Um Presente para Edward ! escrita por sisfics


Capítulo 39
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Bem, gente, quero pedir desculpas por ter demorado tanto a postar. Apesar do fim da escola, eu tenho tido muitas atividades e problemas na família. Espero que entedam. Um capítulo recheado de surpresas e emoções para vocês. Prometo não demorar tanto da próxima vez.



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Isabella Pov

Joguei a bolsa contra o estofado com toda a força que me restara. Havia lágrimas brotando de meus olhos, para piorar uma pressão insuportável na minha nuca e aquele enjoo maldito que jamais passava. Sequei o rosto úmido, olhando através da janela sentindo meus ossos ainda tremerem com o ressoar da voz de Edward em meu peito.

Alice fechou a porta do apartamento e se aproximou passando uma mão pelas minhas costas. Minha cara devia estar péssima, pois apertou o cenho e mordeu o lábio de preocupação. Eu poderia mesmo ter evitado tudo aquilo, mas o pior era saber que omitir para não criar preocupações estava magoando gente demais.

- Está bem? - me perguntou.

Neguei com a cabeça sentindo minhas perna ficarem moles. Sentei desejando que fosse apenas o nervosismo, mas estava assim desde que acordei.

- Se ficar nervosa, só piorará a situação. Posso buscar uma água.
- Não. - ela resgatou uma das lágrimas com o dedão e deu de ombros - Meu Deus, porque ele tinha que reagir dessa maneira, Alice?
- Bella, você sabe que o Edward é ciumento e muitas vezes explosivo. Você o conhece o suficiente para imaginar esse tipo de resistência de sua parte.
- Será mesmo que eu o conheço? - me exaltei - Alice, isso foi humilhação. Ele não tinha direito de falar assim na frente de Jacob não importa o quanto estivesse irritado.
- Tente entender seu-
- Não quero mais entender o lado dele já que não vejo esforço nenhum para entender o meu. Ouviu o que disse? Ele me viu ontem com Jacob lá embaixo e veio aqui hoje só para tirar prova. É o cúmulo da infantilidade. Porque não parou para conversar? Ele quis tirar uma estúpida história a limpo com um homem que sequer viu em toda a sua vida.

- Não fique tão preocupada com Jacob. Ele lidou muito bem.
- E eu? - chorei ainda mais - Já não basta perder o Jacob e ainda tem que ser dessa forma?
- Está falando da conversa que tiveram ontem na portaria? - assenti - Ele me contou essa tarde.

- Dói muito. - foi só o que consegui dizer antes de ganhar um abraço.

- Por favor, amiga, acalme-se. Você está gelada. Acho melhor-
- Ir embora. - voltei a me sentar - Preciso buscar Nessie.
- Não se preocupe. Ao chegar aqui, Edward disse que já a tinha buscado e ela estava na casa da tia.

- O que ele fez ao ver Jacob?
- Nada. Era como se já soubesse. Foi irônico, sarcástico e até um pouco agressivo. Jake só fugiu, não queria criar confusão.

Meus dedos da mão e dos pés formigavam. Precisaria pedir milhões de desculpas a ele por todo o incômodo, jamais desejei que passasse por uma situação assim. E Edward, bem, estava brava demais para pensar qualquer coisa agora.

- Eu só queria que ele entendesse que não falei sobre Jacob para proteger nós dois.
- Bella, se Edward viu você e Jacob ontem na portaria, sem ouvir a conversa, apenas viu. Não imagina que ele possa ter entendido errado? E quando subiu e te encontrou tão abalada?
- Vi coisa muito pior, Alice. - gritei - Muito pior. Aquela maldita história da cliente no escritório ainda está entalada na minha garganta. Mas não, eu me controlei. Não queria parecer a ciumenta, desconfiada, privada de razão. Fechei os olhos e ele adorou isso. Como foi descobrir sobre a proposta de ir embora do país? - um pequeno estalo me fez ficar de pé - Vitor. Só pode ter sido ele. Oh, mas que merda. - minha cabeça girou - Eu o amo, eu poderia ter voltado para Washington e não ter aceitado o emprego, mas fiquei porque queria. Ele acha mesmo que eu o abandonaria sem mais nem menos depois de tudo que já passamos? É ridículo.

- Talvez não para ele.
- Pare de defendê-lo. - implorei - Só falta dizer que eu preciso pedir desculpas.
- E precisa.
- Não, ele foi um animal. Nem sei se volto para o apartamento hoje.
- Mas, Bella.
- Sem 'mas', Alice. - estava gritando demais, a falta de ar fazia tudo girar - Acho que estou passando mal.

Ela se levantou e me segurou pelos ombros.

- O que está sentindo?
- Acho que vou vomitar. De novo. - tirei suas mãos de mim e corri ao banheiro.

A saia de cintura alta apertou meu ventre quando me agachei e aquilo me fez sentir uma estranha sensação, não como dor, apenas como um desconforto, mas diferente do que já senti. Alice me seguiu e me ajudou apesar da minha vergonha e da minha insistência para que não o fizesse. Quando terminei estava ainda pior. Ela me levou até o quarto que antes chamava de meu e me deitou em sua cama.

- Quais serão suas objeções se trouxer uma compressa gelada?
- Não vai adiantar. Deixe de besteira. Não precisa cuidar de mim, não é minha mãe.
- Sou sua irmã e cale a boca. - soltei uma risada fraca - Já procurou um médico?
- Para quê?
- Talvez saber o que está acontecendo.
- Não tenho tempo para isso agora. - bufou - Pode ser nervosismo.
- Vou buscar um remédio. Fique bem paradinha. - ordenou antes de sair.

Alguns segundos depois, o silêncio gritou e não havia maneira de fugir daquela lembrança. Meses atrás eu estava nessa mesma cama chorando por ter sido fraca demais para não resistir a um jantar e ter passado a noite nos braços de Edward. Nesse momento, a única coisa que eu queria era voltar no tempo. Um semana atrás era suficiente. Não havia briga, nem ódio.

Agora eu alimentava raiva de nós dois. Não contar antes não foi um pecado, mas ele agiu como se tivesse sido um crime. No fundo, só queria correr até lá e dizer que pensava errado, que minha intenção não era tirá-lo da minha vida, que eu o amava e não era certo dar as costas para mim, não agora quando me sentia tão vulnerável sei lá o porquê.

Ao ponto de deitar para me encolher, percebi o quanto a saia me apertava, por isso abri o botão que ficava nas costas, mas não adiantou. A fraca cólica continuava. Minhas lágrimas também voltaram com o aperto no peito. Teria que encarar Jacob amanhã, pedir desculpas e assinar os papéis que o levariam embora da minha vida.

Uma nova onda de medo me tomou só em pensar que jamais poderia me despedir dele da forma que gostaria, sem constrangimentos, sem aqueles olhares, também tremi ao lembrar que enquanto ainda estivesse em contato com Jacob seria difícil chegar perto de Edward. Revi minha última noite de Natal, na banheira com ele me explicando que tinha medo de me perder, em seguida ganhei de presente o colar e o anel de namoro. Revi também os últimos minutos.

Chorei ainda mais e o cansaço foi tomando conta de todo o meu corpo. Não notei quando Alice entrou no quarto e se sentou ao meu lado na cama, por isso tomei um grande susto quando me tocou. Ela apontou uma xícara com um chá que fez meu estômago revirar ao sentir o cheiro. Afastei seu braço de mim e rastejei até o meio do colchão.

- Está de brincadeira, não é? Por favor, nem Nessie faz mais isso. Tome o remédio.
- O cheiro forte me enjoa.
- É chá de boldo. Fará passar essa sensação.
- Se tomar esse treco aí sim vou passar mal. O afaste de mim, por favor?
- Se não tomar, te levo ao médico. - rosnou.

Fiz uma careta ao tomar o pires de sua mão e engolir todo o líquido. Alice sorriu, foi até a cozinha levar a louça para a pia, mas ao voltar parou na porta assustada. Eu pressionava a barriga sentindo a ânsia crescer no fundo da garganta.

- Bells. - levantei correndo e fui para o banheiro da suíte onde passei mal mais uma vez.

Amaldiçoei o remédio caseiro, limpei tudo e fui lavar a boca na pia. Voltando para o quarto, minha amiga estava sentada com uma cara que não consegui distinguir entre aborrecimento e preocupação. Ela descruzou os braços, pedi desculpas com os olhos e dei de ombros.

- Desculpe, eu...
- Você vai se arrumar. Vou te levar a um médico, um hospital, qualquer coisa.
- Não, Alice. Eu preciso voltar para o apartamento.
- Para quê? Discutirem mais e dessa vez na frente da minha sobrinha? Não passando mal desse jeito. Pegue sua bolsa e sem reclamações.

[...]

- Boa tarde, Senhorita Swan. - o médico segurou minha mão e levemente a sacudiu.
- Boa noite.
- Ah, desculpe, tantas horas aqui que até perdemos a noção de tempo. Boa noite. - apertou também a mão de Alice e pediu que nos sentássemos - Podem me chamar apenas de Bradley, tudo bem? - sorri concordando e, enquanto ele guardava um papel dentro de sua gaveta, olhei de rabo-de-olho para minha amiga que torceu o nariz.

Ainda não acreditava no tratamento de criança que estava recebendo, mas no fundo agradecia por não encontrar Edward tão cedo. O médico era atencioso, educado e fez todos os tipos de pergunta antes de me encaminhar até uma maca e me examinar. Depois de todos os procedimentos, ele pediu licença à Alice que com sua usual desconfiança deixou a sala.

- Bem, Isabella, houve auto-medicação ou algo do gênero?
- Apenas uma tentativa. Minha amiga preparou chá de boldo mais cedo, mas só me fez piorar.
- Passou por algum problema no trabalho ou com sua família recentemente?
- Porque a pergunta?
- Disse que não tinha problemas de pressão, também não bebe, nem fuma. Mas ela está um pouco alterada, então cogitei o estresse.
- Na verdade, antes de vir para cá tive uma briga séria com meu-Com o pai da minha filha. - ele enrugou o cenho acho que pela interrupção que fiz na minha própria fala.
- Não comentou que tinha uma filha.
- Isso é importante?
- Foi a sua primeira gravidez? - assenti - Teve mais alguma depois dela?
- Não, senhor. Onde quer chegar?
- Bem, conte-me sobre ela. Quantos anos tinha? Foi tranqüila? Como foi o acompanhamento com seu médico? - disparou deitando suas costas na cadeira.
- Eu era bem jovem. Tinha apenas dezoito anos e foi tudo muito conturbado.
- O que aconteceu? - eu odiava lembrar daquele assunto.

Respirei fundo, lembrando-me da noite que evitei contar tudo para Edward, mas agora era preciso. Havia um detalhe que estava me incomodando. Era como se precisasse ter consciência de algo que estava na minha frente.

- Com dezessete semanas tive um aborto, mas fui socorrida a tempo. Fiquei bastante tempo no hospital e a voltei minha normal. No final do quinto mês minha pressão começou a subir, eu era hospitalizada constantemente. A partir do sétimo mês fiquei internada. A pré-eclampsia foi tratada com hidralazina e no oitavo mês dei a luz por cesariana.

Ele anotou o que contei na ficha médica, em seguida leu o que escreveu com uma cara de preocupação e guardou sua caneta. A demora e as perguntas estavam me deixando ainda mais ansiosa.

- Er, a sua vida sexual. - fez um gesto com as mãos, mas o interrompi.
- O que tem?
- A senhorita usa algum método contraceptivo?
- Sim. Pílulas.

Assim que terminei de falar, um estalo me fez lembrar que desde que fui para Alemanha havia parado. Afinal, não era necessário. Depois do primeiro susto ao ganhar Nessie ainda adolescente, sempre me relacionei com Jacob usando o medicamento e a camisinha, mas com o final do noivado foi tudo esquecido. E então veio Edward, a saudade insuportável, a vontade e desejo ainda maior, os sentimentos que conturbavam a razão. Fazíamos amor e sem proteção alguma.

Esse pensamento trouxe outra lembrança. Minha menstruação estava atrasada mais de três semanas e ignorei o fato. Era costumeiro um atraso, mas de no máximo três ou quatro dias. Só que havia coisas demais na minha cabeça. Proposta de trabalho, final de semana na casa dos pais de Edward, a visita de Jacob.

- Meu Deus. - murmurei para mim mesma.

Rebecca, a maldita velha costureira que tocou minha barriga. Os enjôos, a sensibilidade, estava tão na cara, até mesmo meus repentinos desejos de aumentar nossa família não pareciam coincidências uma hora dessa. Apoiei a mão no ventre por reflexo.

- A senhorita tem um parceiro? - o médico perguntou me tirando dos devaneios.
- Sim, eu moro com o pai da minha filha. Acabei de lembrar que parei com o uso do anticoncepcional faz alguns meses e minha menstruação está atrasada umas três semanas. Eu-
- Acalme-se. - pediu pois comecei a disparar as informações com pressa - Bem, eu posso encaminhá-la agora mesmo para um ginecologista aqui do hospital e faremos também um exame de sangue. Entretanto, pela minha experiência e pelo que a senhora acaba de dizer, atestaria uma gravidez sem mesmo esses resultados. - meu coração disparou como nunca senti antes - Mas vamos esperar. - pegou o telefone em sua mesa, discou um ramal e pediu a uma enfermeira que preparasse uma sala pois levaria uma paciente para fazer um hemograma.

Disse mais alguns termos médicos os quais não entendi e também não prestei atenção.

- Doutor, e se eu estiver mesmo grávida?

- O que me preocupa é a elevação da pressão, ainda mais depois da história que me contou. Eu recomendaria que procurasse o mesmo médico que cuidou da senhorita anos atrás. Ele tem seu histórico, sua ficha, mas não fique ansiosa seria só por prevenção. E ainda nem sabemos se é mesmo uma gravidez. - assenti apertando ainda mais as mãos sobre a barriga.

Dr. Bradley se levantou, me buscou e caminhou ao meu lado para fora até estarmos na sala de espera da emergência. Vasculhei o ambiente com rapidez, mas nenhum sinal dos cachos negros e agitados. Ele notou minha investigação minuciosa e tentou me tranquilizar.

- Procuro sua amiga se quiser. Agora, a sala de exames está pronta para tirarmos sua duvida. Vamos?

Fui guiada até onde uma enfermeira me esperava. O doutor voltou para seu consultório onde poderia atender mais alguém enquanto realizavam a retirada de sangue. A mulher fez um gigantesco questionário, depois prendeu aquele maldito elástico irritante no meu braço e procurou a veia mais apropriada.

- Está sentindo alguma coisa, querida? - perguntou me assustando.
- Como?
- Descartáveis, vê? - mostrou a agulha e eu assenti - Perguntei se está sentindo algo de diferente já que seus olhos... - não terminou de falar, pois levei a mão nervosa ao rosto encontrando lágrimas insistentes que caíam sem me dar conta.
- Acho que não. Quero dizer, agora estou me sentindo melhor, só surpresa. - uma alegria tão grande inundava meu peito e abri o sorriso mais gigante que consegui. - Eu estou grávida. - sussurrei.

Para mim, aquele sim era um atestado. A senhora sorriu, passou o algodão gelado na minha pele e a espetou. Olhei para o teto, evitando a cena do sangue correr para dentro do pequeno tubo. Segundos depois, tudo tinha acabado e ela começava a etiquetar o vidro.

- Primeira gravidez? - neguei com a cabeça e acariciei o ventre.
- Segunda, mas será a primeira que o pai terá a oportunidade de ver. Ao meu lado.
- Engravidou muito cedo?
- Cedo demais. Eu era uma criança e mal sabia segurar meu bebê. Além disso, estava sozinha, mas agora não. Agora tenho ele comigo. - comecei a rir feito uma idiota.

De algum modo eu já sabia que era verdade, sem mesmo a confirmação do exame. Sentia em mim, no meu peito, era uma vontade enorme de sair gritando pela rua e ao mesmo tempo de somente me sentar e tocar minha barriga imaginando quem estaria ali dentro.

- Também engravidei muito jovem. - a enfermeira segurou minha mão e me ajudou a levantar - Jamais pensei como seria, mas depois que descobri foi perfeito. Tem certeza que não quer esperar aquilo ali ara começar a comemorar? - apontou para o cesto de plástico sobre a mesa com o sangue dentro.

- Não. De alguma forma eu sei. - ela sorriu.
- De alguma forma, nós sempre sabemos.

[...]

- Obrigado. - o doutor agradeceu a mulher que lhe entregou o envelope e logo saiu do consultório.

Esfreguei as mãos ansiosamente pelo tecido da saia. Minha garganta estava seca, sentia uma pequena linha de suor se formar na minha nuca e por isso Alice tocou meu ombro tirando minha atenção da maneira malditamente lenta que o papel era rasgado. Me desculpei com o olhar e ganhei um sorriso em resposta. Quase três horas esperando o resultado, era uma tortura indiscriminada. O médico leu a primeira página sem modificar sua expressão, depois fez o mesmo com a segunda, então abaixou os papéis e me encarou.

- Bem, senhorita Swan, é muito prazeroso trazer notícias tão boas. Como imaginávamos, sua família aumentará.

Alice quicou na cadeira ao meu lado e eu me abracei sorrindo. Ela sacudiu os braços, puxou os papéis da mão do médico - pedindo perdão em seguida - e gargalhou ao ler o resultado. Ganhei um abraço apertado assim que teve certeza da situação.

- Oh, mais um sobrinho para mim.
- Mais uma criança para você estragar. - completei fazendo até mesmo o doutor gargalhar.
- Meus parabéns, senhorita Swan. Estou muito feliz por você e sua família.
- E as madrinhas. - Alice interrompeu sacudindo os cabelos.
- Sim, e as madrinhas.
- Obrigada, doutor. - tentei secar o choro, mas era muito teimoso.

Me lembrei que minha mãe sempre dizia que choro de felicidade era o único que não deveria ser seco. Ele era uma espécie de proteção e trazia mais sorte. Sorri imaginando a reação de Renne ao saber que seria avó novamente. Pensei também numa reação para Phill, Carlisle e Esme. Pensei em Rosalie e Emmett que esperavam a vinda do filho. Minha pequena Rennesme sentiria ciúmes do irmão? E Edward?
Depois de tudo que passamos essa noite, como ele reagiria?

- Não precisa agradecer. Acho que já sabe por experiência que remédios para esses pequenos desconfortos não existem. Eu atribuo a sua piora dessa noite ao nervosismo, e entramos assim num ponto delicado. Em hipótese alguma, deve se aborrecer nos próximos dias. Sem estresse, uma dieta saudável e sem sal nenhum, e também uma consulta com seu médico o mais rápido que puder. Seria interessante se pedisse alguns dias de folga no trabalho, posso passar uma receita para isso. Repouso pelos próximos dois dias, depois volte a sua vida normal, mas sem esforços e o resto das recomendações deixo para seu ginecologista.
- Sim, o procurarei assim que possível.
- Problemas como os que a senhorita teve no passado são mesmo comuns em grávidas de primeira viagem e/ou jovens mães, mas precisamos ficar atentos.
- Claro, doutor. Muito obrigada pela sua atenção e preocupação.
- É só o meu trabalho. - ele fez a receita e nos levantamos.

Apertamos a mão um do outro, me parabenizou mais uma vez entregando o papel e aos pulos eu e Alice saímos da sala.

- Meu Deus, isso é um sonho.
- Não, não é. Ora, Isabella, sua idiota. Como não pode perceber antes que estava grávida?

- Obrigado. - me olhou confusa - Se não tivesse me obirgado a vir, demoraria para notar essa novidade.
- Sempre tapadinha essa minha amiga. - rimos e abraçadas fomos para a saída do hospital.

Já era tarde da noite. Estava tão absorta que não liguei para Alice ter contado as enfermeiras que estavam na porta, ao motorista do táxi e ao porteiro da noite a novidade.
Chegando em seu apartamento, tomei um banho quente aproveitando o momento sozinha para babar com minha barriga. Queria tanto sentir o toque de Edward sobre ela, ouvir sua voz dizendo que estava feliz. Ao sair da ducha, vesti roupas emprestadas de Lice que também preparou um chá calmante para que eu logo caísse no sono. Deitei em sua cama e pouco tempo depois estava numa clareira com Edward, Rennesme e minha barriga. Foi o melhor sonho da minha vida.

Acordei de manhã com uma luta interna interminável entre minha preguiça e minha consciência. Ainda me escondi nos edredons por alguns minutos, mas então notei um papel na mesa de cabeceira e me estiquei para pegá-lo. Era um bilhete de Alice e dizia:

'Futura mamãe,
Precisei sair logo cedo, mas antes tomei algumas providências.
Liguei para seu emprego, falei com o recursos humanos, enviei por fax a receita do médico e eles lhe deram três dias de folga. Em breve, seu chefe entrará em contato com você. Acho que para dar os parabéns.
Em cima da bancada da cozinha deixei uma bandeja com um café-da-manhã bem reforçado. Mesmo que passe mal depois, faça uma forcinha e coma. Lembre-se do bebêzinho lindo que cresce dentro de você e precisa ficar forte. Na geladeira deixei uma salada bem coloria e alguns frangos para serem grelhados. Não esqueça de não usar sal. Estou de olho em você, mocinha.
Quanto a Jacob, liguei logo cedo e disse que seria melhor adiar o próximo encontro. Não fique brava comigo. Também liguei para Edward e expliquei que você preferiu passar a noite no apartamento e até a noite falaria com ele, mas não contei nada da gravidez.

Volto um pouco depois do almoço para fazer companhia. Fique bem e repouse.

Beijos, Alice.'

Deixei o bilhete de lado, fui até a cozinha e me empanturrei. Depois voltei para a cama e passei o resto do meu tempo sonhando acordada.

Alice Pov

- Papai não quis me explicar direito, tia Alice. Ele disse que era coisa de gente grande, que eu não precisava ficar preocupada e ele logo resolveria com a mamãe. Mas então ela não voltou para casa e eu fiquei com medo deles dois terem brigado.
- Nessie, seu pai não disse para você não se preocupar? - indiquei ao motorista do táxi para que entrasse na próxima rua à esquerda, ou pegaríamos um trânsito infernal por causa de uma rua fechada perto da quinta.
- Eu sei, mas eu fiquei pensando que talvez eles tenham brigado e aí minha mãe não quer voltar para casa. E se eles se separarem, tia? Eu quero muito meu pai e minha mãe juntos, não quero como era antes. Quando papai me deixou na tia Rose, eu sabia que estava acontecendo alguma coisa. Eu não devia ter deixado ele sair com aquela cara de preocupado. Sabe, ele fica com uma ruguinha entre os olhos quando está assim e eu sabia que não ia ficar bem no final.Porque mamãe dormiu na sua casa?
- Primeiro: seu pai e sua mãe não vão se separar, afinal eles se amam. Segundo: não se culpe por qualquer coisa que tenha acontecido ontem. Eles já são bem grandinhos e se responsabilizam por suas ações. Meu amor, você não tem nada a ver com isso. Terceiro: Seu pai disse para você não se preocupar e é isso que deve fazer. Pense apenas em prestar atenção na aula e tirar boas notas para deixar todo mundo feliz, tudo bem?
- Tudo bem. - respondeu com a voz triste.
- Promete que não vai mais chorar?
- Eu prometo, mas tia Alice você promete que mamãe e papai não vão mais brigar e nem se separar?
- Oh, meu anjo, sua madrinha queria muito mesmo prometer isso a você, mas é quase impossível. - para não decepcioná-la continuei - Contudo, posso te prometer uma coisinha.
- O que?
- Que a tia Alice fará o que é possível para quebrar a cabeça-dura do seu pai e a da sua mãe, está bom para você?
- Está ótimo. - sabia que estava sorrindo - A senhora sempre faz as coisas muito bem.
- Ah, eu sei, obrigada. - ela deu uma pequena risada, então disse que precisava de despedir - A professora está perguntando se já terminei. Preciso voltar para a classe.
- Sim, meu bem. Mais tarde a tia Alice vai te buscar na escola, me espere, viu?
- Te amo, dinda. - ela afastou o telefone e a professora recomeçou.
- Bem, senhorita Brandon, obrigado por ter tranquilizado Rennesme.
- Não há problemas. Devo desligar agora, tenho um grande compromisso, mas gostaria de deixar antes de sobreaviso que buscarei minha sobrinha no lugar de seus pais.
- Ah, sim, claro. Ela esperará. Adeus.
- Obrigada. - desliguei o celular e bufei.

- Filhos-da-mãe, não vou deixar que por besteira traumatizem o meu bebê. - falei para mim mesma.
- Senhora? - o taxista estranhou enquanto parava o carro.
- Chegamos? Ah sim, aqui está. - entreguei o dinheiro da corrida na sua mão - Pode ficar com o troco, obrigada.

Desci do carro e entrei no prédio onde ficava o escritório da 'Cullen&Hale'. Já podia prever que meu dia seria longo.


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