extremamente aliviada por isso.


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Notas finais do capítulo

É isso mesmo que vocês viram genteeee: a Rosalie não implicou com o Jake! Surpresas? HAHAHAHAHA.Gostaram do capítulo? COMENTEM!Aaah, mais uma coisinha: muitas leitoras já estão me perguntando o que está havendo com a Leah, então eu decidi deixar de ser cruel e fazer um P.O.V dela, mas ainda não sei quando vou postá-lo. Depende do número de reviews *.*Beijo, beijo ;* ~' E até a próxima, neh :]