Um Presente para Edward ! escrita por sisfics


Capítulo 30
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Fiquei triste pelos comentários terem caido :(
Boa leitura!



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Edward Pov

Vitor espremeu sua barriga entre o largo espaço que havia sobrando e minha mesa.

- Então, garoto, analisou toda essa papelada idiota?

Dei uma risada inevitável. O jeito dele era muito engraçado e agradável ao mesmo tempo.

- Sim, foi um pouco difícil para mim. Bem, Vitor, me desculpe a demora. Tive uns problemas familiares durante esses últimos meses.

- Tudo bem, rapaz. Sou casado há trinta anos e tenho cinco filhos. Entendo mais de problemas familiares do que um coelho.

Tentei segurar a risada e tive que respirar forte.

- Essa é sua irmã? - perguntou, apontando para a foto de Nessie.

- Não. Minha filha.

Ele arregalou os olhos.

- Com essa cara de criança e já tem uma menina desse tamanho? Mas ela é a coisa mais linda. - esbravejou sorrindo.

O jeito expansivo dele me fez afrouxar um pouco a gravata. Estava sem clima para trabalhar, mas assim que ele fosse embora, voltaria para minha casa. Com certeza, Jasper ficaria muito chateado, afinal eu estava quase abandonando o escritório, mas era por uma boa causa.

- Se parece com você. Espere até ela fazer uns quinze anos para você ver o que são os verdadeiros problemas familiares. Mas, voltando ao assunto, gostaria de conversar sobre essa papelada, talvez num jantar, que tal? Tô vendo que hoje você não está com cara para trabalho, muito menos eu.

- Pelo visto, não consegui esconder minha cara de cansado.

- Não mesmo. Mas, então, depois de toda essa história de festas de final de ano. Talvez na primeira semana de janeiro do ano que vem. Bem, seria um jantar unicamente de negócios, eu, você, o atual chefe do setor em questão e a futura chefe. Na verdade, até lá terei promovido Isabella.

O nome me fez suspirar. Era a melhor coincidência do meu dia.

- Claro, todos os envolvidos será ainda melhor.

- Acho que é hora de ir embora. Vejo que sua mente ainda deve estar em casa. - com um pouco de dificuldade, ele se levantou com sua enorme barriga batendo no meu porta-canetas - Até mais, garoto.

Se não fosse tão gentil, ele já teria dispensado meus serviços, mas Vitor era o tipo de cliente paciente. Assim que ele saiu, minha secretária entrou na sala com um papel na mão e uma cara não muito boa.

- Dr. Edward?

- Sim?

- Sua irmã ligou e pediu que retornasse urgentemente... parece que é algo sobre... - olhou no papel para se lembrar - O Natal arruinado de minha família graças as suas... idiotices.

- Como? - a interrompi.

- Bem, ela pediu para dizer que: "Mamãe está de volta!"

Bella Pov

Edward ligava para o meu celular, mas eu não atendi. Teria algo importante para resolver naquela hora. Já era meio da tarde quando Angela conseguiu o endereço. Na primeira hora que fiquei sozinha, não consegui pensar em nada além de matá-la. Eu trabalhava em um jornal, não seria muito difícil arranjar aquelas informações, mesmo numa cidade como Nova Iorque. Mas como eu não tinha ido trabalhar, só me restou ligar para Angela que trabalha no setor de economia e pedir a ela que pesquisasse tudo aquilo para mim. Eu sabia o nome, o sobrenome e a data de nascimento. Bem, jamais me esquceria do dia que Edward me arrastou para a festa de aniversário de sua "melhor amiga" Tanya.

O táxi parou, me fazendo acordar de um desvaneio qualquer. Vasculhei a bolsa atrás do dinheiro e logo soltei, entrando no prédio da frente. Se eu estava mesmo preparada para aquilo era uma dúvida que me corroeu todo o percurso de minha casa até aqui. Olhei de novo no papel de letras corridas que Angela havia ditado para mim ao telefone e confirmei o endereço. Nenhum porteiro me impediu de subir pelos elevadores até o sexto andar.

Meu coração disparou quando desci no andar e andei devagar até a porta branca. Toquei a campainha antes que desistisse de tudo. "Eu só vou conversar." - tentei me convencer. Mas nunca fui boa em perssuadir ninguém, muito menos eu mesma.

A porta se abriu e ela apareceu com seu perfume enjoativo de flores. Não pareceu surpresa. Na verdade, sua frieza me enchia de medo.

- Pensei que nunca mais te veria.

- Talvez não veja mais nada depois do que tenho para conversar com você. - rosnei, entrando em seu apartamento sem ser convidada.

Não sei de onde tirei aquela reação, mas simplesmente a aceitei com muito prazer. Era melhor aquilo do que me encolher num canto qualquer como um animal acoado. Dei dois passos além dela, antes de me virar para encará-la.

Usava os cabelos ruivos num alto coque e o sorriso debochado ainda estava estampado.

- Quanto tempo, não? - disse ao fechar a porta.

- Não senti a mínima falta.

- De mim tenho certeza que não, mas talvez do Edward. - rosnou ao passar por mim e ir na direção da sala.

Tive que me segurar para não pular em seu pescoço quando a vi tão perto. Tirei o casaco que vestia e o botei no cabideiro ao lado da porta junto de minha bolsa. Tive uma reação inesperada: me senti calma. Tão calma que ainda parei alguns instante no espelho ao lado do cabideiro para ajeitar o cachecol.

- É uma surpresa ter me procurado. - chamou minha atenção.

- É uma surpresa que ainda esteja viva. - pus uma das mãos na testa, fazendo a melhor cara de deboche - Ops, me esqueci. Cobras não morrem do próprio veneno.

Ela deu uma risada.

- Pelo menos você melhorou o humor de cão que tinha antes.

- Já você continua a mesma invejosa de sempre.

Seu sorriso desmanchou pelas laterais da boca.

- Eu sabia que um dia te veria de novo. No fundo eu queria olhar de novo nessa sua cara de idiota, só para ver a sua expressão quando eu dissesse o quanto foi fácil te tirar do meu caminho.

Meu peito apertou como se alguém o esmagasse entre os dedos.

- Isso mesmo, Isabella. Continue me deliciando com essa sua cara de santa sofredora. Veio aqui para que? Quer me bater, me humilhar, dizer que "venceu na vida" como se estivesse num comercial? Faça-me o favor de ir embora o mais rápido o possível, okay? Você até hoje me dá náuzeas. Você e aquela empata foda que você resolveu procriar.

O sangue esquentou, correu rápido demais, e quando me dei conta, estava a poucos centímetros daquela cachorra, a segurando pelo pulso.

- O que você disse? - gritei.

- Me solta. Eu tô avisando! - ameaçou.

- Veja bem como você vai falar da minha filha com essa sua boca imunda ou eu...

- Ou eu o quê? - gritou a centímetros do meu rosto - Boca imunda da qual aquele idiota se aproveitou bastante tempo enquanto você cuidava que nem uma parideira daquela empata foda, intrometida, e sem esquecer do meu apelido preferido: a frígida em miniatura.

Minha mão voou em seu rosto com uma força que eu não sabia que tinha. O som do tapa foi alto o suficiente para se confundir com o de algo se quebrando naquela cara-de-pau. Mantive seu pulso bem preso a impedindo de cair para trás quando recebeu o tapa, isso acabou fazendo com que Tanya caísse para o lado, em cima de uma mesa onde ainda caiu de costas. Seu gemido não foi alto o suficiente para me fazer sentir satisfeita com só um tapa.

Ela jogou o cabelo para cima, o tirando do rosto e me olhou com um sorriso torto e um pequeno corte no lábio inferior causado pelo meu anel.

- Treinou seu pugilismo, piranha.

- Não por todo esse tempo, mas posso me aperfeiçoar na sua cara.

- Você nunca o mereceu. - rosnou - Ele não é o tipo de homem que você pode andar do lado na rua e se distrair com qualquer coisa. Precisa ficar atenta, esperta. É necessário inteligência para andar com um homem como aquele. Por isso, o tirei de você.

- O nome disso, querida, não é inteligência. E sim, crueldade. Você acabou com a minha vida e eu vou fazer você pagar por cada lágrima que eu derramei.

O seu coque já estava completamente desfeito, então a puxei pelos cabelos para que ficasse em pé de novo. Ela cravou as unhas na minha mão que a segurava e gemeu.

- Me solta, Isabella. Eu vou chamar a polícia.

- Não. Antes você vai me ouvir.

Apertou ainda mais a minha pele entre seus dedos. Com força a joguei contra o sofá da sala, a fazendo cair sentada.

- Como você pôde dormir em paz todo esse tempo sabendo que você só estava com ele por causa de uma mentira?

- Os sete anos em seus braços recompensaram todo o trabalho que tive, querida. Não se preocupe com isso.

- Você é mais deplorável do que eu pensava.

- Deplorável? - gritou - Deplorável é você que tirou a vida dele. Ele não tinha mais tempo para os amigos, para a família, ninguém além da preciosa vagabunda que ele conheceu.

Avancei sobre o sofá, distribuindo dois tapas seguidos no seu rosto. Tanya tentou revidar, mas segurei seus pulsos com força e prendi suas pernas apertando meu joelho sobre elas.

- Você não sabe o que tá falando.

- E porque eu mentiria agora? Esme sempre gostou mais de mim. Ela sempre viu a pilantra que no fundo você é. Você fala de mim, mas eu só fingi que estava grávida para te mandar embora. Já você nunca deu ponto sem nó e logo tratou de pegar barriga daquela garota insuportável.

A joguei deitada no sofá, sem largar seus pulsos. Seus olhos fulmegavam de ódio, apenas refletindo o meu.

- Eu tô pouco me lixando para o que Esme pensa ou deixa de pensar. Se eu e Edward nos separamos, ela também tem uma grande parcela de culpa nisso. Agora acho melhor você parar de falar da minha filha. Nessie foi concebida com uma coisa que você nunca teve, Tanya. Algo que você nunca vai ter, nem conhecer. Olhe em sua volta! Você não tem ninguém além de você mesma. Você pode até me chamar de frígida, de idiota e do que mais quiser, mas no fundo você sempre vai ter inveja porque eu tenho minha filha e agora o meu amor de volta. E você nunca vai ter nem metade disso.

Ela parou de se mexer. Ficou um tempo só escutando o que eu tinha dito e se aquietou. Eu tinha gritado aquilo o mais alto que meus pulmões permitiam. Naquele momento, tive nojo de tocá-la, de olhá-la, de ouvir sua voz. Eu precisava sair dali o mais depressa possível, então aproveitei que ela não tinha demonstrado nenhuma reação e resolvi ir embora. Levantei do sofá, a deixando deitada sozinha, e fui na direção do cabideiro ao lado da porta para pegar minha bolsa e o casaco. Antes que eu chegasse até lá, alguém me agarrou pelos cabelos e me jogou no chão. Minha cabeça latejou com o puxão e levei a mão no rosto para me defender.

- Você não vai sair daqui viva.

Tanya ia pular em cima de mim, mas fui mais rápida e lhe dei uma rasteira. Ela caiu de cara no chão. Era tudo um prato cheio para mim. A puxei pelos cabelos de novo e a levantei.

- Parece que você não aprende. O que você quer mais ouvir, Tanya? Você precisa sentir para entender?

Já de pé, a joguei sentada contra a mesa de centro e lhe dei um tapa forte no rosto.

- Isso é pela minha mãe e os meus amigos de verdade que se sacrificaram para ficar do meu lado.

Dei mais um na outra face.

- Isso é por todas as lágrimas que a minha filha derramou por não conhecer o pai. - bati mais uma vez.

- Isso é por tê-lo feito pensar que eu não o amava, mesmo que ele fosse o ar que eu respiro.

Ela fechou os olhos esperando mais um tapa, mas não queria sujar mais minhas mãos com o sangue que saía de seu lábio e sua bochecha cortados.

- Já por mim, eu só tenho a agradecer. - abriu seus olhos sem entender nada - Graças a você, eu descobri o quanto sou feliz e o quanto pessoas como você jamais terão um terço do que eu tenho. Você lutou, Tanya. Com armas injustas, mas lutou. E venceu. Seu prêmio é continuar do jeito que está. Uma mulhr invejosa, infeliz, solitária e digna de pena. É o que eu sinto por você, Tanya. Uma enorme pena.

Edward Pov

Toquei a campainha e esperei que ela viesse atender. Ao invés de ver minha irmã, a empregada me recebeu e disse que Rosalie estava no quarto.

Fui até lá e a encontrei sentada na cama tomando um chá.

- Posso entrar?

Ela deu de ombros. Fui até a cama e me sentei do seu lado.

- O que eu fiz?

- Porque não veio mais cedo? - perguntou, me passando a xícara para que eu colocasse na cômoda ao lado de nós.

- Fui almoçar antes. Acho que você está fazendo uma tempestada em copo d'água. Mamãe não criará problemas. E daí que ela vem para o Natal?

Rose fechou os olhos e apertou a ponte do nariz entre o dedão e o indicador.

- Eu só queria ter uma mãe normal, sabia?

- Eu também.

- Então, não acha que é hora de contar para sua irmãzinha o que aconteceu?

Respirei fundo antes de começar. Nessie tinha vindo para casa de minha irmã no sábado, mas eu e Bella ainda não estávamos "bem". Ela tinha saído do meu apartamento correndo na manhã após o restaurante e eu estava com a cabeça muito cheia naquele final de semana.

- Posso fazer um resumo? - murmurei, tirando um fio loiro de seu olho.

- Por mim tudo bem. Vou colocar Bella contra a parede assim que tiver oportunidade.

- Vai assustá-la.

- Não importa. Agora ela faz parte da família. Não faz? - perguntou, mexendo as sobrancelhas.

Dei uma risada com sua careta e assenti.

- Sim, acho que essa é a melhor palavra para classificar o que somo agora. Uma família. - ela deu um grande sorriso - Feliz por mim? - perguntei.

- Era a coisa que eu mais queria que acontecesse para o meu irmãozinho mais novo. É bom te ver feliz de novo.

- É bom me sentir assim de novo.

- Já superou sua alergia à famílias?

- Sua boba. Sabe que não tenho nada do tipo...

- Era o que eu pensava, ou preferia pensar, quando você sempre escapava dos Natais e dos dias de ação de graça. - ralhou, batendo o dedo na ponta do meu nariz.

- Só me sentia um estranho no ninho, está bem? - tentei me defender - Será diferente daqui para frente.

- Deus te ouça.

- Mas, então, agora você já sabe que nós estamos juntos, que Bella sabe de tudo... já pode me contar sobre mamãe?

Rose fez uma careta e coçou a cabeça.

- Não sei se o seu primeiro Natal em família vai ser o melhor. Aliás, me desculpa pelo recado mal-criado que deixei com sua secretária. Eu estava estressada.

- Sabe que não pode ficar assim por causa do bebê, não é?

Ela apoiou as mãos na barriga saliente.

- Estou cuidado bem dele. Bem, acho que teremos um probleminha. Mamãe vai passar o Natal e o Ano novo aqui em casa, então precisamos preparar...

- Prepará-la para encontrar Bella, não é?

- Sim, mas eu diria também preparar Bella para encontrá-la. Você se lembra como as duas não se davam bem. Depois que Bella foi embora e você ficou sozinho, aí mesmo que mamãe guardou ódio dela. Acho melhor prepararmos todo o tipo de proteção possível. Papai disse que ela ficou uma fera quando soube que Bella estava de volta em Nova Iorque, e que poderia vir chumbo grosso nas festas.

- Que ótimo! - apoiei a cabeça nas mãos.

- Acha que podemos colocar uma coleira na mamãe?

- O pior de tudo não é isso. - ela me olhou assustada - A mãe de Bella vem para o Natal... e bem... vamos dizer que ela não sabia onde Nessie estava enquanto Bella estava na Alemanha.

- Ah, eu já sabia disso. - Rose deu de ombros - Mas parando melhor para pensar, isso vai ser pior que a terceira guerra mundial.

- Já comprou os presentes? - perguntei.

Ela negou com a cabeça.

- Que bom! Eu quero uma trincheira de Natal, tudo bem?


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Notas finais do capítulo

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