Um Presente para Edward ! escrita por sisfics


Capítulo 36
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

A fic está na reta final.



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Isabella Pov

Edward colocou Nessie para dormir naquela noite, enquanto eu vestia minha camisola e penteava os cabelos. Quando saí do banheiro, ele me olhou de cima a baixo com seu sorriso torto perfeito.

Deus duas batidas com a mão espalmada no lençol ao seu lado. Levantei o objeto entre meus dedos e dei de ombros, ele fez bico e pediu com as mãos como se estivesse implorando.

- Vem logo para a cama, Bells.

- Já vou, meu bem.

Sequer guardei o objeto na gaveta, logo andei até ele sem pressa por fora, mas quase morrendo de ansiedade por dentro para sentir seus braços ao redor do meu corpo. Logo me aninhei em seu peito, respirei fundo seu perfume, o fazendo rir baixo no meu ouvido.

- Eu estava com saudade, mas não imaginei que você também.

- Senti essa necessidade agora. Simplesmente te abraçar. - murmurei em sua pele e ele beijou o topo da minha cabeça.

- Sabe em que pensei o dia todo?

- Além do quão é sortudo por me ter?

- Claro, além disso. - respondeu rindo ainda mais.

- Não, em que?

- Em passarmos um tempo fora daqui. Quero dizer, no momento estou com dois casos importantes, o que deixa Jasper mais louco e ansioso do que eu, além disso quero estar aqui quando meu sobrinho ou sobrinha nascer, mas tive a idéia de viajarmos os três. O que me diz?

- Viajar?

- Porque toda essa estranheza? Você sempre gostou. Conhece meio mundo, eu acho.

- Se não mais. - dei de ombros.

- Pois é, queria passar mais tempo com Nessie. Quero brincar mais com ela e cuidar mais também antes que essa fase passe tão rápido que meus olhos mal possam notar. As vezes sinto que estou perdendo tantas coisas de vocês duas.

- De nós duas?

- Sim, tambem quero ficar com você, só nós dois.

- Estamos só nós dois agora.

- Mas uma viagem romântica não faria mal algum, faria? - neguei com a cabeça - No verão, quem sabe, podemos tirar férias juntos e aproveitarmos. América do Sul, Oceania, Europa, você escolhe, meu bem.

O abracei mais forte inconscientemente quando o ouvi dizer "Europa". Um arrepio de medo surgiu involuntariamente, pois era o que sentia só em cogitar estragar os planos de Edward e tocar nos assuntos: viagem do jornal, bolsa da faculdade, emprego.

Quantas vezes sonhei com aquela oportunidade quando morava com Nessie em Washington, Jacob me apoiava tanto, dizia até que abandonaria tudo para ir comigo. Era tudo que uma jornalista podia querer para sua carreira.

Aquela confiança que tinha em Jacob de poder contar tudo o que passava na minha cabeça sem receio de estragar o que tínhamos me fez até sentir um pouco de falta do meu amigo. Mas acho que só me sentia dessa forma com ele porque no fundo não me importaria mesmo se um dia acabasse.

Edward acariciou minhas costas por dentro da camisola.

- Porque está tensa desse jeito? Disse alguma coisa errada?

- Claro que não. Estava só nos imaginando juntos em algum lugar. Quero dizer, não que seja tensão, é apenas expectativa. Eu gostei da idéia.

- Que bom, meu amor. Nessie piraria com uma notícia dessa, mas antes que você fale qualquer coisa, não se preocupe pois nao vou contar a ela. Não quero criar expectativas e depois frustrá-las. São mesmo só planos para nossa família.

Eu amava quando ele dizia nossa família.

- Tudo bem. - suspirei aliviada.

Suas mãos habilidosas começaram a massagear alguns pontos doloridos das minhas costas, deixando um rastro de alívio por onde passava. Edward tirou delicadamente meus braços de sua volta, me obrigando a deitar de bruços, então se deitou quase sobre mim e recomeçou a massagem.

Suas mãos desciam calmas e dominadoras, redescobrindo meus pontos fracos e minhas reações. O ouvi sorrindo com meus tremores, logo depois levantei os braços para tirar a camisola. Suas mãos foram substituídas por lábios. O desejo era tão grande que poderia ser palpável. Ele puxou o elástico da minha calcinha para baixo um tempo depois. Eu só queria fazer amor com o homem que eu amava.

[...]

No dia seguinte

- Assim que estivermos sozinhos, eu te farei relaxar, amor. - disse pousando sua mão sobre a minha largada em meu colo.

- Sabe porque estou tensa.

- Sabe que não tem motivo para isso.

- Será que sua mãe vai me receber bem? É só nisso que consigo pensar. Tem certeza que esse convite se estendia à mim? - ele tentou segurar uma risada.

- Deixe de besteira, Bella. E eu só consigo pensar em mostrar minha casa da árvore para Nessie. Ela nunca teve uma, teve?

- Sempre moramos em apartamento, meio impossível.

- Entao, vou ensiná-la a descer de tirolesa e cair dentro do quarto.

- Não, você não vai. - meus instintos maternos me dizam que aquilo jamais poderia acabar bem.

- Calma, amor. Ela não vai se machucar, até porque tem muito mais senso de direção e de espaço do que você. Vamos dar um voto de confiança.

- Ha! Ha! Piadista. Voto de confiança só se estiver incluso um capacete, uma joelheira, uma cotoveleira e o kit de primeiros socorros. - ele gargalhou ainda mais.

- Supermãe, não esqueça que alguns roxos até são saudáveis na idade de Nessie. Ela não pode viver numa câmara acolchoada.

- Sua mãe tinha a mesma filosofia, não tinha? Deu no que deu.

- Piadista. - imitou minha voz de maneira engraçada.

Acho que foi minha risada alta que fez Nessie acordar e se sentar no banco de trás coçando os olhos.

- Ainda não chegamos, papai? - perguntou com um enorme bico.

- Estamos bem perto, filha. Bem perto mesmo.

- Estou com sono.

- Mamãe vai te colocar na cama assim que chegarmos. Já é mesmo hora de criança estar dormindo. - aquilo fez brotar uma pequena dúvida na minha cabeça.

- Sabe onde ela vai dormir? - perguntei à Edward, enquanto Nessie se jogava de novo com toda a força no banco de trás e tentava voltar para o mesmo sono.

- Papai e mamãe devem ter arranjado um quarto só para ela e outro para Glória.

- Sua casa é tão grande assim?

- Seis quartos. Uma exagero deles dois. Sempre gostaram de casa cheia e pensavam em ter mais do que só um casal por isso esse número. Rosalie disse ao telefone que mamãe decorou todos os quartos, coisas novas, inclusive um para Gloria e até para o bebê que ainda não nasceu. Então, também deve ter um para Nessie. - duvidei muito que Esme tenha decorado alguma coisa para Rennesme.

No fundo, tinha mesmo medo de que ela não o tivesse feito. Devo admitir que Esme tinha melhorado muito no Natal em comparação a sua primeira reação com Nessie que Edward havia me contado. Ainda assim, minha filha ficaria muito magoada se percebesse a preferência da avó, e é claro que ela perceberia. Não a queria lidando com rejeição.

- O carro deles está parando. Será que Rose está se sentindo bem?

- Com certeza. Só chegamos, meu bem. Essa é a nossa casa.

Finalmente uma residência na estrada quase deserta. Abrindo um grande corredor de árvore, a estrada percorria uma curva até o alto da pequena colina onde estava a casa dos Cullen. Eu jamais imaginei que pudesse haver um lugar lindo como aquele ainda no estado de Nova Iorque.

O grande portão de ferro ficou para trás, e o carro de Emmett ia abrindo caminho até darmos na lateral da casa em frente ao portão de garagem.

Minha richa com Esme era algo antigo, mesmo na época que namorávamos ela nunca aceitou nosso relacionamento, por isso Edward nunca tinha me levado até a casa onde passou sua infância. A casa grande tinha também enormes janelas de vidro, uma linda varanda no segundo andar que ocupava toda a frente do imóvel. O jardim quase floresta que ficava atrás era ainda mais bonito. E mesmo de onde estávamos, consegui ver a sombra e algumas folhas de um enorme carvalho do outro lado do imóvel onde provavelmente ficava a casa da árvore de Edward.

Desci do carro, vendo Emmett descer do seu e contornar o veículo para abrir a porta de Rosalie, mas ela já tinha pulado do banco com pressa.

- Nutrir sua animação, Isabella. Lembre-se disso. - Edward murmurou.

- Essa é nossa casa, Bells. Está mesmo bem melhor com a reforma. Meu Deus, há quanto tempo não vinha aqui. Estava com tantas saudades. - Rose ergueu a sobrancelha ao me ver parada, então entendendo tudo, esticou o braço e sorriu - Você me ajudaria a entrar? Sabe como essas barrigas tiram nosso equilíbrio.

- Claro. Vamos. - respondi sem graça.

Assim que contornamos na direção da entrada principal, a porta de madeira se abriu, Esme e Carlisle saíram com enormes sorrisos. Até eu estranhei Esme estar sorrindo, mas deixei para lá assim como Rose que deu de ombros depois de me espiar.

- Meninas. - Carlisle disse se aproximando.

- Olá. - murmurei quando ele me abraçou primeiro.

- Espero que tenham feito boa viagem. Onde estão minhas pequenas?

- Nessie e Gloria já vem. As duas estão capotando de sono.

- Estou morrendo de saudade delas.

- Eu também. - Esme falou ao se separar de Rosalie.

Nós nos olhamos por um breve segundo, então acenei e sorri.

- Bem-vinda. - resmungou quase inaudível.

- Chegamos. - Edward e Emm apareceram com as filhas nos colos.

Gloria dormia tranquila, mas Nessie assim que viu o avô pediu com os braços desesperada por um abraço. Não vi nenhuma reação imediata de Esme, só quando entramos na casa que ela deu sinal de aborrecimento por não ter ganhado sequer um cumprimento da neta mais velha.

Não poderia cobrar minha filha, no Natal a velha só faltou empurrá-la. Bufei. Mas que inferno. Ela era esperta o suficiente para ficar no colo de Carlisle e só sair quando não pudesse mais.

A casa era mesmo muito grande. Havia um grande sofá caramelo, duas poltronas mais claras sobre um lindo tapete branco. Uma pintura na parede chamou minha atenção pela beleza. Edward me conduziu pelo braço até o sofá, então quando nos sentamos seu abraço me trouxe ainda mais para perto. Esme nos encarou por um segundo com um sorriso forçado, pelo menos ela não estava rosnando.

- Estávamos preocupados com a demora de vocês. - Carlisle disse se sentando numa das poltronas ainda carregando Nessie.

- Pegamos um pouco de trânsito quando saímos de casa, pai.

- Eu quase desisti. - Rosalie se deitou um pouco sobre Emmett, colocou a mão sobre seu ventre inchado e suspirou - Eu queria muito ficar aqui e conversar com vocês, mas estou tão cansada, apesar de ser uma viagem curta, foi o bastante para deixarem meus pés doendo. Eu preciso muito deitar. Se importariam se eu subisse para o meu quarto agora por causa do bebê?

- Mas é claro que não, filha. Eu levo vocês até lá em cima. Vamos.

Esme foi na frente para ajudar os dois. Antes disso, Emm deixou Glória no meu colo, depois pegou Rosalie nos braços, ouvindo muitas reclamações por isso e subiu a escada.

- Sua mãe estava pirando. Quase a deixaram louca. - Carlisle disse quando eles terminaram de subir os degraus.

- Toda mãe é assim. - Nessie fez o avô dar uma gargalhada.

- Imagino que sim, pequena. O vovô tem uma surpresa para você.

- Surpresa? Qual, vovô?

- Eu vou te mostrar seu quarto. Temos um para você, um para Gloria e um para o bebê que está chegando.

- Eu vou ter um quarto só meu na sua casa?

- E porque não teria?

- Que maneiro! Mãe, vou ter um quarto só para mim.

- Que legal, filha. - Gloria se remexeu no meu colo, enterrou o rosto no meu braço e choramingou.

- Acho que alguém aqui quer a mãe.

- Vovó serve. - Esme disse do alto da escada - Bella, você poderia vir comigo para levar Glória até seu quarto? - Edward me encorajou com um empurrãozinho.

- Sim, não seria problema.

Assim que chegamos no primeiro andar, Esme apontou para os quartos, enquanto indicava seus donos.

- Aquele é o meu e o de Carlisle. Nos fundos o de Rosalie e Emmett e esse aqui é o de Glória. - abriu a porta e gesticulou para que eu entrasse.

- Posso colocá-la na cama?

- Sim, obrigada.

Deitei Glórinha na cama-berço, tirei seus sapatinhos e a cobri. Esme observou atenta cada movimento, quando levantei o rosto, ela estava sorrindo.

- Às vezes, sinto tanta falta da época que podia fazer isso em Edward e Rosalie. Eles foram crianças muito amáveis.

- Também sinto falta de fazer isso em Nessie. - soltei sem pensar.

- Vai sentir muito mais. - beijou a testa da neta, depois saímos do quarto.

Meus planos eram descer sem mais conversas e sem mais os resquícios dos olhares inquisitores da minha sogra, mas quando dei meu primeiro passo na direção da escada, ela segurou meu braço.

- No andar de cima, no mesmo lugar que o de Gloria, fica o quarto de Nessie. O último do corredor é o seu e de Edward, tudo bem?

- Claro, não vou esquecer.

- Sim e... não o deixe se atrever a colocar minha neta naquela maldita tirolesa. Ele me tirava a paz com aquilo, vai fazer o mesmo com você. O impeça, tudo bem?

Quis sorrir ao sentir a sutil preocupação em sua voz, mas saber que Esme estava se acostumando a um novo membro na família, não significa que teria capacidade de assimilar dois de uma vez, ou seja, eu não parecia estar em seus planos. Ela subiu a manga do suéter e sorriu sem vontade.

- Olha elas aí. - Carlisle entrava no corredor e Edward vinha logo atrás.

- Vamos, mocinha? Assim seu avô não vai conseguir mexer os braços amanhã. - puxei Nessie de seu colo.

- Levo vocês até seu quarto. Vamos.

Edward e Nessie se despediram de Esme, então Carlisle nos mostrou os quartos. Ele desceu quando começamos a arrumá-la para dormir. Edward a vestiu com a roupa que tinha guardado em minha bolsa e eu a cobri quando Fofo já estava debaixo de seu braço.

- Boa noite, mamãe. Boa noite, papai.

- Boa noite, filha. Amanhã o papai vai te levar em lugares legais com a Gloria, tudo bem? - assentiu risonha - Durma para aproveitar amanhã.

O quarto de Nessie era lindo. Os moveis todos rústicos, mas brancos, com vários bichinhos de pelúcia e bonecas numa estante sobre a cama. A janela dava para a lateral da casa e do alto eu conseguia ver uma linda clareira no escuro. A roupa de cama era lilás como a de Glória e havia borboletas pintadas na parede.

- Vamos? - ele perguntou com a mão no meu ombro.

Saímos do quarto, e quando chegamos no dele fiquei assustada com o tamanho da cama. Tudo naquela casa parecia ter dimensões absurdas.

- Uau, isso aqui melhorou muito desde a última vez.

- Tudo na sua casa tem essas dimensões?

- Eu disse que eles eram exagerados. Você viu a quantidade de brinquedos no quarto dela?

- É meio difícil de acreditar que tudo isso seja mesmo real.

- Hey, minha mãe não avançou até agora. Nem uma avançadinha. Ela está se controlando, vamos admitir. - Edward tirou toda sua roupa, ficando só de boxer - Lembra-se da minha promessa de resolver tudo nessa viagem, certo? Confie um pouco mais em mim.

Edward subiu na cama, tirando os travesseiros e o edredom para que eu me deitasse também, mas parou assim que notou minha imobilidade. Eu ainda estava parada na porta, criando coragem para o primeiro passo.

- Vamos, Bella. Troque sua roupa, venha se deitar. Pense nos problemas depois. O trabalho foi longo, a viagem também. Amanhã é sábado e eu quero te mostrar várias coisas na cidade, precisa estar descansada.

Me aproximei, tirei minhas roupas, vesti a camisola que estava dentro da bolsa e me deitei entre os braços de Edward. Que ele estivesse certo.

No dia seguinte, amanheci sozinha na cama, me vesti depressa e depois de ver que Nessie também não estava em seu quarto desci para a cozinha de onde vinha alguns barulhos.

- Bom dia. - Esme desejou quando desci.

Sorri feliz pela sua iniciatiava e desejei também bom dia diretamente, depois para todos. Nessie saiu do colo do pai e veio para o meu quando me sentei o que era quase um milagre. Os pais de Edward pareceram não se preocupar com meu pequeno atraso e nem meu amor pareceu preocupado em me acordar, mas só fiquei mais tranquila quando vi que Rosalie e Emmett também não desceram. Minha filha se aconchegou no meu colo como não fazia há muito tempo.

- Quanta manha, filhota. Dormiu bem? - negou com a cabeça, passando seus braços ao redor da minha cintura, me deixando preocupada.

- É só sono, meu amor. Nada além disso, quando Glória descer ela vai se animar. Quer apostar quanto? - Edward sussurrou no meu ombro, tirando os cabelos para que também se aconchegasse no vão do meu pescoço.

- Será que aconteceu alguma coisa com Rosalie? - Esme perguntou ansiosa, tentando não olhar para nós.

- Já disse que ela vai descer logo, mãe. Se acalme.

- Espero que vocês não tenham ficado aborrecidos por ter colocado seus quartos no terceiro andar. Mas eu sabia que Rose não podia subir muitos degraus.

- É claro que não, Esme. Não há problema nenhum. Na verdade, pensava que o quarto de Edward sempre fora lá.

- Não. - ele tomou um pouco de suco - Era no segundo andar. A tirolesa caía do carvalho dentro da minha ex-varanda.

- Lá vem essa história de tirolesa. Carlisle fala com o seu filho, vou ver se Rosalie está bem. - Esme saiu da cozinha com cara de brava para Edward.

- Não deveria irritar sua mãe assim. Ontem a noite ela já me advertiu sobre essa sua obssessão com esse brinquedo. - ele e Carlisle riram.

- Calma, amor. Só gosto de fazer para ver as caretas dela. Não se preocupe. - beijou o canto da minha boca e puxou minha cadeira para que ficasse mais perto da sua.

- Vão até a cidade fazer alguma coisa hoje filho? Ou ficarão na propriedade?

- Se Rosalie confiar Gloria aos meus cuidados, passo o dia brincando com as duas. - odiava quando a necessidade que Edward tinha de passar mais tempo com a filha me fazia sentir culpada.

- Esme já tem planos para você, Bella. - fui pega completamente de surpresa.

- Planos? - eu e Edward perguntamos juntos.

- Sim, ela encomendou algumas coisas na cidade para o enxoval do bebê e vai levar Rosalie e você para verem. Comentou antes de dormirmos.

- Ah. - foi a única coisa que consegui responder.

- E já foi contar a surpresa, né papai?! - Rosalie disse ao entrar na cozinha caminhando bem devagar apoiada em Emmett.

- Espero que não tenha descido a escada, mocinha.

- Eu a paguei no colo, sogrão. Não se preocupe. - Emmett ajudou a esposa a se sentar.

Esme também veio para a cozinha com Gloria no colo, mas não me encarou talvez sem graça por Carlisle ter dito que seus planos também me incluiam. Talvez Esme nem fosse o monstro de sete cabeças que eu imaginava ou que ela deixava transparecer. Talvez só fosse um pouco orgulhosa.

Mas não me arriscaria a receber uma mordida caso avançasse, preferia esperar que Edward resolvesse por conta própria. Minha cunhada se sentou, na mesma hora que Nessie acordou num súbito de alegria.

- O bebê chutou tia Rose?

- Hoje ainda não, meu bem. Mas à noite quase não me deixou dormir.

- Chutou também o pai. - Emmett resmungou se sentando ao lado da sogra.

- Então realizou meu maior desejo. O pequeno Anthony vai puxar ao tio não só no nome. - Edward disse rindo, fazendo Emmett fechar a cara.

- Só para engolir tudo o que tem se gabado, nascerá uma pequena Sarah. Linda, graciosa e completamente diferente do tio.

- Os dois vão começar. - Esme resmungou impaciente - Sem essa richa de cunhados logo no café, por favor? Não assustem Bella. - disse essa última parte bem baixo.

Rosalie deu um sorriso gigantesco pelo mesmo motivo que abaixei a cabeça e corei. Depois do café, arrumei Nessie para brincar com o pai e a acompanhei até o quintal onde ele já estava com Gloria. Nessie correu até seus braços, ele segurou as duas cada uma de um lado e gargalhou.

- Algum dia pensou em me ver assim tão "Barnei"? - Nessie e Gloria sorriram e eu apenas neguei com a cabeça segurando uma risada alta - Quero mostrar vocês minhas casa na árvore. Inclusive você, amor. - selou meus lábios.

- Edward, não consegue mantê-las no chão? - ele apontou para a tirolesa com o nariz e negou com a cabeça.

Preferi confiar nele, então subimos todos pela escada do carvalho até chegarmos na casa da árvore que ele tanto falava. Quando passei pela pequena entrada de madeira, era como se regressasse alguns anos no passado.

Nessie já andava de um lado para o outro da pequena construção, Edward acabara de colocar Glória sentada ao meu lado e depois subiu.

Observei atentamente as ripas do teto, as folhas do carvalho que davam sombra dentro da casinha por causa de um galho intruso na janela, as figuras, fotos amareladas pregadas na parede oeste. Edward estalou os dedos na minha frente para chamar minha atenção.

- Onde está com a cabeça? Te chamei duas vezes para me ajudar a subir. - terminou de apoiar suas pernas sobre a tábua.

- Estava admirando. Está grande demais para subir sozinho? - fez uma careta.

- Pai, que isso? - Nessie perguntou segurando um peão.

- Ela não fez mesmo essa pergunta. - murmurou para mim - Terei que salvar nossa filha.

- Vai lá, dinossauro roxo da terceira idade. - ele resmungou, mas então foi até as meninas e começou a mostrar os brinquedos que tinha dentro de uma pequena cômoda.

Acima do móvel as páginas de gibis arrancadas se misturavam a poucas fotos, uma delas de Edward e Rosalie quando pequenos e um grande "xis" vermelho na cara da irmã.

O modo como ele brincava com as meninas, tentando desenvolver alguma habilidade falha na própria filha de brincar com coisas de fora de sua época me fez sorrir. Era lindo seus olhos brilharem, o tamanho de seu sorriso, o cuidado que tomou ao Gloria segurar o brinquedo e ele remanejou o objeto para que não se ferisse.

Queria desesperadamente recompensar seu esforço, seu amor. Senti uma necessidade quase familiar de apoiar a mão no ventre. Minha felicidade não era determinada por quanto recebia no final do mês, por quanto me admiravam na minha profissão, ou pelo patamar que alcançaria. Não era necessário o lugar mais alto do pódio, só precisava fazer aquilo que gostava e estar com quem amava. Meu Edward, minha filha, minha família.

Que a correspondência na Europa fosse para o espaço, eu sabia em que lugar ficar. Conhecia meus verdadeiros planos para o futuro. Acariciei a barriga, sorrindo sozinha, desejando intensamente gritar aquilo para ele. Dizer que queria ficar ao seu lado e o tamanho da inveja que sentia de sua irmã naquele momento.

- Isabella? - a voz de Esme chamou minha atenção.

Ela estava ao pé da árvore, acenando, me pedindo para descer. Rosalie estava no carro apenas me esperando. Fiz um sinal com o dedo, me despedi de Edward e das crianças e depois desci com cuidado.

Fomos em silêncio até o automóvel e até a cidade. Minha sogra e minha cunhada me levaram até um pequeno apartamento em cima de uma loja de confecções. A grande sala funcionava como um ateliê de uma senhora muito simpática que veio nos atender. Ela abraçou Esme e Rosalie com tamanha vontade que fiquei até envergonhada.

- Ah, como sua barriga está linda, minha menina. Que ótimo que vieram. - ela soltou minha cunhada e olhou para mim curiosa - E você deve ser a mocinha que Esme falou? A futura. - veio me abraçar.

Vi Esme erguer uma sobrancelha e dar um sorriso de lado antes de entrar mais e se sentar com Rose. A pequena senhora começou a disparar várias perguntas, novidades, quase tão rápido que meu cérebro não acompanhou.

Estava mais concentrada nos desenhos de vestidos de noiva pendurados na parede sobre uma grande mesa de desenho como aquelas que os arquitetos usam. Parei ao lado do móvel, observando os detalhes e as observações descritas no papel. Era difícil de acreditar que aquela senhora com idade para ser minha avó desenhava tão bem.

- Gosta de vestidos de noiva? - perguntou chamando minha atenção.

- Er... sim. Eu acho que sim. Estava só... admirando os desenhos.

- Ah, esses são só rabiscos para umas metidinhas do lado Sul das montanhas. Só espero que não me ouçam, elas são minha aposentadoria. - ela se agachou, entregando a Esme uma cesta de madeira com várias roupas de crianças dentro - O vestido mais bonito que já fiz não está nessa parede. Guardo seu desenho num álbum e a foto da noiva também.

- De quem? - perguntei instintivamente.

- Da sua cunhada, meu bem. Mostro assim que terminar aqui.

Me aproximei da cadeira de Esme, enquanto as três mexiam nas roupas. A senhora tinha feito todas. Eram em maioria macacões e roupas de recém-nascidos bordadas e lindas, mas havia também alguns vestidos ou macacões. Pelo que entendi, esse não era o ramo da costureira, mas era um pedido especial de Esme que também tinha feito o mesmo pedido para Glória uns anos atrás. As opções de roupas masculinas e femininas se devia ao fato de Rosalie insistir em não querer saber o sexo do bebê.

A maioria das roupinhas de recém-nascidos foram embrulhadas em folhas de seda, depois colocadas em grandes sacolas e deixadas perto da porta. As outras voltaram para o cesto e Rose disse que voltaria para buscar assim que o bebê nascesse.

- Me casei menos de um ano depois de você ter ido embora. Era tão jovem. Juro que pensei em você durante a cerimônia. Na época, Edward ainda estava... bem... do jeito que ele estava e desde o dia que te conheci sabia que nos daríamos bem. Queria que você tivesse sido minha madrinha.

- Sua madrinha? - perguntei assustada.

- Sim. Terá que me recompensar no futuro. Conversamos quando chegarmos em casa. - a senhora se aproximou com o álbum e entregou a ela que o abriu e logo na primeira página estava sua foto - Quanto prestígio, me sinto na capa da Vogue.

- É mais importante que isso, garota.

Ela me entregou e tive que concordar bestializada que Rosalie fora a noiva mais bonita que já vi na vida. Seus cabelos loiros e cacheados soltos até o ombro, sua linda tiara, o vestido de noiva simples porém muito elegante com uma enorme calda e seu buquê de rosas azuis.

- Você estava divina. - foi o que consegui dizer.

- Pena que não viu pessoalmente. Um dia Rebecca fará alguma peça para você e verá que não são só bonitos, mas também com muita qualidade. Tudo aquilo que essas mãos tocam vira ouro.

- Sim, um dia. - Esme disse sem vontade.

- Sei que não é o que gosta de fazer, Rebecca, mas talvez uma roupa para Nessie. Sei que minha sobrinha com todo aquele jeito que ela puxou de Alice, a amiga de Bella, vai simplesmente amar a idéia.

- Ah, claro, Bella terá muitas oportunidades. - a senhora passou um braço ao meu redor - Fiz o enxoval dessas crianças que hoje você chama de esposo e cunhada. Fiz o da neta menor e teria feito da sua filha também se não fosse o destino atrapalhar, mas terei imenso prazer em te ajudar quando esse rapaz aqui nascer. - apoiou a mão na minha barriga.

- Co-como? - perguntei assustada - Não estou grávida. - apesar da pontada de inveja que sentia de Rosalie aquele era um assunto para o futuro.

- Ah, é claro que não. - respondeu de um modo estranho, então puxou seu álbum e começou a tagarelar algo com Rosalie.

Suspirei exasperada, sentindo minha garganta fechar. Era muito estranho o modo como ela falou, como se tivesse certeza de que eu estava grávida, mas não podia estar. Olhei para minha barriga por um tempo, achando graça de toda a situação, me perguntando inclusive se estava gorda para ser confundida assim, então levantei o rosto sorrindo.

Esme estava me encarando com nenhuma expressão no rosto, tentando decifrar o que eu pensava. Ficamos assim por longos minutos mantendo o olhar uma da outra até que Rose nos atrapalhou pedindo para ir para casa.

Não notei como o tempo passara rápido, mas já passava da hora do almoço. Quando chegamos na mansão, o almoço já tinha sido preparado por Emmett que cozinhara os peixes que ele próprio pescara. Rosalie mostrou a tarde todas as novidades do bebê para o pai, o marido e Nessie que estava mais empolgada com a idéia de uma criança do que Gloria.

Edward não queria ficar na sala com os outros, por isso decidiu arrastar a mim e sua sobrinha para fora. Ele me levou até a pequena campina que pensara ter visto ontem a noite da janela do quarto de Nessie. Era mais bonita do que pude imaginar com todas aquele verde, o perfume das flores. Passamos a tarde conversando sobre a grama enquanto a pequena brincava.

À noite, depois do jantar todos se reuniram na sala até cada um ir para seu quarto. Eu estava no banho quando uma forte tempestade fora de época começou a cair. Demorei mais do que o esperado me vestindo por causa de uma maldita avaliação minuciosa que fiz da minha barriga no espelho.

- Velha cega. - resmunguei antes de apagar a luz e sair.

Edward estava espalhado no meio da cama, com os olhos fechado mal se importando com os trovões. Caminhei até lá, puxei o edredom e me deitei.

Queria dormir, mas não estava assim com tanta vontade, então enquanto fazia um balanço do meu avanço com Esme uma mão quente escorregou pelo meu quadril.

- Pensei que estivesse dormindo.

- Te esperei, mas você demorou tanto no chuveiro. Porque, amor? - pensei em contar o episódio do atêlie, mas ele riria de mim.

- Nada demais. - seu dedo escorregou pelo meu pescoço, afastando os cabelos para que tivesse livre acesso.

- Esqueci de perguntar essa tarde como foi com minha mãe? Me dê o balanço dos mortos e feridos.

- Apenas um olhar de ódio. Venci a batalha? - perguntei enquanto me girava e se deitava sobre mim.

- Quase vencendo a guerra, meu bem. - beijou meu pescoço e meu colo, fazendo minha respiração acelerar.

Uma curiosidade surgiu enquanto ele descia seus lábios sobre minha pele.

- Rose disse uma coisa essa manhã que não saiu da minha cabeça...

- O que?

- Ela me mostoru a foto do vestido de noiva dela e, não com essas palavras, mas disse que você estava estranho no casamento dela. Fiquei pensando se... porque...

- Bella?! - levantou o rosto.

O encarei assustada por tê-lo aborrecido, mas depois que sorriu torto me acalmei, quase me derretendo com a visão tão linda.

- Não vamos entrar nesse assunto agora, eu espero. Aliás, nunca mais vamos entrar, você prometeu.

- Sim. - murmurei envergonhada.

- Não desenterre, por favor? - assenti, então ele aconchegou seu rosto no meu colo.

Sua mão subiu meu corpo por dentro da camisola até alcançar meu seio. Gemi baixo, sentindo sua vontade de prolongar a noite crescer, mas tive que afastá-lo.

- Não está pensando, está?

- O que fiz de errado? - perguntou assustado.

- Sua irmã e seu cunhado estão no quarto de baixo, sua filha no final do corredor e estamos na casa dos seus pais. Nem pensar, Edward. - ele sorriu malicioso.

- Quanto moralismo. Acabo com seu pé firme em dois atos. Paga pra ver? - não respondi, mas logo ele já subiu minha camisola até as costelas e começou a descer seu rosto.

Pulei em seguida não de susto pela trovoada que fez as janelas estremecerem, mas por seus lábios beirando minha calcinha.

- Edward, pára, por favor? - gemi.

- Terá que ser mais convincente que isso se quiser mesmo que eu pare, mas como duvido muito dessa sua história de pessoas nos quartos em volta, acho melhor continuar. Já fizemos em lugares piores, aliás melhores, amor. Vai negar? - algumas lembranças da época que namorávamos me dominaram, quase me fazendo ceder, mas para me ajudar, batidas leves e assustadas na porta me fizeram jogá-lo para o lado.

- Quando chegarmos em casa. - estava completamente descomposta o que só o fez rir - Você me paga.

- Não é ameaça que se faça para um homem, Bella. É música para os meus ouvidos. - ele se levantou da cama e foi até o banheiro.

As batidas soaram mais uma vez assustadas. Levantei, abri a porta e Nessie entrou correndo logo abraçando minhas pernas. Deixou Fofo cair no chão enquanto voava até mim, o que não era muito comum.

- O que foi, amor? - ela ergueu a cabeça com seu par de olhos verdes suplicantes.

- Posso dormir aqui com você e o papai? A chuva está muito... eu não consigo... dormir. - sorri, tentando acalmá-la e a peguei no colo.

Peguei também Fofo e tranquei tudo. Caminhei com ela encolhida em meus braços até a cama, Edward saiu do banheiro e se juntos a nós. Ele fez uma pequena montanha com travesseiros, se deitou em cima, fez com que eu me deitasse em seu peito e Nessie ficou acolhida entre nós com sua cabeça apoiada em minha barriga. Eu e ela recebemos cafuné até cairmos pesado no sono, mas antes de adormecer eu o vi sussurrar "eu te amo".

[...]

A porta da varanda se abriu, ele apareceu com uma xícara de café nas mãos e um lindo sorriso torto estampado no rosto cansado.

- Noite longa. Trouxe para nós dois.

Edward fez com que meu me sentasse no peitoril, se apoiou entre minhas pernas e me deu o café. Estava forte o suficiente para me acordar.

- Ela já tinha feito isso com você alguma vez? - perguntei lhe passando a xícara para que tomasse também um pouco.

- Sim, uma vez. Um pouco antes de você chegar da Alemanha, Nessie apareceu um dia no meu quarto carregando Fofo por causa de um pesadelo. Foi uma noite especial.

- Porque? - ele passou um dos braços pela minha cintura e encostou o rosto no meu colo.

- Me lembro que desci para esquentar um leite para ela e fizemos um brinde, quase uma menção honrosa aos meus atributos de pai. - rimos, então comecei a acariciar seus fios cor de bronze.

Nessie acordou mais de duas vezes durante a noite com as trovoadas, mas Edward sempre a embalava de volta para o sono, quase não tive trabalho nenhum, mas ainda assim fiquei preocupada. Agora pela manhã, mais calma e sem chuva, desmaiou na nossa cama e a deixamos lá para descansar.

Agora era ele quem precisava relaxar. Escorreguei meus dedos devagar pelo seu pescoço, o fazendo sorrir, talvez pudessemos ir até a campina que gostei tanto.

- Quer ouvir minha proposta?

- Você não quis ouvir a minha ontem a noite.

- Não daria certo de qualquer jeito.

- E a sua vai dar certo agora? - fez bico.

- Bem, eu ia dizer para a gente ir até aquela pequena clareira, ficar um pouco sozinhos, meu amor. Mas já que você hesitou, pude pensar melhor, daqui a pouco será o café e ...

- Nem pense em completar sua frase. Posso te levar até lá? - fiz cara de pensativa - Ainda dá tempo da gente fugir. - ele sussurrou, enquanto acariciava minha cintura.

Eu sorri com a proposta tentadora, enquanto o puxava num beijo. A brisa da manhã fazia meu cabelo chicotear o nosso rosto, então me afastei rindo.

- Você pode me levar para onde quiser.

Queria mesmo sumir por algum tempo com ele, mas quando olhei pelos ombros de Edward vi Esme nos observando. Acho que nossos planos seriam adiados.

- Sua mãe, Edward. Me solte. - sussurrei, pulei do peitoril e o afastei um pouco.

Edward olhou para trás e acenou para Esme ainda parada na porta de vidro. Ela acenou de volta meio sem-graça, desejou bom dia e entrou. A xícara de café foi empurrada para as minhas mãos, depois ganhei um beijo na testa e um nos lábios.

- Vamos deixar essa escapadinha para depois, meu amor. Se quiser entrar e ir para o quarto, seria bom ficar com Nessie até o café. - entendi o que ele quis dizer e queria mesmo deixá-lo sozinho com a mãe - Acho que chegou a hora. Depois conversamos.

- Tem certeza, Edward? - segurei sua mão - Não vá irritar sua mãe logo pela manhã, por favor.

- Não vou irritá-la. Só vou ter a conversa que protelamos por sete anos. Você faz parte da família, qual a dificuldade em te tratar assim? - ganhei mais um beijo de confiança, então entramos.

Subi direto para o quarto no terceiro andar, enquanto ele foi para a grande sala de estar se sentar com a mãe. Esperava que tudo ocorresse na paz, eu queria mesmo me sentir parte da família como ele dissera.

Edward Pov

- Acordaram cedo. - ela murmurou quando me sentei ao seu lado no sofá.

- A senhora também.

- Me desculpe por ter atrapalhado você, não era minha intenção. Nem sabia que vocês estavam na varanda. - estava sendo sincera.

- Já disse que tudo bem, Dona Esme. Estávamos só conversando porque não dormimos muito bem a noite. - enrugou cenho, depois desfez a careta para não parecer intrometida - Nessie veio dormir com nós dois e acordou várias vezes por causa da tempestade.

- Mas agora ela está bem?

- Sim, dormindo lá em cima com o urso de pelúcia. - passei um braço por seu ombro, encostando minha cabeça no topo da sua - Lembra do que disse quando foi ao meu apartamento conhecer Nessie? - negou com a cabeça - Você estava bem desconfiada sobre ela ser ou não minha filha e você disse: "Eu sei que você está cego por causa daquele sorrisinho inocente e pela esperança de ter Bella de volta, mas ela pode não ser sua filha. Você deve pensar com a cabeça e não com o coração.". Sabe, mãe eu pensei com a cabeça o tempo todo, você deveria fazer o mesmo, não acha?

- Do que está falando, Edward? - me encarou um pouco aborrecida.

- Minha mãe e meu pai me ensinaram a ser um homem de verdade que assume as próprias responsabilidade, encara os próprios medos, cuida da própria vida. Você fizeram um trabalho excelente, sabia?

- Onde quer chegar? - me interrompeu.

- Bem, nunca entendi, você mesmo me ensinou a ser assim e quando Nessie apareceu na minha porta achou inaceitável tê-la na família, mas eu cuidei dela do mesmo jeito que vocês cuidaram de mim. A amei do mesmo modo que fizeram comigo. Não deixei em nenhum momento os ensinamento que recebi em casa e sabe qual foi a outra coisa que aprendi em casa com vocês? - ela negou - Amor, mãe. Sempre vi você e papai tão apaixonados desde que me entendo por gente. Achei também que você não se importaria se um dia eu tivesse alguém para amar.

- Não é isso, Edward. Não ache que não quero sua felicidade, muito menos quero te impedir de ter uma família, mas depois de tudo que ela te fez sofrer não consigo confiar no que vocês tem, muito menos num futuro promissor para essa relação. - Esme tentou levantar, mas eu a segurei.

- Mãe? - insisti.

- Filho, é impossível apagar da memória o modo como você ficou depois de tudo, não quero te ver sofrendo de novo.

- Siga seu próprio conselho, Esme. Pense com a cabeça e não com o coração. Você sabe que todo esse tempo que passamos longe um do outro só aconteceu por causa de uma mentira mal contade em que, infelizmente, acreditamos, que jamais teria me separado dela se não fosse por isso. Bella não me deixou porque quis, mas porque se sentiu obrigada, portanto não teve culpa alguma. Temos nos esforçado tanto para continuarmos juntos, felizes com nossa filha, nossa vida. Mãe, eu quero construir muito mais ao lado dela e queria o resto da minha família me apoiando. - ela bufou, mas pareceu entender meu ponto de vista.

Para acalmá-la, puxei seus ombros e a abracei. Ela deu um sorriso, mesmo que ínfimo mas era um sorriso.

- Minta dizendo que não ficou extremamente feliz no Natal quando Nessie adorou o presente que você a deu e foi lhe abraçar com um grande sorriso e um beijo. Bella também queria ter agradecido. Se ela me faz tão feliz, porque não retribuir com um sorriso que seja?

Esme ficou em silêncio por longos minutos, sem sequer se mover nos meus braços, mas depois de um tempo ela se apoiou no braço do sofá e se ergueu. Seu olhar parecia um pouco mais conformado e ao mesmo tempo mais confuso. Talvez precisasse só de um pouco mais de tempo para fazer ser orgulho desmoronar.

- Então, eu acho que vou fazer o café-da-manhã e eu agradeceria se mandasse minha nora e minha neta descerem. Chame também sua irmã. - ela se levantou e foi para a cozinha.

Esse era o modo de minha mãe dizer que tudo ficaria bem, com um tempo ficaria bem.

Isabella Pov

- Não esqueçam de avisar assim que chegarem em casa. E, Rose, se sentir qualquer coisa sabe o que fazer.

- Sim, pai. - ela resmungou - Vou deitada no banco de trás com Glória, Emmett vai dirigir bem devagar, e estou me sentindo maravilhosamente bem. - eles se abraçaram - Não se preocupe, vovô Carlisle.

Esme ainda com Glória no colo se despediu também de Emmett e depois de Rose dando um beijo em sua barriga. Eu estava com Nessie o que era só uma forma de não ficar com os braços abanando e envergonhada quando Esme não viesse me abraçar. Não tive a oportunidade de conversar com Edward depois do café, nem durante o almoço, e a tarde ele e Carlisle brincaram com as crianças. Meu sogro veio até mim e me abraçou.

- Ah, Bella, muito obrigado por ter vindo. Amei a companhia de vocês esse final de semana e espero realmente que venham mais vezes.

- Sempre que Edward quiser, Carlisle. Obrigada pela hospitalidade. - ele pegou Nessie do meu colo e começou a se despedir dela, foi quando fui pega de surpresa com um leve acariciar no meu ombro.

- Isabella? - Esme chamou.

Me virei ainda um pouco assustada, mas ela foi mais recepitva do que eu esperava e até me abraçou.

- Acho que Carlisle já disse tudo. Espero que venham mais vezes. - a conversa pareceu ter efeito, mas ainda assim a sentia um pouco hesitante.

- Sempre que me convidarem. Será um prazer enorme. - falei quando ela me afastou.

Esme se despediu de Nessie que depois de vê-la me abraçando também estava muito confortável para demonstrar todo o carinho que tinha pela avó. O sorriso de Edward e a piscadela me fizeram mais confiante e fomos de mãos dadas até o carro.

A viagem até Nova Iorque foi tranquila, passamos antes no apartamento de Rosalie e Emmett, mas não demoramos. Quando chegamos em casa, Nessie não demorou a dormir e Edward me explicou toda a conversa quando já estávamos na cama. Fiquei orgulhosa dele, ao mesmo tempo lisonjeada e envergonhada, mas adorei.


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Notas finais do capítulo

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